.

.

30 de julho de 2014

Maria, a obra prima de Deus


"Maria é a obra-prima por excelência do Altíssimo, cuja posse e conhecimento Ele reservou para si".

Maria é a Mãe admirável do Filho o qual quis humilhá-la e escondê-la durante a vida para favorecer a sua humildade. Para este fim tratava-a pelo nome de "Mulher" ( Jo 2,4;19,26), como a uma estranha, embora no seu Coração a estimasse mais do que a todos os anjos e a todos os homens.

Maria é a fonte selada e a esposa do Espírito Santo, onde só Ele tem entrada, Maria é o Santuário e o Repouso da Santíssima Trindade, onde Deus está mais magnífica e divinamente que em qualquer outro lugar do universo, sem excetuar a sua morada acima dos querubins e serafins.Neste santuário nenhuma criatura, por mais que seja, pode entrar a não ser por grande privilégio.

Digo com os santos: a divina Maria é o Paraíso Terrestre
do novo Adão, onde Ele encarnou por obra do Espírito Santo, para aí operar maravilhas incompreensíveis. É o grande, o divino mundo de Deus, onde há belezas e tesouros inefáveis. É a mgnificência do Altíssimo, onde Ele escondeu, como em seu Seio, o seu Filho Único e n'Ele tudo o que há de mais excelente e precioso. Que grandes e misteriosas coisas fezo Deus onipotente nesta admirável criatura, segundo Ela própria é forçada a dizer, a despeito da sua profunda humildade: "O poderoso fez por mim grandes coisas!" ( Lc 1,49). O mundo não conhece estas maravilhas, porque é incapaz e indigno disso.

Os santos disseram coisas admiráveis desta Santa Cidade de Deus. E, segundo o seu próprio testemunho, nunca foram tão enloquentes nem tão felizes como quando d'Ela falavam. E depois disto exclamam que a sublimidade dos Seus méritos, que chegam até o trono da Divindade, não se pode perceber; que a grandeza do seu poder, que até sobre o Deus se estende, não se pode compreender e, finalmente, que a profundeza da sua humildade e de todas as suas virtudes e graças é um abismo insondável. Ó sublimidade incomensurável! Ó abismo impenetrável!

Todos os dias, de um extremo a outro da Terra, no mais alto dos céus, no mais profundo dos abismos, tudo proclama e publica a admirável Virgem Maria. Os nove coros dos anjos, os homens de ambos os sexos, idades, condições ou religiões, os bons e os maus, e até os mesmos demônios, são forçados a chamá-la bem-aventurada. Quer queiram, quer não, a isso os obriga a força da verdade. Como diz São Boaventura, todos os anjos lhe cantam no Céu incessantemente: "Santa, Santa, Santa Maria, Mãe de Deus e Virgem!" E, todos os dias, lhe oferecem milhões de vezes a saudação angélica: "Ave, Maria...", prostrando-se na sua presença e pedindo-lhe a mercê de os honrar com algumas das suas ordens. Opróprio São Miguel - disse Santo Agstinho -  embora seja o príncipe de toda a corte celeste, é o mais diligente em lhe prestar toda espécie de homenagens e em fazer com que lhas tributem. Constantemente aguarda a honra de por Ela ser mandado em auxílio a alguns dos Seus servos.

Toda a Terra está cheia da sua glória, particularmente entre os cristãos, que a tomam por Patrona e Protetora em muitos reinos, províncias, dioceses e cidades. Quantas catedrais consagradas a Deus sob a sua invocação! Não há igreja sem altar em sua honra, região ou cantão sem alguma de suas miraculosas imagens, ante as quais toda espécie de bens. Quantas confrarias e congregações em sua sua honra! Quantos institutos religiosos colocados sob o seu nome e proteção! Quantos confrades e irmãs daquelas confrarias, quantos religiosos e religiosas de todos estes institutos publicam os Seus louvores e anunciam as suas misericórdias! Não há pecador, por mais empedernido, que não tenha, ao menos, uma centelha de confiança n'Ela. E não há, até, demônio algum no inferno que, temendo-a, a não respeite.

Depois disto, forçoso é dizer com os santos: "de Maria numquam satis!" Isto é, Maria não foi ainda suficientemente louvada e exaltada, honrada, amada e servida. Merece ainda muito maior louvor, respeito, amor e serviço.

Por isso devemos dizer com o Espírito Santo: "Toda a glória da Filha do Rei lhe vem do interior" (Sl 44, 14). É como se toda a glória exterior que o Céu e a Terra lhe tributam à porfia não fosse nada em comparação com a que recebe interiormente do Criador! as pequenas criaturas desconhecem essa glória por não poderem penetrar no mais íntimo segredo do Rei.

Depois de tudo isto, temos de exclamar com o Apóstolo:
"Nem os olhos viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração do homem compreendeu..."(1Cor 2,9) as belezas, as grandezas e a excelência de Maria, o mais sublime milagre da graça, da natureza e da glória.Se quereis compreender a Mãe de Deus: "Que toda língua aqui emudeça!"

Foi o meu coração que ditou o que acabo de escrever com particular alegria, a fim de mostrar como Maria Santíssima tem sido insuficientemente conhecida até agora e como é esta uma das razões porque Jesus Cristo não é conhecido como deve ser. Se é certo que o conhecimento e o Reino de Jesus Cristo se estabelecerão no mundo, não será mais que uma consequência necessária do conhecimento e do Reino da Santíssima Virgem Maria. Ela deu Jesus Cristo ao mundo a primeira vez, e há de fazê-lo resplandecer também segunda vez.

Com toda a Igreja confesso que Maria, não sendo mais que uma simples criatura saída  das mãos do Altíssimo, é menor que um átomo, ou antes, não é nada em comparação com a sua majestade infinita, visto que só Deus é "Aquele que é" ( Ex 3,14). Por conseguinte, este grande Senhor, sempre, independe e batando-se a si mesmo, não teve nem absoluta necessidade da Santíssima Virgem para o cumprimento dos Seus desígnios e para a manifestação da sua glória. Basta-lhe quere para tudo fazer.

No entanto, supostas as coisas como são, tendo deus querido começar e acabar as suas maiores obras pela Virgem SAntíssima depois de a formar, digo que é de crer quenão mudará de procedimento em todos os séculos (Rm 11,29). Ele é Deus e não muda nos Seus sentimentos nem na sua conduta.


A Humildade de Maria

"Foi pela Santíssima virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por Ela que deve reinar no mundo"

Durante  vida, Maria permaneceu muito oculta. É por isso que o Espírito Santo e a Igreja lhe chamam Alma Mater, mãe escondida e secreta. A sua humildade foi tão profunda, que não teve na Terra atrativo mais poderoso nem mais contínuo que o de se esconder de si mesma e de toda criatura, para que só Deus a conhecesse.

A fim de atender aos pedidos que Ela lhefez para que a ocultasse, empobrecesse e humilhasse, aprouve a Deus ocultá-la na sua conceição e nascimento, na sua vida, mistérios, ressureição e assunção, ao olhos de quase toda criatura humana. Seus próprios pais não a conheciam, e os anjos perguntavam muitas vezes entre si: "Quem é esta?" (Ct 8,5),porque o Altíssimo lha escondia ou, se alguma coisa lhes releva a seu respeito, infinitamente mais lhes ocultava.

Deus Pai consentiu em que Ela não fizesse milagres em vida, pelo menos manifestos, embora lhe tivesse dado poder para isso. Deus Filho permitiu que quase não falasse, embora tendo-lhe comunicado a sua sabedoria. Deus espirito Santo deixou que os Seus Apóstolos e Evangelistas falassem muito pouco sobre Ela, apenas o necessário para dar a conhecer Jesus Cristo, apesar de Ela ser a sua esposa fiel.



Trechos do livro: O Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem


A história de São Gregório VII


Hildebrando nasceu numa família pobre na cidade de Soana, na Toscana, Itália, em 1020. Desde jovem o atraía a solidão, por isso foi para o mosteiro de Cluny e se tornou monge beneditino. Depois estudou em Laterano, onde se destacou pela inteligência e a firmeza na fé. Galgou a hierarquia eclesiástica e foi consagrado cardeal.

Tornou-se o auxiliar direto dos papas Leão IX e Alexandre II, alcançando respeito e enorme prestígio no colégio cardinalício. Assim, quando faleceu o papa Alexandre II, em 1073, foi aclamado papa pelo povo e pelo clero. Assumiu o nome de Gregório VII e deu início à luta incansável para implantar a reforma, importantíssima para a Igreja, conhecida como "gregoriana".

Há tempos que a decadência de costumes atingia o próprio cristianismo. A mistura do poder terreno com os cargos eclesiásticos fazia enorme estrago no clero. Príncipes e reis movidos por interesses políticos nomeavam bispos, vigários e abades de forma arbitrária.

Desse modo, acabavam designando pessoas despreparadas e muitas vezes indignas de ocupar tais cargos. Reinavam as incompetências, os escândalos morais e o esbanjamento dos bens da Igreja.

Apoiado por Pedro Damião, depois santo e doutor da Igreja, o papa Gregório VII colocou-se firme e energicamente contra a situação. Claro que provocou choques e represálias dos poderosos, principalmente do arrogante imperador Henrique IV, o qual continuou a conferir benefícios eclesiásticos a candidatos indesejáveis.

O papa não teve dúvidas: excomungou o imperador. Tal foi a pressão sobre Henrique IV, que o tirano teve de humilhar-se e pedir perdão, em 1077, para anular a excomunhão, num evento famoso que ficou conhecido como "o episódio de Canossa".

Mas o pedido de clemência era uma bem elaborada jogada política. Pouco tempo depois, o imperador saboreou sua vingança, depondo o papa Gregório VII e nomeando um antipapa, Clemente III. Mesmo assim o papa Gregório VII continuou com as reformas, enfrentando a ira do governante. Foi então exilado em Salerno, onde morreu mártir de suas reformas no dia 25 de maio de 1085, com sessenta e cinco anos.

Passou para a história como o papa da independência da Igreja contra a interferência dos poderosos políticos. Sua última frase, à beira da morte, sem dúvida retrata a síntese de sua existência: "Amei a justiça, odiei a iniqüidade e, por isso, morro no exílio".

Muitos milagres foram atribuídos à intercessão de papa Gregório VII, que teve seu culto autorizado pelo papa Paulo V em 1606.


Papa Francisco aos evangélicos pentecostais: Estamos no caminho da unidade


O Santo Padre assinalou que “nós estamos neste caminho da unidade, entre irmãos. Alguém estará surpreso: 'O Papa foi visitar evangélicos!' Foi encontrar irmãos! Sim! Porque, na verdade, foram eles que vieram primeiro me encontrar em Buenos Aires. 
E isso é um testemunho. Vieram e se aproximaram. E assim começou esta amizade, esta proximidade entre os pastores de Buenos Aires. E hoje aqui. Agradeço muito a vocês, peço que rezem por mim, preciso muito... para que pelo menos eu seja melhor. Obrigado”.

As 200 pessoas participantes no encontro chegaram da Itália, Estados Unidos, Argentina e outros países.

Francisco assinalou que “quando caminhamos em presença de Deus, encontramos a irmandade. Por outro lado, quando ficamos quietos e começamos a olhar-nos uns aos outros, abre-se outro caminho muito feio, o das maledicências... Assim começaram desde o primeiro momento as divisões na Igreja. E o Espírito Santo não cria divisões”.

“Já desde o primeiro momento da comunidade cristã houve esta tentação: '’Eu sou deste, eu deste outro’; ‘Não, eu sou a Igreja, você é a seita’”.

Entretanto, disse o Papa, “o Espírito Santo faz a diversidade na Igreja e essa diversidade é tão rica, muito bonita; mas, depois, o próprio Espírito Santo faz a unidade. E assim a Igreja é una na diversidade. E para usar uma palavra bela de um evangélico, que amo muito, uma diversidade reconciliada pelo Espírito Santo, que faz as duas coisas: a diversidade dos carismas e depois a harmonia dos carismas”.

O Santo Padre, explicando com uma imagem como é a unidade da Igreja, assinalou que não é como uma esfera “onde todos os pontos são equidistantes do centro, todos iguais”, pois esta é uniforme e “o Espírito Santo não cria uniformidade”.

“'Pensemos, por outro lado, no poliedro: é uma unidade, mas com todas as partes diversas; cada uma com sua peculiaridade, seu carisma. Essa é a unidade na diversidade. E neste caminho, nós, os cristãos, fazemos o que chamamos com o nome teológico de ecumenismo: tentamos que a diversidade esteja mais harmonizada pelo Espírito Santo e se converta em unidade: tentamos caminhar em presença de Deus para sermos irrepreensíveis”.

Francisco destacou que “a Encarnação do Verbo é o fundamento: é Jesus Cristo. Deus é homem, Filho de Deus e Filho do homem, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Assim o entenderam os primeiros cristãos que tiveram que lutar tanto para manter esta verdade”.

“O mistério da carne de Jesus! Eu amo o pobre, a viúva, o escravo, o que está na prisão... amo todos eles porque estas pessoas que sofrem são a carne de Cristo. Não se pode pregar um evangelho puramente intelectual: o Evangelho é verdade, mas é também amor e é também beleza. Esta é a alegria do Evangelho”.

O Santo Padre lamentou que “neste caminho fizemos muitas vezes o mesmo que os irmãos de José, quando os ciúmes e a inveja nos dividiram. Nesta triste história na qual o Evangelho, para alguns, vivia-se como uma verdade e não percebiam que por trás dessa atitude havia coisas feias, coisas que não eram do Senhor, uma feia tentação de divisão”.

“Essa história triste quando se fazia o mesmo que os irmãos de José: a denúncia, as leis desta gente: ‘é contra a pureza da raça’... E essas leis foram ratificadas também pelos batizados, alguns dos quais fizeram essas leis e alguns perseguiram e denunciaram os irmãos pentecostais porque eram 'entusiastas', quase 'loucos', que destruíam a raça”.

O Papa assinalou que “eu sou o pastor dos católicos e peço perdão por aqueles irmãos e irmãs católicos que não compreenderam e foram tentados pelo diabo e fizeram o mesmo que os irmãos de José. Peço ao Senhor que nos dê a graça de reconhecer e de perdoar”.

O Papa Francisco, tomando as palavras de seu amigo Traettino, que disse que “a verdade é um encontro”, assinalou que é “um encontro entre pessoas. A verdade não se fabrica em um laboratório, constrói-se com a vida, procurando Jesus para encontrá-lo”.

“Mas o mistério mais belo e grande é que quando encontramos Jesus percebemos que Ele já estava nos procurando, que nos encontrou antes porque chega sempre antes de nós”.

Francisco indicou que “em espanhol eu gosto de dizer que o Senhor nos ‘primerea’, ou seja, nos precede, nos espera... E desse encontro que transforma vem tudo. Este o é caminho da santidade cristã; procurar Jesus a cada dia para encontrá-lo e cada dia deixar-se buscar e encontrar por Jesus”.

Depois do encontro, o Papa Francisco retornou em helicóptero ao Vaticano.


Observação F.I.C

Com esse tipo de atitude do Papa Francisco, podemos entender que,  o Papa vem Renegando toda a Verdade deixada por Jesus Cristo e os Doutores da Igreja ao longo de todos esses mais de dois mil anos, pois sabemos bem que Jesus Cristo deixou Uma Única Igreja, que é a: Católica Apostólica Romana, não há outra em nenhum lugar do planeta que Têm a Presença Real de Jesus Cristo na Eucaristia e os Milagres Assinados por Deus; portanto o Papa Francisco afirmar que "este" é o caminho certo para a unidade, é realmente assustador e bastante contraditório, pois não Existe Unidade, com Essa gente, que Renegou Jesus Cristo e sua Igreja, se voltaram contra Deus e seu planos, Essa mesma gente, que o Papa Francisco tanto insiste e pintar de "bons irmãos" é a mesma que Ataca duramente a Mãe de Jesus Cristo e Nossa Mãe também, que a ofendem com duras palavras, recheadas de ódio e rancor, se não respeitam a Virgem Maria, não Respeitam a Jesus Cristo  Filho e Salvador, não Respeitam á Deus Pai Criador, vão Respeitar a quem? Se esse mesmo povo adultera a Sagrada Escritura, para deixarem como melhor lhes convém,  vão Respeitar à quem? Portanto que fique bem claro; Não Existe Ecumenismo, e jamais existirá, saíram porque não gostam, não concordam com os planos de Deus e não Aceitam Maria Santíssima, a única Meta dessa gente é Destruir a Igreja de Cristo, e farão de tudo para conseguir; Então é um absurdo, ver o Papa Francisco empenhado nessa falsa união, e mais ainda vê-lo afirmar que estará presente, Na "Festa de 500 anos do Protestantismo" ou seja, participar de tal "evento" seria o mesmo que assinar embaixo, que Estamos no Caminho Errado há 2014 anos! 
Portanto estejamos atentos, pois o diabo é mentiroso, engana e seduz, sem que se perceba, Vigiai e Orai! Estamos em Sede Vacante!


Relíquias dos Reis Magos fazem 850 anos na Alemanha


O Papa Francisco nomeou o Arcebispo de Milão (Itália), Cardeal Angelo Scola, como seu enviado especial na comemoração do 850º aniversário do traslado das relíquias dos Reis Magos de Milão (Itália) a Colônia (Alemanha). Esta comemoração acontecerá em 28 de setembro de 2014.

Segundo a história divulgada pelo site da Catedral de Colônia, a mãe do imperador Constantino, Santa Elena, encontrou as relíquias dos Reis do Oriente na cidade de Sabá e as transladou até a capital do Império Romano, Constantinopla, hoje Istambul.

Três séculos depois, o então Bispo de Milão, São Eustorgio, viajou a Constantinopla para que o imperador aceitasse a sua nomeação episcopal e este lhe deu de presente as relíquias dos três Reis que retornaram com ele à cidade italiana.

Entretanto, quando o imperador Barbarossa sitiou Milão, o Arcebispo de Colônia, Rainald von Dassel, descobriu que uma igreja milanesa custodiava as relíquias. A abadessa deste convento era irmã do prefeito da cidade e prometeu dar as relíquias a Von Dassel em troca de proteger a vida de seu irmão da fúria do imperador.

Por isso, depois do ataque à cidade, o Arcebispo de Colônia só pediu uma recompensa ao imperador: que permitisse que a abadessa abandonasse a cidade de Milão com tudo aquilo que pudesse carregar sobre seus ombros. O imperador se enfureceu quando percebeu que o que tinha levado sobre suas costas era o seu irmão. A abadessa cumpriu com a sua parte do trato e desta forma as relíquias puderam chegar a Colônia.

Atualmente, o Santuário dos Magos do Oriente na Catedral de Colônia é o maior e artisticamente mais significativo e ambicioso relicário da Idade Média. As relíquias foram transladadas de Milão a Colônia em 1164 e, desde 1190 a 1220 (30 anos) um grupo de artesãos trabalhou no santuário, no atelier do ourives Nicolás Verdún.

A ornamentação do santuário inclui ouro e prata, figuras douradas, painéis de filigrana, pedras preciosas, colunas e arcos. As imagens refletem episódios da história da salvação desde o começo dos tempos até o Juízo Final.

O santuário teve que ser reduzido depois de ser escondido das tropas revolucionárias francesas em 1974, mas depois foi restaurado entre 1961 e 1973.
Atualmente, está construída por cima do altar maior medieval na parte de trás do coro interno, convertendo esta área no principal foco da catedral gótica que foi construída como um relicário de pedra para este tesouro.


Intenções de oração do Papa Francisco para agosto de 2014

Foram divulgadas nesta terça-feira, 29 de julho, as intenções de oração do Papa Francisco para o mês de agosto de 2014:

A intenção universal: "Para que os refugiados, obrigados a abandonar suas casas por causa da violência, encontrem acolhimento generoso e sejam tutelados os seus direitos".

A intenção para a evangelização: "Para que os cristãos na Oceania anunciem a fé com alegria a todos os povos do Continente".



Liberdade religiosa em perigo em 2013, revela relatório do Depto de Estado EUA


Washington  – O ano de 2013 bateu todos os recordes no que diz respeito a deslocamentos forçados de minorias, vítimas de violências e perseguições, o que representa um perigo para a liberdade religiosa. É o que revela o relatório anual do Departamento de Estado divulgado nesta segunda-feira, 28, em Washington.

“Em quase todos os cantos do globo, milhares de cristãos, muçulmanos e fiéis de outras religiões foram obrigados a abandonar as próprias casas devido à fé que professam”, afirma o documento, observando que “não obstante alguns exemplos positivos de solidariedade e de colaboração inter-religiosa, ainda existe um longo caminho a ser percorrido neste campo”.

Ao referir-se à repressão por parte de Governos, o recorde negativo continua a ser da Coréia do Norte, cujo regime proíbe qualquer atividade religiosa. Arábia Saudita, Irã e Sudão estão no rol dos países que impõe pesadas limitações às comunidades não afinadas com a religião do Estado, enquanto China, Cuba e Repúblicas do Cáucaso exercem um rígido controle sobre as atividades religiosas.

Na Eritréia, os membros de grupos religiosos não reconhecidos pelo regime arriscam sofrer pesadas sanções. De fato, em 2013, 1.200 pessoas foram presas por motivos religiosos. Também em Myanmar, não obstante a abertura democrática do governo, as violências contra a minoria muçulmana provocaram centenas de mortos e obrigaram 12 mil pessoas a fugir da cidade de Meikttila.

Na Nigéria, cresce vertiginosamente a intolerância e a violência por parte de movimentos extremistas, em particular, o Boko Haram. Também dramática a situação em várias áreas de conflito como a República Centro Africana, onde os confrontos entre os milicianos do Seleka e do anti-Balaka provocaram mais de 700 mortos entre cristãos e muçulmanos somente no mês de dezembro. Na Síria e em todo o Oriente Médio a presença cristã está diminuindo sempre mais.

No Sri Lanka, as minorias religiosas sofrem contínuas violências por parte de nacionalistas budistas, enquanto em Bangladesh aumentam os ataques dos fundamentalistas muçulmanos contra lugares de culto, em particular hinduístas. Já na Índia, prosseguiram em 2013 os conflitos sectários entre muçulmanos e hinduístas.

A Rússia usa a lei contra o extremismo para restringir a liberdade religiosa das minorias, enquanto em diversos países da União Européia, entre os quais o Reino Unido, a França, a Alemanha e a Itália, preocupa o crescimento do anti-semitismo e racismo, como indicam os vários fóruns na web e os episódios de violência verbal nos estádios de futebol.

Relações de paz: em meio a conflitos, diplomacia vaticana entra em ação


 A Secretaria de Estado enviou às embaixadas acreditadas junto à Santa Sé uma “Nota” contendo os recentes apelos em prol do Oriente Médio feitos pelo Papa Francisco em suas alocuções dominicais.

A propósito, a Rádio Vaticano entrevistou o Secretário das Relações com os Estados, Dom Dominique Mamberti, que fala do trabalho da Santa Sé em meio a conflitos, em especial no Iraque:

Dom Mamberti:- A Santa Sé atua em vários níveis. Antes de tudo, o próprio Santo Padre manifestou em inúmeras ocasiões e de modo comovido sua proximidade às comunidades cristãs, em especial às famílias de Mosul, convidando todos a rezarem por elas. Pessoalmente, expressei minha solidariedade a alguns líderes religiosos, entre os quais o Patriarca de Babilônia dos Caldeus e o Patriarca de Antioquia dos Sírios, encorajando pastores e fiéis a serem fortes na esperança. Enviei também uma ajuda econômica às famílias por meio do Pontifício Conselho Cor Unum, para ir ao encontro das necessidades humanitárias. Da nossa parte, portanto, a Secretaria de Estado, através de seus canais diplomáticos, continua a estimular a atenção das autoridades internacionais e dos governos para o destino desses nossos irmãos. Esta semana, segunda e terça-feira, foi enviada uma nota a todas as embaixadas acreditadas junto à Santa Sé com o texto dos últimos apelos do Santo Padre concernentes à situação do Oriente Médio de modo geral, com o pedido de que a mensagem seja repassada para os respectivos governos. Os nossos votos são de que a comunidade internacional se preocupe seriamente com a questão, já que estão em jogo princípios fundamentais da dignidade humana, o respeito dos direitos de cada pessoa, por uma convivência pacífica e harmoniosa dos indivíduos e dos povos.

Quanto à crise entre israelenses e palestinos, Dom Mamberti define a situação “trágica e muito triste”, com o risco de habituar-se ao conflito e de considerá-lo inevitável.

“O Santo Padre dirigiu inúmeros apelos a continuar a rezar, invocando o dom da paz e acolhendo o chamado que vem de Deus a romper a espiral de ódio e de violência que afasta a paz. Gostaria de reiterar aqui o convite do Papa aos líderes locais e internacionais a não pouparem qualquer esforço para fazer cessar toda hostilidade e obter a paz desejada para o bem de todos. Como diz o próprio Papa Francisco, é preciso mais coragem para fazer a paz do que para fazer a guerra.”



Prêmio Nobel de Medicina: não há explicação para os milagres de Lourdes


"A Fonte da Água Milagrosa de Lourdes"

Um dos pontos em que se pretende jogar a ciência contra a religião é a problemática do milagre.

E o caso de Lourdes é o que deixa mais perplexa a uma certa ciência eivada de preconceitos anti-religiosos e/ou anti-católicos.

Um Prêmio Nobel de Medicina, descobridor do vírus do HIV, causador da AIDS, ele próprio agnóstico, foi a Lourdes, participou de um encontro científico sobre os milagres atribuídos à "água milagrosa", e ficou sem o que dizer.

Ele reconheceu que a ciência não tem meios de explicar os milagres lá cientificamente constatados após longa discussão e análise.

Mas, não dá o braço a torcer. Sobre o caso, reproduzimos a seguir um post extraído do blog "Lourdes e suas aparições":

O bacteriólogo Luc Montagnier, Prêmio Nobel de Medicina de 2008, participou no primeiro colóquio científico internacional organizado pelo Santuário de Lourdes nos dias 8 e 9 de junho de 2012, segundo informou o jornal “La Croix” de Paris.

Entrevistado naquela ocasião por “La Croix”, o biólogo que é agnóstico declarado, reconheceu que nos milagres de Lourdes “existe algo inexplicável”.


A guisa de esclarecimento do que ele não consegue explicar, disse: “pode se imaginar que as doenças podem ser curadas de uma forma diversa da que a medicina conhece no momento presente”.

Essa forma que a medicina não compreende e que maravilha aos estudiosos é o que se chama “milagre”. Mas, o agnóstico professor pena a tirar esta última consequência, entretanto, tão sensata, até linguisticamente.

Não é o primeiro cientista que tenta achar alguma causa material. Neste blog temos citado muitos deles que analisaram a água em épocas diversas e de pontos de vista diferentes.

Montagnier veio assim a atualizar as investigações físico-químicas sobre a “água milagrosa” de Lourdes, acrescentando sua grande autoridade em virologia.

O Prêmio Nobel reconheceu na entrevista que a medicina não tem dados para explicar os milagres de Lourdes. 


Ele disse: “alguns fenômenos inexplicáveis podem acontecer. Doentes que estavam desenganados passam a viver muitos anos. Eu não tenho explicação neste momento”.

O cientista ficou surpreso constatando a ausência de elementos científicos que expliquem essas curas que entretanto são — eis o paradoxo — cientificamente verificadas: “no entanto sabemos muito pouco. As recuperações milagrosas de Lourdes são muito raras, mas são reconhecidas”.

“Eu tento achar explicações racionais para toda cura e eu sei que tal vez não conseguirei. Há coisas que permanecem sem explicação até o dia de hoje e tal vez serão explicáveis”, pela ciência, obviamente, acrescentou Montagnier.

Montagnier afirma não excluir nada, diferentemente de outros colegas seus.

Mas, tenta acenar com alguma causa nas propriedades do elemento água: “através de estudos com alguns colegas, deparei-me com o fato de a água possuir algumas propriedades extraordinárias (…) tal vez também a de Lourdes.


“Neste momento, não disponho de dados específicos, mas sei que a água pode manter estruturas que ficarão impressas no DNA e pode transferir a informação genética. Tentarei adaptar os meus conhecimentos com o fenômeno de Lourdes”.

Sendo assim, por quê a água de outros mananciais, tão natural como a de Lourdes, não faz “milagres” análogos aos que a ciência constatou em Lourdes?

Não cabe à ciência declarar que tal cura foi ou não “milagrosa”. Isso é tarefa da autoridade eclesiástica, portanto tarefa religiosa.


Mas a ciência age em seu campo reconhecendo, ou não, se tal cura se explica, ou não, segundo os conhecimentos e procedimentos científicos aceitos. E o egrégio Prêmio Nobel acabou reconhecendo a inexplicabilidade das curas da “água milagrosa” de Lourdes.

A água de Lourdes é água natural potável e boa. E mais nada. A causa dos milagres é a graça divina. E Deus quis dispensar graças de cura por meio da intercessão de Nossa Senhora e da água natural da Gruta de Lourdes.


Ele enviou sua Mãe Santíssima que apareceu a Santa Bernadette. E Nossa Senhora mandou beber e se lavar com a água da Gruta, em sinal de penitência, submissão, reconhecimento e louvor da Imaculada Conceição.

Trata-se da fonte que flui na Gruta das Aparições (video embaixo), que a própria Santa Bernadette Soubirous encontrou escavando a terra, seguindo as orientações da Santíssima Virgem Maria.


Por sinal, a água da gruta não é o único instrumento das curas em Lourdes.

Dos 69 milagres canonicamente reconhecidos, 48 estão diretamente relacionados com a água de Lourdes.

Mas, os outros 21 aconteceram em outras circunstâncias, notadamente durante a Bênção do Santíssimo aos doentes na basílica, ou no pátio, do Santuário.






29 de julho de 2014

Pequim: seminaristas recusam entrega dos diplomas: Não celebramos Missa com os bispos ilícitos


Os seminaristas de Pequim desertaram da cerimônia de entrega dos diplomas prevista para o final de junho, recusando-se a participar da Missa presidida por bispos ilícitos ou envolvidos nas ordenações ilícitas dos últimos anos. A agência de notícias Asia News transmitiu a notícia, explicando também que o seminário nacional da capital da China tentou primeiro mediar com os estudantes mas depois foi obrigado a cancelar a cerimônia.

Quem iria celebrar a Missa de encerramento, em um primeiro momento, era o bispo ilícito Joseph Ma Yinglin, reitor do seminário desde 2010 e ordenado bispo de Kunming em 2006 sem a aprovação do Papa e, em seguida, excomungado pela Santa Sé.
Após os primeiros protestos – relata a agência – a direção do seminário propôs o Bispo John fang Xingyao, membro da direção do seminário e presidente da Associação Patriótica, a mesma que Bento XVI chamou de "incompatível" com a fé católica em sua Carta aos católicos chineses do 2007.
O bispo dirige a diocese de Linyi, e foi ordenado bispo em 1997, com a aprovação do Vaticano, mas como tempo aproximou-se cada vez mais do governo.
Também a proposta a Fang Xingyao, portanto, foi rejeitada pelos seminaristas, que enfatizaram como ele participou de várias ordenações episcopais ilícitas. No fim das contas, os dois bispos não compareceram na cerimônia do dia 29 de junho, mas também nem sequer concederam os diplomas aos seminaristas. E, de acordo com alguns rumores, também será suspenso alguns cursos avançados para os sacerdotes, religiosos e religiosas programados para o início de setembro. (T.S)


Filho do fundador do Hamas se converte ao cristianismo e faz duras críticas ao Alcorão

Filho do fundador do Hamas, se converte ao cristianismo e faz duras críticas ao Alcorão!

Dom de línguas: a posição de São Tomás de Aquino, que é a doutrina católica sobre o assunto.


Quando se trata das sublimes verdades da Revelação Divina, é preciso recorrer, por prudência, aos magistrais ensinamentos dos doutores da Igreja, especialmente à sabedoria angélica de Santo Tomás.

A explicação do Aquinate sobre o dom de línguas dissolve as dúvidas e estabelece as bases para distinguir o verdadeiro fenômeno sobrenatural da glossolalia dos pseudo-carismas, vulgarizados nos círculos delirantes da Renovação Carismática.

Comentando o Capítulo XIV da primeira carta de São Paulo aos Coríntios, Santo Tomás escreveu:

“Quanto ao dom de línguas, devemos saber que como na Igreja primitiva eram poucos os consagrados para pregar ao mundo a Fé em Cristo, a fim de que mais facilmente e a muitos se anunciasse a palavra de Deus, o Senhor lhes deu o dom de línguas” (S. Tomas de Aquino, comentário à primeira Epístola aos Coríntios, Tomo II, p. 178).

Esse ensino é comum a todos os doutores que comentaram o referido trecho da carta de São Paulo.

O dom de línguas, largamente concedido aos cristãos do primeiro século da
Igreja, destinava-se a facilitar o anúncio do Evangelho que precisava ser difundido a todos os povos de todas as línguas existentes. Entretanto, como observa o Aquinate, os Coríntios desvirtuaram o verdadeiro sentido desse dom:

“Porém, os coríntios, que eram de indiscreta curiosidade, prefeririam esse dom ao dom da profecia. E aqui, por ‘falar em línguas o Apóstolo entende que em língua desconhecida e não explicada: como se alguém falasse em língua teutônica a um galês, sem explicá-la; esse tal fala em línguas. E também é falar em línguas o falar de visões tão somente, sem explicá-las, de modo que toda locução não entendida, não explicada, qualquer que seja, é propriamente falar em língua” (S. Tomas de Aquino, comentário à primeira Epístola aos Coríntios, Tomo II, p. 178-179).
   
Segundo a exposição do ilustre doutor angélico, o falar em línguas pode ser entendido de dois modos:

1) falar em língua desconhecida, porém existente, como sucedeu em Pentecostes, quando São Pedro falou em sua língua e cada um dos presentes entendeu na sua língua pátria.    

2) pregação ou oração sobre visões ou símbolos.

Essa doutrina é confirmada pelo Aquinate:

“Suponhamos que eu vá até vós falando em línguas (I Cor 14,6). O qual pode entender-se de duas maneiras, isto é, ou em línguas desconhecidas, ou a letra com qualquer símbolos desconhecidos” (S. Tomas de Aquino, comentário à primeira Epístola aos Coríntios, Tomo II, p. 173).

Por sua clareza inconfundível, a primeira forma de falar em línguas dispensa comentários, visto que consiste em falar, miraculosamente, uma língua existente sem nunca tê-la estudado.      

Consideremos, portanto, o segundo modo, que consiste numa simples predicação com linguagem pouco clara, como acontece quando se fala sobre símbolos ou visões em forma de parábolas.

Esclarece São Tomás:

“[...] se se fala em línguas, ou seja, sobre visões, sonhos [...] (S. Tomas de Aquino, comentário à primeira Epístola aos Coríntios, Tomo II, p. 208).

Continua:

[lhes falarei] “‘Em línguas estranhas’, isto é, lhes falarei obscura e em forma de parábolas [...] por figuras e com lábios [...]” (S. Tomas de Aquino, comentário à primeira Epístola aos Coríntios, Tomo II, p. 200).

Segundo a doutrina puríssima de Santo Tomás, quem usa de símbolos nos exercícios espirituais, lucra o mérito da prática de um ato de piedade. Mas, se compreende racionalmente os símbolos que profere durante a ação, lucra, além do mérito da boa obra, o fruto da compreensão intelectual de uma verdade espiritual.  

Quando alguém reza a oração do Pai Nosso sem compreender o profundo significado das petições que pronuncia, ganha o mérito da boa ação de rezar. Mas, aquele que reza compreendendo o sentido do que diz, lucra duplamente, isto é, o mérito da ação e o mérito da compreensão de uma verdade espiritual. Por esta razão São Paulo exorta aos que “falam em línguas” (no sentido de usar símbolos em seus atos de piedade) para que peçam o dom de interpretá-las, isto é, de compreender aquilo que diz de modo simbólico, a fim de lucrarem juntamente com a boa ação, o entendimento daquilo que piedosamente executam.  

Quanto ao uso público dessas línguas estranhas, o Apóstolo estabelece que não se as use quando não houver intérprete para explicar os símbolos para os que não conseguem atingir sua clara compreensão.

Em seus comentários sobre o versículo em que São Paulo adverte para que, durante o culto público, não se fale em línguas mais que dois ou três, São Tomás ensina que a leitura da Epístola e do Evangelho na Missa, são formas de falar em línguas que a Igreja manteve do período apostólico, fato diametralmente oposto ao que ocorre nas histerias pentecostais.


Hoje a Igreja celebra a memória de Santa Marta

Santa Marta e seus irmãos, Maria e Lázaro, eram vários dos seguidores de Jesus e a quem o Senhor tinha especial afeto e carinho. No lar da Marta, Maria e Lázaro, sempre havia um quarto preparado e bem arrumado para receber o Divino Mestre, qualquer dia e na hora em que chegasse.

Famosa se tem feito a cena que aconteceu um dia em que Jesus chegou a Betânia com seus 12 apóstolos. Marta corria de lá para cá preparando os mantimentos, arrumando os quartos, levando refrescos para os sedentos viajantes. Jesus como sempre, aproveitando aqueles instantes de descanso, dedicou-se a dar sábias instruções a seus discípulos. Ele estava sentado e outros, muito atentos, sentados no chão escutavam. Ali, em meio de todos eles, sentada também no chão estava Maria, a irmã da Marta, extasiada, ouvindo tão formidáveis ensinos.

De repente Marta se detém um pouco em suas tarefas e aproximando-se de Jesus lhe diz com toda confiança: "Senhor, que lhe parece que minha irmã tenha me deixado só com todo o trabalho da casa? Por que não lhe diz que me ajude um pouco nesta tarefa?".

Jesus com um suave sorriso e tom bondoso lhe responde: "Marta, Marta, trabalhas em excesso e se preocupa por muitas coisas. Só uma coisa é necessária. María escolheu a melhor parte, a que não lhe será tirada". Marta entendeu a lição e arregaçando o avental, sentou-se também ali no chão para escutar as divinas instruções do Salvador. Agora sabia que todos os afãs materiais não valem tanto como escutar os ensinos que vêm do céu e aprender a conseguir a eterna salvação.


Missas em Sta.Marta permitiram a “despapolatrização” – a opinião de José Carlos Carvalho, biblista português


Esta semana é mais uma das várias semanas deste verão em que as Missas em Santa Marta com o Papa Francisco estão suspensas. Serão retomadas no dia 1 de setembro, segunda-feira. Neste tempo, em que já vamos sentindo a falta deste momento de celebração eucarística, de comunhão e comunicação com o Santo Padre, podemos formular algumas reflexões sobre esta novidade do pontificado do Papa Francisco. Assim, pedimos a opinião do biblista português, José Carlos Carvalho que considerou que as Missas em Santa Marta permitiram a “despapolatrização”. Este professor da Universidade Católica Portuguesa considera que o Papa nas suas homilias em Santa Marta conversa como “um pastor que vive no meio do seu rebanho”. E isso ajuda a “desabsolutizar” e a “despapolatrizar” a figura papal, apresentando uma nova maneira que só por si já “é uma graça”. Ouçamos as declarações deste teólogo e biblista português, José Carlos Carvalho:

“ O Papa Francisco não vai conseguir mudar tudo, mas se deixar um estilo, uma marca, uma nova maneira de estar, só por isso já valeu a pena, já foi uma graça… O Papa fala num estilo muito mais coloquial, parece que o Papa se tornou um pároco… Mas qual é para mim a grande vantagem disso: é que falar assim em Santa Marta ajuda à despapolatrização dessa figura. Porque havia, sobretudo com João Paulo II, um processo de papolatria e de endeusamento que já lá vem desde o final do século XIX, evidentemente, com toda uma tradição monárquica, feudal por trás. 
“E, por isso, Santa Marta ajuda a ver que estamos diante de um pastor, que vive no meio do seu rebanho, não no seu trono lá em cima e, só por isso, é uma marca que torna a vida da Igreja muito mais simples e que ajuda a desabsolutizar. É a tal despapolatrização! 
“Porque o Papa foi, de algum modo também uma figura idolatrada, não apenas pelos mass media mas inclusivé dentro da própria Igreja. E Santa Marta vem ajudar a ver que esta figura afinal não é desumana, nem sobre-humana, nem anti-humana, continua a ser humana. Aquilo que o Papa chama muitas vezes: ‘nós somos normais’, não é!? E o Papa como pastor não tem outra missão senão falar também para o seu rebanho no meio do seu rebanho. Não acima do seu rebanho, como se não tivesse nada a ver com ele. E também a conversar que é o que é a homilia… A homilia como diz a etimologia original no grego é uma conversa, é um comentário. E nesse sentido eu penso que Santa Marta ajuda a desmistificar um pouco a desconstruir um pouco uma imagem que foi criada, que dá muito jeito aos mass media e à qual a própria Igreja se encostou durante séculos.”
“Só por criar uma nova imagem, um novo estilo, só por isso vale a pena!” 


“A CPLP é uma das janelas de liberdade para Portugal”


“A CPLP é uma das janelas de liberdade para Portugal”. A opinião é do prof Adriano Moreira (foto), que na década de 60 fundou o Movimento das Comunidades de Cultura Portuguesa que deu origem à CPLP.

Para o catedrático português, um dos inspiradores da lusofonia, é fundamental que a CPLP não perca a sua identidade e faça apostas fortes na defesa da língua comum, no mar, na criação da plataforma continental e numa cooperação que aprofunde os valores e tradições dos países que a compõem.

Em entrevista à RTP/AFRICA, o prof. Adriano Moreira não aprofunda a questão da entrada da Guiné-Equatorial na CPLP porque não conhece os seus fundamentos, mas sublinha que esta organização agora alargada a nove países, poderá ter um papel preponderante na democratização da Guiné-Equatorial.




ONU pede cessar-fogo sem condições na Faixa de Gaza

O Conselho de Segurança das Nações Unidas adoptou na última noite uma declaração unânime na qual pede um "cessar-fogo humanitário imediato e sem condições" em Gaza. Já no domingo à noite o presidente Obama havia falado com Netanyahu definindo a trégua um "imperativo" e pedindo a desmilitarização da Faixa de Gaza. São bem mais de 1.031 os palestinianos mortos por fogo israelita na Faixa de Gaza. E mais de 6.000 os feridos.



Adesão da Guiné Equatorial à CPLP provoca polémica em Portugal. Frei Fernando Ventura: “é tempo de os homens-bons se levantarem e falarem”


A Plataforma Portuguesa das Organizações Não Governamentais para o Desenvolvimento anunciou em Lisboa a suspensão das funções de observadora consultiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, na sequência da adesão da Guiné Equatorial.
Em carta dirigida ao secretário executivo da CPLP - Murade Murargy, com conhecimento do secretário de Estado da Cooperação portuguesa, dos embaixadores dos Estados-
membros e dos restantes observadores consultivos da lusofonia, a Plataforma comunica ainda que, na próxima assembleia geral, "será levada a votação a proposta de exclusão definitiva como observadora consultiva" da organização lusófona.

Uma posição critica das Organizações Não Governamentais que consideram que "A CPLP não é - nem pode converter-se - num clube de negócios, em que os interesses estritamente económicos de uma elite se sobrepõem aos direitos humanos e à dignidade de muitos”. De Lisboa, Domingos Pinto.

A entrada da Guiné Equatorial na CPLP foi também comentada e refletida pelos bispos lusofonos reunidos em Luanda, Angola num encontro que terminou ontem segunda-feira dia 28. Uma das primeiras reações foi a do Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente que aqui demos em primeira mão e que agora recordamos:

Na linha desta reação de D. Manuel Clemente, Frei Fernando Ventura, biblista capuchinho que tem vindo a colaborar com a nossa redação em várias ocasiões, formulou um comentário no qual, referindo-se aos bispos lusófonos, afirmou que “este é o tempo para que os homens-bons se levantem e reajam...” Ouçamos as suas declarações:

A adesão da Guiné Equatorial à CPLP continua a provocar polémica em Portugal.


Papa Francisco no Sri Lanka e Filipinas, de 12 a 19 de janeiro 2015. Antes, em agosto, a Coreia


No próximo mês de Janeiro, acolhendo o convite das autoridades civis e dos Bispos, o Santo Padre realizará uma viagem apostólica ao Sri Lanka, de 12 a 15, e às Filipinas, de 15 a 19 de 2015. A notícia foi hoje oficialmente divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé, que anunciou que o respectivo programa será proximamente anunciado.

Note-se que se tratará da segunda viagem asiática do Papa Francisco, após a que vai ter lugar já daqui a duas semanas, de 13 a 18 de agosto, à Coreia. Sobre esta que será a sua terceira viagem internacional (depois das que realizou ao Brasil, em julho de 2013, e à Terra Santa, em maio passado), P. Federico Lombardi presidirá a uma conferência de imprensa, na quinta-feira da próxima semana, 7 de agosto, às 11.30, ilustrando o programa da visita.


Papa em Caserta aos evangélicos pentecostais: o Espírito Santo faz a diversidade mas também a unidade

O Espírito Santo faz a diversidade, mas faz também a unidade na Igreja – esta a mensagem principal do Papa Francisco durante o encontro nesta segunda-feira, dia 28, na "Igreja Pentecostal da Reconciliação" em Caserta, sul da Itália, aonde foi encontrar o Pastor Giovanni Traettino, seu amigo dos tempos de Buenos Aires e que, como ele, há muitos anos trabalha em prol do ecumenismo.
Participaram do encontro cerca de 200 pessoas, na sua maioria pentecostais oriundos, principalmente, da Itália, dos EUA e da Argentina. Foi um encontro muito belo e familiar, entre o Papa Francisco e o seu amigo Pastor reunido com a sua comunidade. Comovido, Traettino saudou o Papa por entre os aplausos afetuosos dos presentes:

"Caríssimo Papa Francisco, meu amado irmão, é grande a nossa alegria por esta sua visita: uma grande e inesperada graça, impensável até há pouco tempo atrás. E poderá ver isso nos olhos das crianças, dos idosos, dos jovens e das famílias. Nós gostamos de si! (aplausos)”

“E deve saber uma coisa: também entre nós, evangélicos, temos muito afeto pela sua pessoa (aplausos) e muitos de nós, todos os dias, rezamos por si. Aliás, é muito fácil gostar de si.”

“Muitos de nós até acreditam que a sua eleição a Bispo de Roma tenha sido obra do Espírito Santo (aplausos)."

O Pastor Traettino, que no dia 1 de junho passado participou no encontro do Papa com a Renovação Carismática no Estádio Olímpico de Roma, recordou o esforço do Santo Padre ao ir pela segunda vez a Caserta e afirmou:

"Com homens como o senhor há esperança para nós cristãos!" Em seguida, falou da unidade da Igreja fundada em Jesus Cristo. Disse que o centro da nossa vida é estar na presença de Jesus e que a fé é um encontro pessoal com Ele. Por sua vez, o Papa falou da diversidade que não é divisão e recordou quem é que faz a unidade na Igreja:

"O Espírito Santo faz a diversidade na Igreja e essa diversidade é tão rica, muito bonita; mas, depois, o próprio Espírito Santo faz a unidade. E assim a Igreja é una na diversidade. E para usar uma palavra bela de um evangélico, que amo muito, é uma diversidade reconciliada pelo Espírito Santo."


A unidade – observou ainda o Papa – não é uniformidade, porque "o Espírito Santo faz duas coisas: faz a diversidade dos carismas, e depois faz a harmonia dos carismas".

O ecumenismo é justamente buscar que "essa diversidade seja mais harmonizada pelo Espírito Santo e se torne unidade".

O Santo Padre pediu perdão, como pastor dos católicos, pelas leis emanadas no passado contra os protestantes e de seguida, respondeu aos que ficaram surpresos pelo facto de o Papa ter ido visitar pentecostais dizendo-lhes que foi encontrar os irmãos:


"Alguém estará surpreso: 'O Papa foi visitar evangélicos!' Foi encontrar os irmãos! (aplausos). Agradeço-vos muito e peço que rezem por mim, preciso muito...para que, pelo menos, seja menos mau. Obrigado! (aplausos).


Falecido o Cardeal Marchisano. Quarta-feira as exéquias

“Uma vida gasta em generosa adesão à sua própria vocação, como sacerdote e bispo solícito pelas necessidades dos fiéis e sensível ao mundo da arte e da cultura”: é nestes termos que o Papa Francisco se refere ao cardeal Francesco Marchisano, num telegrama de pêsames enviado ao arcebispo de Turim, região de origem do purpurado ontem falecido, em Roma, com 85 anos de idade.

A mensagem do Papa recorda que o cardeal Marchisano colaborou dedicadamente na Sé Apostólica, especialmente na Congregação para a Educação Católica e como Arcipreste da Basílica de São Pedro. Criado cardeal por João Paulo II, em 2003, o purpurado defunto foi também Presidente da Comissão para os Bens Culturais da Igreja e da Comissão Pontifícia de Arte Sacra.

As exéquias terão lugar quarta-feira, 30 de julho, às 8 horas, no altar da cátedra da basílica de São Pedro, presididas pelo cardeal Angelo Sodano, Decano do Colégio Cardinalício. No final da celebração, será o Papa Francisco a presidir ao rito da Encomendação e da bênção conclusiva.
Com o falecimento do cardeal Marchisano, o Colégio Cardinalício conta agora com 212 Cardeais, 118 dos quais eleitores e 94 não eleitores.




Custódio da Terra Santa, P.Pizzaballa alerta para drama humanitário que se vive em Gaza


Sobre a emergência humanitária que está a ter lugar em Gaza, a RV (Roberta Barbi) contactou o Custódio da Terra Santa, em Jerusalém, padre Pizzaballa.

Do ponto de vista humanitário, a situação continua trágica. Não serão duas ou três horas, ou algumas horas, que poderão resolver os problemas que esta violência desencadeou. É, no entanto, uma lufada de ar fresco, um momento de respiro e de pausa necessário pelo menos para se dar conta, com a máxima serenidade possível nestas circunstâncias, da situação e do que se deve fazer.
Na cimeira de hoje em Paris, Kerry espera "reduzir a diferença", que se criou entre as duas partes. Vós, o que pedis à comunidade internacional?

A comunidade internacional deve ser muito forte, e fazer pressão sobre as partes para que parem com a violência, tanto por parte do Hamas, como com as retaliações por parte de Israel, e que se torne a negociar. Dou-me conta que assim parece que estou a falar de coisas muito distantes da realidade, mas é a única coisa que se pode fazer.

Por estes dias fala-se muito das perseguições dos cristãos no Iraque, recordadas também pelo Papa. Na Terra Santa como vive esta crise a comunidade local?

Digamos que a situação da perseguição dos cristãos aqui na Terra Santa - tanto na Cisjordânia, como em Gaza e Israel - não existe. Neste momento a emergência é o conflito israelo-palestiniano, que absorve todas as energias.

Os bispos da Terra Santa convidam a rezar para a retomada das negociações e testemunham a existência de vozes para a paz de ambas as partes. É ainda possível a solução dos dois Estados?
Tecnicamente, cada qual tem o direito de se perguntar se ainda é possível, mas devemos acreditar, porque todos têm o direito de ter uma casa, um emprego, uma pátria, e isto não pode ser negado a ninguém.
E por isso deve-se trabalhar, apesar de todas as dificuldades e limitações, deve-se trabalhar para esta solução.


Papa em Caserta: esperança em Jesus, acolher excluídos, defender a legalidade, tutelar o ambiente

“Não deixeis que vos roubem a esperança!” Foi com este apelo que o Papa Francisco concluiu a homilia perante a multidão de milhares de fieis que em Caserta o esperaram durante horas, para o saudar e acolher a sua mensagem.

A todos o Papa disse que a esperança é Jesus e é Ele o tesouro que transforma a existência dos homens quando o encontram.

A homilia do Santo Padre centrou-se no Evangelho em que Jesus conta duas parábolas, com referência à vida quotidiana das pessoas daquele tempo: a parábola do tesouro escondido no campo e a da pérola de grande valor. Em ambos os casos – fez notar o Papa Francisco - um mesmo sentimento: surpresa e alegria por encontrar a satisfação plena de todos os desejos quando descobrimos na nossa vida a proximidade e a presença de Jesus:

“Uma presença que transforma a existência e nos torna abertos às exigências dos irmãos; uma presença que nos convida a acolher cada presença, também aquela do estrangeiro e do migrante.”

Quando encontramos Jesus ficamos fascinados, conquistados e deixa-se com alegria o normal modo de viver “para abraçar o Evangelho, para nos deixarmos guiar pela lógica nova do amor e do serviço humilde e desinteressado” – afirmou o Santo Padre que, contudo, advertiu que, para termos o Reinos dos Céus, não basta entusiasmo, é preciso colocar Deus em primeiro lugar:

“Dar o primado a Deus significa ter a coragem de dizer não ao mal, não à violência, para viver uma vida de serviço aos outros e em favor da legalidade e do bem comum.”

“Quem se torna amigo de Deus, ama os irmãos, empenha-se a salvaguardar a sua vida e a sua saúde respeitando o ambiente e a natureza. Eu sei que vós sofreis por estas coisas. Mas eu não posso dar-vos a esperança. Mas eu posso dizer-vos: onde está Jesus está a esperança, onde está Jesus ama-se os irmãos, empenhamo-nos a salvaguardar a sua vida, a sua saúde, também respeitando o ambiente e a natureza. É esta a esperança que nunca desilude.”

Na conclusão da sua homilia o Papa Francisco referiu-se à Padroeira de Caserta Santa Ana que neste sábado se festejava, e referiu gostar de lhe chamar “avó” pois sendo mãe de Maria foi ela que preparou a sua filha para ser Rainha dos Céus e da Terra.
O Santo Padre apelou a todos para viverem na fraternidade e na solidariedade “com esperança” pois “a esperança nunca desilude” E repetiu a expressão que tanto gosta de dizer: não deixeis que vos roubem a esperança.” (RS)


Papa Francisco almoçou na cantina do Vaticano


Visita surpresa nesta sexta-feira à hora do almoço na cantina do Vaticano: o Papa Francisco almoçou com os funcionários da Santa Sé. O Papa apresentou-se como um normal trabalhador fazendo a fila para o almoço.
Perante a surpresa geral, o nosso colega da Rádio Vaticano Sérgio Centofanti recolheu o depoimento do cozinheiro-chef da cantina que referiu que o Papa “se apresentou como o mais humilde dos operários fazendo a fila com o seu tabuleiro e nós servimo-lo.
Comeu massa e pescada. Esteve muito bem e circundado da sua grande família.”
Ainda muito emocionado, este cozinheiro vaticano expressou a sua surpresa dizendo que “não esperava tal coisa. Foi uma das maiores satisfações que me pudessem acontecer.”


Patriarca de Lisboa: respeito pelos direitos humanos na Guiné Equatorial

Patriarca de Lisboa defende respeito pelos direitos humanos na Guiné Equatorial. Uma posição assumida em declarações à Rádio Renascença a partir de Luanda, onde participa numa reunião de bispos lusófonos. D. Manuel Clemente assume desconhecer o que, politicamente, levou a aceitar a entrada da Guiné Equatorial na CPLP, mas manifesta a esperança de que a decisão possa servir para reforçar o respeito pelos direitos humanos nesse país e em todos os outros que já integram a Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa.

A adesão da Guiné-Equatorial acabou por ser a principal decisão da décima cimeira da CPLP que ontem terminou em Díli, uma decisão difícil para Portugal que exigiu a inclusão no texto final de uma cláusula para que a pena de morte naquele país de língua espanhola não volte a ser aplicada até à sua completa abolição.

Guiné-Equatorial é o nono membro da CPLP. Segundo a tradição, foi descoberta pelo navegador e explorador português Fernando Pó que, provavelmente em 1472, chegou às ilhas do Golfo da Guiné.


Papel transformador do Evangelho na sociedade à luz da Evangelii Gaudium nas preocupações dos bispos da CPLP, em Luanda


Já decorre em Luanda a Capital angolana a décima primeira reunião dos bispos da Lusofonia, o papel transformador do Evangelho na sociedade à Luz da Encíclica do Papa Francisco domina o encontro.

BRASIL - Durante a eucaristia de abertura que teve lugar na Paróquia de São Paulo nesta segunda-feira (21 de Julho), Dom Raimundo Cardeal Damasceno de Assis, arcebispo da Aparecida/Brasil explicou que a encíclica do Santo Padre é uma carta programática cujo conteúdo deve ser aprofundado pela Igreja com as diversas experiências pastorais.

ANGOLA - O presidente da Conferência Episcopal de Angola e são Tomé (CEAST), Dom Gabriel Mbilingui no discursou de abertura, apontou três acontecimentos eclesiais que ocorreram nos últimos dois anos, que para ele constituíram sinais dos tempos que vão influenciar maiores frutos na evangelização, dentre eles, está a resignação do agora Papa emérito, Bento XVI.

SÃO TOMÉ E PRINCIPE - E o bispo de São Tomé e príncipe Dom Manuel António defendeu a afirmação de fraternidade a partir de uma história comum e que segundo o prelado é expressão do próprio evangelho.

CABO–VERDE - E Dom Ildo Fortes, bispo de Cabo Verde, disse que há diversidades nas realidades das dioceses da Lusofonia, mas os desafios da pastoral são comuns.

MOÇAMBIQUE - E o Arcebispo de Maputo, Dom Francisco Chimoio referiu que Igreja em Moçambique muito tem feito, com vista a resolução dos problemas políticos que o seu país tem registado nos últimos tempos.

PORTUGAL - Já o Patriarca de Lisboa, Dom Manuel Clemente, que também está aqui em Luanda por ocasião do décimo primeiro encontro dos Bispos da Lusofonia, disse que olha para Angola com esperança, por ser um grande país. O Patriarca de Lisboa revelou igualmente que há muitos portugueses com vontade de imigrar para Angola.
GUINE-BISSAU - A Guiné-Bissau é um país da Lusofonia que, depois de mais de dois anos de impasse político, vive um momento de normalização constitucional, depois de o presidente e o novo governo terem entrado em funções. O Bispo da Guiné-bissau, Dom Lamprã Cá disse que a sua Igreja está preocupada com o pagamento irregular dos salários aos funcionários públicos, o que causou um mal-estar generalizado.

Eram os bispos da Comunidade de Países de Língua oficial Portuguesa (CPLP), que estão em Angola, no décimo primeiro encontro dos bispos da Lusofonia.



Peço-vos, com todo o coração: por favor, parem! É tempo de parar! - súplica do Papa, ao Angelus


Há que “fazer prevalecer sempre as razões da paz, através de um diálogo paciente e corajoso”, tendo presentes “as lições da história”. Que “no centro de cada decisão não se ponham os interesses particulares, mas sim o bem comum e o respeito por cada pessoa”: esta a advertência e a exortação do Papa Francisco, neste domingo ao meio-dia, na Praça de São Pedro, evocando, depois da reza do Angelus, os 100 anos da I Grande Guerra.

Ocorre amanhã o centésimo aniversário do deflagrar da I Guerra Mundial, que causou milhões de vítimas e imensas destruições. Esse conflito, que o Papa Bento XV definiu um “massacre inútil”, desembocou, ao fim de quatro anos, numa paz que resultou mais frágil. Amanhã será um dia de luto por esta trágico evento.
O Papa fez votos de que “não se repitam os erros do passado, mas se tenham presentes – isso sim – as lições da história, fazendo sempre prevalecer as razões da paz, mediante um diálogo paciente e corajoso”.

Neste contexto, o Santo Padre evocou “três áreas de crise”, bem atuais: Médio Oriente, Iraque e Ucrânia, pedindo que todos se unem à sua oração…
para que o Senhor conceda às populações e às Autoridades daquela zona a sabedoria e a força necessárias para prosseguir com determinação no caminho da paz, enfrentando todos os contrastes com a tenacidade do diálogo e das negociações e com a força da reconciliação.

Papa Francisco pediu “que no centro de todas as decisões se coloquem não os interesses particulares, mas o bem comum e o respeito por cada pessoa”.
Recordando, em palavras improvisadas, a tragédia especialmente vivida pelas crianças, mortas ou feridas, mutiladas, que não conseguem sorrir, suplicou:
Parem, por favor, parem! É tempo de parar!

Na breve catequese que precedeu a recitação do Angelus dominical, o Santo Padre comentou o Evangelho deste domingo, em que Jesus propõe as parábolas do tesouro escondido no campo e da pérola de grande valor. “Assim é o reino de Deus: quem o encontra não tem dúvidas, sente que é isso o que procurava, o que esperava e que corresponde às suas mais autêntica aspirações”.

E é mesmo assim: quem conhece Jesus, quem o encontra pessoalmente, fica fascinado, atraído por tanta bondade, tanta verdade, tanta beleza, e tudo isso numa grande humildade e simplicidade.
Foi o que aconteceu a todos os que ficaram profundamente tocados pela leitura do Evangelho e se converteram mesmo a Jesus. Como São Francisco, que já antes era cristão, mas só “à água de rosas”… Quando o Evangelho nos faz conhecer o Jesus verdadeiro, vivo, Ele fala-nos ao coração e transforma a nossa vida. E então deixa-se tudo… Tudo adquire sentido quando se encontra este tesouro que Jesus chama o Reino de Deus, isto é, Deus que reina na nossa vida; é amor, paz e alegria em cada homem e em todos os homens. E então transparece esta alegria nova…

A alegria de ter encontrado o tesouro do Reino de Deus transparece, vê-se. O cristão não pode manter escondida a sua fé, porque transparece em cada palavra, em cada gesto, mesmo nos mais simples e quotidianos.
A concluir este breve encontro dominical com os romanos e peregrinos congregados na Praça de São Pedro, o Papa saudou todos os presentes, entre os quais de incluía um grupo de escuteiros portugueses provenientes de Gavião.


16 de julho de 2014

Sugestões litúrgicas – Às equipes de música


1. Reunião… muito bem. Ensaio… ótimo. E a oração juntos? E a adoração juntos? Se não rezam juntos, um CD seria melhor…

2. Cantores: às vezes, o silêncio é o melhor canto.

3. Cantores: o improviso é uma arma que o diabo tenta enfiar na Missa: distrai, tira a paz, irrita, causa brigas e ainda fica feio.

4. Seria bom que os cantos tivessem alguma relação ou com o Tempo Litúrgico que se vive, ou com os textos da Liturgia da Palavra do dia ou com o momento que se está na Missa.

5. Há uma diferença razoável entre banda (show, animação, bota pra quebrar) e ministério de música (celebração, adoração, corações ao alto).

6. O canto final é a última mensagem da Igreja para aquele povo que foi à Missa. Não pode ser considerado um mero “canto de dispersão da assembléia”.

7. Nunca é demais lembrar algumas orientações do Santo Padre São Pio X:

a música sacra deve possuir, em grau eminente, as qualidades próprias da liturgia, e nomeadamente a santidade e a delicadeza das formas, donde resulta espontaneamente outra característica, a universalidade.

Deve ser santa, e por isso excluir todo o profano não só em si mesma, mas também no modo como é desempenhada pelos executantes.

Deve ser arte verdadeira, não sendo possível que, doutra forma, exerça no ânimo dos ouvintes aquela eficácia que a Igreja se propõe obter ao admitir na sua liturgia a arte dos sons. Mas seja, ao mesmo tempo, universal no sentido de que, embora seja permitido a cada nação admitir nas composições religiosas aquelas formas particulares, que em certo modo constituem o caráter específico da sua música própria, estas devem ser de tal maneira subordinadas aos caracteres gerais da música sacra que ninguém doutra nação, ao ouvi-las, sinta uma impressão desagradável.

Estas qualidades se encontram em grau sumo no canto gregoriano, que é por conseqüência o canto próprio da Igreja Romana, o único que ela herdou dos antigos Padres, que conservou cuidadosamente no decurso dos séculos em seus códigos litúrgicos e que, como seu, propõe diretamente aos fiéis, o qual estudos recentíssimos restituíram à sua integridade e pureza.

Por tais motivos, o canto gregoriano foi sempre considerado como o modelo supremo da música sacra, podendo com razão estabelecer-se a seguinte lei geral: uma composição religiosa será tanto mais sacra e litúrgica quanto mais se aproxima no andamento, inspiração e sabor da melodia gregoriana, e será tanto menos digna do templo quanto mais se afastar daquele modelo supremo. (Peço licença para interromper o Santo Padre e fazer uma sugestão: os monges de Abadia da Ressurreição em Ponta Grossa tem um vasto material de Canto Gregoriano em português, por que não utilizá-lo para depois introduzir os cantos em latim?)

O canto gregoriano deverá, pois, restabelecer-se amplamente nas funções do culto, sendo certo que uma função eclesiástica nada perde da sua solenidade, mesmo quando não é acompanhada senão da música gregoriana.

Procure-se nomeadamente restabelecer o canto gregoriano no uso do povo, para que os fiéis tomem de novo parte mais ativa nos ofícios litúrgicos, como se fazia antigamente.

A Igreja tem reconhecido e favorecido sempre o progresso das artes, admitindo ao serviço do culto o que o gênio encontrou de bom e belo através dos séculos, salvas sempre as leis litúrgicas. Por isso é que a música mais moderna é também admitida na Igreja, visto que apresenta composições de tal qualidade, seriedade e gravidade que não são de forma alguma indigna das funções litúrgicas.

Todavia, como a música moderna foi inventada principalmente para uso profano, deverá vigiar-se com maior cuidado por que as composições musicais de estilo moderno, que se admitem na Igreja, não tenham coisa alguma de profana, não tenham reminiscências de motivos teatrais, e não sejam compostas, mesmo nas suas formas externas, sobre o andamento das composições profanas. (S. Pio X. Motu próprio TRA LE SOLLICITUDE)

8. Sei que alguém poderia dizer: Mas esse negócio de canto gregoriano é de antes do Concílio, o Papa São Pio X é do início do século XX… Hoje, depois do Concílio as coisas tem que ser novas. Por isso: “A Igreja reconhece como canto próprio da liturgia romana o canto gregoriano; terá este, por isso, na acção litúrgica, em igualdade de circunstâncias, o primeiro lugar.” (Sacrossanctum Concilium, n. 116)

9. Penso ser bom recordar que profano aqui não quer dizer pecaminoso, mas fora do uso litúrgico. Dou um exemplo: Eu tenho tanto pra lhe falar, mas com palavras não sei dizer… Não é uma música pecaminosa, mas profana. Fala da beleza do amor humano e outros valores muito elevados, mas não serve para a liturgia, mesmo que se diga que se está cantando para Jesus…

9. Por isso Rock, Baião, Sertanejo Universitário, Samba e outros modos musicais não podem ser utilizados na liturgia. Então, os instrumentistas tomem muito cuidado para não darem um “ar” de rock ou outros estilos musicais as músicas litúrgicas. Especialmente aquelas mais tradicionais.

10. É certo que alguns pensam que a introdução de ritmos profanos na liturgia pode atrair mais pessoas para a Igreja, seria bom recordar aqui o nosso atual Papa: “Diria que uma Igreja que procura sobretudo ser atraente já estaria num caminho errado, porque a Igreja não trabalha para si, não trabalha para aumentar os próprios números e, assim, o próprio poder.” (Bento XVI em entrevista durante a viagem para a Inglaterra. 16 de setembro de 2010).

10. Não se trata de querer as Igrejas vazias. A Igreja deve ser diferente, e os seus cantos também. E é essa diferença (que não é esquisitice) que atrai.

11. Termino com um pensamento otimista: O NOSSO POVO É CAPAZ. Não nivelemos por baixo! Não tratemos o nosso povo como pessoas ignorantes! Ensinemos com paciência, constantemente, e veremos ressurgir o que se destruiu por falta de compreensão do que ensina a Igreja.



Por: Padre Antonio Paes Júnior.

Instrução sobre a aplicação da Carta Apostólica Motu Proprio Summorum Pontificum de S.S. o Papa Bento XVI


I. Introdução


1. A Carta Apostólica Summorum Pontificum Motu Proprio data do Soberano Pontífice Bento XVI, de 7 de julho de 2007, e em vigor a partir de 14 de setembro de 2007, fez mais acessível à Igreja universal a riqueza da Liturgia Romana.

2. Com o sobredito Motu Proprio o Sumo Pontífice Bento XVI promulgou uma lei universal para a Igreja com a intenção de dar uma nova regulamentação acerca do uso da Liturgia Romana em vigor no ano de 1962.

3. Tendo recordado a solicitude dos Sumos Pontífices no cuidado pela Santa Liturgia e na revisão dos livros litúrgicos, o Santo Padre reafirma o princípio tradicional, reconhecido dos tempos imemoráveis, a ser necessariamente conservado para o futuro, e segundo o qual “cada Igreja particular deve concordar com a Igreja universal, não só quanto à fé e aos sinais sacramentais, mas também quanto aos usos recebidos universalmente da ininterrupta tradição apostólica, os quais devem ser observados tanto para evitar os erros quanto para transmitir a integridade da fé, de sorte que a lei de oração da Igreja corresponda à lei da fé.” [1]

4. O Santo Padre recorda, ademais, os Pontífices romanos que particularmente se esforçaram nesta tarefa, em especial São Gregório Magno e São Pio V. O Papa salienta que, entre os sagrados livros litúrgicos, o Missale Romanum teve um papel relevante na história e foi objeto de atualização ao longo dos tempos até o beato Papa João XXIII. Sucessivamente, no decorrer da reforma litúrgica posterior ao Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI aprovou em 1970 um novo missal, traduzido posteriormente em diversas línguas, para a Igreja de rito latino. No ano de 2000 o Papa João Paulo II, de feliz memória, promulgou uma terceira edição do mesmo.

5. Diversos fiéis, tendo sido formados no espírito das formas litúrgicas precedentes ao Concílio Vaticano II, expressaram o ardente desejo de conservar a antiga tradição. Por isso o Papa João Paulo II, por meio de um Indulto especial, emanado pela Congregação para o Culto Divino, Quattuor abhinc annos, em 1984, concedeu a faculdade de retomar, sob certas condições, o uso do Missal Romano promulgado pelo beato Papa João XXIII. Além disso, o Papa João Paulo II, com o Motu Próprio Ecclesia Dei de 1988, exortou os bispos a que fossem generosos ao conceder a dita faculdade a favor de todos os fiéis que o pedissem. Na mesma linha se põe o Papa Bento XVI com o Motu Próprio Summorum Pontificum, no qual são indicados alguns critérios essenciais para o Usus Antiquior do Rito Romano, que oportunamente aqui se recordam.

6. Os textos do Missal Romano do Papa Paulo VI e daquele que remonta à última edição do Papa João XXIII são duas formas da Liturgia Romana, definidas respectivamente ordinária e extraordinária: trata-se aqui de dois usos do único Rito Romano, que se põem um ao lado do outro. Ambas as formas são expressões da mesma lex orandi da Igreja. Pelo seu uso venerável e antigo a forma extraordinária deve ser conservada em devida honra.

7. O Motu Proprio Summorum Pontificum é acompanhado de uma Carta do Santo Padre, com a mesma data do Motu Próprio (7 de julho de 2007). Nela se dão ulteriores elucidações acerca da oportunidade e da necessidade do supracitado documento; faltando uma legislação que regulasse o uso da Liturgia romana de 1962 era necessária uma nova e abrangente regulamentação. Esta regulamentação se fazia mister especialmente porque no momento da introdução do novo missal não parecia necessário emanar disposições que regulassem o uso da Liturgia vigente em 1962. Por causa do aumento de quanto solicitam o uso da forma extraordinária fez-se necessário dar algumas normas a respeito. Entre outras coisas o Papa Bento XVI afirma: “Não existe qualquer contradição entre uma edição e outra do Missale Romanum. Na história da Liturgia, há crescimento e progresso, mas nenhuma ruptura. Aquilo que para as gerações anteriores era sagrado, permanece sagrado e grande também para nós, e não pode ser de improviso totalmente proibido ou mesmo prejudicial.” [2]

8. O Motu Proprio Summorum Pontificum constitui uma expressão privilegiada do Magistério do Romano Pontífice e do seu próprio múnus de regulamentar e ordenar a Liturgia da Igreja[3] e manifesta a sua preocupação de Vigário de Cristo e Pastor da Igreja universal[4]. O Motu Proprio se propõe como objetivo:

a) oferecer a todos os fiéis a Liturgia Romana segundo o Usus Antiquior, considerada como um tesouro precioso a ser conservado;

b) garantir e assegurar realmente a quantos o pedem o uso da forma extraordinária, supondo que o uso da Liturgia Romana vigente em 1962 é uma faculdade concedida para o bem dos fiéis e que por conseguinte deve ser interpretada em sentido favorável aos fiéis, que são os seus principais destinatários;

c) favorecer a reconciliação ao interno da Igreja.

II. Tarefas da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei


9. O Sumo Pontífice conferiu à Pontifícia Comissão Ecclesia Dei poder ordinário vicário para a matéria de sua competência, de modo particular no que tocante à exata obediência e à vigilância na aplicação das disposições do Motu Proprio Summorum Pontificum (cf. art. 12).

10. § 1. A Pontifícia Comissão Ecclesia Dei exerce tal poder tanto por meio das faculdades a ela anteriormente conferidas pelo Papa João Paulo II e confirmadas pelo Papa Bento XVI (cf. Motu Proprio Summorum Pontificum, art. 11-12) quanto por meio do poder de decidir sobre os recursos administrativos a ela legitimamente remetidos, na qualidade de Superior hierárquico, mesmo contra uma eventual medida administrativa singular do Ordinário que pareça contrário ao Motu Proprio.

§ 2. Os decretos com os quais a Pontifícia Comissão julga os recursos são passíveis de apelação ad normam iuris junto do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica.

11. Compete à Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, depois de aprovação da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, a tarefa de preparar a eventual edição dos textos litúrgicos concernentes à forma extraordinária.

III. Normas específicas


12. A Pontifícia Comissão, por força da autoridade que lhe foi atribuída e das faculdades de que goza, dispõe, depois da consulta feita aos Bispos do mundo inteiro, com o ânimo de garantir a correta interpretação e a reta aplicação do Motu Proprio Summorum Pontificum, emite a presente Instrução, de acordo com o cânone 34 do Código de Direito Canônico.

A competência dos Bispos diocesanos

13. Os bispos diocesanos, segundo o Código de Direito Canônico[5], devem vigiar em matéria litúrgica a fim de garantir o bem comum e para que tudo se faça dignamente, em paz e serenidade na própria Diocese, sempre de acordo com a mens do Romano Pontífice, claramente expressa no Motu Proprio Summorum Pontificum.[6] No caso de controvérsia ou de dúvida fundada acerca da celebração na forma extraordinária julgará a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei.

14. É tarefa do Ordinário tomar as medidas necessárias para garantir o respeito da forma extraordinária do Rito Romano, de acordo com o Motu Proprio Summorum Pontificum.

O coetus fidelium (cf. Motu Proprio Summorum Pontificum, art. 5 §1).

15. Um coetus fidelium será considerado stabiliter exsistens, de acordo com o art. 5 §1 do supracitado Motu Proprio, quando for constituído por algumas pessoas de uma determinada paróquia unidas por causa da veneração pela Liturgia em seu Usus Antiquior, seja antes, seja depois da publicação do Motu Proprio, as quais pedem que a mesma seja celebrada na própria igreja paroquial, num oratório ou capela; dito coetus pode ser também constituído por pessoas que vêm de diferentes paróquias ou dioceses e que convergem em uma igreja paroquial ou oratório ou capela destinados a tal fim.

16. No caso em que um sacerdote se apresente ocasionalmente com algumas pessoas em uma igreja paroquial ou oratório e queira celebrar na forma extraordinária, como previsto pelos artigos 2 e 4 do Motu Proprio Summorum Pontificum, o pároco ou o reitor de uma igreja, ou o sacerdote responsável por uma igreja, o admita a tal celebração, levando todavia em conta as exigências da programação dos horários das celebrações litúrgicas da igreja em questão.

17. §1. A fim de decidir nos casos particulares, o pároco, ou o reitor ou o sacerdote responsável por uma igreja, lançará mão da sua prudência, deixando-se guiar pelo zelo pastoral e por um espírito de generosa hospitalidade.

§2. No caso de grupos menos numerosos, far-se-á apelo ao Ordinário do lugar para determinar uma igreja à qual os fiéis possam concorrer para assistir a tais celebrações, de tal modo que se assegure uma mais fácil participação dos mesmos e uma celebração mais digna da Santa Missa.

18. Também nos santuários e lugares de peregrinação deve-se oferecer a possibilidade de celebração na forma extraordinária aos grupos de peregrinos que o pedirem (cf. Motu Proprio Summorum Pontificum, art. 5 § 3), se houver um sacerdote idôneo.

19. Os fiéis que pedem a celebração da forma extraordinária não devem apoiar nem pertencer a grupos que se manifestam contrários à validade ou à legitimidade da Santa Missa ou dos Sacramentos celebrados na forma ordinária, nem ser contrários ao Romano Pontífice como Pastor Supremo da Igreja universal.

O sacerdote idôneo (cf. Motu Proprio Summorum Pontificum , art. 5 § 4)

20. No tocante à questão dos requisitos necessários para que um sacerdote seja considerado “idôneo” para celebrar na forma extraordinária, enuncia-se quanto segue:

a) O sacerdote que não for impedido segundo o Direito Canônico[7], deve ser considerado idôneo para a celebração da Santa Missa na forma extraordinária;

b) No que se refere à língua latina, é necessário um conhecimento de base, que permita pronunciar as palavras de modo correto e de entender o seu significado;

c) Em referimento ao conhecimento e execução do Rito, se presumem idôneos os sacerdotes que se apresentam espontaneamente a celebrar na forma extraordinária, e que já o fizeram no passado

21. Aos Ordinários se pede que ofereçam ao clero a possibilidade de obter uma preparação adequada às celebrações na forma extraordinária, o que também vale para os Seminários, onde se deve prover à formação conveniente dos futuros sacerdotes com o estudo do latim [8] e oferecer, se as exigências pastorais o sugerirem, a oportunidade de aprender a forma extraordinária do Rito.

22. Nas dioceses onde não houver sacerdotes idôneos, os bispos diocesanos podem pedir a colaboração dos sacerdotes dos Institutos erigidos pela Comissão Ecclesia Dei ou dos sacerdotes que conhecem a forma extraordinária do Rito, seja em vista da celebração, seja com vistas ao seu eventual ensino.

23. A faculdade para celebrar a Missa sine populo (ou só com a participação de um ajudante) na forma extraordinária do rito Romano foi dada pelo Motu Proprio a todo sacerdote, seja secular, seja religioso (cf. Motu Proprio Summorum Pontificum, art.2). Assim sendo, em tais celebrações, os sacerdotes, segundo o Motu Proprio Summorum Pontificum, não precisam de nenhuma permissão especial dos próprios Ordinários ou superiores.

A disciplina litúrgica e eclesiástica

24. Os livros litúrgicos da forma extraordinária devem ser usados como previstos em si mesmos. Todos os que desejam celebrar segundo a forma extraordinária do Rito Romano devem conhecer as respectivas rubricas e são obrigados a executá-las corretamente nas celebrações.

25. No Missal de 1962 poderão e deverão inserir-se novos santos e alguns dos novos prefácios [9], segundo as diretrizes que ainda hão de ser indicadas.

26. Como prevê o Motu Proprio Summorum Pontificum no art. 6, precisa-se que as leituras da Santa Missa do Missal de 1962 podem ser proclamadas ou somente em língua latina, ou em língua latina seguida da tradução em língua vernácula ou ainda, nas missas recitadas, só em língua vernácula.

27. No que diz respeito às normas disciplinares conexas à celebração, aplica-se a disciplina eclesiástica contida no Código de Direito Canônico de 1983.

28. Outrossim, por força do seu caráter de lei especial, no seu próprio âmbito, o Motu Proprio Summorum Pontificum derroga os textos legislativos inerentes aos sagrados Ritos promulgados a partir de 1962 e incompatíveis com as rubricas dos livros litúrgicos em vigor em 1962.

Crisma e a Sagrada Ordem

29. A concessão de usar a fórmula antiga para o rito da Crisma foi confirmada pelo Motu Proprio Summorum Pontificum (cf. art. 9, §2). Por isso para a forma extraordinária não é necessário lançar mão da fórmula renovada do Rito da Confirmação promulgado por Paulo VI.

30. No que diz respeito a tonsura, ordens menores e subdiaconado, o Motu Proprio Summorum Pontificum não introduz nenhuma mudança na disciplina do Código de Direito Canônico de 1983; por conseguinte, onde se mantém o uso dos livros litúrgicos da forma extraordinária, ou seja, nos Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica que dependem da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, o membro professo de votos perpétuos ou aquele incorporado definitivamente numa sociedade clerical de vida apostólica, pela recepção do diaconado incardina-se como clérigo no respectivo instituto ou sociedade de acordo com o cân. 266, § 2 do Código de Direito Canônico.

31. Somente aos Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica que dependem da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, e àqueles nos quais se conserva o uso dos livros litúrgicos da forma extraordinária, se permite o uso do Pontifical Romano de 1962 para o conferimento das ordens menores e maiores.

Breviarium Romanum

32. Outorga-se aos clérigos a faculdade de usar o Breviarium Romanum em vigor no ano de 1962, conforme o art. 9, § 3 do Motu Proprio Summorum Pontificum. Deve ser recitado integralmente e em latim.

O Tríduo Pascal

33. O coetus fidelium que adere à tradição litúrgica precedente, no caso de dispor de um sacerdote idôneo, pode também celebrar o Tríduo Sacro na forma extraordinária. Caso não haja uma igreja ou oratório destinados exclusivamente para estas celebrações, o pároco ou o Ordinário, em acordo com o sacerdote idôneo, disponham as modalidades mais favoráveis para o bem das almas, não excluindo a possibilidade de uma repetição das celebrações do Tríduo Sacro na mesma igreja.

Os ritos das Ordens Religiosas

34. Aos membros das Ordens Religiosas se permite o uso dos livros litúrgicos próprios, vigentes em 1962.

Pontificale Romanum e Rituale Romanum

35. Permite-se o uso do Pontificale Romanum e do Rituale Romanum, também como do Caeremoniale Episcoporum, vigentes em 1962, de acordo com o art. 28, levando-se em conta, no entanto, quanto disposto no n. 31 desta Instrução.

O Sumo Pontífice Bento XVI, em Audiência concedida no dia 8 de abril de 2011 ao subscrito Cardeal Presidente da Pontifícia Comissão “Ecclesia Dei”, aprovou a presente Instrução e ordenou que se publicasse.


Dado em Roma, na Sede da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, aos 30 de abril de 2011, memória de São Pio V.

William Cardeal Levada
Presidente

Mons. Guido Pozzo
Secretário

Notas

[1] Bento XVI, Carta Apostólica Summorum Pontificum dada como Motu Proprio, I, in AAS 99 (2007) 777; cf. Introdução geral do Missal Romano, terceira ed. 2002, n. 397.

[2] Bento XVI, Carta aos Bispos que acompanha a Carta Apostólica “Motu Proprio data” Summorum Pontificum sobre o uso da Liturgia romana anterior à reforma de 1970, in AAS 99 (2007) 798.

[3] Cf. C.I.C. can. 838 § 1 e § 2.

[4] Cf. C.I.C. can. 331.

[5] Cf. C.I.C. can. 223 § 2; 838 §1 e § 4

[6] Cf. Bento XVI, Carta aos Bispos que acompanha a Carta Apostólica “Motu Proprio data” Summorum Pontificum sobre o uso da Liturgia romana anterior à reforma de 1970 , in AAS 99 (2007) 799.

[7] Cf. C.I.C. can. 900, § 2.

[8] Cf. C.I.C. can. 249; cf. Conc. Vat. II, Const. Sacrosanctum Concilium, n. 36; Decl. Optatam Totius n. 13.

[9] Cf. Bento XVI, Carta aos Bispos que acompanha a Carta Apostólica “Motu Proprio data” Summorum Pontificum sobre o uso da Liturgia romana anterior à reforma de 1970, in AAS 99 (2007) 797.



Por: presbiteros.com.br


Ratings and Recommendations by outbrain