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29 de maio de 2014

Vários chapéus, uma só cabeça: a unidade da Igreja


O fato eclesial de maior destaque desses últimos dias foi, sem dúvida, a peregrinação do papa Francisco à Terra Santa, com vários momentos muito significativos. O principal deles foi o encontro com o patriarca ecumênico greco-ortodoxo Bartolomeu 1º, na basílica do santo sepulcro, dia 25 de maio.

Francisco quis repetir, 50 anos depois, o encontro histórico de Paulo VI com o patriarca Atenágoras, que aconteceu ainda em pleno andamento do Concílio Ecumênico Vaticano II. Aquele memorável encontro rompeu o gelo entre Roma e Constantinopla, que perdurava há vários séculos, sem que tivesse havido mais nenhum encontro entre um papa de Roma e um patriarca ortodoxo de Constantinopla.

O abraço entre os dois chefes de Igrejas abriu imensas esperanças para o caminho ecumênico, tão desejado pelo Concílio, levando a crer que, em breve, poderia acontecer a reconciliação plena entre as duas Igrejas e a reconstituição da unidade entre católicos e ortodoxos, rompida pelo cisma do Oriente, em 1054. A questão mais complicada nas relações ecumênicas entre as duas Igrejas é eclesiológica, relativa ao primado do sucessor de Pedro e ao exercício do ministério petrino na Igreja.

Em 25 de julho de 1967, iniciando o ano da fé em memória do 19º século martírio dos apóstolos Pedro e Paulo, e já tendo sido encerado o Concílio, Paulo VI escreveu ao mesmo patriarca Atenágoras, com o propósito de avançar no caminho ecumênico: “este desejo leva a uma vontade resoluta de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que chegue o dia do restabelecimento pleno da comunhão entre a Igreja do Ocidente e a Igreja do Oriente”.

Muito caminho de aproximação tem sido feito ao longo desses 50 anos, mesmo que isso não apareça sempre claramente a todos: foram levantadas as recíprocas excomunhões, instaurou-se um diálogo teológico e mesmo doutrinal entre as duas Igrejas; acontecem gestos de recíproco apreço, como a presença de um representante do Patriarca de Constantinopla na solenidade de São Pedro e São Paulo e de um representante do Papa na festa patronal de Santo André, no patriarcado de Constantinopla. Mais que tudo, foi significativa a presença do próprio patriarca Bartolomeu 1º na missa de início do pontificado do papa Francisco, no dia 19 de março de 2013.

Agora, no encontro ecumênico de Jerusalém, muito desejado por Francisco e patrocinado pelo Patriarca ortodoxo, esse caminho ecumênico retoma fôlego. A Declaração comum entre os dois chefes de Igrejas deixa claro o propósito de buscar a plena unidade e de não se deixar abater pelas dificuldades que o caminho da unidade plena apresenta. Os discursos diante do monumento ao santo sepulcro recordaram bem: não parecia também o túmulo o fim de toda esperança? E eis que ele está vazio! Jesus venceu até mesmo a morte, último obstáculo para a realização do desígnio de Deus. Pode haver algo impossível para que o sonho da unidade plena da Igreja se realize?!

Claramente, as dificuldades não são desconhecidas ou subestimadas, nem pelo papa, nem pelo patriarca. Mas as falas foram repletas de esperança e de convites à perseverança, na firme certeza de que o desejo expresso de Jesus não é a divisão, mas a unidade da sua Igreja. Durante a cerimônia ecumênica, alguém comentou sobre a variedade das vestes dos representantes das Igrejas cristãs, sobretudo dos solidéus, véus e capuzes de ortodoxos, armênios, coptas, católicos latinos, armênios, maronitas, coptas, melquitas... “Os chapéus são diversos mas... uma só é a cabeça da Igreja”. Mesmo se as tradições rituais, disciplinares e histórico-culturais são diversas, a unidade da Igreja se constrói sob a única cabeça do corpo, que é Cristo, Senhor da Igreja.



Cardeal Odilo P. Scherer - Arcebispo de São Paulo (SP)

Caminhada fará memória às vítimas do tráfico de pessoas


A Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), em parceria com a CNBB e outras entidades, promove no dia 11 de junho, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), a caminhada “Jogue a favor da vida – denuncie o tráfico de pessoas”. O evento, que terá início às 19 horas, tem como objetivo fazer memória das vítimas do tráfico de pessoas e da escravidão moderna.

 A caminhada é uma das ações da campanha “Jogue a favor da vida – denuncie o Tráfico de Pessoas”, lançada na sede da CRB, em Brasília, no último dia 14, e no Vaticano, no dia 20. A Rede um Grito pela Vida, da CRB Nacional, é responsável pela iniciativa, que busca alertar a sociedade dos riscos de crescimento da exploração sexual, do tráfico de pessoas e da escravidão moderna durante a Copa do Mundo.

Além da CNBB, também fazem parceria com a Conferência dos Religiosos do Brasil na organização da caminhada, a arquidiocese de Brasília (DF), as Pontifícias Obras Missionárias (POM), o Centro Cultural Missionário (CCM), a Comunidade de Vida Cristã (CVX), a Cáritas Brasileira, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), a Ação Episcopal Alemã Adveniat e outras entidades.

São esperados religiosos, religiosas, sacerdotes, fiéis católicos e de outras igrejas cristãs, agentes de pastorais e movimentos, além dos bispos que estarão participando da reunião do Conselho Permanente da CNBB.


Presidência do Celam reúne-se com o papa Francisco, no Vaticano


A Presidência do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) realiza, de 20 a 28 de maio, visita anual ao papa Francisco e à Santa Sé para tratar de questões sobre a vida e missão da Igreja na América Latina. Ontem, os participantes foram convidados a almoçar com o papa.

Representa a CNBB no Celam e integra a presidência do Conselho o arcebispo de Campo Grande (MS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, dom Dimas Lara Barbosa. Em entrevista à Rádio Vaticano, dom Dimas afirmou ter sido boa a visita. "Ainda temos um encontro pessoal com o Santo Padre, que vai fechar com chave de ouro e a coletiva de imprensa à tarde", lembrou dom Dimas.

O bispo comentou que o Celam está com novos projetos, neste último ano da atual presidência. Em maio do ano que vem, a assembleia vai ser na República Dominicana. Então, estamos tentando já finalizar aquilo que a assembleia nos confiou", disse.

Projetos

Na reunião, a presidência da entidade propôs maior difusão da Exortação Apostólica Evangelii Guadium na América Latina. Também foram apresentados os conteúdos do Congresso latino-americano da Família que será realizado de 4 a 9 de agosto, no Panamá. Como sugestão, os bispos verificaram com o papa a possibilidade de  nova assembleia especial do Sínodo para a América.

A presidência do Celam teve encontro com o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin. Na oportunidade, houve visitas pelas congregações, pontifícios conselhos, o Sínodo dos Bispos e a Pontifícia Comissão para a América Latina.



Curso forma agentes para a Pastoral Universitária

O Setor Universidades, da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reuniu mais de 70 pessoas entre padres, diáconos, religiosos e leigos no Curso de Pastoral Universitária, realizado entre os dias 23 de 25 de maio, em Indaiatuba (SP). O objetivo do evento foi formar agentes de pastoral a partir de uma abordagem teórico-prática.

 A assessora do Setor Universidades, irmã Maria Eugênia Lloris Aguado, conduziu o curso em parceria com o consultor e professor Humberto Herrera Contreras e os colaboradores Leonardo Cavalcante e Matheus Cedric Godinho.

No primeiro dia do encontro, os participantes foram acolhidos pelo arcebispo de Campinas (SP), dom Airton José dos Santos. No sábado, dia 24, eles estudaram o texto de estudos 102 da CNBB “O Seguimento de Jesus Cristo e a Ação Evangelizadora no Âmbito Universitário”, com reflexões sobre a compreensão dos eixos de pastoral e o histórico do Setor Universidades.

À noite, participaram do Lucernário, lembrando a “celebração da esperança no Cristo que ilumina a caminhada”. No último dia do encontro, após a missa, foi proposta a elaboração de um projeto de Pastoral Universitária.


Saudação da CNBB a dom José Luiz Majella Delgado

O bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner, assinou, hoje, dia 28, saudação da Conferência a dom José Luiz Majella Delgado, nomeado arcebispo de Pouso Alegre (MG). Na saudação, a CNBB expressa gratidão a dom Majella "pelo trabalho empenhado à Igreja Particular de Jataí e ao Regional CNBB Centro Oeste". Confira a íntegra da mensagem:

Saudação pela nomeação de Dom José Luiz Majella Delgado 

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB congratula-se com a Arquidiocese de Pouso Alegre - MG pela nomeação hoje, 28 de maio, do seu novo Arcebispo, Dom José Luiz Majella Delgado, CSSR, por escolha do Papa Francisco que, aceitando o pedido de renúncia de Dom Ricardo Pedro Chaves Pinto Filho, OPraem, o transferiu da Diocese de Jataí – GO

A CNBB agradece a Dom Ricardo e suplica a Deus que o recompense pela zelosa dedicação ao povo da Igreja Particular de Pouso Alegre e por todos os serviços já prestados à Igreja.

A Dom Majella, com gratidão pelo trabalho empenhado à Igreja Particular de Jataí e ao Regional CNBB Centro Oeste, nos associamos desejosos de que, iluminado pelo seu lema episcopal, “Servir por amor”, pastoreie com amor de pai a Igreja agora a ele confiada.

Oferecemos nossas preces, pedindo a Deus que abençoe o novo pastor da Arquidiocese de Pouso Alegre e dê um novo pastor à Diocese de Jataí. Dom Leonardo Ulrich Steiner Bispo Auxiliar de Brasília Secretário Geral da CNBB.


Papa Francisco comenta viagem à Terra Santa


Após retornar ao Vaticano, depois de três dias de peregrinação à Terra Santa, o papa Francisco falou das experiências que viveu na visita aos locais sagrados. Durante Audiência Geral com milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, na quarta-feira, 28, Francisco disse que pode levar as comunidades uma palavra de esperança, mas que também recebeu o testemunho de fé daquele povo.

“Esta peregrinação à Terra Santa foi também a ocasião para confirmar na fé as comunidades cristãs, que sofrem tanto, e exprimir a gratidão de toda a Igreja pela presença dos cristãos naquela região e em todo o Oriente Médio”, comentou o papa.

Promover a paz

Em suas visitas e encontros na Terra Santa, o papa testemunhou que pode constatar a coragem, esperança e caridade presente na vida dos irmãos. “Com suas vidas de fé e de oração e com a apreciada atividade educativa e assistencial, eles trabalham em favor da reconciliação e do perdão, contribuindo para o bem comum da sociedade”, disse.

Ao final da reflexão da Audiência Geral, o papa pediu aos fiéis que rezem pela paz na Terra Santa e no Oriente Médio. “Convido vocês agora a rezarem juntos, a rezarem juntos à Nossa Senhora, Rainha da paz, Rainha da unidade entre os cristãos, a Mãe de todos os cristãos: que ela nos dê a paz, a todo o mundo, e que ela nos acompanhe neste caminho de unidade”.


Nomeado novo reitor para o Colégio Pio Brasileiro

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno Assis, comunica que foi escolhido o novo reitor do Colégio Pio Brasileiro em Roma (Itália), conforme anúncio do prefeito da Congregação para o Clero, cardeal Beniamino Stella. O nomeado é o presbítero da arquidiocese de Uberaba (MG), padre Geraldo dos Reis Maia.

Em 3 de abril, o Colégio Pio Brasileiro comemorou 80 anos de fundação. Durante esses anos, a instituição foi administrada pela Companhia de Jesus. A CNBB assume a diretoria e a gestão do Colégio que tem como proposta a formação acadêmica e pastoral de sacerdotes diocesanos do Brasil.

O novo reitor, padre Geraldo, 50, é natural de Babilônia, município de Delfinópolis (MG). Recebeu a ordenação sacerdotal em 1988. Atualmente ocupa a função de reitor do Seminário de Teologia São José da arquidiocese de Uberaba. Já exerceu a mesma atividade entre 2007 e 2008. Possui doutorado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana.

Na dimensão pastoral, o sacerdote também atuou como pároco na mesma diocese nas paróquias Imaculada Conceição (Conceição das Alagoas), São Sebastião (Pedrinópolis) e Santa Teresinha, entre outras. No período de 2005 a 2007, exerceu a capelania e reitoria do Santuário da Medalha Milagrosa. Dedica-se a atividades de formação, conselhos e assessorias.

História da Instituição

O Colégio Pio Brasileiro nasceu a partir do Pontifício Colégio Pio Latino-americano, uma instituição eclesiástica, criada em 1858 para a formação do clero da América Latina, em Roma. Com o crescimento do número de alunos do Pio Latino, houve desmembramento da instituição, atendendo ao anseio de bispos brasileiros de ter um colégio eclesiástico próprio, na cidade romana. Na época, o papa Pio XI e as lideranças da Companhia de Jesus apoiaram a ideia.

Após campanha nacional para arrecadar recursos para a obra do colégio, em 1927, a construção iniciou dois anos depois. Em 3 de abril de 1934 o Colégio Pio Brasileiro foi inaugurado. A primeira turma teve 34 alunos, entre padres e seminaristas. Após 80 anos de existência, mais de 2 mil estudantes já passaram pelo Colégio Pio Brasileiro, dentre eles, 145 tornaram-se bispos e seis foram criados cardeais.

Com importante trajetória acadêmica, o Colégio investe na formação dos presbíteros que, concluído os seus estudos, retornam ao Brasil, e dedicam-se ao trabalho pastoral, nos seminários como professores e formadores, e em outras áreas: na pastoral paroquial, assessorias, pesquisa e no trabalho missionário.



CNBB com informações da arquidiocese de Uberaba/Colégio Pio Brasileiro.


Comissão para a Missão Continental promove formação para coordenadores


Para dar continuidade à caminhada formativa de coordenadores diocesanos que atuam na ação evangelizadora, a Comissão Episcopal para a Missão Continental da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Centro Cultural Missionário (CCM) organizam, de 14 a 18 de julho, na sede do CCM, em Brasília, a 2ª Semana de Formação Missionária para Coordenadores Diocesanos de Pastoral, com o tema “Planejamento Pastoral Missionário na Igreja Local” .

Com vagas limitadas, o evento tem como objetivo ajudar os coordenadores diocesanos de pastoral com elementos que auxiliem as Igrejas locais a realizar a primeira urgência apresentada nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) “A Igreja em estado permanente de missão”, para responder ao apelo do Documento de Aparecida sobre a Missão Continental.

Durante a formação, ministros ordenados, religiosos e leigos envolvidos na coordenação pastoral das dioceses irão refletir sobre a realização do planejamento pastoral e missionário e sua importância para cumprir a meta de uma Igreja em estado permanente de missão. O bispo de São Félix do Araguaia (MT) e presidente da Comissão Episcopal para a Missão Continental, dom Adriano Ciocca, considera a formação como uma forma de concretizar a proposta da Missão Continental firmada em Aparecida (SP). “Este encontro, como serviço de assessoria, quer aprofundar o tema do planejamento pastoral e missionário e sua relação com a tarefa de organizar a missão permanente em nível de Igreja Local”, explica.

Orientações metodológicas para o planejamento pastoral e missionário fazem parte da proposta da 2ª Semana de Formação. Os participantes também poderão saber mais sobre a cooperação missionária com abertura para as diferentes propostas de animação missionária e missões fora do Brasil.

Para inscrições e outras informações, acesse o site www.ccm.org.br.



28 de maio de 2014

Incêndio na Basílica da Natividade nesta madrugada


Abadia da Dormição, Belém, cenáculo, Gruta da Natividade, incêndio, provocado.

Foi registrado nesta madrugada um incêndio na Gruta da Natividade, segundo informou o site árabe Noursat. A polícia está neste momento na basílica de Belém para investigar. O arcebispo local, Theofaketos, informou que não houve danos graves.

O incêndio aconteceu poucas horas depois de outro incêndio, na Abadia da Dormição, adjacente ao Cenáculo, pouco depois da Missa celebrada ontem pelo Papa Francisco. Este segundo incêndio foi provocado por um indivíduo contrário à visita do Papa.



Por Aleteia

Instruções para uma boa quaresma de São Miguel Arcanjo

Instruções para os 40 dias da Quaresma de São Miguel e Jejum e oração.

Examine sua vida e procure determinar quais as áreas de maior necessidade de intervenção de Deus. Você pode usar o guia nesta página para selecionar uma ou mais áreas, ou quem sabe você pode ter alguma outra área que não consta da lista.

Este é simplesmente um guia. Você pode também considerar jejuar por um membro da família e/ou em nome de alguma outra pessoa. Uma vez que você seleciona um ou mais, decida como você vai proceder no seu jejum durante os 40 dias.[www.arcanjomiguel.net]

Nós encerraremos os 40 Dias de Jejum e Oração coletivamente no dia 23 de setembro em um Domingo onde faremos uma grande intercessão juntos, mas permaneceremos até o dia de São Miguel fazendo a Ladainha e rezando a quaresma.

21 assuntos – Guia Simplificado de Temas

1. Provisão financeira e/ou para sair do débito.

2. Cura física para um membro da família, um amigo ou por você mesmo.

3. Vitória sobre os pecados como orgulho, do legalismo, ou da alto justificação,

4. Restauração de um relacionamento.

5. Para parar um hábito mau goste de fumar , bebida, drogas, pornografia….ou outro.

6. Libertação de um vício sobre algum membro da família, amigo da ou você mesmo.

7. Promoção ou oportunidade nova na vida profissional.

8. Sabedoria e direção para uma decisão crítica.

9. Salvação de um membro da família ou amigo

10. Libertação de opressão espiritual.

11. Crescimento da igreja e impacto da mesma na sociedade. A influência e o crescimento de um ministério que você conduz ou serve dentro dentro da Igreja.[www.arcanjomiguel.net]

12. Vitória sobre a ansiedade, medo, depressão ou solidão.

13. A coragem para tomar uma decisão que precisa ser feita.

14. Transformação na sua comunicação ou resolução de conflitos no seu casamento.

15. Um reavivamento na sua paixão e amor para com o Senhor.

16. O estabelecimento de um tempo devocional com o Senhor.

17. Despertamento espiritual para sua/seu cônjuge e/ou filhos.

18. Para parar de viver uma vida dupla, uma na igreja e uma outra no trabalho.

19. Libertação de dependência da pornografia, sensualidade ou pensamentos impuros.

20 Por pessoas em sua Igreja e/ou equipe ministerial a fim de se tornarem verdadeiros líderes cheios de paixão e com desejo de impactar o mundo.

21. Realização e Expansão de projetos novos ainda neste ano.

10 PRÁTICAS QUE AJUDARÃO VOCÊ EM SUA JORNADA

Você pode escolher uma ou mais destas práticas para o período de 40 dias de Jejum e Oração invocando a intervenção de São Miguel Arcanjo

1. Consuma apenas duas refeições ao dia por 40 dias.

(almoço e jantar com legumes e vegetais apenas)

2. Uma refeição ao dia e água por 40 dias.

3. Coma somente castanhas, grãos, frutas e vegetais por 40 dias.

4. Sem Televisão por 40 dias.

5. Sem Café ou cafeína por 40 dias.

6. Sem Video-games, jogos on-line  por 40 dias.

7. Sem MySpace,  MSN, Facebook, Orkut ou outros Web site sociais por 40 dias – Use a Internet somente para trabalho.

9. Abster de sobremesas, doces, refrigerantes ou chocolate por 40 dias.

7 COISAS QUE VOCÊ PODE ESPERAR

1. Será desafiador e difícil. Para se atingir o objetivo, será necessário disciplina e foco de sua parte. Os Discípulos são conhecidos por sua disciplina.

2. Se você permanecer firme com o seu compromisso ao Senhor você perceberá um crescimento da sua fé como a experiência da transformação espiritual na sua vida.[www.arcanjomiguel.net]

3. Deus pode responder a seus pedidos de oração já durante estes 40 dias, ou não. Não há nenhuma maneira para medir o que exatamente Deus ira fazer. Uma segurança nós temos que, durante estes 40 dias nós estaremos mais em comunhão com Deus e isto é nossa responsabilidade.

4. Você será mais sensível ao Espírito Santo de Deus em sua vida. Remover as necessidades e as distrações da vida trará um novo senso de claridade à voz do Deus.

5. A sua Comunhão com Deus aumentará, e passará a ter um compreensão mais clara do que significa depender dele para satisfazer todas as suas necessidades. A palavra bíblica para esta é a dependência de Deus.[www.arcanjomiguel.net]

6. Você se verá fazendo orações mais objetivas, com profundo significado e relevância, sem contar, mais vezes ao dia.

7. Nos primeiros dias você deve esperar um aumento na tensão e resistência espirituais por parte do diabo. A Bíblia não nos fala sobre todos os desafios de jejuar. [www.arcanjomiguel.net]

Entretanto, em diversas ocasiões menciona perigo espiritual ao jejuar; especialmente o orgulho de desejar o reconhecimento por ser um dedicado e admirável discípulo.

3- PERIGOS QUE DEVEMOS NOS GUARDAR DURANTE A JORNADA

1. “Deus me recompensar por esta” iniciativa. Jejum, não é a “atividade” que vai mover a mão de Deus para me abençoar. Esta é uma mentira maligna de nossa cultura consumista. Não é um toma lá da cá.

2. O orgulho e a atitude de satisfação pessoal distorcida que podem vir com práticas de sacrifícios espirituais. Isto não depende de você querer ser o melhor discípulo, mas antes se relaciona com o seu desejo de estar cada vez mais próximo de Deus.

3. A idéia de interromper ou abortar o seu jejum dirigido por um sentimento de que voce já “ tem feito o bastante”. Diversas vezes durante o seu jejum, voce pensará que – “eu não consigo fazer isto por muito mais tempo”, e sua justificativa será quebrar o seu jejum por achar que agora já fez mais do nunca, mais do que o necessário. Não entregue os pontos, mantenha-se firme com o seu compromisso.

RAZÃO PELA QUAL DEUS RECOMPENSA O JEJUM

Deus recompensa o jejum quando este é feito com um coração reto. O Jejum apropriado confessa que nós somos miseráveis sem Ele, e que nós precisamos Dele para nos dar a esperança que tanto necessitamos para continuar vivendo neste mundo caótico, ate que Ele venha.
Este sentimento traz a Glória para Deus porque aquele que dá sempre receba a Gloria.

QUARESMA DE SÃO MIGUEL ARCANJO

Inicio da Quaresma: 15 de agosto a 29 de setembro, Festa de São Miguel

Providenciar um altar para São Miguel com uma imagem ou uma estampa.

Todos os dias:

* Acender uma vela

* Oferecer uma penitência

* Fazer o sinal da cruz

* Rezar a oração inicial

* Rezar a ladainha de São Miguel

ORAÇÃO INICIAL

Pequeno Exorcismo de São Miguel , feito pelo Papa São Leão XIII

“São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede o nosso refúgio contra as maldades e ciladas do demônio. Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos, e vós, príncipe da milícia celeste, pela virtude divina, precipitai no inferno a satanás e aos outros espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Amém”.

“Rogai por nós, santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém”.

LADAINHA DE SÃO MIGUEL ARCANJO

Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, tende piedade de nós.

Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, ouvi-nos.

Jesus Cristo, atendei-nos.

Pai Celeste, que sois Deus, tende piedade de nós.

Filho, Redentor do Mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.

Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.

Trindade Santa, que sois um único Deus, tende piedade de nós.

Santa Maria, Rainha dos Anjos, rogai por nós.

São Miguel, rogai por nós.

São Miguel, cheio da graça de Deus, rogai por nós.

São Miguel, perfeito adorador do Verbo Divino, rogai por nós.

São Miguel, coroado de honra e de glória, rogai por nós.

São Miguel, poderosíssimo Príncipe dos exércitos do Senhor, rogai por nós.[www.arcanjomiguel.net]

São Miguel, porta-estandarte da Santíssima Trindade, rogai por nós.

São Miguel, guardião do Paraíso, rogai por nós.

São Miguel, guia e consolador do povo israelita, rogai por nós.

São Miguel, esplendor e fortaleza da Igreja militante, rogai por nós.

São Miguel, honra e alegria da Igreja triunfante, rogai por nós.

São Miguel, Luz dos Anjos, rogai por nós.

São Miguel, baluarte dos Cristãos, rogai por nós.

São Miguel, força daqueles que combatem pelo estandarte da Cruz, rogai por nós.[www.arcanjomiguel.net]

São Miguel, luz e confiança das almas no último momento da vida, rogai por nós.

São Miguel, socorro muito certo, rogai por nós.

São Miguel, nosso auxílio em todas as adversidades, rogai por nós.

São Miguel, arauto da sentença eterna, rogai por nós.

São Miguel, consolador das almas que estão no Purgatório, rogai por nós.

São Miguel, a quem o Senhor incumbiu de receber as almas que estão no Purgatório, rogai por nós.

São Miguel, nosso Príncipe, rogai por nós.

São Miguel, nosso Advogado, rogai por nós.

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, atendei-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.

Rogai por nós, ó glorioso São Miguel, Príncipe da Igreja de Cristo,

para que sejamos dignos de Suas promessas. Amém.

Oração

Senhor Jesus, santificai-nos, por uma bênção sempre nova, e concedei-nos, pela intercessão de São Miguel, esta sabedoria que nos ensina a ajuntar riquezas do Céu e a trocar os bens do tempo pelos da eternidade. Vós que viveis e reinais em todos os séculos dos séculos. Amém.




Fonte: www.arcanjomiguel.net




27 de maio de 2014

Papa Francisco visita Basílica Santa Maria Maior, após peregrinação à Terra Santa


Na manhã desta terça-feira, por volta das 11:00, o Papa Francisco dirigiu-se à Basílica de Santa Maria Maior, no centro de Roma, para agradecer a Nossa Senhora o bom êxito da viagem à Terra Santa e confiar a ela os frutos desta peregrinação.

O Papa ofereceu um ramalhete de flores a Nossa Senhora, recolhendo-se, a seguir, em oração por alguns minutos. Após saudou alguns fiéis”.

Papa Francisco deixou a Basílica por volta das 11:30 sendo esta a nona vez que reza neste local, desde o início de seu pontificado.


Padre. Lombardi: balanço da peregrinação de Francisco


O último dia do Papa Francisco na Terra Santa foi rico de mensagens e gestos fortes. Um dia marcado pelo encontro com o mundo muçulmano, pelos vários eventos relacionados à comunidade judaica e ao Estado de Israel e, finalmente, pelos momentos com a comunidade cristã no Getsêmani e no Cenáculo, na dimensão da oração, típica desta peregrinação. Para comentar esta viagem histórica, conversamos por telefone com o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé e Diretor da Rádio Vaticano que acompanhou Francisco, Padre Federico Lombardi :

R. - Com certeza, na parte da manhã de ontem o encontro com o Islã, os encontros com o judaísmo e com o Estado de Israel foram particularmente significativos e também estavam ao centro da atenção da mídia internacional. Acho que o pequeno ato original desta viagem, o momento do abraço diante do Muro das Lamentações do Papa com o rabino e o amigo muçulmano; o abraço de três amigos, de três religiões diferentes diante do Muro das Lamentações tenha sido realmente um pequeno, mas grande sinal, porque, além de todos os discursos sobre o diálogo inter-religioso, da dificuldade em compreender um ao outro e assim por diante, e depois a cultura do encontro mencionada pelo Papa, o encontro entre pessoas reais que são capazes de se entenderem, e também de trabalharem juntas para construir a paz, que é - eu acho – o caminho fundamental. Outro grande encontro pessoal, que parece ter caracterizado a manhã de ontem, foi o encontro entre o Papa e o Presidente Peres: eu tive a impressão que são dois grandes sábios construtores de paz. O Papa, naturalmente, com a sua autoridade de líder religioso que convida a rezar pela paz, e também o presidente uma pessoa verdadeiramente sábia que passou uma longa vida através de muitas situações, mas que se vê, que realmente aspira a um mundo melhor, que pretende colocar a sua experiência de vida ao serviço do bem comum dos povos, superando as tensões e fazendo a paz. A maneira com a qual o Papa também falou da acolhida de Peres, e na qual "casa", ele se sentia feliz, parece-me tenha sido um grande elogio e uma boa premissa também para o próximo encontro de oração pela paz, que é foi confirmado pelas pessoas convidadas, e que por isso esperamos que possa acontecer em tempos breves, no Vaticano.

P. - Em alguns momentos, o Papa pareceu emocionado, mas também muito triste: quando disse o seu "não" a violência em nome de Deus, mas também o "nunca mais a monstruosidade do Holocausto", quase como se tivesse sobre si a vergonha do homem, daquilo que o homem consegue fazer nos momentos de escuridão total ...

R. - É verdade. O Papa usou uma expressão que eu acho que é muito sua, característica, quando ele fala da vergonha. É uma palavra bíblica, que também os antigos profetas, quando falavam da experiência do pecado e do peso do pecado sobre a humanidade e sobre o povo de Israel, diziam: "A vergonha sobre nós que não fomos capazes de construir a paz". Portanto, esta palavra, vergonha, de fato, no discurso do Papa no Yad Vashem me pareceu precisamente trazer à luz esse seu sentimento profético muito forte que lhe dá, às vezes, um tom particularmente voltado para o futuro que nos toca e nos sacode.

R. - Em fim, no Getsêmani, depois no Cenáculo os últimos dois compromissos desse intenso dia, e mais uma vez é a luz da esperança que o Papa pede aos cristãos que testemunhem. E depois reafirmou também a ideia de uma Igreja em saída, uma Igreja a serviço, que é outro tema que o Papa tem muito a peito...

R - Sim, porque no Cenáculo foi celebrada a Missa de Pentecostes, e portanto, precisamente o evento da Igreja que, recebendo o Espírito, torna-se missionária. Eu diria que pudemos experimentar a alegria desta celebração próprio no lugar original da missão da Igreja na força do Espírito.

P. - No entanto, o tema da esperança pareceu quase prevalecer, nesses últimos momentos do dia ...

A. - Certamente: a presença do Espírito que dá vida, que o acompanha, que torna presente Jesus Cristo ressuscitado, é um espírito que alimenta, evidentemente, uma esperança mais forte do que qualquer forma de desânimo diante das dificuldades que estão ao nosso redor. Assim, também nesta terra, mesmo com os problemas que as comunidades eclesiais possam ter, e que as comunidades dos povos possam ter. E, com o anúncio do Espírito que desce para nos tornar missionários e nos renovar, para renovar a Criação, é um anúncio de esperança para todos!


No avião, Papa ressalta momentos marcantes da viagem à Terra Santa


No avião que o trouxe de volta ao Vaticano, o Papa Francisco conversou - durante quase uma hora - com os jornalistas que o acompanharam na Terra Santa. Os temas tratados foram muitos: dos momentos mais marcantes da viagem ao celibato dos sacerdotes, passando por escândalos financeiros e a hipótese de uma renúncia a exemplo de Bento XVI. Confira alguns pontos:

Os gestos na Terra Santa e o encontro Peres e Abu Mazen

“Os gestos mais autênticos são os que não se pensam, mas os que acontecem. Algumas coisas, por exemplo, o convite aos dois presidentes à oração, isto estava sendo pensado, mas havia muitos problemas logísticos, muitos, porque é preciso levar em consideração o território onde se realiza, e não é fácil. Isso já se programava, uma reunião, mas no fim saiu o que espero que seja bom. Será um encontro de oração, não para fazer mediação.”

Relação com os ortodoxos

“Com Bartolomeu falamos de unidade, que se faz em caminho, jamais poderemos fazer a unidade num congresso de Teologia. Ele confirmou-me que Atenágoras realmente disse a Paulo VI: ‘vamos colocar todos os teólogos numa ilha e nós prosseguiremos juntos’. Devemos nos ajudar, por exemplo, com as igrejas, inclusive em Roma, onde muitos ortodoxos usam igrejas católicas. Falamos do concílio pan-ortodoxo, para que se faça algo sobre a data da Páscoa. É um pouco ridículo: ‘Quando ressuscita o seu Cristo? O meu na semana que vem. O meu, ao invés, ressuscitou na semana passada’. Com Bartolomeu falamos como irmãos, nos queremos bem, contamos as dificuldades do nosso governo. Falamos bastante da ecologia, de fazermos juntos um trabalho conjunto sobre este problema.”

Abusos contra menores

“Neste momento, há três bispos sob investigação e um deles, já condenado, tem a pena em estudo. Não há privilégios neste tema dos menores. Na Argentina, chamamos os privilegiados de ‘filhos de papai’. Pois bem, sobre este tema não haverá filhos de papai. É um problema muito grave. Um sacerdote que comete um abuso, trai o corpo do Senhor. O padre deve levar o menino ou a menina à santidade. E o menor confia nele. E ao invés de levá-lo à santidade, abusa. É gravíssimo. É como fazer uma missa negra! Ao invés de levá-lo à santidade, o leva a uma problema que terá por toda a vida. Na próxima semana, no dia 6 ou 7 de julho haverá uma missa com algumas pessoas abusadas, na Santa Marta, e depois haverá uma reunião, eu com eles. Sobre isto se deve prosseguir com tolerância zero.”

Celibato dos padres

“Há padres católicos casados, nos ritos orientais. O celibato não é um dogma de fé, é uma regra de vida, que eu aprecio muito e creio que seja um dom para a Igreja. Não sendo um dogma de fé, há sempre uma porta aberta.”

Eventual renúncia

“Eu farei o que o Senhor me dirá de fazer. Rezar, buscar a vontade de Deus. Bento XVI não tinha mais forças e, honestamente, é um homem de fé, humilde como é, tomou esta decisão. Setenta anos atrás os bispos eméritos não existiam. O que acontecerá com os Papas eméritos? Devemos olhar para Bento XVI como uma instituição, abriu uma porta, a dos Papas eméritos. A porta está aberta, se haverá outros ou não, somente Deus sabe. Eu creio que um Bispo de Roma, ao sentir que lhe faltam forças, deva fazer as mesmas perguntas que o Papa Bento fez.”

Outros temas

Francisco falou ainda da alegada investigação sobre um desvio de 15 milhões de euros dos fundos do Instituto para as Obras de Religião, em que estaria envolvido o antigo Secretário de Estado do Vaticano.

“A questão desses 15 milhões está ainda em estudo, não é claro o que aconteceu”, adiantou.

O Papa disse que quer “honestidade e transparência” na administração financeira do Vaticano e que a nova Secretaria para a Economia, dirigida pelo Cardeal Pell, vai “levar por diante as reformas que foram sugeridas” por várias comissões para evitar “escândalos e problemas”. Nesse sentido, recordou que cerca de 1,6 mil contas foram fechadas no IOR nos últimos tempos.

Francisco confirmou que, além da viagem à Coreia do Sul em agosto, voltará à Ásia em janeiro de 2015, para visitar o Sri Lanka e as regiões afetadas pelo tufão nas Filipinas. O Papa mostrou-se preocupado com a falta de liberdade religiosa neste continente, falando num número de “mártires” cristãos que supera os dos primeiros tempos da Igreja.

O Papa não quis comentar os resultados das eleições europeias, mas lembrou as críticas que deixou na exortação apostólica Evangelii Gaudium a um sistema econômico “desumano”, que “mata”.

Já sobre a beatificação de Pio XII, pontífice durante a II Guerra Mundial, Francisco disse ter sido informado de que ainda não há o milagre reconhecido para que a causa avance.


26 de maio de 2014

Papa Francisco conclui segunda viagem internacional do Pontificado


Cidade do Vaticano - O Papa Francisco concluiu no final da tarde desta segunda-feira a segunda viagem internacional do seu Pontificado, a peregrinação à Terra Santa. O Boeing 777, vôo LY 514 da Companhia israelense El Al, deixou o Aeroporto de Ben Gurion, em Tel Aviv, às 19h20min, horário italiano, com destino à Roma, onde deverá aterrar no Aeroporto Internacional de Ciampino às 23 horas.

O Santo Padre dirigiu-se de helicóptero ao Aeroporto vindo de Jerusalém, após celebrar a Missa no Cenáculo, na presença dos Ordinários da Terra Santa e do séquito papal. Na calorosa despedida, estavam presentes o Presidente de Israel, Shimon Peres e o Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu. Foram tocados os hinos dos dois países, visto que era uma visita de Chefe de Estado. Não foram proferidos discursos.

No vôo Roma-Amã, no sábado, o Papa Francisco havia dito aos jornalistas que os encontraria no vôo de volta a Roma, para uma coletiva de imprensa. (JE)


Cenáculo, última etapa da peregrinação de Francisco: "quanto amor, quanto bem, quanta caridade dali jorrou!"


Jerusalém – No Cenáculo, em Jerusalém, o Papa Francisco cumpriu a última etapa desta sua primeira peregrinação à Terra Santa, com a celebração da Santa Missa com os Ordinários da Terra Santa e o Séquito papal. Justamente ali, onde Jesus fez a Última Ceia com os Apóstolos, onde ressurreto apareceu em meio a eles, onde o Espírito desceu sobre Maria e os Apóstolos; ali, onde nasceu a Igreja. A celebração não foi aberta ao público devido às reduzidas dimensões do local.

O Santo Padre foi saudado pelo Custódio da Terra Santa, Padre Pierbattista Pizzaballa que recordou “que a abertura à evangelização missionária de São Francisco tomou asas a partir da Terra da nossa redenção e a Igreja confirmou a nossa missão de custódios dos Lugares Santos”, acrescentando que aquele, é “um dos locais mais feridos de toda Terra Santa, e que estas feridas” – afirmou – queremos que “tenham uma ligação misteriosa e real com os estigmas da Paixão com as quais o Ressuscitado apareceu aos seus”.

Em sua homilia, Francisco traçou um “horizonte do Cenáculo, o horizonte do Ressuscitado e da Igreja”, ali onde ela nasceu, onde ela “partiu, com o Pão repartido nas mãos, as chagas de Jesus nos olhos e o Espírito de amor no coração”.

“Sair, partir, não quer dizer esquecer. A Igreja em saída guarda a memória daquilo que aconteceu ali”, disse Francisco, recordando que do Cenáculo “partiu a Igreja em saída, animada pelo sopro vital do Espírito”.

“O Cenáculo recorda-nos o serviço, o lava-pés que Jesus realizou como exemplo a seus discípulos”, recordou o Papa. “Lavar os pés uns aos outros significa acolher-se, aceitar-se, amar-se, servir-se reciprocamente. Quer dizer servir o pobre, o doente, o marginalizado”. O Cenáculo, observou ainda, também nos recorda a “Eucaristia, o sacrifício”, e na celebração eucarística, “oferecemos a Deus toda a nossa vida, o nosso trabalho, as nossas alegrias e penas”.

O Cenáculo também nos recorda a amizade. “O Senhor faz de nós seus amigos, confia-nos a vontade do Pai e se dá a nós. Esta é a experiência mais bela do cristão e, de modo particular, do sacerdote: tornar-se amigo do Senhor Jesus”, disse o Papa, acrescentando que o Cenáculo também nos recorda a despedida do Mestre e a promessa de se reencontrar com seus amigos: “Jesus não nos deixa, nunca nos abandona, vai à nossa frente na Casa do Pai; e para lá, nos quer levar consigo”.

Francisco disse que o Cenáculo também recorda a mesquinhez, a curiosidade, a traição:

“E reproduzir na vida estas atitudes não acontece somente com os outros, mas pode acontecer a cada um de nós, quando olhamos com desdém o irmão e o julgamos; quando, com os nosso pecados, atraiçoamos Jesus”.

Mas o Cenáculo recorda-nos também a partilha, a fraternidade, a harmonia e a paz entre nós:

“Quanto amor, quanto bem jorrou do Cenáculo! Quanta caridade saiu daqui como um rio da sua fonte, que, ao princípio, é um ribeiro e depois se alarga e se torna grande...Todos os santos beberam daqui; o grande rio da santidade da Igreja, sempre sem cessar, tem origem daqui, do Coração de Cristo, da Eucaristia, do seu Santo Espírito”.

O Cenáculo, por fim, “recorda-nos o nascimento de uma nova família, a Igreja, constituída por Jesus ressuscitado e que tem uma Mãe, a Virgem Maria:

“As famílias cristãs pertencem a esta grande família e, nela, encontram luz e força para caminhar e se renovar no meio das fadigas e provações da vida. Para esta grande família estão convidados e chamados todos os filhos de Deus de cada povo e língua, todos os irmãos e filhos do único Pai que está nos céus”.

E O Papa concluiu: “Desça o vosso Espírito, Senhor, e renove a face da terra”.



Papa Francisco questiona consagrados quanto à proximidade e o distanciamento a Jesus



Jerusalém – Na Igreja de Getsêmani, ao pé do Monte das Oliveiras, onde, segundo a tradição, Jesus rezou antes da sua prisão, o Santo Padre encontrou sacerdotes, religiosos e seminaristas.

Na sua homilia, Francisco reverenciou o local santo, lembrando a passagem do evangelho de Lucas, quando Jesus sentiu necessidade de orar, e se recolheu no Monte, seguido por seus discípulos. Um lugar marcado “pela sua angústia, pelo seu suor de sangue; santificado sobretudo pelo seu ‘sim’ à vontade amorosa do Pai. Quase sentimos temor de abeirar-nos dos sentimentos que Jesus experimentou naquela hora; entramos, em pontas de pés, naquele espaço interior, onde se decidiu o drama do mundo”.

Papa Francisco recordou quem tinha seguido e partilhado mais de perto a missão de Jesus. No entanto, a circunstância foi envolvida por uma sucessão de eventos, entre os discípulos e perante o próprio Mestre, onde prosperaram incertezas, proximidade e distanciamento a Jesus, e prevaleceram “a dúvida, o cansaço e o pavor”. Santo Padre trouxe a reflexão pra perto da gente e, principalmente, para os grupos de seminaristas, cerca de 400 pessoas, que se encontravam reunidos para a celebração.

"Será bom para todos nós – bispos, sacerdotes, pessoas consagradas, seminaristas – perguntarmo-nos neste lugar: Quem sou eu perante o meu Senhor que sofre? Sou daqueles que, convidados por Jesus a velar com Ele, adormecem e, em vez de rezar, procuram evadir-se fechando os olhos frente à realidade? Sou daqueles? Ou me reconheço naqueles que fugiram por medo, abandonando o Mestre na hora mais trágica da sua vida terrena? Porventura há em mim a hipocrisia, a falsidade daquele que O vendeu por trinta moedas, que fora chamado amigo e no entanto traiu Jesus? Reconheço-me naqueles que foram fracos e O renegaram, como Pedro?"

O Santo Padre também fez referência àqueles que aceitaram o chamado de Jesus, àqueles que foram fiéis até o final, como a Virgem Maria e o apóstolo João.
"Ou então, graças a Deus, encontro-me entre aqueles que foram fiéis até ao fim, como a Virgem Maria e o apóstolo João? No Gólgota, quando tudo se torna escuro e toda a esperança parece extinta, somente o amor é mais forte que a morte. O amor de Mãe e do discípulo predileto impele-os a permanecerem ao pé da cruz, para compartilhar até ao fundo o sofrimento de Jesus. Reconheço-me naqueles que imitaram o seu Mestre e Senhor até ao martírio, dando testemunho que Ele era tudo para eles, a força incomparável da sua missão e o horizonte último da sua vida?"

Ao finalizar a homilia, Papa Francisco falou da “amizade de Jesus por nós, a sua fidelidade e a sua misericórdia”, que são o dom inestimável que nos encoraja a continuar, com confiança, apesar das nossas quedas, erros e traições.

"Todavia esta bondade do Senhor não nos isenta da vigilância frente ao tentador, ao pecado, ao mal e à traição que podem atravessar também a vida sacerdotal e religiosa. Todos nós estamos expostos ao pecado, ao mal, à traição. Sentimos a desproporção entre a grandeza da chamada de Jesus e a nossa pequenez, entre a sublimidade da missão e a nossa fragilidade humana. Mas o Senhor, na sua grande bondade e infinita misericórdia, sempre nos toma pela mão, para não nos afogarmos no mar do acabrunhamento. Ele está sempre ao nosso lado, nunca nos deixa sozinhos. Portanto, não nos deixemos vencer pelo medo e o desalento, mas, com coragem e confiança, sigamos em frente no nosso caminho e na nossa missão."

O Santo Padre referiu-se ainda ao dom e à responsabilidade de seguir o Senhor com alegria na Terra Santa. Palavras dirigidas a representantes de cerca de cem diferentes congregações.

"A vossa presença aqui é muito importante; toda a Igreja vos está agradecida e apoia com a oração. Deste lugar santo, desejo ainda dirigir uma saudação afetuosa a todos os cristãos de Jerusalém. Gostaria de assegurar que lembro com afeto e rezo por eles, bem conhecendo a dificuldade da vida deles na cidade. Exorto-os a serem testemunhas corajosas da Paixão do Senhor, mas também da sua Ressurreição, com alegria e na esperança. Imitemos a Virgem Maria e São João, permanecendo junto das muitas cruzes onde Jesus ainda está crucificado. Esta é a estrada pela qual o nosso Redentor nos chama a segui-Lo." (AC)



“Não nos cansemos de buscar a paz”, diz Papa a Shimon Peres


Jerusalém – A manhã do Papa Francisco em Jerusalém se concluiu com dois encontros políticos: a visita de cortesia ao Presidente do Estado de Israel, Shimon Peres, e a audiência privada ao Primeiro-Ministro, Benjamin Netanyahu.

A paz esteve novamente no centro do discurso de Francisco a Peres, que reconheceu no Presidente de Israel sua vocação de “artífice de paz”, assim como a da cidade de Jerusalém.

“Que Jerusalém seja verdadeiramente a Cidade da paz! Que resplandeçam plenamente a sua identidade e o seu carácter sagrado, o seu valor religioso e cultural universal, como tesouro para toda a humanidade! Como é belo quando os peregrinos e os residentes podem aceder livremente aos Lugares Santos e participar nas celebrações!”

A construção da paz, disse ainda o Papa, exige, antes de mais nada, o respeito pela liberdade e a dignidade de cada pessoa humana. “Renovo os meus votos de que se evitem, por parte de todos, iniciativas e ações que contradizem a declarada vontade de chegar a um verdadeiro acordo e de que não nos cansemos de buscar a paz com determinação e coerência.”

Francisco falou contra o que impede esta paz, como a violência e ao terrorismo, a pretensão de impor o próprio ponto de vista em detrimento dos direitos alheios e o antissemitismo.

E concluiu: “Dirijo o meu pensamento a todos aqueles que sofrem as consequências das crises ainda abertas na região médio-oriental, para que o mais rápido possível sejam aliviadas as suas penas através de uma honrosa composição dos conflitos. Paz sobre Israel e em todo o Médio Oriente! Shalom!”

Ao deixar o Palácio Presidencial, o Papa se dirigiu ao Centro Notre Dame de Jerusalém – um Instituto Pontifício administrado atualmente pelos Legionários de Cristo. Neste Centro, o Pontífice recebeu em audiência o Primeiro-Ministro Netanyahu para um colóquio privado e, na sequência, almoçou com sua comitiva.



Papa reza diante do Muro das Lamentações e deposita um bilhete com a oração do Pai-Nosso


Jerusalém - O segundo momento das atividades do Papa, na manhã desta segunda-feira, foi a sua visita ao Muro Ocidental, conhecido como Muro das Lamentações, resto ainda existente das ruínas do antigo Templo de Jerusalém, construído por Salomão e reedificado por Herodes. Hoje, este é um lugar central de culto do judaísmo.

Ali, como fazem todos os fiéis que se aproximam do Muro, o Bispo de Roma também depositou seu bilhete, escrito de próprio punho, com a oração do Pai-Nosso, em espanhol, como lhe foi ensinado por sua mãe. Depois, apoiando a mão direita no Muro das Lamentações, o Papa se deteve em oração, por alguns momentos. A seguir, assinou o Livro de Honra, deixando a seguinte mensagem: “Com sentimentos de alegria, para com meus irmãos mais velhos, vim aqui para pedir ao Senhor o dom da paz”.

Depois, o Pontífice visitou o Mausoléu de Theodor Herzl, fundador do Movimento Sionista, em 1897. Ali, no cemitério nacional de Israel, depositou uma coroa de flores, um gesto que, segundo a tradição, é feito durante as visitas oficiais.

A seguir, o Bispo de Roma visitou o vizinho Memorial de Yad Vashem, o Monumento do Holocausto, que contém algumas urnas, com cinzas de vítimas de vários campos de extermínio. Tendo depositado também ali uma coroa de flores, na presença de alguns sobreviventes da perseguição nazista, o Papa fez um breve pronunciamento.

Neste lugar, memorial da Shoah, disse o Papa, ouvimos ressoar a pergunta de Deus: «Adão, onde você está?». Nesta pergunta, notamos a dor de um pai que perde o filho. O pai conhecia o risco da liberdade; sabia que o filho podia ter-se perdido, mas, talvez, nem mesmo o pai podia imaginar tal queda, tal abismo!

Aquele grito «onde você está?» ressoa aqui, disse o Pontífice, diante deste memorial da tragédia incomensurável do Holocausto, como uma voz que se perde em um abismo sem fim: “Homem, quem é você? Não o reconheço mais. O que você fez? De quais horrores você foi capaz? Por que você caiu tão embaixo?

Este abismo não pode ser somente obra das suas mãos, do seu coração... E, referindo-se ainda ao homem, o Papa perguntou: “Quem o corrompeu? Quem o desfigurou? Você torturou e assassinou seus irmãos! Por isso, hoje, voltamos a ouvir a voz de Deus: «Adão, onde você está?»

Dito isso, o Santo Padre invocou o perdão de Deus: “Tende piedade de nós, Senhor! Escutai a nossa oração e a nossa súplica. Salvai-nos pela vossa misericórdia. Salvai-nos desta monstruosidade! Pecamos contra vós!”. E concluiu:


“Lembrai-vos de nós na vossa misericórdia. Dai-nos a graça de nos envergonharmos daquilo que, como homens, fomos capazes de cometer; de nos envergonharmos desta máxima idolatria; de termos desprezado e destruído a nossa carne, aquela que vós formastes e vivificastes com o vosso sopro de vida. Nunca mais, Senhor! Nunca mais!

Depois da visita ao Memorial do Holocausto, o Bispo de Roma visitou o “Centro Hechal Shlomo”, sede do Grão-Rabinado de Israel, situado ao lado da Grande Sinagoga de Jerusalém. (MT)





Papa Francisco: juntos, judeus e católicos podem contribuir para a causa da paz


Jerusalém – “Juntos, poderemos dar uma grande contribuição para a causa da paz”: foi o que disse o Papa na visita de cortesia aos dois Grãos-Rabinos de Israel, no Centro Heichal Shlomo – em mais uma etapa de sua visita esta manhã a Jerusalém. Em seu discurso, o Pontífice recordou que desde o tempo em que era Arcebispo de Buenos Aires, pôde contar com a amizade de muitos judeus.

“Com eles, organizamos frutuosas iniciativas de encontro e diálogo e, com eles, vivi também significativos momentos de partilha no plano espiritual.” Francisco citou etapas importantes na relação entre judeus e católicos, como Declaração Nostra aetate, fruto do Concílio Vaticano II, e o diálogo entre o Grão-Rabinato de Israel e a Comissão da Santa Sé para as Relações Religiosas com o Judaísmo.

“Não se trata apenas de estabelecer, num plano humano, relações de respeito mútuo: somos chamados, como cristãos e como judeus, a interrogarmo-nos em profundidade sobre o significado espiritual do vínculo que nos une. É um vínculo que vem do Alto, ultrapassa a nossa vontade e permanece íntegro, não obstante todas as dificuldades de relacionamento vividas, infelizmente, na história.” É sobre este vínculo, concluiu o Papa, que as duas religiões podem dar sua contribuição à humanidade:

“Juntos, poderemos dar uma grande contribuição para a causa da paz; juntos, poderemos, num mundo em rápida mudança, testemunhar o significado perene do plano divino da criação; juntos, poderemos opor-nos, firmemente, a todas as formas de antissemitismo e restantes formas de discriminação.
O Senhor nos ajude a caminhar, com confiança e fortaleza de ânimo, pelas suas vias. Shalom!“.


25 de maio de 2014

Confirmado plano para destruição do Instituto Religioso dos Franciscanos e Franciscanas da Imaculada!

Salus animarum suprema lex?

As últimas dúvidas, para os que ainda as tivessem, estão definitivamente dissipadas. Existe um plano para a destruição sistemática dos Franciscanos e das Franciscanas da Imaculada, os dois institutos religiosos fundados pelo padre Stefano Maria Manelli, varridos agora pela tempestade.

Na segunda-feira, 19 de maio de 2014, o Cardeal João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada, anunciou à Madre Geral das Franciscanas da Imaculada a nomeação, com efeito imediato, de uma “visitante” para o Instituto com poderes de férreo controle equivalentes de fato ao de uma “comissária”. Na casa geral de Frattocchie tomou posse, ipso facto, a irmã Fernanda Barbiero, do Instituto Suore Maestre di Santa Dorotea, uma religiosa “adulta” e atualizada, de tendência moderadamente feminista, defensora, com alguns anos de atraso, do “humanismo integral” maritainista.

As Irmãs Franciscanas da Imaculada são uma Ordem religiosa de direito pontifício que se destaca pela jovem idade média [de seus membros], o número de vocações e, especialmente, pelo rigor com que vivem o seu carisma, de acordo com a Regra redigida por São Francisco de Assis. Uma parte delas exerce um intenso apostolado missionário na África, no Brasil e nas Filipinas, enquanto a outra parte abraçou a vida contemplativa, em espírito de profunda austeridade e oração. As Irmãs, inspiradas pelo exemplo de São Maximiliano Maria Kolbe, administram editoras, rádio e revistas de grande difusão popular, como “O Semanário do Padre Pio”. Este apostolado de conquista, unido ao amor pela Tradição, é certamente uma das causas do ódio que se tem adensado sobre elas e seus irmãos Franciscanos.

Em 11 de julho de 2013, o cardeal Braz de Aviz confiou o governo dos Franciscanos da Imaculada a um “comissário apostólico”, que em menos de um ano conseguiu desagregar a Ordem, forçando os melhores Frades a pedir dispensa de seus votos, para sair de um Instituto agora reduzido a um campo de ruínas e poder viver de outro modo sua própria vocação.

O caso das Franciscanas que se abre agora é ainda mais grave do que o do Instituto masculino. O pretexto para a “visita” e depois para o comissariado dos Frades foi a presença de um pequeno e agressivo grupo de “dissidentes”, incentivados e alimentados a partir de fora. Nenhuma dissidência, no entanto, se manifestou entre as irmãs, que vivem em espírito de unidade e caridade fraterna. As Franciscanas e os Franciscanos da Imaculada deviam ser supressos sobretudo pela sua proximidade com a Tradição, ao contrário da prática da maioria dos Institutos de Vida Consagrada. Dissemos proximidade porque as duas congregações franciscanas nasceram e se situam fora do mundo “tradicionalista”.

Em face do colapso teológico e pastoral do pós-Concílio, eles manifestaram uma adesão à ortodoxia da Igreja que contrasta com a criatividade doutrinária e litúrgica que hoje impera. A Congregação para os Religiosos considera este sentire cum Ecclesia “tradicional” incompatível com o sentire cum Ecclesia “vaticanosecundista”.

A Congregação para os Institutos de Vida Consagrada cometeu um flagrante abuso de poder quando pretendeu proibir os Franciscanos da Imaculada de celebrar a Missa segundo o antigo rito romano. E os Frades cometeram um outro evidente erro quando aceitaram renunciar à celebração da Missa tradicional. Eles justificaram a sua renúncia com base em dois motivos: a obediência e o bi-ritualismo. Mas o problema de fundo não é o mono ou o bi-ritualismo.

O fato é que a Missa tradicional nunca foi revogada e não pode ser revogada, pelo que todos os sacerdotes conservam o direito de celebrá-la. A pedra angular do Motu Proprio Summorum Pontificum do Papa Bento XVI, de 7 de julho de 200, está naquela passagem que concede a cada sacerdote o direito “celebrar o Sacrifício da Missa segundo a edição típica do Missal Romano, promulgada pelo Beato  João XXIII em 1962 e nunca ab-rogada, como forma extraordinária da Liturgia da Igreja”. Trata-se de uma lei universal da Igreja, que confirma a Bula Quo primum de São Pio V (1570). Nunca nenhum padre foi punido, ou poderá sê-lo, por ter celebrado a Missa tradicional. Nunca poderá ser imposto aos fiéis, leigos ou freiras, a renúncia ao bem que representa um Rito canonizado pelo uso de quase dois milênios de história da Igreja.

A obediência é uma virtude, talvez a mais alta. Mas o problema que se coloca hoje na Igreja é a quem e a que coisa se deve obedecer. Quando a obediência às autoridades humanas, em vez de aperfeiçoar a vida espiritual, a prejudica, colocando em risco a própria salvação, ela deve ser vigorosamente rejeitada, porque devemos obedecer antes a Deus do que aos homens (Atos 5: 29).

Talvez o cardeal Braz de Aviz queira empurrar as freiras a passarem em massa para a Sociedade São Pio X, a fim de demonstrar que não há espaço possível entre os tradicionalistas “cismáticos” e a Igreja “conciliar”. Porém, ele parece esquecer duas coisas: em primeiro lugar, que muitos bispos e até mesmo conferências episcopais estão hoje separados da fé da Igreja em medida muito maior do que aquilo que separa a Sociedade São Pio X das autoridades eclesiásticas; em segundo lugar, que o Direito Canônico permite às Irmãs e aos Irmãos de serem liberados de seus votos para se reorganizarem sob a forma de uma associação privada de fiéis, vivendo a sua vocação fora de qualquer imposição arbitrária (cânon 298-311).

A Congregação dos Religiosos recusaria às 400 irmãs a dispensa dos votos que deveriam pedir? Seria uma brutal violação da liberdade de consciência de que hoje tanto se fala, com frequência de modo desatinado. A doutrina tradicional da Igreja considera inviolável a liberdade de consciência no foro interno, porque ninguém pode ser forçado em suas escolhas, mas nega tal liberdade no âmbito público, ou no foro externo, porque só a verdade, e não o erro tem direitos. Os fanáticos do Concílio Vaticano II teorizam a liberdade religiosa no foro externo, reconhecendo direitos a todos os cultos e seitas, mas a negam no foro interno, julgando as intenções e invadindo o âmbito da consciência individual.

Mas é possível impor à força, a Irmãos e Irmãs, sua permanência dentro de um instituto religioso em que não se reconhecem, porque lhe foi destruída a identidade? O princípio de que salus animarum suprema lex [a salvação da alma é a lei suprema] é o fundamento não só do Direito Canônico, mas da vida espiritual de cada batizado, e deve ser tido como regra irrenunciável para conseguir a salvação da própria alma.

Se, nessa perspectiva, seguindo uma consciência reta, alguns quisessem resistir às ordens injustas, o que os aguardaria? Um abraço dialogante e misericordioso, ou a dura política da vara? Expulsões, censura, suspensões a divinis, excomunhão e interditos estão agora reservados somente a quem mantém a ortodoxia da fé?

Uma última pergunta está ainda sem resposta. A vara do cardeal Braz de Aviz: está em aberta contradição com a política de misericórdia do Papa Francisco, ou constitui uma expressão típica dela?



Fonte:Por Roberto de Mattei | Tradução: Fratres in Unum.com –


Em Aversa o cardeal Amato preside ao rito de beatificação dos mártires Mario Vergara e Isidoro Ngei Ko Lat


O martírio do padre Mario Vergara e do catequista Isidoro Ngei Ko Lat, na alvorada de 25 de Maio de 1950, teve «um prodigioso efeito missionário».

Assim o cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as causas dos santos, descreveu os frutos do testemunho de fé do sacerdote da Campânia e do leigo birmano que, em representação do Papa Francisco, beatificou no sábado à tarde, 24 de Maio, na catedral de Aversa.

Na sua carta apostólica para a beatificação o Pontífice – recordou o purpurado – chamou-os «mensageiros heróicos do Evangelho em terras do Oriente, os quais não duvidaram em antepor o amor a Cristo e aos irmãos à sua vida». Com efeito, o sacrifício dos dois «gerou o florescimento do catolicismo no Myanmar».
As suas cruzes fizeram «crescer a árvore da Igreja, infundindo nos baptizados o orgulho da sua identidade cristã e dando-lhes um renovado dinamismo de apostolado e de testemunho».



Francisco às crianças palestinas: a violência se vence com a paz


Belém - Após a visita privada à Gruta da Natividade de Belém, o Santo Padre foi até o "Phoenix Center" de Belém – um centro de reintegração social criado no campo de refugiados de Dheisheh –, onde encontrou as crianças palestinas que vivem neste campo e nos de Aida e Beit Jibrin.

Tratou-se de um encontro intenso. As crianças acolheram o Papa mostrando cartazes com escritas de denúncia: "Cristãos e muçulmanos vivem sob ocupação" – ressaltava um deles. E outro dizia: "Jamais vi o mar". Um garoto saudou o Papa falando em italiano:

"Querido Papa Francisco, somos filhos da Palestina. Há 66 anos nossos pais sofrem a ocupação. Abrimos nossos olhos sob esta ocupação e vimos a 'nakba' (catástrofe, ndr) nos olhos de nossos avós, quando deixaram este mundo. Queremos dizer ao mundo: basta sofrimentos e humilhações!"
O Pontífice agradeceu às crianças por suas mensagens:
"Li aquilo que vocês escreveram nestas folhas" – disse Francisco falando em espanhol – "e compreendo aquilo que estão me dizendo e a mensagem que estão me dando. Jamais deixem que o passado determine a vida. Olhem sempre para frente. Trabalhem e lutem para obter aquilo que vocês querem."

"Porém – observou –, saibam de uma coisa, que não se vence a violência com a violência! A violência se vence com a paz! Com a paz, com o trabalho, com a dignidade de fazer a pátria seguir adiante! Muito obrigado por terem me recebido! E peço a Deus que abençoe vocês! E peço-lhes que rezem por mim! Muito obrigado!"


Missa na Praça da Manjedoura: apelo em defesa das crianças


Belém – O momento alto das atividades do Papa, na manhã deste domingo, segundo dia da sua Viagem Apostólica à Terra Santa, foi a celebração Eucarística  na Praça da Manjedoura.

De fato, depois do encontro com as Autoridades Palestinas, no Palácio Presidencial de Belém, o Santo Padre se deslocou, em papamóvel, para a Praça da Manjedoura, também conhecida como “Praça do Berço”, onde era aguardado por uma grande multidão de fiéis e pela Prefeita católica da cidade, Vera Baboun.

No caminho rumo a Belém, saindo do protocolo, o Papa desceu do papamóvel e se aproximou do muro, que divide Belém de Israel, onde encostou a cabeça e se deteve, por alguns minutos, em oração.

Ao chegar à Praça da Manjedoura, entre aplausos e gritos de “viva o Papa”, o Pontífice presidiu à celebração Eucarística, da qual participou, entre as muitas autoridades civis e religiosas, o Presidente palestino, Mahmoud Abbas.
Em sua homilia, o Santo Padre partiu da citação evangélica: “Isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura”. Comentando este versículo de Lucas (2,12), o Papa Francisco exclamou:

“Que grande graça celebrar a Eucaristia neste lugar, onde Jesus nasceu! Agradeço a Deus e a vocês, que me acolhem nesta minha peregrinação; agradeço ao Presidente Mahmoud Abbas e demais autoridades, ao Patriarca Fouad Twal, os outros Bispos e Ordinários da Terra Santa, os sacerdotes, as pessoas consagradas e aos que trabalham para manter vivas a fé, a esperança e a caridade nestes territórios; agradeço ainda as delegações de fiéis, vindas de Gaza e da Galileia, e os imigrantes da Ásia e da África. Obrigado a todos pela presença!

Após a sua saudação, o Bispo de Roma fez uma reflexão sobre o Menino Jesus, nascido em Belém, sinal enviado por Deus para quem esperava a salvação; ele permanece sempre o sinal da ternura de Deus e da sua presença no mundo. E o Papa continuou:

“Também hoje as crianças são um sinal: sinal de esperança, sinal de vida, mas, sobretudo, sinal de ‘diagnóstico’ para se compreender o estado de saúde de uma família, de uma sociedade, do mundo inteiro. Quando as crianças são acolhidas, amadas, protegidas, tuteladas, a família é sadia, a sociedade melhora, o mundo é mais humano”.

Também para nós, homens e mulheres do século XXI, explicou o Pontífice, isto representa um sinal para procurar o Menino. O Menino de Belém é frágil, como todos os recém-nascidos. Ele não sabe falar! No entanto, é a Palavra que se fez carne e veio mudar o coração e a vida dos homens. Aquele Menino, como qualquer criança, é frágil e, como tal, precisa ser ajudado e protegido. Sobretudo, hoje, as crianças devem ser acolhidas e defendidas, desde o ventre materno.

Infelizmente, neste nosso mundo, que desenvolveu tecnologias tão sofisticadas, recordou o Papa, há tantas crianças que vivem em condições desumanas, à margem da sociedade, nas periferias das grandes cidades ou nas zonas rurais; crianças exploradas, maltratadas, escravizadas, vítimas de violência e de tráficos ilícitos; crianças exiladas, refugiadas e, por vezes, anegadas nos mares, sobretudo no Mediterrâneo. Tudo isso deve causar-nos vergonha diante Menino-Deus.

Aqui, o Papa perguntou: “Quem somos nós diante do Menino Jesus? Quem somos nós diante das crianças de hoje? Somos como Maria e José, que acolheram Jesus e cuidaram dele, com amor maternal e paternal? Ou somos como Herodes, que o quis eliminar? Somos como os pastores, que vieram adorá-lo e trazer-lhe presentes? Ou ficamos indiferentes, limitando-nos a ser pessoas que exploram as crianças pobres para fins de lucro? Somos capazes de permanecer com elas, ouvi-las, defendê-las e rezar por elas e com elas?

Hoje, disse ainda o Santo Padre, tantas crianças choram, por fome e frio, por doença e falta de remédios e de carinho. Neste mundo, onde se proclama a tutela dos menores, as armas acabam nas mãos de crianças-soldado; os menores se tornam trabalhadores e escravos. Quantas Raquéis, hoje, também choram por seus filhos. Será que este pranto não nos interpela?

O Papa Francisco concluiu sua homilia exortando os fiéis a meditarem sobre esta frase evangélica: “Isto vos servirá de sinal”. Desta profunda reflexão, pode brotar um novo estilo de vida, onde as relações deixam de ser conflito, opressão ou consumismo, para se tornarem relações de fraternidade, de perdão, de reconciliação, de partilha e de amor. (MT)


Papa Francisco no Estado da Palestina: quebra de protocolo e convite inédito


Belém  - Na manhã deste domingo, logo após aterrissar no Estado da Palestina, Papa Francisco fez uma parada fora de programa e rezou diante do Muro da Separação entre Israel e Palestina. À frente das escritas “Palestina Livre” e “Precisamos de alguém que fale sobre justiça”, Papa Francisco observou a altura do Muro da Separação e, logo após, tocou-o e encostou a cabeça recolhendo-se em oração.

Israel começou a construir o Muro da Separação em 2002, chamando-o de Muro de Segurança e com o objetivo de impedir a entrada de terroristas no Estado de Israel.

Na fronteira entre Jerusalém e Belém, justamente onde Papa Francisco passou, o muro chega a ter oito metros de altura. Os palestinos que têm permissão para cruzar a fronteira precisam, todos os dias, passar pelo “Check Point” – o mesmo acontece com turistas que atravessam a fronteira para visitar a Basílica da Natividade, em Belém.

Uma imagem histórica que, por enquanto, torna-se o símbolo da passagem de Francisco pela Terra Santa. Todavia, Papa Francisco surpreendeu, mais uma vez, ao anunciar no final da celebração eucarística na Praça da Manjedoura, um convite para que os presidentes da Palestina e Israel, Mahmoud Abbas e Shimon Peres, respectivamente, encontrem-se com o pontífice no Vaticano para um “momento de profunda oração pela paz”.

Durante seu discurso na tarde deste domingo, já em Tel Aviv, Papa Francisco reiterou - desta vez na presença de Shimom Peres - o convite feito na manhã de domingo.


Papa Francisco e Patriarca Bartolomeu assinam Declaração comum


Jerusalém - Ponto alto da viagem do Santo Padre à Terra Santa, realizou-se no final da tarde deste domingo o tão aguardado encontro do Papa Francisco com o Patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I.

O encontro teve lugar na Delegação Apostólica de Jerusalém, onde, 50 anos atrás, se verificou o histórico abraço entre Paulo VI e Atenágoras.

Marcado de grande comoção e carregado de grande significado ecumênico, o encontro deu-se de forma privada, na presença do cardeal secretário de estado, Pietro Parolin, e do presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch.

O Pontífice e o Patriarca assinaram uma Declaração comum, cujo texto propomos a seguir, na íntegra:

1. Como os nossos venerados predecessores Papa Paulo VI e Patriarca Ecumênico Atenágoras, que se encontraram aqui em Jerusalém há cinquenta anos, também nós – Papa Francisco e Patriarca Ecumênico Bartolomeu – decidimos encontrar-nos na Terra Santa, «onde o nosso Redentor comum, Cristo nosso Senhor, viveu, ensinou, morreu, ressuscitou e subiu aos céus, donde enviou o Espírito Santo sobre a Igreja nascente» (Comunicado comum de Papa Paulo VI e Patriarca Atenágoras, publicado depois do seu encontro de 6 de Janeiro de 1964). O nosso encontro – um novo encontro dos Bispos das Igrejas de Roma e Constantinopla fundadas respectivamente por dois Irmãos, os Apóstolos Pedro e André – é fonte de profunda alegria espiritual para nós. O mesmo proporciona uma ocasião providencial para refletir sobre a profundidade e a autenticidade dos vínculos existentes entre nós, vínculos esses fruto de um caminho cheio de graça pelo qual o Senhor nos guiou desde aquele abençoado dia de cinquenta anos atrás.

2. O nosso encontro fraterno de hoje é um passo novo e necessário no caminho para a unidade, à qual só o Espírito Santo nos pode levar: a unidade da comunhão na legítima diversidade. Com profunda gratidão, relembramos os passos que o Senhor já nos permitiu realizar. O abraço trocado entre o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras aqui em Jerusalém, depois de muitos séculos de silêncio, abriu a estrada para um gesto epocal: a remoção da memória e do meio da Igreja dos atos de recíproca excomunhão de 1054. Isso foi seguido por uma troca de visitas entre as respectivas Sés de Roma e de Constantinopla, por uma correspondência regular e, mais tarde, pela decisão anunciada pelo Papa João Paulo II e o Patriarca Dimitrios, ambos de abençoada memória, de se iniciar um diálogo teológico na verdade entre católicos e ortodoxos. Ao longo destes anos, Deus, fonte de toda a paz e amor, ensinou-nos a olhar uns para os outros como membros da mesma família cristã, sob o mesmo Senhor e Salvador Jesus Cristo, e a amar-nos de tal modo uns aos outros que podemos confessar a nossa fé no mesmo Evangelho de Cristo, tal como foi recebida pelos Apóstolos e nos foi expressa e transmitida a nós pelos Concílios Ecumênicos e pelos Padres da Igreja. Embora plenamente conscientes de ainda não ter atingido a meta da plena comunhão, hoje reafirmamos o nosso compromisso de continuar a caminhar juntos rumo à unidade pela qual Cristo nosso Senhor rezou ao Pai pedindo que «todos sejam um só» (Jo 17, 21).

3. Bem cientes de que a unidade se manifesta no amor de Deus e no amor do próximo, olhamos com ansiedade para o dia em que poderemos finalmente participar juntos no banquete eucarístico. Como cristãos, somos chamados a preparar-nos para receber este dom da comunhão eucarística, segundo o ensinamento de Santo Ireneu de Lião (Contra as Heresias, IV, 18, 5: PG 7, 1028), através da confissão de uma só fé, a oração perseverante, a conversão interior, a renovação da vida e o diálogo fraterno. Ao alcançar esta meta esperada, manifestaremos ao mundo o amor de Deus, pelo qual somos reconhecidos como verdadeiros discípulos de Jesus Cristo (cf. Jo 13, 35).

4. Para tal objectivo, o diálogo teológico realizado pela Comissão Mista Internacional oferece uma contribuição fundamental na busca da plena comunhão entre católicos e ortodoxos. Ao longo dos sucessivos tempos vividos sob os Papas João Paulo II e Bento XVI e o Patriarca Dimitrios, foi substancial o progresso dos nossos encontros teológicos. Hoje exprimimos vivo apreço pelos resultados obtidos até agora, bem como pelos esforços atuais. Não se trata de mero exercício teórico, mas de uma exercitação na verdade e no amor, que exige um conhecimento ainda mais profundo das tradições de cada um para as compreender e aprender com elas. Assim, afirmamos mais uma vez que o diálogo teológico não procura o mínimo denominador comum teológico sobre o qual se possa chegar a um compromisso, mas busca aprofundar o próprio conhecimento da verdade total que Cristo deu à sua Igreja, uma verdade cuja compreensão nunca cessará de crescer se seguirmos as inspirações do Espírito Santo. Por isso, afirmamos conjuntamente que a nossa fidelidade ao Senhor exige um encontro fraterno e um verdadeiro diálogo. Tal busca comum não nos leva para longe da verdade; antes, através de um intercâmbio de dons e sob a guia do Espírito Santo, levar-nos-á para a verdade total (cf. Jo 16, 13).

5. Todavia, apesar de estarmos ainda a caminho para a plena comunhão, já temos o dever de oferecer um testemunho comum do amor de Deus por todas as pessoas, trabalhando em conjunto ao serviço da humanidade, especialmente na defesa da dignidade da pessoa humana em todas as fases da vida e da santidade da família assente no matrimônio, na promoção da paz e do bem comum e dando resposta ao sofrimento que continua a afligir o nosso mundo. Reconhecemos que a fome, a pobreza, o analfabetismo, a distribuição desigual de recursos devem ser constantemente enfrentados. É nosso dever procurar construir juntos uma sociedade justa e humana, onde ninguém se sinta excluído ou marginalizado.

6. É nossa profunda convicção que o futuro da família humana depende também do modo como protegermos – de forma simultaneamente prudente e compassiva, com justiça e equidade – o dom da criação que o nosso Criador nos confiou. Por isso, arrependidos, reconhecemos os injustos maus-tratos ao nosso planeta, o que aos olhos de Deus equivale a um pecado. Reafirmamos a nossa responsabilidade e obrigação de fomentar um sentimento de humildade e moderação, para que todos possam sentir a necessidade de respeitar a criação e protegê-la cuidadosamente. Juntos, prometemos empenhar-nos na sensibilização sobre a salvaguarda da criação; apelamos a todas as pessoas de boa vontade para tomarem em consideração formas de viver menos dispendiosas e mais frugais, manifestando menos ganância e mais generosidade na proteção do mundo de Deus e para benefício do seu povo.

7. Há também urgente necessidade de uma cooperação efetiva e empenhada dos cristãos para salvaguardar, por todo o lado, o direito de exprimir publicamente a própria fé e de ser tratados equitativamente quando promovem aquilo que o cristianismo continua a oferecer à sociedade e à cultura contemporânea. A este propósito, convidamos todos os cristãos a promoverem um diálogo autêntico com o judaísmo, o islamismo e outras tradições religiosas.
A indiferença e a ignorância mútua só podem levar à desconfiança e mesmo, infelizmente, ao conflito.

8. Desta cidade santa de Jerusalém, exprimimos a nossa comum e profunda preocupação pela situação dos cristãos no Médio Oriente e o seu direito de permanecerem plenamente cidadãos dos seus países de origem. Confiadamente voltamo-nos para Deus omnipotente e misericordioso, elevando uma oração pela paz na Terra Santa e no Médio Oriente em geral. Rezamos especialmente pelas Igrejas no Egito, Síria e Iraque, que têm sofrido mais pesadamente por causa dos eventos recentes. Encorajamos todas as Partes, independentemente das próprias convicções religiosas, a continuarem a trabalhar pela reconciliação e o justo reconhecimento dos direitos dos povos. Estamos convencidos de que não são as armas, mas o diálogo, o perdão e a reconciliação, os únicos meios possíveis para alcançar a paz.

9. Num contexto histórico marcado pela violência, a indiferença e o egoísmo, muitos homens e mulheres de hoje sentem que perderam as suas referências. É precisamente através do nosso testemunho comum à boa notícia do Evangelho que seremos capazes de ajudar as pessoas do nosso tempo a redescobrirem o caminho que conduz à verdade, à justiça e à paz. Unidos nos nossos intentos e recordando o exemplo dado há cinquenta anos aqui em Jerusalém pelo Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras, apelamos a todos os cristãos, juntamente com os crentes das diferentes tradições religiosas e todas as pessoas de boa vontade, que reconheçam a urgência deste tempo que nos obriga a buscar a reconciliação e a unidade da família humana, no pleno respeito das legítimas diferenças, para bem de toda a humanidade atual e das gerações futuras.

10. Ao empreendermos esta peregrinação comum até ao lugar onde o nosso e único Senhor Jesus Cristo foi crucificado, sepultado e ressuscitou, humildemente confiamos à intercessão da Santíssima e Sempre Virgem Maria os nossos futuros passos no caminho rumo à plenitude da unidade e entregamos ao amor infinito de Deus toda a família humana.

«O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te favoreça! O Senhor volte para ti a sua face e te dê a paz!» (Nm 6, 25-26).

Jerusalém, 25 de Maio de 2014.


Encontro e abraço entre o Papa Francisco e o Patriarca Bartolomeu


Jerusalém – O último encontro e o mais importante deste segundo dia da Viagem Apostólica do Papa Francisco à Terra Santa foi a Celebração Ecumênica, no Santo Sepulcro, em Jerusalém.

Participaram da celebração, entre outros, os Ordinários Católicos da Terra Santa, os Arcebispos copta, siríaco, etiópico e os Bispos anglicano e luterano. O Papa Francisco e o Patriarca Bartolomeu foram acolhidos pelos três Superiores das Comunidades Greco-ortodoxa, Franciscana e Armênia Apostólica.

A seguir, o Santo Padre e o Patriarca Ecumênico veneraram a “Pedra da Unção”. Após o discurso do Patriarca Bartolomeu, o Papa Francisco tomou a palavra, dizendo inicialmente:

“Nesta Basílica, para a qual todo o cristão olha com profunda veneração, chega ao seu ápice a peregrinação que estou realizando, juntamente com o meu amado irmão em Cristo, Sua Santidade Bartolomeu. Nós a realizamos seguindo os passos dos nossos venerados predecessores, o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras, que, com coragem e docilidade ao Espírito Santo, permitiram, há 50 anos, na Cidade Santa de Jerusalém, o histórico encontro entre o Bispo de Roma e o Patriarca de Constantinopla”.

Após ter saudado os presentes, o Papa disse “ser uma graça extraordinária estar reunido com eles em oração. O Túmulo vazio é o lugar de onde partiu o anúncio da Ressurreição: “Não tenhais medo! O crucificado não está aqui, mas ressuscitou dos mortos”.

Este anúncio, testemunhado por aqueles a quem o Ressuscitado apareceu, é o coração da mensagem cristã, transmitida fielmente de geração em geração, desde o início. Eis o fundamento da nossa fé, que nos unge, disse o Bispo de Roma, graças à qual professamos conjuntamente Jesus Cristo, Filho unigênito do Pai e nosso único Senhor.

Acolhamos a graça especial deste momento, exortou o Papa. Detenhamo-nos em devoto recolhimento junto do sepulcro vazio, para redescobrir a grandeza da nossa vocação cristã: somos homens e mulheres de ressurreição, não de morte. Aprendamos, a partir deste lugar, a viver a nossa vida, as angústias das nossas Igrejas e do mundo inteiro, à luz da manhã pascal.
O Bom Pastor carregou sobre si toda ferida, todo sofrimento, toda tribulação.

As suas chagas abertas são sinais da sua misericórdia. Por isso, não nos deixemos roubar o fundamento da nossa esperança! Não privemos o mundo do feliz anúncio da Ressurreição! E não sejamos surdos ao forte apelo à unidade que ressoa, precisamente deste lugar, pelas palavras do Ressuscitado que nos chama a todos como «os meus irmãos». E o Pontífice ponderou:

“Claro, não podemos negar as divisões ainda existentes entre nós, discípulos de Jesus: este lugar sagrado nos faz sentir este drama com maior sofrimento. No entanto, à distância de 50 anos do abraço daqueles dois veneráveis Padres, reconhecemos, com gratidão e renovada admiração, que foi possível, por impulso do Espírito Santo, realizar passos verdadeiramente importantes rumo à unidade. Porém, estamos cientes de que ainda devemos percorrer muita estrada até alcançar a plenitude da Comunhão, expressa na partilha da mesma mesa Eucarística, que ardentemente desejamos”.

Porém, afirmou o Papa, as divergências não devem nos assustar e paralisar o nosso caminho. Devemos acreditar que, como a pedra do sepulcro foi removida, assim também poderão ser removidos os obstáculos que ainda impedem a nossa plena Comunhão. Esta será uma graça de ressurreição, que, desde já, podemos experimentar. Todas as vezes que temos a coragem de dar e receber o perdão, uns aos outros, fazemos experiência da ressurreição! Todas as vezes que superamos os antigos preconceitos e promovemos novas relações fraternas, recordou o Bispo de Roma, confessamos que Cristo ressuscitou verdadeiramente! Todas as vezes que desejamos a unidade da Igreja, brilha a luz da manhã da Páscoa! E o Papa exortou:

“Desejo renovar o desejo, expresso pelos meus Predecessores, de manter diálogo com todos os irmãos em Cristo, para encontrar uma forma de exercer o ministério próprio do Bispo de Roma, que, em conformidade com a sua missão, possa se abrir a uma nova situação e ser, no contexto atual, um serviço de amor e de comunhão reconhecido por todos”.

Enquanto, como peregrinos, fazemos uma pausa nestes Lugares Santos, disse ainda o Santo Padre, o nosso pensamento espiritual se dirige a toda a região do Oriente Médio, tantas vezes marcada por violências e conflitos. Não devemos esquecer, em nossas orações, os tantos homens e mulheres que sofrem, em várias partes do mundo, por causa da guerra, da pobreza, da fome; bem como os numerosos cristãos, perseguidos por causa da sua fé no Senhor Ressuscitado.

Quando cristãos de diferentes confissões, acrescentou o Pontífice, sofrem juntos, um ao lado do outro, prestando ajuda mútua com caridade fraterna. Isto é uma obra concreta do ecumenismo do sofrimento, do ecumenismo de sangue.

O Papa Francisco concluiu seu pronunciamento, admoestando o amado irmão Patriarca Ecumênico e todos os queridos irmãos, a colocar de lado as hesitações que herdamos do passado e abrir o nosso coração à ação do Espírito Santo, Espírito de Amor e de Verdade, para juntos caminhar rumo ao dia abençoado da tão desejada plena Comunhão.


Papa em Israel: "solução de dois Estados" não permaneça um sonho. Francisco deplora atentado antissemita


Telaviv - Segundo dia da viagem apostólica do Papa Francisco à Terra Santa. Após a visita desta manhã à cidade de Belém, vivida com momentos de particular comoção e intensidade, o Santo Padre despediu-se do Estado da Palestina transferindo-se de helicóptero para Telaviv, em cujo aeroporto internacional, Ben Gourion, teve lugar a cerimônia de boas-vindas.

O Pontífice foi acolhido pelo presidente e pelo primeiro-ministro israelenses, respectivamente, Shimon Peres e Benjamin Netanyahu. Além de autoridades políticas, encontravam-se presentes autoridades civis e religiosas, os Ordinários da Terra Santa e um grupo de jovens com um coro.

No discurso que fez, após saudar todos os presentes e agradecer a Shimon Peres e Benjamin Netanyahu pelas palavras que lhe foram dirigidas, Francisco ressaltou o fato de sua visita, qual peregrino, dar-se à distância de cinquenta anos da histórica viagem de Paulo VI.

"Seguindo os passos de meus predecessores, vim como peregrino à Terra Santa", reiterou o Papa, evidenciando a importância desta terra para as "três grandes religiões monoteístas: judaísmo, cristianismo e islamismo", constituindo "ponto de referência espiritual para grande parte da humanidade".

Recordando que Jerusalém significa "cidade da paz", mas que esta, infelizmente, é ainda atormentada pelas consequências de longos conflitos, evocou como sabida por todos a urgência e necessidade da paz, "não só para Israel, mas também para toda a região".

Em seguida, fez uma premente exortação em favor de uma solução justa e duradoura para os conflitos que causam tantos sofrimentos.

"Em união com todos os homens de boa vontade, suplico a quantos estão investidos de responsabilidade que não deixem nada de intentado na busca de soluções équas para as complexas dificuldades, de tal modo que israelenses e palestinos possam viver em paz."

Após evidenciar que "não há outro caminho" a não ser o do diálogo, da reconciliação e da paz, Francisco renovou o apelo de Bento XVI feito naquele lugar, em maio de 2009:

"Seja universalmente reconhecido que o Estado de Israel tem o direito de existir e gozar de paz e segurança dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas. Seja igualmente reconhecido que o Povo Palestino tem o direito a uma pátria soberana, a viver com dignidade e a viajar livremente. Que a «solução de dois Estados» se torne realidade e não permaneça um sonho!"

O Bispo de Roma ressaltou como momento particularmente tocante de sua estada em Israel, a visita a ser feita ao Memorial de Yad Vashem, em recordação dos seis milhões de judeus vítimas da Shoah, pedindo a Deus que "jamais se repita semelhante crime, de que foram vítimas também muitos cristãos e não só".

Exortando à promoção de uma educação onde a exclusão e o conflito cedam lugar à inclusão e ao encontro, onde não haja lugar para o antissemitismo, "seja qual for a forma em que se manifeste, nem para qualquer expressão de hostilidade, discriminação ou intolerância contra indivíduos e povos", deplorou o ataque armado verificado neste sábado contra o Museu judaico de Bruxelas, em que três pessoas perderam a vida e uma permanece gravemente ferida:

"Com coração profundamente entristecido, penso naqueles que perderam a vida no violento atentado ocorrido ontem em Bruxelas. Ao renovar minha veemente deploração a tal criminoso ato de ódio anti-semita, confio as vítimas a Deus misericordioso e peço o restabelecimento dos feridos."

Saudando todos os cidadãos israelenses, expressou-lhes sua proximidade, em particular ao que vivem em Nazaré e na Galileia, onde se encontram presentes também muitas comunidades cristãs.

Por fim, o Santo Padre dirigiu uma saudação fraterna e cordial aos bispos e fiéis cristãos encorajando-os a continuarem a prestar, com confiança e esperança, seu sereno testemunho em favor da reconciliação e do perdão, e exortou-os a serem "fermento de reconciliação, portadores de esperança e testemunhas de caridade".

Antes de concluir seu discurso, assim como fizera ao presidente palestino, repetiu ao presidente israelense o seguinte convite:

"Desejo fazer um convite ao Sr. Presidente Shimon Peres, e ao Sr. Presidente Mahmoud Abbas, a elevarem, juntos comigo, uma intensa oração, a fim de implorar de Deus o dom da paz. Ofereço a minha casa, no Vaticano, para hospedar este encontro de oração. Construir a paz é difícil, mas viver sem paz é um tormento! Todos os homens e mulheres desta Terra e do mundo inteiro nos pedem para apresentar a Deus seu ardente desejo de paz.”


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