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10 de outubro de 2014

Sínodo dos bispos: A Igreja deve aproximar-se dos casais em dificuldade com misericórdia


“É preciso amar de verdade as famílias necessitadas”, exortaram na tarde de ontem os bispos reunidos na Segunda Congregação Geral do Sínodo da Família reiterando que “o matrimônio é e segue sendo um sacramento indissolúvel” e que a Igreja deve aproximar-se dos casais em dificuldade “com compreensão, perdão e misericórdia”.

Segundo informou a Santa Sé, com o encontro de ontem abriu-se o diálogo na assembleia geral extraordinária do Sínodo dos Bispos, que de acordo com a ordem do Instrumentum Laboris, abordou ''O intuito de Deus sobre o matrimônio e a família'' e ''Conhecimento e Recepção da Sagrada Escritura e os documentos da Igreja sobre matrimônio e família''.

Durante o encontro, os bispos reiteraram o papel da família dentro da sociedade e a necessidade de adaptar a linguagem da Igreja para que a doutrina sobre a vida e a sexualidade seja entendida corretamente.

“É preciso buscar um diálogo com o mundo, seguindo o exemplo do Concílio Vaticano II, quer dizer, com uma abertura crítica, mas sincera. Porque se a Igreja não escuta o mundo, o mundo não escutará a Igreja. E o diálogo pode apoiar-se em questões importantes, como a igual dignidade de homens e mulheres e o rechaço da violência”, expressaram os prelados.

Do mesmo modo, falou-se da necessidade de envolver aos laicos no anúncio da Boa Nova, destacando seu carisma missionário. “A evangelização não deve ser uma teoria despersonalizada, ao contrário, tem que levar a que as mesmas famílias dêem, concretamente, testemunho da beleza e da verdade evangélicas”.

Nesse sentido, os prelados indicaram que o desafio consiste em “passar de uma situação defensiva a uma propositiva e ativa, relançando o patrimônio da fé com uma linguagem nova, com esperança, ardor e entusiasmo”, com testemunhos convincentes e criando uma ponte entre a linguagem da Igreja e o da sociedade.

Os bispos recordaram que “o ser humano aspira à felicidade e o cristão sabe que a felicidade é Cristo, mas já não encontra a linguagem adequada para dizer isto ao mundo”.

“Por quanto se refere aos casais em dificuldade, insistiu-se na necessidade de que a Igreja esteja perto delas com compreensão, perdão e misericórdia. A misericórdia é a primeira prerrogativa de Deus, mas é preciso considerá-la no contexto da justiça, somente assim será respeitado em sua plenitude o intuito divino”, indicaram.

Do mesmo modo, reiteraram que “o matrimônio é e segue sendo um sacramento indissolúvel”. “Entretanto, já que a verdade é Cristo, uma Pessoa, e não um conjunto de regras, é importante manter os princípios, não obstante as formas concretas de sua atuação se modifiquem. Em resumo, como dizia Bento XVI: novidade na continuidade”.

“O Sínodo não questiona a doutrina, mas reflete sobre a pastoral, quer dizer sobre o discernimento espiritual para a aplicação da mesma para enfrentar os desafios da família contemporânea. Neste sentido, a misericórdia não elimina os mandamentos, mas torna-se a sua chave hermenêutica”, explicaram.

Os bispos indicaram ainda que “mesmo as situações imperfeitas devem ser tratadas com respeito, por exemplo, as uniões de fato nas que se convive com lealdade e amor, apresentam elementos de santificação e de verdade. O essencial é, portanto, considerar acima de tudo os elementos positivos, para que o Sínodo infunda valor e esperança também às formas imperfeitas de família, que podem ser valorizadas segundo o princípio de gradualidade. É preciso amar de verdade as famílias necessitadas”.

Do mesmo modo, advertiram sobre a “desfamiliarização”, ou seja, a perda existente na sociedade “do sentido da aliança entre o homem (e a mulher) e Deus”. Portanto, o anúncio da beleza da família “não deveria ser um esteticismo, a apresentação de um mero ideal para imitar; Ao contrário deveria explicar a importância do compromisso definitivo baseado na Aliança dos cônjuges com Deus”.

Durante o encontro também se abordou o “valor essencial da sexualidade dentro do matrimônio”. “Efetivamente, fala-se tanto, criticamente, da sexualidade fora do matrimônio que a sexualidade conjugal parece quase a concessão a uma imperfeição. O Sínodo mencionou - brevemente - a necessidade de melhorar a formação dos sacerdotes, de políticas em favor da família e do relançamento da transmissão da fé na família”, informou o Vaticano.

A Santa Sé informou que durante a hora de diálogo aberto foi apresentada uma proposta que “se referia à necessidade de incluir na reflexão o clero casado das Igrejas Orientais, que frequentemente vive também ‘crise familiares’, que podem desembocar na solicitude de divórcio”.

Também foi feita uma proposta para que o Sínodo envie “uma mensagem de ânimo e estima às famílias no Iraque, ameaçadas de extermínio pelo fanatismo islâmico e obrigadas a fugir para não renunciar à sua fé. A proposta foi submetida a votação e aprovada por maioria”.


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