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29 de agosto de 2014

O Papa Francisco doou 1 milhão de dólares aos refugiados do Iraque


O enviado especial do Papa Francisco no Iraque informou que o Santo Padre entregou 1 milhão de dólares como ajuda aos cristãos e outras minorias religiosas no Iraque que foram obrigadas a abandonar as suas casas pelo ISIS.

O Cardeal Fernando Filoni, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, visitou Erbil como enviado especial do Papa Francisco de 12 a 20 de agosto.

Erbil, onde mais de 70 mil cristãos fugiram do Estado Islâmico, é a capital do Curdistão iraquiano e se encontra a 50 quilômetros do território controlado pelo Estado Islâmico.

O Cardeal Filoni se reuniu em privado com o Papa Francisco no dia seguinte de seu regresso a Roma.

Em declarações ao Grupo ACI, o Cardeal Filoni disse que levou consigo uma décima parte da contribuição do Papa. "75 por cento do dinheiro foi entregue aos católicos e 25 por cento restante à comunidade yazidi".

O Estado Islâmico é um califado recentemente estabelecido que perseguiu todos os não sunitas no seu território, que se estende entre as faixas do Iraque e Síria.

"O Papa Francisco me confiou uma missão humanitária, não uma missão diplomática e isto foi o que sempre destaquei às autoridades iraquianas", expressou o Cardeal Filoni.

Para o Cardeal, a decisão do Papa sobre designar um enviado especial para o Iraque "significava que se ele pudesse ir, teria ido".

O Cardeal Filoni explicou que o Papa Francisco lhe entregou cartas para o presidente curdo, Masoud Barzani, e para o presidente iraquiano, Fuad Masum, nas quais o apresentava "como seu enviado pessoal e expressava a sua preocupação pelos cristãos e pelas minorias que estão sofrendo por terem sido desarraigadas de suas terras e perseguidas".

O Estado Islâmico obrigou a mais de 1,2 milhões de cristãos, yazidis e muçulmanos xiitas a abandonarem os seus lares no Iraque caso não se convertessem, ameaçando-os de morte ou então a pagar grandes multas.

Frente a este tipo de violência, o Cardeal Filoni assinalou que a intervenção para deter o agressor é uma opção legítima.

"A Igreja não respalda nenhuma guerra. O direito a defender-se é legítimo. Entretanto, nossos cristãos no Iraque não têm braços. Portanto, é necessário que alguém - neste caso as autoridades legítimas do país - defenda às minorias, especialmente àqueles que estão correndo maior perigo".

O Cardeal indicou que "em um marco internacional, as Nações Unidas devem decidir" se intervir ou não, e acrescentou que "a Igreja não dirá às Nações Unidas o que têm ou não têm que fazer".

O Cardeal Filoni disse que escutou dos cristãos deslocados que "se as autoridades internacionais oferecerem uma zona protegida para eles em volta de seus povoados, de seu território, eles voltariam".

Do mesmo modo, o enviado do Papa destacou que nas suas reuniões com as autoridades iraquianas sempre esteve acompanhado por representantes das Igrejas locais.

"Em todas as reuniões, acompanhou-me o Patriarca de Babilônia dos Caldeus, Louis Sako Raphael, o Arcebispo siro-católico de Mosul, Youhanna Moshe, e o Núncio Apostólico para o Iraque, Giorgio Lingua, entre outros".

As reuniões abordaram problemáticas concretas como a das crianças que não podem fazer a prova final na escola para passar de ano.

"A Igreja enfrenta as necessidades concretas das pessoas, mas também deve continuar velando pela assistência moral e espiritual dos nossos cristãos".

"Enquanto nossos cristãos permaneçam na região não podemos abandoná-los. Enquanto um só cristão viva no Iraque, nós vamos estar aí".

"Esta é a postura do Papa Francisco", disse o Cardeal. "Que nós, como pastores, devemos levar as nossas ovelhas sobre os ombros e conduzi-las, mas também que devemos caminhar com elas."

"Temos que caminhar diante delas para guiá-las, caminhar entre elas para impulsioná-las e caminhar atrás delas para animá-las".


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