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28 de agosto de 2013

Primeira Homilia de S.S. Bento XVI

Celebração Eucarística - Capela Sistina - 20 de Abril de 2005

"Graças e paz em abundância para vós! Na minha alma convivem nestas horas dois sentimentos contrastantes. Por uma parte, um sentido de inadequação e de confusão humana pela responsabilidade que me confiaram ontem de cara à Igreja universal, como sucessor do apóstolo Pedro nesta sé de Roma. Por outra parte, sinto viva em mim uma gratidão profunda a Deus que, como nos faz cantar a liturgia, não abandona seu rebanho, mas sim o conduz através dos tempos sob a guia daqueles que Ele mesmo escolheu vigários de seu Filho e constituiu pastores.

Caríssimos, este agradecimento íntimo por um dom da misericórdia divina prevalece em meu coração apesar de tudo. E considero este fato uma graça especial que me concedeu meu venerado predecessor João Paulo II. Parece-me sentir sua mão forte que estreita a minha, parece-me ver seus olhos sorridentes e escutar suas palavras, dirigidas, neste momento, particularmente a mim: "Não tenha medo!".

A morte do Santo Padre João Paulo II e os dias seguintes, foram para a Igreja e para o mundo inteiro um tempo extraordinário de graça. A grande dor por seu desaparecimento e o sentido de vazio que deixou em todos se temperaram com a ação de Cristo ressuscitado, que se manifestou durante longos dias em uma grande onda de fé, de amor e de solidariedade espiritual, culminada nas suas exéquias solenes.

Podemos dizê-lo: os funerais de João Paulo II foram uma experiência verdadeiramente extraordinária em que se percebeu de alguma forma a potência de Deus que, através de sua Igreja, quer formar com todos os povos uma grande família, mediante a força unificadora da Verdade e do Amor. Na hora da morte, conformado com seu Mestre e Senhor, João Paulo II coroou seu longo e fecundo pontificado, confirmando na fé ao povo cristão, reunindo-o em torno de si e fazendo sentir-se mais unida a inteira família humana. Como não sentir-se sustentados por este testemunho? Como não advertir o fôlego que procede deste acontecimento de graça?

Surpreendendo toda minha previsão, a Providência divina, através do voto dos venerados padres cardeais, chamou-me a suceder a este grande Papa. Nestas horas penso novamente no que aconteceu na região da Cesaréia do Filipo faz dois mil anos. Parece-me escutar as palavras do Pedro:"Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo" e a solene afirmação do Senhor: "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja (...)Te darei as chaves do reino dos céus".

Tu és Cristo! Tu és Pedro! Parece-me reviver a mesma cena evangélica; eu, sucessor de Pedro, repito com trepidação as palavras trepidantes do pescador da Galiléia e volto a escutar com emoção íntima a consoladora promessa do divino Mestre. Se for enorme o peso da responsabilidade que cai sobre meus pobres ombros, é certamente desmesurada a potência divina com a que posso contar: "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja". Ao me escolher como bispo de Roma, o Senhor me quis vigário d'Ele, quis-me "pedra" em que todos possam apoiar-se com segurança. A Ele peço que supra à pobreza de minhas forças, para que seja valente e fiel pastor de seu rebanho, sempre dócil às inspirações do Espírito Santo.

Disponho-me a empreender este ministério peculiar, o ministério "petrino" ao serviço da Igreja universal, com humilde abandono nas mãos da Providência de Deus. É a Cristo em primeiro lugar a quem renovo minha adesão total e confiada: "In Te, Domine, speravi; non confundar in aeternum!".

A vós, senhores cardeais, com ânimo grato pela confiança que me demonstrastes, peço-lhes que me sustentem com a oração e com a colaboração, constante, sapiente e ativa. Peço também a todos os irmãos no episcopado que estejam a meu lado com a oração e com o conselho, para que possa ser verdadeiramente o "Servus Servorum Dei". Como Pedro e os outros apóstolos constituíram por vontade do Senhor um único colégio apostólico, do mesmo modo o sucessor de Pedro e os bispos, sucessores dos apóstolos -o Concílio o reafirmou com força- devem estar estreitamente unidos entre eles. Esta comunhão colegial, embora na diversidade de funções do romano pontífice e dos bispos, está ao serviço da Igreja e da unidade da fé, da qual depende de maneira notável a eficácia da ação evangelizadora no mundo contemporâneo. Portanto, sobre esta trilha em que avançaram meus venerados predecessores, quero prosseguir preocupado unicamente de proclamar ao mundo inteiro a presença viva de Cristo.

Frente a mim está, em particular, o testemunho de João Paulo II. Ele deixa uma Igreja mais valente, mais livre, mais jovem. Uma Igreja que, segundo seu ensinamento e seu exemplo, olha com serenidade ao passado e não tem medo do futuro. Com o Grande Jubileu se introduziu no novo milênio, levando nas mãos o Evangelho, aplicado ao mundo atual através da autorizada ré-leitura do Concílio Vaticano II. Justamente o Papa João Paulo II indicou esse concílio como "bússola" com a qual orientar-se no vasto oceano do terceiro milênio. Também em seu testamento espiritual escrevia: "Estou convencido de que as novas gerações poderão servir-se ainda durante muito tempo das riquezas proporcionadas por este Concílio do século XX".

Portanto, eu também, quando me preparo ao serviço que é próprio do sucessor de Pedro, quero reafirmar com força a vontade decidida de prosseguir no compromisso de realização do Concílio Vaticano II, seguindo os meus predecessores e em continuidade fiel com a tradição bimilenar da Igreja. Este ano acontece o 40 aniversário da conclusão da assembléia conciliar (8 de dezembro de 1965). Com o passar dos anos os documentos conciliares não perderam atualidade; pelo contrário, seus ensinamentos se revelam particularmente pertinentes em relação com as novas instâncias da Igreja e da sociedade atual globalizada.

De maneira muito significativa, meu pontificado se inicia enquanto a Igreja vive o ano especial dedicado à Eucaristia. Como não ver nesta coincidência providencial um elemento que deve caracterizar o ministério ao qual estou chamado? A Eucaristia, coração da vida cristã e fonte da missão evangelizadora da Igreja, não pode deixar de constituir o centro permanente e a fonte do serviço petrino que me foi confiado.

A Eucaristia faz presente constantemente a Cristo ressuscitado, que segue entregando-se a nós, nos chamando a participar da mesa de seu Corpo e seu Sangue. Da comunhão plena com Ele, brota cada um dos elementos da vida da Igreja, em primeiro lugar a comunhão entre todos os fiéis, o compromisso de anúncio e testemunho do Evangelho, o ardor da caridade para todos, especialmente para os pobres e os pequenos.

Neste ano, portanto, se terá que celebrar com relevo particular a solenidade do Corpus Christi. A Eucaristia constituirá o centro da Jornada Mundial da Juventude em Colônia e em outubro, da Assembléia Ordinária do Sínodo dos Bispos, cujo tema será: "A Eucaristia, fonte e cume da vida e a missão da Igreja".

Peço a todos que intensifiquem nos próximos meses o amor e a devoção a Jesus Eucaristia e que expressem com valentia e claridade a fé na presença real do Senhor, sobre tudo mediante a solenidade e a dignidade das celebrações.

Peço-o de modo especial aos sacerdotes, nos que penso neste momento com grande afeto. O sacerdócio ministerial nasceu no Cenáculo, junto com a Eucaristia, como tantas vezes sublinhou meu venerado predecessor João Paulo II. "A existência sacerdotal tem que ter, por um título especial, 'forma eucarística', escreveu na sua última carta para a quinta-feira Santa. A este fim contribui sobre tudo a devota celebração cotidiana da Santa Missa, centro da vida e da missão de cada sacerdote.
Alimentados e sustentados pela Eucaristia, os católicos não podem deixar de sentir-se estimulados a tender a aquela plena unidade que Cristo desejou ardentemente no Cenáculo. O Sucessor de Pedro sabe que tem que fazer-se cargo de modo muito particular deste supremo desejo do Mestre divino. A Ele lhe confiou a tarefa de confirmar aos irmãos.

Plenamente consciente, portanto, ao início de seu ministério na Igreja de Roma que Pedro regou com seu sangue, seu atual sucessor assume como compromisso prioritário trabalhar sem economizar energias na reconstituição da unidade plena e visível de todos os seguidores de Cristo. Esta é sua ambição, este é seu urgente dever. É consciente de que para isso não bastam as manifestações de bons sentimentos. São precisos gestos concretos que entrem nos ânimos e removam as consciências, levando a cada um àquela conversão interior que é o condição para tudo progresso no caminho do ecumenismo.

O diálogo teológico é necessário. Também é indispensável aprofundar nas motivações históricas de decisões tomadas no passado. Mas o que mais urge é aquela "purificação da memória", tantas vezes evocada pelo João Paulo II, que unicamente pode preparar os ânimos a acolher a plena verdade de Cristo. Cada um deve apresentar-se diante de Deus, Juiz supremo de tudo ser vivo, consciente do dever de lhe render contas um dia do que tem feito ou não tem feito pelo grande bem da unidade plena e visível de todos seus discípulos.

O atual Sucessor de Pedro se deixa interpelar em primeira pessoa por esta pergunta e está disposto a fazer todo quanto for possível para promover a fundamental causa do ecumenismo. Seguindo a seus predecessores, está plenamente determinado a cultivar todas as iniciativas que possam ser oportunas para promover os contatos e o entendimento com os representantes das diversas igrejas e comunidades eclesiásticas. A eles, envia também nesta ocasião, a saudação mais cordial em Cristo, único Senhor de todos.

Volto com a memória neste momento à inesquecível experiência que vivemos todos com ocasião da morte e do funeral pelo chorado João Paulo II. Junto a seus restos mortais, colocados na terra, recolheram-se os chefes das nações, pessoas de todas as classes sociais, e especialmente jovens, em um inesquecível abraço de afeto e admiração. O mundo inteiro cravou seu olhar nele com confiança. A muitos pareceu que aquela intensa participação, amplificada até os limites do planeta pelos meios de comunicação social, fosse como uma petição comum de ajuda dirigida ao Papa por parte da humanidade, que turvada por incertezas e temores, interroga-se sobre seu futuro.

A Igreja de hoje deve reavivar em si mesmo a consciência da tarefa de voltar a propor ao mundo a voz daquele que há dito: "Eu sou a luz do mundo; quem me segue não caminhará nas trevas, mas terá a luz da vida". Ao empreender seu ministério, o novo Papa sabe que seu dever é fazer que resplandeça diante dos homens e mulheres de hoje a luz de Cristo: não a própria luz, mas a de Cristo.

Com esta consciência dirijo a todos, também àqueles que seguem outras religiões ou que simplesmente procuram uma resposta às perguntas fundamentais da existência e ainda não a encontraram. Dirijo-me a todos com simplicidade e afeto, para assegurar que a Igreja quer seguir mantendo com eles um diálogo aberto e sincero, a procura do verdadeiro bem do ser humano e da sociedade.

Invoco de Deus a unidade e a paz para a família humana e declaro a disponibilidade de todos os católicos a cooperar em um autêntico desenvolvimento social, respeitoso da dignidade de todos os seres humanos.

Não economizarei esforços e sacrifício para prosseguir o prometedor diálogo iniciado por meus venerados predecessores, com as diversas civilizações, para que da compreensão recíproca nasçam as condições para um futuro melhor para todos.

Penso em particular nos jovens. A eles, interlocutores privilegiados do Papa João Paulo II, dirijo meu afetuoso abraço em espera -se Deus quiser-, de encontrá-los em Colônia, com motivo da próxima Jornada Mundial da Juventude. Queridos jovens, futuro e esperança da Igreja e da humanidade, seguirei dialogando e escutando suas esperanças para lhes ajudar a encontrar cada vez com maior profundidade a Cristo vivente, o eternamente jovem.

Emane nobiscum, Domine! Senhor, fica conosco! Esta invocação, que é o tema dominante da carta apostólica do João Paulo II para o Ano da Eucaristia, é a oração que brota de modo espontâneo de meu coração, enquanto me disponho a iniciar o ministério ao que me chamou Cristo. Como Pedro, também eu renovo a Deus minha promessa de fidelidade incondicional. Quero servir somente a Ele, me dedicando totalmente ao serviço de sua Igreja.

Invoco a materna intercessão de María Santíssima para que sustente esta promessa. Em suas mãos coloco o presente e o futuro de minha pessoa e da Igreja. Que intercedam também os Santos apóstolos Pedro e Paulo e todos os Santos.

Com estes sentimentos reparto a vós, venerados irmãos cardeais, aos que participam neste rito e a quantos o seguem mediante a rádio e a televisão uma especial e afetuosa bênção".

Missa das Exéquias do Romano Pontífice João Paulo II - Praça de São Pedro, 8 de Abril de 2005


"Segue-me", diz o Senhor ressuscitado a Pedro, como sua última palavra a este discípulo, escolhido para apascentar as suas ovelhas. "Segue-me" esta palavra lapidária de Cristo pode ser considerada a chave para compreender a mensagem que vem da vida do nosso saudoso e amado Papa João Paulo II, cujos despojos mortais hoje depomos na terra como semente de imortalidade o coração cheio de tristeza, mas também de jubilosa esperança e profunda gratidão.

São estes os sentimentos do nosso ânimo, Irmãos e Irmãs em Cristo, presentes na Praça de São Pedro, nas estradas adjacentes e em diversos outros lugares da cidade de Roma, povoada nestes dias por uma imensa multidão silenciosa e orante. A todos saúdo cordialmente. Também em nome do Colégio dos Cardeais, desejo dirigir a minha deferente saudação aos Chefes de Estado, de Governo e às Delegações dos vários Países. Saúdo as Autoridades e os Representantes das Igrejas e Comunidades cristãs, assim como das diversas religiões. Saúdo depois os Arcebispos, os Bispos, os sacerdotes, os religiosos, as religiosas e todos os fiéis que vieram dos cinco Continentes; de modo especial os jovens, que João Paulo II gostava de definir futuro e esperança da Igreja. A minha saudação alcança também aqueles que, em todo o mundo, estão unidos a nós através da rádio e da televisão nesta coral participação no solene rito de despedida do amado Pontífice.

"Segue-me" quando era jovem estudante Karol Wojtyla entusiasmava-se com a leitura, o teatro, a poesia. Trabalhando numa fábrica química, circundado e ameaçado pelo terror nazista, ouviu a voz do Senhor: "Segue-me"! Neste contexto muito particular começou a ler livros de filosofia e de teologia, entrando depois no Seminário clandestino criado pelo Cardeal Sapieha e, depois da guerra, pôde completar os seus estudos na faculdade teológica da Universidade Jagelónica de Cracóvia. Muitas vezes nas suas cartas aos sacerdotes e nos seus livros autobiográficos falou-nos do seu sacerdócio, para o qual foi ordenado a 1 de Novembro de 1946. Nestes textos interpreta o seu sacerdócio particular a partir de três palavras do Senhor. Em primeiro lugar, esta: "Não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi a vós e vos destinei a ir e dar fruto, e fruto que permaneça" (Jo 15, 16). A segunda palavra é: "O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas" (Jo 10, 11). E finalmente: "Assim como o Pai me tem amor, assim eu vos amo a vós. Permanecei no amor" (Jo 15, 9). Vemos nestas três frases toda a alma do nosso Santo Padre. Ele foi real e incansavelmente a todas as partes para levar fruto, um fruto que permanece. "Levantai-vos, vamos!", é o título do seu penúltimo livro. "Levantai-vos, vamos!" com estas palavras despertou-nos de uma fé cansada, do sono dos discípulos de ontem e de hoje. "Levantai-vos, vamos!" diz-nos também hoje a nós. O Santo Padre depois foi sacerdote até ao fim, porque ofereceu a sua vida a Deus pelas suas ovelhas e por toda a família humana, numa doação quotidiana ao serviço da Igreja e sobretudo nas difíceis provas dos últimos meses. Assim tornou-se uma só coisa com Cristo, o bom pastor que ama as suas ovelhas. E por fim, "permanecei no meu amor": o Papa que procurou o encontro com todos, que teve uma capacidade de perdão e de abertura do coração a todos, diz-nos, também hoje, com estas palavras do Senhor: Habitando no amor de Cristo aprendemos, na escola de Cristo, a arte do verdadeiro amor.

"Segue-me"! Em Julho de 1958 começa para o jovem Karol Wojtila uma nova etapa no caminho com o Senhor e no seu seguimento. Karol foi, como de costume, com um grupo de jovens apaixonados de canoa aos lagos Masuri para umas férias a transcorrer juntos. Mas levava consigo uma carta que o convidava a apresentar-se ao Primaz da Polónia, Cardeal Wyszynski e podia adivinhar a finalidade do encontro: a sua nomeaçao para Bispo Auxiliar de Cracóvia. Deixar o ensino académico, deixar esta estimulante comunhao com os jovens, deixar a grande arena intelectual para conhecer e interpretar o mistério da criatura homem, para tornar presente no mundo de hoje a interpretaçao crista do nosso ser tudo isto lhe devia parecer um perder-se a si mesmo, perder precisamente quanto se tinha tornado a identidade humana deste jovem sacerdote. "Segue-me" Karol Wojtyla aceitou, sentindo na chamada da Igreja a voz de Cristo. E depois deu-se conta de quanto é verdadeira a palavra do Senhor: "Quem procurar salvar a vida há-de perdê-la; e quem a perder, há-de conservá-la" (Lc 17, 33). O nosso Papa todos nós o sabemos nunca quis salvar a própria vida, tê-la para si; quis oferecer-se a si mesmo sem limites, até ao último momento, por Cristo e também por nós. Precisamente desta forma pôde experimentar como tudo o que confiara nas mãos do Senhor voltou de novo: o amor à palavra, à poesia, às letras foi uma parte essencial da sua missão pastoral e deu renovado vigor, renovada actualidade, renovada atracção ao anúncio deste sinal de contradição.

"Segue-me"! Em Outubro de 1978 o Cardeal Wojtyla ouviu de novo a voz do Senhor. Renova-se o diálogo com Pedro narrado no Evangelho desta celebração: "Simão, Filho de João, tu amas-Me? Apascenta as minhas ovelhas!". À pergunta do Senhor: Karol, tu amas-Me?, o Arcebispo de Cracóvia respondeu do fundo do seu coração: "Senhor, tu sabes tudo, sabes que te amo". O amor de Cristo foi a força dominante do nosso amado Santo Padre; quem o viu rezar, quem o ouviu pregar, bem o sabe. E assim, graças a este profundo radicamento em Cristo pôde carregar um peso, que vai além das forças meramente humanas: ser pastor do rebanho de Cristo, da sua Igreja universal. Este não é o momento para falar de cada um dos conteúdos deste Pontificado tão rico. Gostaria apenas de ler dois trechos da liturgia de hoje, nos quais se encontram elementos centrais do seu anúncio.

Na primeira leitura São Pedro e o Papa com São Pedro diz-nos:

"Reconheço, na verdade, que Deus não faz acepção de pessoas, mas que, em qualquer povo, quem o teme e põe em prática a justiça, lhe é agradável. Enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando-lhes a Boa-Nova da paz, por Jesus Cristo, Ele que é Senhor de todos" (Act 10, 34-36).

E, na segunda leitura, São Paulo e com São Paulo o nosso Papa defunto exorta-nos em voz alta:

"Meus caríssimos e saudosos irmãos, minha coroa e alegria, permanecei assim firmes no Senhor, caríssimos" (Fl 4, 1).

"Segue-me"! Juntamente com o mandato de apascentar o seu rebanho, Cristo anunciou a Pedro o seu martírio. Com esta palavra conclusiva e recapitulativa do diálogo sobre o amor e sobre o mandato de pastor universal, o Senhor recorda outro diálogo, tido no contexto da última ceia. Nele, Jesus dissera: "Para onde Eu vou, vós não podeis ir".
Disse Pedro:

"Senhor, para onde vais?". Jesus respondeu-lhe: "Não podes seguir-me agora aonde eu vou; mas me seguirás mais tarde" (Jo 13, 33.36). Jesus, da ceia vai para a cruz, para a ressurreição entra no mistério pascal; Pedro ainda não o pode seguir. Agora depois da ressurreição chegou este momento, este "mais tarde". Apascentando o rebanho de Cristo, Pedro entra no mistério pascal, encaminha-se para a cruz e para a ressurreição.

O Senhor diz isto com as seguintes palavras, "... quando eras mais novo... ias onde querias, mas quando fores velho, estenderás as mãos e outro há-de atar o cinto e levar-te para onde não queres" (Jo 21, 18). No primeiro período do seu pontificado o Santo Padre, ainda jovem e cheio de forças, sob a guia de Cristo ia até aos confins do mundo. Mas depois, entrou cada vez mais na comunhão dos sofrimentos de Cristo, compreendeu cada vez mais a verdade das palavras: "Outro há-de atar o cinto...". E precisamente nesta comunhão com o Senhor sofredor anunciou incansavelmente e com renovada intensidade o Evangelho, o mistério do amor que vai até ao fim (cf. Jo 13, 1).

Ele interpretou para nós o mistério pascal como mistério da divina misericórdia. Escreveu no seu último livro: o limite imposto ao mal "é definitivamente a divina misericórdia" (Memória e identidade, pág. 70). E refletindo sobre o atentado diz, "Cristo, ao sofrer por todos nós, conferiu um novo sentido ao sofrimento; introduziu aquele amor numa nova dimensão, numa nova ordem... E o sofrimento que queima e consome o mal com o fogo do amor e haure também do pecado um florescimento de bem" (pág. 199).
Animado por esta visão, o Papa sofreu e amou em comunhão com Cristo e foi por isso que a mensagem do seu sofrimento e do seu silêncio foi tão eloquente e fecundo.

Divina Misericórdia: o Santo Padre encontrou um reflexo mais puro da misericórdia de Deus na Mãe de Deus. Ele, que ainda em tenra idade perdeu a mãe, amou muito mais a Mãe divina. Ouviu as palavras do Senhor crucificado como se fossem ditas precisamente a ele: "Eis a tua mãe!". E fez como o discípulo predileto: acolheu-a no íntimo do seu ser, Totus tuus. E da mãe aprendeu a conformar-se com Cristo.

Para todos nós permanece inesquecível como neste último domingo de Páscoa da sua vida, o Santo Padre, marcado pelo sofrimento, se mostrou mais uma vez da janela do Palácio Apostólico e pela última vez deu a bênção "Urbi et Orbi". Podemos ter a certeza de que o nosso amado Papa agora está na janela da casa do Pai, vê-nos e abençoa-nos. Sim, abençoe-nos, Santo Padre.
Nós confiamos a tua amada alma à Mãe de Deus, tua Mãe, que te guiou todos os dias e te guiará agora à glória eterna do Seu Filho, Jesus Cristo nosso Senhor. Amém.

Jornal do Vaticano questiona onda de mortes por eutanásia no mundo

O jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano (LOR), pediu refletir sobre a prática da eutanásia e suas alternativas como resultado de um relatório do Comitê Nacional de Ética Francês (CCNE) sobre a onda de eutanásia que se registra no mundo.

"É necessário promover uma ampla reflexão sobre o tema do final da vida: com a esperança de que estas experiências ajudem os demais a evitar os caminhos equivocados que outros percorreram", assinala LOR em referência a esta prática.

O CCNE não reconhece como direito "ter acesso a um ato médico com a finalidade de acelerar a morte, quer dizer, a eutanásia ou o suicídio assistido", e expressa seu temor ante mudanças legislativas que derivem em danos irreversíveis, como, por exemplo, "a lei atual na Holanda que permite a eutanásia".

No artigo titulado "Um falso caminho para a morte acelerada", LOR avalia os casos registrados nos últimos anos em países como a Holanda, Bélgica, Suíça, Luxemburgo, ou Estados Unidos.

O caso da Holanda

Segundo o relatório "a Corte Suprema Holandesa deu prova de grande indulgência pelos médicos que aceitam praticar a eutanásia a pedido de uma pessoa que está apenas cansada de viver".

A morte do político Edward Brongersma em 1998 foi o detonante para aprovar a eutanásia na Holanda, seu suicídio foi utilizado pelo lobby da morte como estandarte para legalizá-la finalmente no país. O político passou os últimos anos de sua vida tentando introduzi-la e, apesar de não sofrer nenhuma doença séria, conseguiu, à idade de 83 anos, que seu médico lhe administrasse a eutanásia argumentando que "estava cansado de viver".

Brongersma alcançou, ademais, grande fama durante sua vida como defensor acérrimo da pedofilia.

Na Holanda, verifica-se um constante aumento de quase 18 por cento de mortes entre 2010 e 2012. Esta situação foi advertida em 2009, quando o aumento era de 13 por cento anual, e a Organização das Nações Unidas manifestou publicamente sua preocupação frente ao aumento do número de casos.

Na Holanda existe um Protocolo como o de Groningen que permite o assassinato de recém-nascidos com má formações graves e demais, a idade mínima para solicitar o suicídio assistido "é de apenas 12 anos".

Além disso, apesar de que a lei prevê o dever de consultar pelo menos um companheiro para proceder com a eutanásia -em 2001 eram dois, dos quais ao menos um tinha que ser psiquiatra-, continua em aumento o número de casos nos que por "urgência", não há consulta alguma.

A tragédia da Bélgica

O CCNE explicou que na Bélgica o número de eutanásias de pessoas doentes de neuropsiquiatrias passou de 8 por cento a 24 por cento em dois anos. Em 2006 se praticaram 429 mortes por eutanásia e em 2011, o número subiu para 1,133.

Em 2011 neste mesmo país, um casal obteve pela primeira vez a eutanásia conjuntamente: o marido a solicitou por causa de um tumor terminal, e a esposa alegou sofrimento pela doença de seu marido e sua idade avançada.

"Ante este panorama, qual o papel dos cuidados paliativos?", questiona LOR.

Na Bélgica em 2002, dos médicos consultores de eutanásia existentes, 20 por cento estava especializado em Cuidados Paliativos, mas o percentual se reduziu ela metade em 2009, o que segundo LOR indicaria uma desvalorização dos Cuidados Paliativos.

"Há um risco –afirma o relatório-, de que os pacientes que poderiam ter reencontrado o gosto por viver não recebessem os cuidados aos quais teriam tido direito".

Também é "interessante" o dado que indica a quais médicos costumam pedir o suicídio assistido: 50 por cento deles não costuma ser especialista, 40 por cento costuma estar especializado em uma disciplina, e apenas, 10 por cento dos médicos consultados estão especializados em Cuidados Paliativos.

A eutanásia na Suíça

Na Suíça, embora a eutanásia não seja legal, o suicídio assistido é possível em ausência de uma legislação regional ou federal com a única limitação que "o ato não se pratique em função de um motivo egoísta", algo que "evidentemente –assinala LOR-, é muito difícil de comprovar".

Cada vez se aceitam mais candidatos ao suicídio de pessoas que não têm uma doença terminal, não estão no final da vida nem afetados de nenhuma patologia. Segundo dados da associação Exit Deutsche Schweiz, entre os anos 2001 e 2004, 34 por ca ento das pessoas que se suicidaram com assistência não sofria nenhuma doença mortal; e muitas delas padeciam transtornos psicológicos.

Estados Unidos: O caso de Oregon e Washington

Embora nos Estados Unidos a eutanásia não seja legal a nível nacional, em 2011 no estado de Oregon se registraram 71 mortes, enquanto que em Washington houve 94. Quase um terço dos que pediram a eutanásia decidiu finalmente não realiza-la.

A história de Brenda Millson

Nesta semana, um caso em Newcastle, Ontario (Canadá), chamou a atenção. Brenda Millson, uma mulher idosa que cuida de seu neto autista de 13 anos durante o verão, foi ameaçada através de uma carta anônima que lhe exigia matar o seu neto com a eutanásia, por produzir na vizinhança um "ruído poluente".



Saiba como participar das audiências e cerimônias com o Papa Francisco

Cada vez mais gente chega a Roma com o desejo de ver o Papa Francisco. O Pontífice tem dois encontros semanais fixos com os peregrinos: a oração do Ângelus que acontece aos Domingos na Praça de São Pedro e a audiência geral de toda quarta-feira.

A Prefeitura da Casa Pontifícia é o organismo do Vaticano que se encarrega de regular os bilhetes de entrada e informou como fazer para consegui-los. São sempre gratuitos, mas é preciso solicitá-los.

Ao Ângelus que acontecem todos os domingos e dias festivos se pode ir sem necessidade de bilhete. O Papa aparece da janela do apartamento pontifício e realiza uma breve catequese, reza o Ângelus e comenta questões de atualidade.

As audiências gerais das quartas-feiras começam às 10h30. Costumam ser na Praça de São Pedro, mas quando chove ou no inverno, celebram-se na sala Paulo VI.

Se for com um grupo se recomenda informar ao Vaticano a que paróquia, escola ou coletivo pertence para que se possa anunciar em público antes do início.

O Papa Francisco dedica muito tempo antes da audiência a percorrer a Praça de São Pedro cumprimentando os peregrinos, por isso é bom chegar ao lugar ao menos uma hora antes do início da Audiência.

Os peregrinos podem acompanhar o pedido de bilhetes de entrada com cartas de recomendação de seu pároco ou com alguma explicação dos serviços especiais que prestam à Igreja. O Papa, ao final da audiência, costuma cumprimentar pessoalmente alguns dos peregrinos que vão a Roma.

Também a Prefeitura da Casa Pontifícia regula o acesso às cerimônias litúrgicas que o Papa celebra. É bom pedir as entradas com antecipação e confirmar depois as reservas. Há celebrações como o Natal e a Semana Santa nas que a basílica de São Pedro não pode receber a todos os peregrinos que vão para Roma nesses dias.

O Papa Francisco, desde o primeiro dia de seu pontificado, quis estar muito próximo dos peregrinos. É muito fácil estar perto do Papa, mas é preciso estar atentos: Ele passa antes de começar as audiências cumprimentando e abençoando a todos os presentes. Nas cerimônias, antes da Missa vai recolhido e em silêncio até o altar para celebrar a Missa, mas, quando a liturgia termina, sobe ao papamóvel ou passa pelos corredores da basílica para cumprimentar e abençoar a todos os peregrinos.

Para pedir os bilhetes de entrada é necessário escrever para: Prefeitura da Casa Pontifícia. 00120 Cidade do Vaticano. Deverá indicar: data da audiência geral ou celebração litúrgica; quantidade de entradas solicitadas, nome/Grupo; endereço de correio, telefone e fax.

A Prefeitura enviará uma comunicação em resposta escrita, por fax ou correio normal (não eletrônico), somente a quem reside fora de Roma.

Os bilhetes são inteiramente gratuitos?e deverão ser retirados no Serviço instituído para o efeito situado dentro do Portão de Bronze (colunata da direita, na Praça de S. Pedro) a partir das 15h00 à 19h00 no dia anterior ou mesmo na manhã da Audiência das 08h00 às 10h30; para as cerimônias litúrgicas, desde o dia anterior ou por comunicação prévia.

Para baixar o formulário de pedido pode fazê-lo aqui:

http://www.vatican.va/various/prefettura/po/biglietti_po.html



Dom Ganswein desmente que "experiência mística" tenha causado a renúncia de Bento XVI


O Prefeito da Casa Pontifícia, Dom Georg Ganswein, assinalou que não há "nada de certo" nas informações que atribuem a renúncia ao pontificado de Bento XVI a uma experiência mística.

Faz uns dias circulou nos meios de imprensa de todo o mundo uma nota em que se assegurava que Bento XVI teve "uma experiência mística de Deus" antes de renunciar ao pontificado. Dom Ganswein, secretário pessoal do Bispo Emérito de Roma, declarou ao canal italiano TG5 que "tudo neste artigo foi inventado do alfa ao ômega (do principio ao fim). E não há nada de certo".

Dom Ganswein fez estas declarações no último dia 25 de agosto desde Castel Gandolfo, onde se encontrava para festejar o 36º aniversário da inauguração da igreja da Virgem do Lago, e em cuja honra se dirigiu uma peregrinação e uma Missa.

"O Papa emérito está muito bem, veio de visita breve ao Palácio –de Castel Gandolfo–, porque havia um pequeno concerto, para jantar e dar depois um bonito passeio pelos jardins", explicou.

Em referência à relação entre o Papa Francisco e Bento XVI, Dom Ganswein assegurou que ambas as personalidades "têm uma relação excelente". "Há uma continuidade substancial entre eles e, certamente, há alguns elementos de estilo que são muito diversos porque são duas personalidades muito distintas. Se vemos o fio condutor dos primeiros meses do pontificado do Papa Francisco se vê que é uma continuidade clássica" e "tentou fazer uma ponte" entre ambos.

Castel Gandolfo é o povoado próximo à cidade de Roma, onde geralmente os Papas passam alguns dias de repouso. Aqui "Bento e eu estivemos durante oito anos, por várias semanas, todos os anos, e foi uma experiência única que agora sentimos falta", acrescentou emocionado.

Precisamente, desde Castel Gandolfo, Bento XVI se despediu da Sé de Pedro. Ali, o fechamento dos portões do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, inundado pelo carinho de milhares de peregrinos, marcou o final de seu pontificado.


Fonte: aci digital

Santo Agostinho, Bispo de Hipona e Doutor da Igreja


Nasceu em 13 de novembro do 354 em Tagaste, ao norte da África. O pai de Agostinho. Patrício, era um pagão de temperamento violento; mas, graças ao exemplo da Mônica, sua esposa, batizou-se pouco antes de morrer.

Embora Agostinho tenha ingressado ao catecumenato desde a infância, não recebeu o batismo, de acordo com os costumes da época. Em sua juventude se deixou arrastar pelos maus exemplos e, até os 32 anos, levou uma vida licenciosa, obstinado à heresia maniqueísta. Disso fala em seus "Confissões", que compreendem a descrição de sua conversão e a morte de Mônica, sua mãe.
Dita obra foi escrita para mostrar a misericórdia de Deus para um grande pecador, que por esta graça, chegou a ser também, e em maior medida, um grande santo. Mônica tinha ensinado a orar a seu filho desde menino, e lhe tinha instruído na fé, de modo que o próprio Agostinho que caiu gravemente doente, pediu que fosse conferido o batismo e Mônica fez todos os preparativos para que os recebesse; mas a saúde do jovem melhorou e o batismo foi diferido.
O santo condenou mais tarde, com muita razão, o costume de diferir o batismo por medo de pecar depois de havê-lo recebido.

Com o saque de Roma pelo Alarico, no ano 410, os pagãos renovaram seus ataques contra o cristianismo, lhe atribuindo todas as calamidades do Império. Para responder a esses ataques, Santo Agostinho escreveu seu grande obra "A Cidade de Deus". Esta obra, é depois de "As Confissões", a obra mais conhecida do santo. Ela é não só uma resposta aos pagãos, mas também trata toda uma filosofia da história providencial do mundo. Logo depois de
"As Confissões" escreveu também "As Retratações", onde expôs com a mesma sinceridade os enganos que tinha cometido em seus julgamentos.
Morreu em 28 de agosto de 430, aos 72 anos de idade, dos quais tinha passado quase 40 consagrado ao serviço de Deus.

25 de agosto de 2013

Iniciativas e projetos do Pontifício Conselho - No centro da família


Uma feliz confirmação da centralidade da pastoral familiar e, por conseguinte, também da necessidade de defender o matrimonio, a família e a vida, como faz hoje o Papa Francisco e como já fazia o cardeal Bergoglio, quando era arcebispo de Buenos Aires.
Foi quanto comentou D. Vincenzo Paglia, presidente do Pontifício Conselho para a Família, referindo-se às palavras com as quais o Pontífice, falando com os jornalistas durante o voo de regresso do Rio de Janeiro, antecipou de certa forma que o tema da próxima assembleia geral ordinária do Sínodo dos bispos será de carácter «antropológico» e dirá respeito ao papel da fé na formação da pessoa, com uma atenção específica à família e à pastoral matrimonial.
Também à luz desta atenção privilegiada do Papa e da Igreja, o dicastério continua a sua obra de sensibilização e de mobilização das famílias do mundo. Aliás, através de várias iniciativas na rede abriram-se precisamente nestes últimos dias as inscrições da peregrinação para o Ano da fé, que se realizará em Roma no final de Outubro com a presença do Santo Padre.

A pobreza do homem de hoje

Estamos vivendo os últimos suspiros do verão no hemisfério norte do nosso planeta, apesar do calor que ainda está presente, verão aqui na Itália, que como no Brasil, é sinônimo de férias, um período tão esperado, diria agoniado, por quem trabalha o ano inteiro. Diferentemente do que ocorre no Brasil, onde nossas férias, em geral, são no início do ano ou durante o carnaval, aqui na Europa, nos meses de julho e agosto, o “homem urbano” se transfere para a praia ou para a montanha. Como dizia João Paulo II é o momento de retemperar o corpo, sem esquecer o espírito.

Neste período aqui na Itália, onde tudo pára, até a política dá um tempo, - menos a chegada de imigrantes através do Mar Mediterrâneo - a cidade de Rimini, uma cidade de mar, uma espécie de Rio ao diminutivo, hospeda o “Encontro da Amizade entre os Povos”, promovido pelo movimento Comunhão e Libertação.

Todos os anos discute-se sobre um tema, este ano – o encontro se realizou nesta semana – foi dedicado ao tema “Emergência-homem”. Para a ocasião, o Papa Francisco enviou uma mensagem na qual refletiu sobre a grande urgência da evangelização. O Santo Padre recordou que o homem permanece um mistério, irredutível a qualquer imagem que a sociedade possa formar a respeito. Chama a atenção ainda para o fato de que Cristo é a porta, é o caminho e, assim sendo, sem colocá-lo no centro da vida não será possível entender o mistério do homem.

O Papa Francisco faz uma afirmação importante e ampla: “o poder econômico, político, midiático precisa do homem para perpetuar a si mesmo”. É por isto que muitas vezes procura manipular as massas, induzir desejos, apagar aquilo que de mais precioso o homem possui: o relacionamento com Deus. Aí uma constatação do Pontífice de que o poder teme os homens que estão em diálogo com Deus porque isso os torna livres. Eis, então a emergência-homem que o Encontro de Rimini procurou refletir.

Trata-se, segundo Francisco, de restituir o homem a si mesmo, à sua altíssima dignidade, à singularidade e preciosidade de toda a existência humana, desde a concepção até o fim natural. “É preciso voltar a considerar a sacralidade do homem e ao mesmo tempo dizer com força que é somente no relacionamento com Deus, isso é, na descoberta e adesão à própria vocação, que o homem pode alcançar a sua verdadeira estatura”.

E nesse processo, a mensagem lembra que a Igreja tem uma grande responsabilidade. O Santo Padre volta a falar da necessidade de se cultivar uma cultura do encontro, uma cultura que cada vez mais, apesar de toda a facilidade de comunicação do mundo moderno, está cada vez mais difícil de ser atuada, vivida. E o apelo de Francisco, “vamos com coragem ao encontro dos homens e mulheres do nosso tempo, das crianças e dos idosos, dos cultos e das pessoas sem instrução, dos jovens e das famílias. Vamos ao encontro de todos, sem esperar que sejam os outros a nos procurar!”. Em síntese, devemos levar o perfume do amor de Cristo para fora das nossas realidades, para cada ambiente. Essa a tarefa da Igreja, de todos nós, servir o homem indo buscá-lo nos labirintos sociais e espirituais mais escondidos.

O mundo de hoje vive cada vez mais a angústia do nada, da falta de horizontes, de um vazio que se amplia com a violência do forte sobre o fraco, do poderoso sobre o indefeso. Perdido neste início de século o homem grita por socorro, socorro que só pode vir de um amor sem fim que se consumou numa Cruz. A emergência do homem de hoje e a sua pobreza é a falta de Cristo. (Silvonei José)

Reflexão para o XXI Domingo do Tempo Comum - C; Lc 13,22-30

No Evangelho, Jesus anuncia a salvação a todos os seres humanos.
Ele a anuncia através de sua caminhada para Jerusalém, caminhada não apenas no sentido geográfico, mas principalmente no sentido teológico.
Por isso ela começa com alguém perguntando a Jesus, se são muitos ou são poucos os que se salvam.

Jesus não responde, mas fala que a salvação depende do compromisso radical com o projeto do Pai, a prática da justiça.

Muitos pensam em entrar no Reino apenas pertencendo à Igreja pelo batismo, fazendo parte de alguma associação, tendo títulos religiosos honoríficos, mas tudo isso para Jesus diz pouco ou nada.

É necessário não praticar injustiças, não ser conivente com elas, não ser omisso, mas comprometer-se radicalmente com a prática da justiça e, ao mesmo tempo, sentir-se pequeno, não contando com suas obras, com suas práticas religiosas, mas apenas com a misericórdia divina.

Portanto, para nós, a caminhada para Jerusalém é a nossa vida diária, em sua concretude; essa é a nossa caminhada para a salvação!

Na segunda leitura, o autor da Carta ao Hebreus nos incentiva à perseverança nas lutas travadas para sermos todos fiéis ao projeto de Deus. O grande incentivo e modelo de perseverança é Cristo Crucificado.
Mais ainda, seu autor diz que o sofrimento ajuda os cristãos a alcançar a maturidade da fé. Em sua caminhada para Jerusalém, o Senhor viveu sua entrega, chegou à sua paixão e morte. Ele se descentralizou para colocar como centro de sua vida o plano do Pai para redimir a Humanidade; isso o levou a se entregar na cruz. Também nós, seguindo os passos de Jesus, deixemos o Pai nos conduzir para onde Ele quiser.

Se Deus permite que soframos, é porque não somos estranhos a Ele, mas filhos queridos. Ele deseja nossa perfeição. Não é Ele que nos envia sofrimentos. Doenças e aflições não procedem de Deus, mas das circunstâncias da vida e, às vezes, da maldade dos homens.

Muitas vezes lutar pela justiça, desinstalar-se pode levar o cristão à porta estreita, mas será exatamente essa atitude que irá abrir as portas do coração, e isso poderá fazer sofrer, poderá fazer doer!

Desinstalar-se, lutar pelo direito e pela justiça faz sofrer porque nos coloca em luta contra o egoísmo de outros e também nossos, lutar nos tira do comodismo, nos desinstala. Não é Deus que envia os sofrimentos, mas os egoísmos os provocam!

Caminhar para Jerusalém supõe maturidade, supõe sair de si e estar voltado para o Outro.

Estamos dispostos a entrar pela porta estreita da desinstalação e do compromisso com os marginalizados? Abrimos a porta de nosso coração para que também ela deixe de ser estreita e se torne ampla?
(CAS)

Aos catequistas, com gratidão!

Catequista, você é uma pérola especial e um tesouro para Deus e sua amada Igreja.
A sua singular vocação foi gerada no coração de Deus Pai, para que pudesse chegar aos corações dos seus filhos e filhas com a mensagem da vida – Jesus Cristo.
Catequista, você não é apenas um transmissor de ideias, conhecimentos, doutrina ou, mais ainda, um professor de conteúdos e teorias, mas é um canal da experiência viva do encontro intrapessoal com a pessoa de Jesus Cristo.

Essa experiência é comunicada pelo Ser, Saber e Saber Fazer em comunidade, no coração da missão catequética. O ser e o saber do catequista se fundamentam numa dinâmica divina pautada na espiritualidade da gratuidade, da confiança, da entrega, da certeza de que somos impulsionados pelo Espírito Santo, fortalecidos pelo Cristo e amparados pelo Pai.

Catequista, com certeza são muitos, grandes e difíceis os desafios hoje de nossa catequese. Vivemos numa realidade que muitas vezes é contrária àquilo que anunciamos em nossa missão de levar e testemunhar a mensagem de Jesus Cristo. Mas temos a certeza de que não caminhamos sozinhos, somos assistidos pela grande catequista, a Virgem Santíssima.

Por isso, peço-lhe que a experiência do encontro com Jesus Cristo seja a força motivadora capaz de lhe trazer o encantamento por esse fascinante caminho de discipulado, cheio de desafios, mas que o faz crescer e acabam gerando profundas alegrias.

"A catequese é uma educação da fé das crianças, dos jovens e dos adultos, a qual compreende especialmente um ensino da doutrina cristã, dado em geral de maneira orgânica e sistemática, com o fim de iniciá-los na plenitude da vida cristã" (CT). Ensina o Catecismo da Igreja Católica: "no centro da catequese encontramos essencialmente uma Pessoa, a de Jesus Cristo de Nazaré, Filho único do Pai...”(cf CIC 1992). A finalidade definitiva da catequese é levar à comunhão com Jesus Cristo: só Ele pode conduzir ao amor do Pai no Espírito e fazer-nos participar da vida da Santíssima Trindade. Todo catequista deveria poder aplicar a si mesmo a misteriosa palavra de Jesus: 'Minha doutrina não é minha, mas Daquele que me enviou' (Jo 7,16) (CIC, 426-427).

Catequista, acolha, neste dia, nosso afetuoso abraço de gratidão de nossa amada mãe Igreja, nos seus bispos, padres e de milhares de pessoas, vidas agradecidas pela sua presença na educação da fé de nossos catequizandos, crianças, adolescentes, jovens e adultos. Em sua ação se traduz, de uma forma única e original, a vocação da Igreja-Mãe que cuida maternalmente dos filhos que gerou na fé, pela ação do Espírito.

Parabéns catequistas!
Poderíamos dizer muitas coisas, palavras eloquentes e profundas, mas uma só é necessária: Deus lhe pague! E que a Força da Palavra continue a suscitar-lhe a fé e o compromisso missionário!
Que a comunidade continue sendo o referencial da experiência do encontro com Cristo naqueles que sofrem, naqueles que buscam acolhida e necessitam ser amados, amparados e cuidados.
A ternura amorosa do Pai, a paz afável do Filho e a coragem inspiradora do Espírito Santo que cuida com carinho dos seus filhos e filhas, que um dia nos chamou a viver com alegria a vocação de catequista discípulo missionário, estejam na sua vida, na vida da sua comunidade hoje e sempre!

† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

No Angelus Papa lança novo apelo pela paz na Síria: "Cesse o barulho das armas! É a capacidade de encontro e diálogo que oferece esperança para resolver os problemas"

No Angelus deste domingo o Papa Francisco lançou um novo apelo pela paz na Síria, especialmente após as notícias e imagens vindas daquele país ao longo desta semana.

No país, após quase dois anos e meio de guerra civil, morreram mais de 100 mil pessoas, das quais 7 mil crianças. Mais de 4 milhões de refugiados e deslocados, 1/5 da população síria.

“Com grande sofrimento e preocupação continuo a acompanhar a situação na Síria. O aumento da violência em uma guerra entre irmãos, com o multiplicar-se de tragédias e atos atrozes, que todos pudemos ver também nas terríveis imagens destes dias, me impele uma vez mais a exortar para que cesse o barulho das armas. Não é o conflito que oferece perspectivas de esperança para resolver os problemas, mas a capacidade de encontro e de diálogo”.

Do fundo do seu coração o Papa exprime a sua proximidade com a oração e a solidariedade para com todas as vítimas deste conflito, para com todos aqueles que sofrem, especialmente as crianças e convida a manterem sempre acesa a chama da esperança de paz:

“Faço um apelo à Comunidade Internacional para que se mostre mais sensível para com esta trágica situação e faça tudo o que for necessário para ajudar a cara Nação síria a encontrar uma solução para a uma guerra que semeia destruição e morte”.

Ao final, o Santo Padre convidou os presentes a rezar a Maria, Rainha da Paz! (JE)

"Tenhamos ânimo e coragem para entrar pela porta estreita, que é Jesus", disse o Papa no Angelus ao refletir sobre a salvação

O Papa Francisco recitou a Oração mariana do Angelus neste domingo, 25 de agosto, desde a janela do apartamento Pontifício, diante de milhares de fiéis e turistas reunidos na Praça São Pedro. Antes de lançar um novo apelo pela paz na Síria, o Santo Padre falou sobre a salvação eterna e o convite de Jesus para passarmos pela porta estreita.

“Esforçai-vos para entrar pela porta estreita”, respondeu Jesus a alguém que lhe interpelou no caminho para Jerusalém sobre quantos seriam salvos. “O Senhor – observou o Papa – indica assim qual é o caminho da salvação. Mas qual é a porta que devemos entrar?”.

O Papa explicou que a imagem da porta aparece várias vezes no Evangelho “e evoca aquela da casa, do lar doméstico, onde encontramos segurança, amor, calor. Jesus nos diz que existe uma porta que nos faz entrar para a família de Deus, no calor da casa de Deus, da comunhão com Ele.

“Esta porta é o próprio Jesus. Ele é a porta. Ele é a passagem para a salvação. Ele nos conduz ao Pai. E a porta, que é Jesus, nunca está fechada, está sempre aberta a todos, sem distinção, sem exclusão, sem privilégios. Porque vocês sabem, Jesus não exclui ninguém. Alguém entre vocês poderia me dizer: ‘Mas, Padre, eu sou excluído porque sou um grande pecador: fiz coisas erradas, fiz tantas coisas erradas, na vida...’. Não. Você não está excluído” Precisamente por isto és o preferido, porque Jesus prefere o pecador, sempre. Para perdoá-lo, para amá-lo...Jesus está te esperando para abraçar-te, para perdoar-te..Não tenha medo. Ele te espera. Tenha ânimo, tenha coragem para entrar na sua porta”.

“Todos – acrescentou o Papa - são convidados a passar por esta porta, passar pela porta da fé, entrar na sua vida e deixá-Lo entrar na nossa vida, para que a transforme, renove, dê a ela alegria plena e duradoura”.

Após, Francisco observou que “passamos diante de tantas portas que nos convidam a entrar e prometem uma felicidade que dura um instante, se esgota em si mesma e não tem futuro”. E exortou:

“Gostaria de dizer com força: não tenhamos medo de passar pela porta da fé em Jesus, de deixá-lo entrar sempre mais na nossa vida, de sairmos dos nossos egoísmos, dos nossos fechamentos, das nossas indiferenças em relação aos outros. Porque Jesus ilumina a nossa vida com uma luz que não se apaga nunca. Não é um fogo de artifício, não é um flash, não! É uma luz tranqüila que dura para sempre e nos dá paz. Assim é a luz que encontramos se entramos pela porta de Jesus”.

O Papa explica então, que “a porta de Jesus é uma porta estreita, não porque seja uma sala de tortura, mas porque exige abrir o nosso coração a Ele, reconhecermo-nos pecadores, necessitados de sua salvação, do seu perdão, do seu amor, de ter a humildade em acolher a sua misericórdia e de nos deixar renovar por Ele”, e recorda que “Jesus no Evangelho nos diz que ser cristão não é ter uma ‘etiqueta’”:

“E eu pergunto a vocês: vocês são cristãos de etiqueta ou de verdade? Mas cada um de nós responda dentro de si mesmo, eh...? Nunca cristãos de etiqueta! Mas cristãos de verdade, de coração. Ser cristão é viver e testemunhar a fé na oração, nas obras de caridade, na promoção da justiça, no fazer o bem. Pela porta estreita que é Cristo deve passar toda a nossa vida”.

A Virgem Maria, Porta do Céu, o Papa Francisco pediu “que nos ajude a atravessar a porta da fé, a deixar que o seu Filho transforme a nossa existência como transformou a sua para levar a todos a alegrai do Evangelho”.
Na saudação final aos diversos grupos, incluindo um grupo vindo de São Paulo, o Santo Padre recordou que para muitos este período marca o fim do período de férias de verão, desejando “um retorno sereno aos compromissos da vida cotidiana, olhando o futuro com esperança”. (JE)

22 de agosto de 2013

Continua a perseguição dos cristãos no mundo

Todos os anos mais de 100 mil cristãos são assassinados por razões ligadas em qualquer modo à própria fé. É a denúncia feita nos dias passados pelo Observador Permanente da Santa Sé na ONU em Genebra, Dom Silvano Maria Tomasi (foto). Um dado que mostra, de modo impressionante, quanto a perseguição dos cristãos seja de dramática atualidade e não histórica, do passado. A Rádio Vaticano conversou com Marta Petrosillo, Porta-voz da Associação “Ajuda à Igreja que sofre” na Itália.

R. – "Verdadeiramente é um dado chocante, como disse Dom Tomasi, e infelizmente registramos o aumento da violência contra os cristãos nos últimos anos. Nós, como Ajuda à Igreja que Sofre, verificamos isso também no nosso último Relatório sobre a liberdade religiosa, que examinou 196 países. Desses, 131 são de maioria cristã e não são registradas perseguições, enquanto, por exemplo, nos 49 países de maioria muçulmana se verificam muitos episódios de verdadeiras e próprias perseguições. Também porque, por exemplo, em 17 desses 49 países, o Islã é a religião de Estado".

P. – Chama a atenção uma certa indiferença, um cansaço, por parte da mídia, em geral, mas também talvez dos irmãos cristãos, que vivem no Ocidente...

R. – "Isso é certamente ligado também ao nosso modo de viver a fé de maneira mais branda. Na Europa registram-se não perseguições, mas discriminações, precisamente por motivos ligados ao modo de viver a religião. Acredita-se hoje que a religião, sobretudo a cristã, deva ser vivida somente no privado.
Respeita-se o outro e se crê erroneamente que, respeitar o outro, signifique esconder o próprio credo religioso. Sim, é verdade, infelizmente, a perseguição cristã não faz notícia. Esse pensamento depende também de nós, de nós cristãos. Um sacerdote egípcio me disse que nos tempos de Diocleciano cada centímetro da terra do Egito foi banhado com o sangue dos mártires cristãos”. (SP)

"Mais do que perseguições contra os cristãos, é preciso falar de enfraquecimento do Estado de direito", destaca o Bispo de Sokoto -África/Nigéria


A falta de uma vontade política que faça cessar a impunidade e imponha o respeito da lei, a corrupção do sistema judiciário e as interferências desestabilizadoras de Europa e Estados Unidos estão entre as causas das perseguições na África.
É o que afirma Dom Matthew Hassan Kukah, Bispo de Sokoto (norte da Nigéria) e Presidente da Comissão para o Diálogo inter-religioso da Conferência Episcopal Nigeriana, na sua conferência intitulada

“A perseguição dos cristãos na África: conteúdos e oportunidades”, no Congresso “Os Mártires cristãos contemporâneos ‘Semente da Igreja’”, realizado na Universidade Católica de Notre Dame, nos Estados Unidos. Segundo refere Catholic News Service of Nigeria, Dom Kukah expressou prudência ao qualificar como perseguição contra os cristãos o que está acontecendo na Nigéria, em especial os atentados atribuídos à seita islamista Boko Haram.
"Pessoalmente, tenho sérias reservas sobre o fato de que se possa classificar o que está acontecendo na Nigéria como perseguição contra os cristãos, pelo menos no modo como esta conferência enquadra o problema. Além do mais, me parece ser demasiado apressado atribuir o martírio às vítimas, e não se faz jus à teologia do martírio como a entendemos". Segundo Dom Kukah, os atentados contra as igrejas cometidos por Boko Haram são principalmente uma consequência do enfraquecimento do Estado, mais do que uma demonstração das verdadeiras relações entre cristãos e muçulmanos na Nigéria:

"Não se deve confundir as manifestações visíveis das graves carências de um Estado prestes a falir, com a sua incapacidade de deter e punir os criminosos, como medida das relações entre cristãos e muçulmanos, como muitas vezes acontece no caso da Nigéria".
A solução à crise nigeriana, segundo Dom Kukah, passa portanto por um reforço do Estado de direito, do poder da lei, através sobretudo da luta contra a corrupção, uma das principais causas da pobreza da população de um país rico de recursos, que por sua vez alimenta o extremismo religioso. (L.M.) (Agência Fides 30/11/2012)

Fonte: news.va

Para um Egito unido e tolerante

Uma apelo à comunidade internacional para que se oponha à violência  e ao terrorismo e ajude o povo egípcio a superar esta espiral cruenta e sanguinolenta, a fim de que o país volte ao caminho certo, foi dirigido pelos Patriarcas e pelos chefes das Igrejas e das comunidades religiosas de Jerusalém através de uma declaração difundida na quarta-feira.

«Nós Patriarcas e chefes das Igrejas em Jerusalém – lê-se na declaração – acompanhamos com grande preocupação a terrível situação do Egito, que sofre devido às divisões internas, aos atos terroristas e às violências deliberadas contra pessoas inocentes, quer cristãs quer muçulmanas. As instituições governamentais foram atacadas, numerosos soldados egípcios e policiais foram assassinados, propriedades públicas foram destruídas e  igrejas cristãs foram profanadas». As «profanações e o incêndio das igrejas», continua o documento, «é um escândalo sem precedentes e vai contra os valores da tolerância, que por séculos animaram o Egito. Apreciamos o facto de que muitos muçulmanos se alinharam ao  concidadãos cristãos para defender igrejas e instituições».

Condenando com força «estes atos de vandalismo realizados por alguns extremistas, os líderes religiosos fazem apelo «a todas as partes para que ponham fim à violência e aos assassínios e trabalhem para a unidade nacional, sem a qual o Egito corre o risco da guerra civil. Estamos ao lado do povo egípcio na sua luta contra o terrorismo e as facções opostas, quer localmente quer a nível internacional. Expressamos a nossa solidariedade e a nossa proximidade a todas as vítimas e rezamos pela cura dos feridos e por quantos sofrem». Rezamos «ao único Deus», concluíram os representantes religiosos, «para que ilumine os líderes egípcios, a fim de que salvem os valores da democracia, a dignidade de todos e a liberdade religiosa».

O documento foi assinado por representantes católicos, ortodoxos e protestantes e pela Custódia da Terra Santa.


Fonte: L' OSSERVATORE ROMANO

Cinquenta cristãos são queimados vivos em casa de pastor na Nigéria

Os ataques a cristãos continuam com força total da Nigéria. Relatórios apontam que mais de 100 pessoas foram mortas por terroristas armados na semana passada e o grupo extremista islâmico Boko Haram, mais uma vez assumiu a responsabilidade por eles.

Enquanto fontes diferentes contabilizam a quantidade de pessoas que perderam suas vidas na semana passada, uma história divulgada pela Baptist Press chamou atenção.

Cerca de 50 membros da Igreja de Cristo na Nigéria, moradores da aldeia de Maseh, foram queimados vivos depois de se refugiarem na casa de seu pastor quando fugiam de mais um ataque terrorista.

“Cinquenta membros de nossa igreja foram mortos no prédio da igreja, onde tinha ido se refugiar [na casa pastoral]. Eles foram mortos junto com o pastor, sua esposa e seus filhos”, explicou Dachollom Datiri, vice-presidente da denominação Igreja de Cristo na Nigéria.

Lideranças da Igreja confirmaram que mais de 100 membros foram mortos em diversas aldeias na Nigéria, incluindo Maseh, Ninchah, Kakkuruk, Kuzen, Negon, Pwabiduk, Kai, Ngyo, Kura Falls, Dogo, Kufang e Ruk.

“A Nigéria está realmente se tornando um novo campo de morte para os cristãos. Centenas de cristãos já foram brutalmente assassinados pelo Boko Haram, incluindo mulheres e crianças”, disse Jerry Dykst, porta-voz do ministério Portas Abertas nos EUA. ”O Boko Haram divulgou, no início desta semana, uma ameaça que todos os cristãos devem se converter ao Islã ou eles nunca terão paz novamente. Seu objetivo é fazer toda a Nigéria um país governado e dominado pela lei sharia”, concluiu.

Innocent Chukwuma, consultor de justiça criminal da Nigéria, vai mais além. “Eu não acho que o Boko Haram poderia, invadir essas aldeias sozinhos. Eles precisam do apoio e colaboração dos moradores locais”, disse.

O pastor Ayo Oritsejafor, presidente da Associação Cristã da Nigéria, fez um apelo, afirmando que o Boko Haram é uma organização terrorista e pedindo que a comunidade internacional lute contra ela como faz com a Al Qaeda.

“Há certos extremistas muçulmanos que acreditam que a Nigéria deve ser uma nação islâmica e o Boko Haram é o principal órgão desse grupo de pessoas… O país sempre teve uma população muito bem dividida entre as duas grandes religiões [cristianismo e islamismo ], então não é possível simplesmente islamizar a Nigéria “, acrescentou o pastor.

DO INÍCIO DO ANO , ATÉ OS DIAS DE HOJE, 14 SACERDOTES FORAM ASSASSINADOS NO MUNDO

A notícia aponta as seguintes estatísticas :

“América ocupa o primeiro lugar, com 10 sacerdotes mortos, 4 deles só na Colômbia.
A Ásia é o segundo continente com maior número de sacerdotes mortos, 2 – Pe. K.J. Thomas, no dia 1 de abril na Índia e Pe. François Murad a 23 de junho, na Síria. O continente africano teve um sacerdote assassinado, o Padre Evarist Mushi na Tanzânia, em 17 de fevereiro e a Europa o Padre Giuseppe Peterlini, morto ontem.No continente americano foram mortos, na Colômbia, Pe. Jose’ Francisco Velez Echeverri, em 16 de janeiro; Pe. Luis Alfredo Suarez Salazar em 2 de fevereiro; Pe. José Ancizar Mejia  Palomino em 4 fevereiro e Pe. Jose’ Valle Bayona em 7 de maio. No México Pe. José Flores Preciado em 5 de fevereiro e Pe. Ignacio Cortez Alvarez em 22 julho; na Venezuela Pe. Jose’ Ramon Mendoza, em 17 fevereiro. No Canadá Pe. Louis Bourgeois, agredido em 15 outubro de 2012, vindo a falecer em 14 fevereiro; no Haiti Pe. Richard E. Joyal (sacerdote canadiano) em 25 de abril e no Brasil, Pe. Elvis Marcelino de Lima, em 13 de julho”

Os sacerdotes estão, cada vez mais, se tornando alvo dos interesses e dos poderes instalados em alguns países

19 de agosto de 2013

A Crisma: Sacramento, Celebração e Padrinhos

A Crisma, ou Confirmação, é o Sacramento pelo qual o batizado é fortalecido com o dom do Espírito Santo, para que, por palavras e obras, seja testemunha de Cristo e propague e defenda a fé. A Crisma é para nós o que Pentecostes foi para os Apóstolos (cf. At 2,1-12).

Nós recebemos o Espírito Santo no Batismo, mas a plenitude dos seus dons recebemos na Crisma.

Aí é que estes dons se manifestam com toda a força. ..- É como a flor que desabrocha e exala seu perfume.

A matéria da confirmação é a unção do Crisma na testa, junto com a imposição das mãos.

A forma é: "recebe por este sinal o Espírito Santo, dom de Deus". O ministro da Crisma é normalmente o Bispo, mas em casos extraordinários ele pode delegar algum padre para crismar.

O sujeito é todo batizado que ainda não tenha sido crismado, pois o Sacramento da Crisma, por imprimir caráter, é irrepetível.

São três os efeitos deste Sacramento:

• o aumento da graça santificante; 

• a graça sacramental específica, cujo efeito próprio são os 7 dons; 

• o aprofundamento do caráter (marca) na alma, que identifica o soldado de Cristo no combate contra o mal.

Para que o Confirmando com uso da razão possa receber licitamente este sacramento, deve estar adequadamente instruído e em estado de graça e deve ser capaz de renovar as promessas do batismo.

Os padrinhos

Quanto aos padrinhos, cabe a eles procurar que seu afilhado se comporte como verdadeira testemunha de Cristo e cumpra fielmente as obrigações deste sacramento. Seria bom que os padrinhos pudessem colaborar na formação do afilhado e eles devem contribuir depois com seu testemunho e sua palavra, para a perseverança na fé e na vida cristã do afilhado. As condições para que alguém seja padrinho de Crisma são as mesmas para o padrinho de Batismo, a saber: ser batizado e maior de 16 anos, ter feito a Primeira Eucaristia, ser crismado e levar vida de acordo com a fé cristã. Seria até conveniente que o padrinho de Crisma fosse o mesmo do Batismo, embora isto não seja necessário. Também hoje em dia não é mais necessário que o padrinho/madrinha seja do mesmo sexo que o/a afilhado/a. por uma questão de prudência, não convém que seja o/a namorado/a.

A celebração

Quanto à celebração, esta geralmente acontece dentro da missa (embora possa ser celebrada sem missa). Após a leitura do evangelho, o Bispo dirige a palavra aos confirmandos, explicando-lhes brevemente o que irão receber. Em seguida, os confirmandos renovam as promessas batismais que tinham feito seus padrinhos, no Batismo. Renunciam ao pecado e professam a fé em Deus. Vem, a seguir, a imposição das mãos e uma oração do Bispo. O padrinho, apresenta, em nome da Igreja, o candidato à Confirmação. O Bispo impõe a mão sobre ele, ungindo-o com óleo (o Crisma), dizendo a forma. Em seguida é saudado pelo Bispo, que lhe deseja a paz, como Jesus a desejou aos Apóstolos. E a Missa prossegue como de costume.

Os dons do Espírito Santo - O que são os dons?

São qualidades que Deus comunica a alma e que a torna sensível à graça e lhe facilita a prática da virtude. Os dons despertam-nos a atenção para ouvirmos a silenciosa voz de Deus em nosso interior, tomam-nos dóceis aos "toques" divinos.

Eis a relação dos dons: Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor de Deus (cf. Is. 11,2

O dom da Sabedoria: que nos dá o adequado sentido de proporção para sabermos apreciar as coisas de Deus; damos ao bem e à virtude o verdadeiro valor e encaramos os bens do mundo como degraus para a santidade, não como fim em si. Por exemplo, se você perde o capítulo da novela para ir à reunião na igreja, você foi conduzido pelo dom da Sabedoria, mesmo que não saiba (cf. 1Cor 2,6-10).

O dom do Entendimento: É aquele que nos dá a percepção espiritual necessária para entendermos as verdades da fé ( cf 1Cor 2,14- l 6).

O dom da Fortaleza: Ora, uma vida cristã tem de ser, necessariamente, em algum grau, uma vida heróica. É sacrificar-se, mesmo que venha a ter perdas, por amor a Deus. Em uma palavra, é o dom que nos sustenta nos perigos, temores e tentações, a fim de superarmos as dificuldades espirituais (cf. 2Mac 7,1-42).

A Ciência: Não se confunde com a ciência humana, que é adquirida através dos estudos. Esse dom nos faz olhar o mundo com o olhar de Deus, levando-nos a descobrir nas criaturas visíveis os vestígios da Sabedoria e da perfeição do Criador. Também nos ajuda a distinguir o bem do mal.

A Piedade: Não se relaciona com "ter pena" de alguém, mas este dom nos faz conceber afeto filial para com Deus e sentimentos de fraternidade para com todos os homens, filhos do mesmo Pai. O dom da Piedade nos ajuda a ter gosto, a encontrar o sabor das coisas de Deus.

O Conselho: É aquele dom que nos faz descobrir a decisão certa a ser tomada no momento de hesitação, ajudando-nos aperceber a atitude equilibrada entre posições extremadas. Este dom também nos ajuda a orientar a ajudar a quem precisa.

O Temor de Deus: Não é o mesmo que ter medo de Deus, mas ter uma profunda revereência para com Ele, sabendo que nunca o amaremos como Ele merece. Mas por isso devemos nos esforçar ao máximo para não fazer nada que o desagrade.

Como vimos, todos os dons do Espírito Santo têm como finalidade nos ajudar a viver melhor e testemunhar nossa fé. Os sete dons querem ser um resumo de toda a atividade do Espírito em nós. Existe um grande dom que dá sentido aos demais: é o AMOR. Este é o maior presente do Espírito Santo. Sem ele nossa vida não tem sentido. O amor (ou caridade) é a primeira ação de Deus (Ele cria o mundo por amor) e também a última (em Jesus Ele salvou e continua a salvar todos os homens, até o fim dos tempos). Todos os dons que o Espírito concede só têm valor à medida em que são feitos por amor e no amor.

Para concluir, vale dizer que a palavra dom significa presente, dádiva.

Os frutos do Espírito Santo

Depois de tudo que já meditamos acerca da virtudes naturais, das sobrenaturais e dos dons do Espírito santo, é-nos necessário caminhar um pouco mais, pois, assim como não poderíamos deixar de falar de uma árvore citando sua raiz e tronco deixando de falar sobre seu fruto, da mesma forma não podemos falar das virtudes e dos dons sem chegar aos resultados causados por estes, isto é, os frutos do Espírito Santo: frutos exteriores da vida interior, produto externo da habitação do Espírito em nós.

Os doze frutos perfilam o retrato do cristão. Os frutos são: caridade, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, longanimidade mansidão, fidelidade, modéstia, continência e castidade (cf. Gl 5,22s).

Para o homem frutificar exige-se dele duas coisas que nos são apontadas pelo próprio Cristo: a primeira condição é despojar-se de si mesmo (cf Mc 8,34; Jo 12,24). A segunda é estar em Cristo (cf. Jo 15,2.4-5). Com o Espírito Santo tudo se transforma; em nós Ele produz os frutos como resultado de nossa docilidade.

Quem vive na graça, vê Cristo no seu próximo e sempre o trata com respeito e amor e está sempre disposto a ajudá-lo, mesmo à custa de transtornos e aborrecimentos. O fruto do amor é tríplice: é um amor a Deus, a nós mesmos e aos irmãos, amando-os com o amor de Deus. É a Caridade (Mt 22,38-40; Jo 3,16).

Depois, é uma pessoa alegre e otimista. Parece irradiar um resplendor interior. É uma pessoa fala com a maior delicadeza, vive feliz. É a alegria (cf. FI 4,4.6).

Também é uma pessoa serena e tranquila, é uma pessoa equilibrada, não se deixa abalar por aflições ou angústias, é aquela pessoa a quem se recorre em necessidades. É a paz (cf. Jo 20,19).

Depois, não se irrita facilmente; não guarda rancor pelas ofensas, não se perturba quando as coisas lhe correm mal. Poderá fracassar várias vezes e recomeçará sem ranger os dentes. É a paciência (cf. Ex 34,6).

É amável. Todos o procuram em seus problemas e encontram nele o confidente sincero, interessado. Tem uma consideração especial pelos que de alguma forma sofrem. É a benignidade.

Defende com firmeza a verdade e o direito, mesmo que esteja só. Não está orgulhosa de si nem julga os outros; é lenta em criticar e mais ainda em condenar; suporta a ignorância dos outros, mas jamais compromete as suas convicções, jamais contemporiza com o mal. Em sua vida interior é sempre generosa com Deus, sem procurar a atitude mais cômoda. É a bondade (cf. Cl 3,12-13).

Não se revolta com o infortúnio e o fracasso, com a doença e a dor. Desconhece a auto-compaixão: levantará ao céu os olhos cheios de lágrimas, mas nunca cheio de revolta. É a longanimidade.

A mansidão é a virtude dos fortes. Permite-nos aceitar os acontecimentos que magoam. Ser humilde diante de todas as contrariedades, generosos no esquecimento das mágoas, tudo isso requer heroísmo, daí dizer que é a virtude dos fortes. Ser manso é aceitar a Deus, a nós e aos irmãos.

A fidelidade, fruto do Espírito, é a que nos ajuda a cumprir toda a justiça para com Deus (na medida do que é possível ao homem dar a Deus ) e para com os homens. Tudo, todo esforço é pouco para ouvir daquele que é fiel o convite reconfortante: "servo bom e fiel... entra para o gozo do teu Senhor" (cf. Mt 25,21.23).

Seu amor a Jesus o faz recusar o pecado e de ser ocasião de pecado para alguém. Seu comportamento, modo de vestir e linguagem edifica os irmãos. É a modéstia.

É uma pessoa moderada, que tem as paixões controladas pela razão e pela Graça. Tem verdadeiramente domínio de si. É a continência (cf. 1Pd 5,8-11).

Sente uma grande reverencia perante o fato de Deus ter querido compartilhar seu poder criador com os homens, isto é, para com a capacidade que o homem tem para procriar. Vê o sexo como algo precioso e sagrado a ser usado unicamente dentro do âmbito matrimonial e para os fins estabelecidos por Deus; nunca como fonte de prazer egoísta. É a castidade (cf. 1Pd 5,8-11).

Aqui temos o retrato do homem e da mulher cristãos. Estejamos abertos a ação do Espírito Santo para que em nós Ele possa produzir tais frutos.


18 de agosto de 2013

PUNIÇÃO POR LER A BÍBLIA NA ARÁBIA SAUDITA

Esta é uma nova forma de punição em uma das nações sauditas. De acordo com relatórios enviados, esta é uma nova punição utilizado em pelo menos uma pessoa encontrada por possuir uma Bíblia (a imagem mostra um acidente, mas é um exemplo dos danos causados ​​por este tipo de punição e ferramentas utilizadas) .


Reflexão para a Solenidade da Assunção de Maria

A Bíblia e a vida nos ensinam que quando o Senhor vai realizar ações magníficas, Ele se dirige aos humildes e pede a colaboração deles. Todos os relatos bíblicos nos mostram isso e também os acontecimentos recentes, quando Ele permitiu a pastores, camponeses e crianças verem Maria Santíssima.Também a devoção à Padroeira do Brasil deve-se à tarefa de três pescadores que encontraram a imagem da Mãe de Deus e nossa no rio Paraíba do Sul.

Maria, a Virgem de Nazaré, representando todas as pessoas simples, ignoradas pelos poderosos, mas plenamente confiantes em Deus, no seu “Magnificat”, canta sua gratidão a Deus porque Ele beneficiou a ela e aos necessitados. Ela anuncia a nova sociedade, não apenas a celeste, mas também a terrestre, quando esta última seguir seu conselho de “fazer tudo o que Jesus mandar”. Nessa nova sociedade, os que detêm poder irão usá-lo para servir os pobres, os marginalizados, os aflitos. Jesus já nos deu o exemplo lavando os pés dos apóstolos e morrendo por nós na cruz, ou seja, se entregando para que fôssemos libertados do domínio do mal. Deus é fiel, conclui Nossa Senhora ao dizer que a misericórdia prometida a Abraão e seus descendentes foi mantida e realizada.

Paulo, em sua 1ª Carta aos Coríntios, explicita esse bem querer de Deus a todos nós quando diz que a ressurreição de Jesus destruiu o destino do homem de ser-para-a-morte e lhe restituiu sua vocação eterna de ser-para-a-vida. Cristo morreu para que o homem confiasse plenamente no amor do Pai e fizesse sua entrega radical a Ele. Com isso acaba o egocentrismo e Jesus Cristo passa a ser o centro da vida do ser humano. O homem se descentraliza para que Deus possa ocupar o lugar que sempre foi Seu, o centro de tudo e de todos.

Consequentemente, acaba a pobreza, a injustiça, a opressão. Se o amor está no centro, deixarei de ser apegado ao dinheiro, ao poder, ao prazer egoísta. Serei fraterno, misericordioso, solidário. Surge, então, um mundo onde reina a Justiça e a Paz. O Canto de Maria e a oração de São Francisco se tornarão realidade!
Celebrar a Assunção de Nossa Senhora é praticar tudo o que Jesus ensinou e ela viveu em toda sua vida. “Antes, são bem—aventurados aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a colocam em prática”, disse Jesus quando louvaram Maria por ser sua mãe.

Cesar Augusto, SJ

Assunção de Nossa Senhora

No final de sua vida, no que a tradição chama de “dormição” de Nossa Senhora, contemplamos o dogma que é celebrado neste final de semana:

A Assunção de Maria. Ela foi levada ao céu após a sua peregrinação terrestre, onde levou a vida acolhendo a vontade do Pai, dizendo “sim” a Deus, mas também entre cuidados, angústias e sofrimentos. Por isso, segundo a profecia do santo velho Simeão, uma espada de dor lhe traspassou o coração, junto da cruz do seu divino Filho e nosso Redentor. Com a Assunção, se crê que o seu sagrado corpo não sofreu a corrupção do sepulcro, nem foi reduzido à cinzas aquele tabernáculo do Verbo Divino. Pelo contrário, os fiéis iluminados pela graça e abrasados de amor para com aquela que é Mãe de Deus e nossa Mãe dulcíssima, compreenderam, cada vez com maior clareza, a maravilhosa harmonia existente entre os privilégios concedidos por Deus àquela que o mesmo Deus quis associar ao nosso Redentor. Esses privilégios elevaram-na a uma altura tão grande que não foi atingida por nenhum ser criado, excetuada somente a natureza humana de Cristo.

São João Damasceno, que entre todos se distingue como pregoeiro dessa grande tradição – que por motivações pastorais no Brasil é transferida para o primeiro domingo após o dia 15 de agosto –, ao comparar a assunção gloriosa da Mãe de Deus com as suas outras prerrogativas e privilégios, exclama com veemente eloquência: "Convinha que aquela que no parto manteve ilibada virgindade, conservasse o corpo incorrupto mesmo depois da morte. Convinha que aquela que trouxe no seio o Criador encarnado, habitasse entre os divinos tabernáculos. Convinha que morasse no tálamo celestial aquela que o Eterno Pai desposara. Convinha que aquela que viu o seu Filho na cruz, com o coração traspassado por uma espada de dor, de que tinha sido imune no parto, contemplasse assentada à direita do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse o que era do Filho, e que fosse venerada por todas as criaturas como Mãe e Serva do mesmo Deus".

O Catecismo da Igreja Católica explica que "a Assunção da Santíssima Virgem constitui uma participação singular na Ressurreição do seu Filho, e uma antecipação da Ressurreição dos demais cristãos" (966).

A Assunção de Maria ocorre imediatamente depois de terminar a sua vida mortal e não pode ser situada no fim dos tempos, como sucederá com todos os homens, mas tem de considerar-se como um evento que já ocorreu. Ensina que a Virgem, ao terminar a sua vida nesse mundo, foi elevada ao céu em corpo e alma, com todas as qualidades e dons próprios da alma dos bem-aventurados, e com todas as qualidades e dotes próprios dos corpos gloriosos. Trata-se, pois, da glorificação de Maria, na sua alma e no seu corpo, quer a incorruptibilidade e a imortalidade lhe tenham sido concedidas sem morte prévia, quer depois da morte, mediante a ressurreição.

O dogma da Assunção nos dá uma certeza: Maria Santíssima já alcançou a realização final. Tornou-se, assim, um sinal para a Igreja que, olhando para ela, crê com renovada convicção nos cumprimentos das promessas de Deus. Também nós somos chamados a estar, um dia, com a Santíssima Trindade. Olhando para o que Deus já realizou em Maria, os cristãos animam-se a lutar contra o pecado e a construir um mundo justo e solidário para participar, um dia, do Reino definitivo.

Uma mulher já participa da glória que está reservada à humanidade. Nasce, para nós, um desafio: lutar em favor das mulheres que, humilhadas, não têm podido deixar transparecer sua grande vocação. Em Maria, a dignidade da mulher é reconhecida pelo Criador. Quanto nosso mundo precisa caminhar e progredir para chegar a esse mesmo reconhecimento!

A Solenidade da Assunção de Nossa Senhora demonstra a delicadeza de Deus em preservar a Virgem Santíssima da corrupção do pecado original – seu corpo é elevado ao céu! Daí vem a dignidade do corpo humano, da vida humana. É para o cristão também um olhar para o seu destino final.

Neste tempo de tantas mudanças é importante que nos elevemos com Maria. Infelizmente, uma lei aprovada procurando coibir com toda a justiça a violência contra a mulher trouxe consigo outra grande violência: contra a vida. Nesse sentido, ao olhar para a Assunção de Maria nós pedimos a Deus que nos faça testemunhas do Ressuscitado em meio a tantos e complexos problemas que aparecem a cada momento. Urge nunca perder de vista a direção e fazer de tudo para que hoje, escutando a voz do Senhor, caminhemos procurando fazer Sua vontade.

† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Papa Francisco agradece o acolhimento recebido no Brasil durante a JMJ

O Arcebispo de Aparecida (SP), Cardeal Raymundo Damasceno Assis, Presidente da CNBB, recebeu esta semana uma carta do Papa Francisco. No texto, o Santo Padre agradece o acolhimento recebido no Brasil, durante a JMJ Rio2013, em especial, na cidade de Aparecida.

Eis a carta na íntegra.

Querido irmão,

Venho renovar-lhe a expressão do meu agradecimento e, através de sua pessoa, a todos quantos o mesmo seja devido nessa amada diocese, particularmente no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, pelo carinho que me receberam e tudo predispuseram da melhor maneira para que eu pudesse visitar a casa da Mãe de todos os brasileiros.

Guardo indeléveis, na memória e no coração, as imagens daquela ativa assembleia litúrgica e da multidão festiva que na esplanada do Santuário, mesmo com frio e a chuva, quiseram acompanhar-me na minha peregrinação à Aparecida. Sem dúvida foi também uma oportunidade para reviver as belas recordações da minha permanência no Santuário, durante a Quinta Conferência do Episcopado Latino-Americano e do Caribe. Confiei a Ela, Nossa Mãe, a vida de cada brasileiro, bem como pedi que fizesse arder no coração de cada sacerdote desse imenso País um zelo sempre maior por anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo.

Peço-lhe também para que, na sua qualidade de Presidente da CNBB, se faça intérprete do meu vivo apreço e gratidão aos Bispos do Brasil, a todos os párocos, pastorais e movimentos eclesiais pelo carinho e empenho postos na preparação e realização da Jornada Mundial da Juventude. Esta foi, certamente, um evento em que o Senhor cumulou de graças a Igreja que está no Brasil. Faço votos para que as sementes que foram lançadas possam frutificar permitindo uma nova primavera para a Igreja nesta amada Nação.

Reconhecido, retribuo todas as gentilezas recebidas, confiando a Deus, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, as dioceses e prelazias brasileiras, juntamente com os seus pastores, enquanto de coração a todos concedo uma especial Benção Apostólica e peço que, por favor, não deixem de rezar por mim.

Vaticano, 2 de Agosto de 2013.
(MJ)

Angelus: Papa renova apelo pela paz no Egito e diz que fé e violência são incompatíveis

O Papa Francisco rezou o Angelus deste domingo, 18 de agosto, da janela da residência pontifícia, com milhares de fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro.

Na alocução que precedeu a oração mariana, o pontífice explicou um trecho da Carta aos Hebreus que diz: "Corramos com perseverança na corrida, mantendo os olhos fixos em Jesus, autor e consumador da fé".

"É uma expressão que devemos sublinhar especialmente neste Ano da Fé. Nós, também, ao longo deste ano, mantemos os olhos fixos em Jesus, porque a fé, que é o nosso sim à relação filial com Deus, vem d'Ele: Ele é o único mediador desta relação entre nós e nosso Pai que está nos céus. Jesus é o Filho, e Nele somos filhos", frisou Francisco.

O Santo Padre recordou que a Palavra de Deus deste domingo contém uma palavra de Jesus que nos coloca em crise, e precisa ser explicada, caso contrário, pode levar a mal-entendidos.

"Jesus diz aos seus discípulos: Vocês pensam que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu lhes digo, vim trazer divisão. O que isso significa? Significa que a fé não é algo decorativo, ornamental. Viver a fé não é decorar a vida com um pouco de religião, como se fosse um bolo que decoramos com o glacê. Não! A fé não é isso. A fé significa escolher Deus como critério-base da vida e Deus não é vazio, Deus não é neutro, Deus é sempre positivo, Deus é amor e o amor é positivo", frisou o pontífice!

O Papa disse ainda que "depois que Jesus veio ao mundo, não podemos mais agir como se Deus não o conhecêssemos, como se fosse algo abstrato, vazio, de referência puramente nominal. Não. Deus tem um rosto concreto, tem um nome: Deus é misericórdia, Deus é fidelidade, é vida que se doa a todos nós. É por isso que Jesus diz: vim trazer divisão, não que Jesus queira dividir as pessoas umas das outras, pelo contrário, Jesus é a nossa paz, é a nossa reconciliação! Mas esta paz não é a paz dos sepulcros, não é neutralidade. Jesus não traz neutralidade. Esta paz não é um compromisso a todo custo".

"Seguir Jesus significa renunciar ao mal, ao egoísmo e escolher o bem, a verdade, a justiça, mesmo quando isso exige sacrifício e renúncia dos próprios interesses. E isso sim divide, nós sabemos, divide os vínculos mais estreitos. Mas atenção: não é Jesus quem divide! Ele põe o critério: viver para si mesmos ou viver para Deus e para os outros, ser servido ou servir, obedecer a si mesmo ou obedecer a Deus. E neste sentido Jesus é sinal de contradição", destacou o pontífice.

Francisco frisou que "esta palavra do Evangelho não autoriza o uso da força para difundir a fé. É exatamente o contrário: a verdadeira força do cristão é a força da verdade e do amor, que leva a renunciar a toda violência. Fé e violência são incompatíveis. Fé e violência são incompatíveis. Em vez disso, fé e fortaleza caminham juntas. O cristão não é violento, mas é forte. E com qual fortaleza? Com a da mansidão. A força da mansidão, a força do amor".

O Santo Padre recordou que "entre os parentes de Jesus havia alguns que não partilharam o seu modo de viver e pregar, diz o Evangelho. Mas sua mãe sempre o seguiu fielmente, mantendo fixos os olhos de seu coração em Jesus, o Filho do Altíssimo, e em seu mistério. No final, graças à fé de Maria, os familiares de Jesus tornaram-se parte da primeira comunidade cristã. Peçamos a Maria que nos ajude também a manter os olhos bem fixos em Jesus e a segui-lo sempre".

Após a oração do Angelus, o Santo Padre recordou mais uma vez que "seguir Jesus não é neutro, seguir Jesus significa se envolver, porque a fé não é algo decorativo, é força de alma".

O Papa saudou com afeto os romanos, peregrinos, famílias, grupos paroquiais e jovens e pediu-lhes para rezar pelas vítimas do acidente entre uma balsa e um navio cargueiro, em Cebu, nas Filipinas, na última sexta-feira, e suas famílias.

Francisco pediu aos fiéis para que continuem rezando pela paz no Egito. Todos juntos repetiram junto com o Papa: 'Maria, Rainha da Paz, rogai por nós'!

A seguir, o pontífice saudou o grupo folclórico polonês proveniente de Edmonton, no Canadá, e os jovens de Brembilla, perto de Bérgamo, que levarão a pé de Roma à sua cidade a tocha abençoada pelo Papa. (MJ)

UM MILAGRE EM UM HOMICÍDIO OCORRIDO NO EGITO,

Um homem muçulmano no Egito matou a mulher por encontrá-la lendo a Bíblia e a enterrou com as suas filhas, de 8 anos e um recém nascido. As meninas foram enterradas vivas!
Ele procurou a polícia e relatou que um homem matou suas filhas. 15 dias depois, outro membro da família morreu. Quando eles foram para enterrá-lo, encontraram as duas
meninas sob a areia. VIVAS!

Este incidente causou muita raiva no país. O pai será executado. Perguntado como a menina mais velha tinha sobrevivido. Ela disse: "Um homem vestindo um terno branco brilhante, com feridas de sangue em suas mãos, vinha todos os dias para nos alimentar. Ele acordou minha mãe para minha mãe continuar a amamentar a minha irmãzinha".

Ela foi entrevistada no Egito por âncora de notícias nacionais de TV para um muçulmano que usava um véu. Essa mulher disse: "Isso não pode ser outro senão Jesus, não há outro que pode fazer essas coisas".

Os muçulmanos acreditam que Isa (Jesus, em árabe) pode fazer isso. Mas para eles as feridas mostrar que Ele realmente foi crucificado, e que não há nenhuma dúvida de que ele está vivo! é muito claro que a criança não poderia ter inventado essa história e não havia nenhuma maneira que poderia ter sobrevivido sem um verdadeiro milagre.

Os líderes muçulmanos têm uma situação difícil tentando descobrir o que fazer com isso, como a popularidade do filme "A Paixão de Cristo" não ajuda, o Egito ser o centro de comunicação e educação no Oriente Médio.

Por favor, continuem a partilhar esta história com os outros.
Deus disse em Jeremias 17:07: Abençoarei a pessoa que coloca sua confiança em mim.


Definitivamente prova, ainda que Cristo está vivo!

O que é impossível para o homem, pois para Deus não é!

Descendente de Charles Darwin é firme defensora da fé católica

Laura Keynes, tátara-tátara-tataraneta do naturalista Charles Darwin, cuja teoria da evolução é usada por muitos ateus para negar a existência de Deus, é uma jovem católica que defende sua fé através do Catholic Voices, do Reino Unido.

Precisamente em uma publicação no Catholic Voices, Laura explica sua conversão.

De pai ateu e mãe conversa ao catolicismo, mas logo budista, Laura foi batizada católica. Entretanto, em sua adolescência se converteu em agnóstica, afastada "de qualquer contato com a Igreja".

"Do lado da família do meu pai, o lado Darwin-Keynes", a jovem recebeu uma influência "altamente racional, científica, secular, humanista".

"Meu pai é um neurocientista, e eu absorvi a visão de que todos os fenômenos são produto do cérebro material. Aos poucos derivei ao agnosticismo", recordou.

Foi quando realizava seus estudos de doutorado em Filosofia em Oxford (Reino Unido), e se viu rodeada pelo "Debate de Deus", depois da publicação de "Deus, um delírio", de Richard Dawkins, foi quando começou a regressar ao seio da Igreja.

"Pensei que ia mudar do agnosticismo para o ateísmo por causa dos seus argumentos, mas depois de ler a ambos os lados do debate, não podia desprezar um caso convincente a favor da fé", recordou.

"Quanto a ser boa sem Deus, tinha tentado e não tinha chegado muito longe. Em algum ponto, a vida te coloca de joelhos, e nenhum ato de vontade é suficiente nessa situação. Render-se e pedir a graça é a resposta humana lógica", assegurou.

O debate a levou a concluir que "o novo ateísmo parecia conter um germe de intolerância e desprezo pelas pessoas, que só poderia socavar as reclamações humanistas seculares ao liberalismo".

"Se o ateísmo assegura que a superioridade intelectual está reforçada pela habilidade característica do meu ancestral de explorar e analisar as inconsistências na evidência, então a mesma característica familiar me levou para uma avaliação cética do que se pode e o que não se pode conhecer absolutamente".

Laura voltou a rezar o Terço durante a prolongada doença de sua avó, quando "nessas longas horas ao lado de sua cama, lembrei o poder redentor do sofrimento de Cristo".

"Ver a morte me fez questionar sobre o espírito: o que é, de onde vem, aonde vai. Assim, neste ponto, já estava desenvolvendo um despertar espiritual, mas não tinha dado o passo de volta à Igreja Católica. Esse passo veio depois de muita reflexão e leitura".

Laura assegurou que a sua escolha livre de ser católica aconteceu "depois de muita análise e pensamento, e que não lavaram a minha cabeça para entrar, isso desconcertou tanto os meus amigos como a minha família".

"Escutei um comentário: ‘Mas ela parecia ser uma garota inteligente’. Quando as pessoas perguntam ‘uma Darwin é uma católica?’, o que estão dizendo é que quebrei as expectativas".

Laura assegura que os "ateus preferem a certeza e usam a teoria da evolução de Darwin para assegurar categoricamente que Deus não existe, manipulando Darwin em seu argumento de uma forma que até o próprio Darwin estaria incômodo".

Darwin, disse a jovem apologista, "dedicou-se a seguir a evidência aonde o levava, não a derrubar o cristianismo. A evidência não tem que concluir indevidamente no materialismo, mas, por diversas razões culturais, aqui é aonde levou: o materialismo e a cultura da morte".

"Esta é a verdadeira batalha: a cultura da vida, apoiada pelo cristianismo, frente à cultura da morte, apoiada pelo materialismo".

Laura, que recentemente visitou Roma pela primeira vez, como parte de uma peregrinação pelo Ano da Fé, assegurou que esta "certamente põe um pouco de combustível no tanque espiritual".

"Necessitarei. Há muito trabalho por diante", concluiu.

créditos: acidigital

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