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30 de julho de 2013

Papa deixa cheques de 60 mil reais para favela e hospital


Arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta anunciou nesta segunda-feira as doações, que serão usadas para melhorias de Varginha e do centro de atendimento de dependentes químicos criado na Zona Norte da cidade

O papa Francisco deixou um cheque de 20 mil euros (cerca de 60 mil reais) para a população da favela da Varginha. Outro do mesmo valor foi encaminhado ao Hospital São Francisco de Assis na Providência de Deus, onde uma ala para tratamento de dependentes químicos está sendo finalizada, para ficar como legado da Jornada Mundial da Juventude (JMJ 2013) para o Rio de Janeiro.
O anúncio da doação foi feito pelo arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, em entrevista ao jornal RJTV, da Rede Globo.

Presidente do comitê organizador da Jornada, o COL, dom Orani disse que o encontro católico "superou as expectativas" e que o momento mais tenso foi a transferência dos dois últimos eventos de Guaratiba, na Zona Oeste, para a praia de Copacabana, na Zona Sul.

"Era um sonho que tínhamos (fazer a vigília e a missa de encerramento no Campo da Fé, que se tornou um lamaçal).
Os produtores ficaram chateados, mas existe um jeito brasileiro de resolver as coisas na última hora", afirmou o arcebispo.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/papa-deixa-cheques-de-r-60-mil-para-favela-e-hospital


As 3 táticas de Dr. Bernard Nathanson para legalizar o aborto em qualquer país


Se você algum dia já presenciou um debate aonde o assunto é aborto, certamente já reparou algumas constantes no lado pró-legalização:

• cifras incríveis sobre aborto ilegal e mortalidade materna
• redução da problemática ao âmbito sanitarista como "questão de saúde pública"
• acusações à Igreja Católica de se envolver em questões fora de sua alçada
• invocação do já antigo Estado Laico para justificar a marginalização do cristão de decisões públicas (curioso que quando a Igreja é contra o sequestro e o estupro, ninguém diz que o Estado é Laico)
• negação da natureza humana do nascituro
• relativização do comprovado fato de quando se inicia a vida humana

Apesar do variado escopo de argumentos pró-aborto, sempre se nota uma certa estratégia por de trás delas, de modo que se fossemos agrupá-las por temas, acabaríamos quase sempre caindo em 3 frentes: números de aborto ilegal, ataques ao catolicismo e desumanização do nascituro.

O que pouca gente sabe, é que essas 3 linhas da frente pró-aborto não possuem nada de novo, e na realidade, já possuem 4 décadas de uso, desde que foram cunhadas pelo então médico abortista, responsável por mais de 75 mil abortos nos EUA e um dos pilares da legalização do aborto nesse país, o Dr. Bernard Nathanson.

Apesar dos grandes números feitos no lado pró-aborto por Dr. Nathanson, este ficou realmente famoso após sua conversão ao movimento pró-vida e pela sua militância a causa do nascituro e da maternidade. De seus livros, filmes e vastos conteúdos pró-vida, se destacam suas "confissões", aonde Dr. Nathanson narra como construiu toda a estratégia de introdução na mídia e na opinião pública da causa abortista.

Nessas confissões que datam toda a arquitetura sociológica do aborto desde a década de 60, percebemos que pouca coisa mudou desde então, e que em todo país que acaba legalizando o aborto, suas 3 táticas principais continuam sempre as mesmas: fraude, malícia e mentira, especialmente em cima de muita gente de boa intenção mas pouca formação e que acabam servindo de massa de manobra para a indústria abortista.

Informação, informação e mais informação continuará sendo sempre a melhor forma de alertar as pessoas a respeito do ato abominável do aborto, a começar, pela própria história da causa pró-aborto.


Acima, um esquema gráfico produzido pelo Cultura da Vida para você guardar e compartilhar. Clique para aumentar


Fonte:cultura da Vida 

28 de julho de 2013

DILMA PODE APROVAR LEI DE ABORTO, AMANHÃ


Papa Francisco se reúne com membros do CELAM - o caminho que a Igreja da América Latina há de seguir.


Apesar dos improvisos do Santo Padre, apresentamos o discurso original que foi inteiramente pronunciado.

Agradeço ao Senhor por esta oportunidade de poder falar com vocês, Irmãos Bispos responsáveis do CELAM no quadriênio 2011-2015. Há 57 anos que o CELAM serve as 22 Conferências Episcopais da América Latina e do Caribe, colaborando solidária e subsidiariamente para promover, incentivar e dinamizar a colegialidade episcopal e a comunhão entre as Igrejas da Região e seus Pastores.

Como vocês, também eu sou testemunha do forte impulso do Espírito na V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, em Aparecida no mês de maio de 2007, que continua animando os trabalhos do CELAM para a anelada renovação das Igrejas particulares. Em boa parte delas, essa renovação já está em andamento. 
Gostaria de centrar esta conversação no patrimônio herdado daquele encontro fraterno e que todos batizamos como Missão Continental.

  Características peculiares de Aparecida

Existem quatro características típicas da referida V Conferência. Constituem como que quatro colunas do desenvolvimento de Aparecida que lhe dão a sua originalidade.

1) Início sem documento

Medelín, Puebla e Santo Domingo começaram os seus trabalhos com um caminho preparatório que culminou em uma espécie de Instrumentum laboris, com base no qual se desenrolou a discussão, a reflexão e a aprovação do documento final. Em vez disso, Aparecida promoveu a participação das Igrejas particulares como caminho de preparação que culminou em um documento de síntese. Este documento, embora tenha sido ponto de referência durante a V Conferência Geral, não foi assumido como documento de partida. O trabalho inicial foi pôr em comum as preocupações dos Pastores perante a mudança de época e a necessidade de recuperar a vida de discípulo e missionário com que Cristo fundou a Igreja.

2) Ambiente de oração com o Povo de Deus

É importante lembrar o ambiente de oração gerado pela partilha diária da Eucaristia e de outros momentos litúrgicos, tendo sido sempre acompanhados pelo Povo de Deus. Além disso, realizando-se os trabalhos na cripta do Santuário, a "música de fundo" que os acompanhava era constituída pelos cânticos e as orações dos fiéis.

3) Documento que se prolonga em compromisso, com a Missão Continental

Neste contexto de oração e vivência de fé, surgiu o desejo de um novo Pentecostes para a Igreja e o compromisso da Missão Continental. Aparecida não termina com um documento, mas prolonga-se na Missão Continental.

4) A presença de Nossa Senhora, Mãe da América

É a primeira Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe que se realiza em um Santuário mariano.

3. Dimensões da Missão Continental

A Missão Continental está projetada em duas dimensões: programática e paradigmática. A missão programática, como o próprio nome indica, consiste na realização de atos de índole missionária. A missão paradigmática, por sua vez, implica colocar em chave missionária a atividade habitual das Igrejas particulares. Em consequência disso, evidentemente, verifica-se toda uma dinâmica de reforma das estruturas eclesiais. A "mudança de estruturas" (de caducas a novas) não é fruto de um estudo de organização do organograma funcional eclesiástico, de que resultaria uma reorganização estática, mas é consequência da dinâmica da missão. O que derruba as estruturas caducas, o que leva a mudar os corações dos cristãos é justamente a missionariedade. Daqui a importância da missão paradigmática.

A Missão Continental, tanto programática como paradigmática, exige gerar a consciência de uma Igreja que se organiza para servir a todos os batizados e homens de boa vontade. O discípulo de Cristo não é uma pessoa isolada em uma espiritualidade intimista, mas uma pessoa em comunidade para se dar aos outros. Portanto, a Missão Continental implica pertença eclesial.

Uma posição como esta, que começa pelo discipulado missionário e implica entender a identidade do cristão como pertença eclesial, pede que explicitemos quais são os desafios vigentes da missionariedade discipular. Me limito a assinalar dois: a renovação interna da Igreja e o diálogo com o mundo atual.

Renovação interna da Igreja

Aparecida propôs como necessária a Conversão Pastoral. Esta conversão implica acreditar na Boa Nova, acreditar em Jesus Cristo portador do Reino de Deus, em sua irrupção no mundo, em sua presença vitoriosa sobre o mal; acreditar na assistência e guia do Espírito Santo; acreditar na Igreja, Corpo de Cristo e prolongamento do dinamismo da Encarnação.

Neste sentido, é necessário que nos interroguemos, como Pastores, sobre o andamento das Igrejas a que presidimos. Estas perguntas servem de guia para examinar o estado das dioceses quanto à adoção do espírito de Aparecida, e são perguntas que é conveniente pôr-nos, muitas vezes, como exame de consciência.

1. Procuramos que o nosso trabalho e o de nossos presbíteros seja mais pastoral que administrativo? Quem é o principal beneficiário do trabalho eclesial, a Igreja como organização ou o Povo de Deus na sua totalidade?

2. Superamos a tentação de tratar de forma reativa os problemas complexos que surgem? Criamos um hábito proativo? Promovemos espaços e ocasiões para manifestar a misericórdia de Deus? Estamos conscientes da responsabilidade de repensar as atitudes pastorais e o funcionamento das estruturas eclesiais, buscando o bem dos fiéis e da sociedade?

3. Na prática, fazemos os fiéis leigos participantes da Missão? Oferecemos a Palavra de Deus e os Sacramentos com consciência e convicção claras de que o Espírito se manifesta neles?

4. Temos como critério habitual o discernimento pastoral, servindo-nos dos Conselhos Diocesanos? Tanto estes como os Conselhos paroquiais de Pastoral e de Assuntos Econômicos são espaços reais para a participação laical na consulta, organização e planejamento pastoral? O bom funcionamento dos Conselhos é determinante. Acho que estamos muito atrasados nisso.

5. Nós, Pastores Bispos e Presbíteros, temos consciência e convicção da missão dos fiéis e lhes damos a liberdade para irem discernindo, de acordo com o seu processo de discípulos, a missão que o Senhor lhes confia? Apoiamo-los e acompanhamos, superando qualquer tentação de manipulação ou indevida submissão? Estamos sempre abertos para nos deixarmos interpelar pela busca do bem da Igreja e da sua Missão no mundo?

6. Os agentes de pastoral e os fiéis em geral sentem-se parte da Igreja, identificam-se com ela e aproximam-na dos batizados indiferentes e afastados?

Como se pode ver, aqui estão em jogo atitudes. A Conversão Pastoral diz respeito, principalmente, às atitudes e a uma reforma de vida. Uma mudança de atitudes é necessariamente dinâmica: "entra em processo" e só é possível moderá-lo acompanhando-o e discernindo-o. É importante ter sempre presente que a bússola, para não se perder nesse caminho, é a identidade católica concebida como pertença eclesial.

Diálogo com o mundo atual

Faz-nos bem lembrar estas palavras do Concílio Vaticano II: As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens do nosso tempo, sobretudo dos pobres e atribulados, são também alegrias e esperanças, tristezas e angústias dos discípulos de Cristo (cf. GS, 1). Aqui reside o fundamento do diálogo com o mundo atual.

A resposta às questões existenciais do homem de hoje, especialmente das novas gerações, atendendo à sua linguagem, entranha uma mudança fecunda que devemos realizar com a ajuda do Evangelho, do Magistério e da Doutrina Social da Igreja. Os cenários e areópagos são os mais variados. Por exemplo, em uma mesma cidade, existem vários imaginários coletivos que configuram "diferentes cidades". Se continuarmos apenas com os parâmetros da "cultura de sempre", fundamentalmente uma cultura de base rural, o resultado acabará anulando a força do Espírito Santo. Deus está em toda a parte: há que saber descobri-lo para poder anunciá-lo no idioma dessa cultura; e cada realidade, cada idioma tem um ritmo diferente.

4. Algumas tentações contra o discipulado missionário

A opção pela missionariedade do discípulo sofrerá tentações. É importante saber por onde entra o espírito mau, para nos ajudar no discernimento. Não se trata de sair à caça de demônios, mas simplesmente de lucidez e prudência evangélicas. Limito-me a mencionar algumas atitudes que configuram uma Igreja "tentada". Trata-se de conhecer determinadas propostas atuais que podem mimetizar-se em a dinâmica do discipulado missionário e deter, até fazê-lo fracassar, o processo de Conversão Pastoral.

1. A ideologização da mensagem evangélica. É uma tentação que se verificou na Igreja desde o início: procurar uma hermenêutica de interpretação evangélica fora da própria mensagem do Evangelho e fora da Igreja. Um exemplo: a dado momento, Aparecida sofreu essa tentação sob a forma de assepsia. Foi usado, e está bem, o método de "ver, julgar, agir" (cf. n.º 19). A tentação se encontraria em optar por um "ver" totalmente asséptico, um "ver" neutro, o que não é viável. O ver está sempre condicionado pelo olhar. Não há uma hermenêutica asséptica. Então a pergunta era: Com que olhar vamos ver a realidade? Aparecida respondeu: Com o olhar de discípulo. Assim se entendem os números 20 a 32. Existem outras maneiras de ideologização da mensagem e, atualmente, aparecem na América Latina e no Caribe propostas desta índole. Menciono apenas algumas:

a) O reducionismo socializante. É a ideologização mais fácil de descobrir. Em alguns momentos, foi muito forte. Trata-se de uma pretensão interpretativa com base em uma hermenêutica de acordo com as ciências sociais. Engloba os campos mais variados, desde o liberalismo de mercado até à categorização marxista.

b) A ideologização psicológica. Trata-se de uma hermenêutica elitista que, em última análise, reduz o "encontro com Jesus Cristo" e seu sucessivo desenvolvimento a uma dinâmica de autoconhecimento. Costuma verificar-se principalmente em cursos de espiritualidade, retiros espirituais, etc. Acaba por resultar numa posição imanente auto-referencial. Não tem sabor de transcendência, nem portanto de missionariedade.

c) A proposta gnóstica. Muito ligada à tentação anterior. Costuma ocorrer em grupos de elites com uma proposta de espiritualidade superior, bastante desencarnada, que acaba por desembocar em posições pastorais de "quaestiones disputatae". Foi o primeiro desvio da comunidade primitiva e reaparece, ao longo da história da Igreja, em edições corrigidas e renovadas. Vulgarmente são denominados "católicos iluminados" (por serem atualmente herdeiros do Iluminismo).

d) A proposta pelagiana. Aparece fundamentalmente sob a forma de restauracionismo. Perante os males da Igreja, busca-se uma solução apenas na disciplina, na restauração de condutas e formas superadas que, mesmo culturalmente, não possuem capacidade significativa. Na América Latina, costuma verificar-se em pequenos grupos, em algumas novas Congregações Religiosas, em tendências para a "segurança" doutrinal ou disciplinar. Fundamentalmente é estática, embora possa prometer uma dinâmica para dentro: regride. Procura "recuperar" o passado perdido.

2. O funcionalismo. A sua ação na Igreja é paralisante. Mais do que com a rota, se entusiasma com o "roteiro". A concepção funcionalista não tolera o mistério, aposta na eficácia. Reduz a realidade da Igreja à estrutura de uma ONG. O que vale é o resultado palpável e as estatísticas. A partir disso, chega-se a todas as modalidades empresariais de Igreja. Constitui uma espécie de "teologia da prosperidade" no organograma da pastoral.

3. O clericalismo é também uma tentação muito atual na América Latina. Curiosamente, na maioria dos casos, trata-se de uma cumplicidade viciosa: o sacerdote clericaliza e o leigo lhe pede por favor que o clericalize, porque, no fundo, lhe resulta mais cômodo. O fenômeno do clericalismo explica, em grande parte, a falta de maturidade adulta e de liberdade cristã em boa parte do laicato da América Latina: ou não cresce (a maioria), ou se abriga sob coberturas de ideologizações como as indicadas, ou ainda em pertenças parciais e limitadas. Em nossas terras, existe uma forma de liberdade laical através de experiências de povo: o católico como povo. Aqui vê-se uma maior autonomia, geralmente sadia, que se expressa fundamentalmente na piedade popular. O capítulo de Aparecida sobre a piedade popular descreve, em profundidade, essa dimensão. A proposta dos grupos bíblicos, das comunidades eclesiais de base e dos Conselhos pastorais está na linha de superação do clericalismo e de um crescimento da responsabilidade laical.

Poderíamos continuar descrevendo outras tentações contra o discipulado missionário, mas acho que estas são as mais importantes e com maior força neste momento da América Latina e do Caribe.

5. Algumas orientações eclesiológicas

1. O discipulado-missionário que Aparecida propôs às Igrejas da América Latina e do Caribe é o caminho que Deus quer para "hoje". Toda a projeção utópica (para o futuro) ou restauracionista (para o passado) não é do espírito bom. Deus é real e se manifesta no "hoje". A sua presença, no passado, se nos oferece como "memória" da saga de salvação realizada quer em seu povo quer em cada um de nós; no futuro, se nos oferece como "promessa" e esperança. No passado, Deus esteve lá e deixou sua marca: a memória nos ajuda encontrá-lo; no futuro, é apenas promessa... e não está nos mil e um "futuríveis". O "hoje" é o que mais se parece com a eternidade; mais ainda: o "hoje" é uma centelha de eternidade. No "hoje", se joga a vida eterna.

O discipulado missionário é vocação: chamada e convite. Acontece em um "hoje", mas "em tensão". Não existe o discipulado missionário estático. O discípulo missionário não pode possuir-se a si mesmo; a sua imanência está em tensão para a transcendência do discipulado e para a transcendência da missão. Não admite a auto-referencialidade: ou refere-se a Jesus Cristo ou refere-se às pessoas a quem deve levar o anúncio dele. Sujeito que se transcende. Sujeito projetado para o encontro: o encontro com o Mestre (que nos unge discípulos) e o encontro com os homens que esperam o anúncio.

Por isso, gosto de dizer que a posição do discípulo missionário não é uma posição de centro, mas de periferias: vive em tensão para as periferias... incluindo as da eternidade no encontro com Jesus Cristo. No anúncio evangélico, falar de "periferias existenciais" descentraliza e, habitualmente, temos medo de sair do centro. O discípulo-missionário é um descentrado: o centro é Jesus Cristo, que convoca e envia. O discípulo é enviado para as periferias existenciais.

2. A Igreja é instituição, mas, quando se erige em "centro", se funcionaliza e, pouco a pouco, se transforma em uma ONG. Então, a Igreja pretende ter luz própria e deixa de ser aquele "mysterium lunae" de que nos falavam os Santos Padres. Torna-se cada vez mais auto-referencial, e se enfraquece a sua necessidade de ser missionária. De "Instituição" se transforma em "Obra". Deixa de ser Esposa, para acabar sendo Administradora; de Servidora se transforma em "Controladora". Aparecida quer uma Igreja Esposa, Mãe, Servidora, facilitadora da fé e não controladora da fé.

3. Em Aparecida, verificam-se de forma relevante duas categorias pastorais, que surgem da própria originalidade do Evangelho e nos podem também servir de orientação para avaliar o modo como vivemos eclesialmente o discipulado missionário: a proximidade e o encontro. Nenhuma das duas é nova, antes configuram a maneira como Deus se revelou na história. É o "Deus próximo" do seu povo, proximidade que chega ao máximo quando Ele encarna. É o Deus que sai ao encontro do seu povo. Na América Latina e no Caribe, existem pastorais "distantes", pastorais disciplinares que privilegiam os princípios, as condutas, os procedimentos organizacionais... obviamente sem proximidade, sem ternura, nem carinho. Ignora-se a "revolução da ternura", que provocou a encarnação do Verbo. Há pastorais posicionadas com tal dose de distância que são incapazes de conseguir o encontro: encontro com Jesus Cristo, encontro com os irmãos. Este tipo de pastoral pode, no máximo, prometer uma dimensão de proselitismo, mas nunca chegam a conseguir inserção nem pertença eclesial. A proximidade cria comunhão e pertença, dá lugar ao encontro. 
A proximidade toma forma de diálogo e cria uma cultura do encontro. Uma pedra de toque para aferir a proximidade e a capacidade de encontro de uma pastoral é a homilia. Como são as nossas homilias? Estão próximas do exemplo de Nosso Senhor, que "falava como quem tem autoridade", ou são meramente prescritivas, distantes, abstratas?

4. Quem guia a pastoral, a Missão Continental (seja programática seja paradigmática), é o Bispo. Ele deve guiar, que não é o mesmo que comandar. Além de assinalar as grandes figuras do episcopado latino-americano que todos nós conhecemos, gostaria de acrescentar aqui algumas linhas sobre o perfil do Bispo, que já disse aos Núncios na reunião que tivemos em Roma. Os Bispos devem ser Pastores, próximos das pessoas, pais e irmãos, com grande mansidão: pacientes e misericordiosos. Homens que amem a pobreza, quer a pobreza interior como liberdade diante do Senhor, quer a pobreza exterior como simplicidade e austeridade de vida. Homens que não tenham "psicologia de príncipes". Homens que não sejam ambiciosos e que sejam esposos de uma Igreja sem viver na expectativa de outra. Homens capazes de vigiar sobre o rebanho que lhes foi confiado e cuidando de tudo aquilo que o mantém unido: vigiar sobre o seu povo, atento a eventuais perigos que o ameacem, mas sobretudo para cuidar da esperança: que haja sol e luz nos corações. Homens capazes de sustentar com amor e paciência os passos de Deus em seu povo. E o lugar onde o Bispo pode estar com o seu povo é triplo: ou à frente para indicar o caminho, ou no meio para mantê-lo unido e neutralizar as debandadas, ou então atrás para evitar que alguém se desgarre mas também, e fundamentalmente, porque o próprio rebanho tem o seu olfato para encontrar novos caminhos.

Não quero juntar mais detalhes sobre a pessoa do Bispo, mas simplesmente acrescentar, incluindo-me a mim mesmo nesta afirmação, que estamos um pouco atrasados no que a Conversão Pastoral indica. Convém que nos ajudemos um pouco mais a dar os passos que o Senhor quer que cumpramos neste   "hoje" da América Latina e do Caribe. E seria bom começar por aqui.

Agradeço-lhes a paciência de me ouvirem. Desculpem a desordem do discurso e lhes peço, por favor, para tomarmos a sério a nossa vocação de servidores do povo santo e fiel de Deus, porque é nisso que se exerce e mostra a autoridade: na capacidade de serviço. 
Muito obrigado!




Casal pede interferência ao papa contra lei que permite aborto


O casal Haroldo Lucena e Mariselma da Silva tem filhos gêmeos, um menino e uma menina de 1 ano e cinco meses. A menina Ruhama nasceu com má-formação, enquanto Amin Mateus não tem problema algum. Neste sábado, 27, eles conseguiram a bênção do papa Francisco, quando ele deixava a Catedral do Rio. O santo padre celebrou uma missa para bispos, sacerdotes e religiosos que participam da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Depois da bênção, o papa deu quatro terços para Haroldo, Mariselma e os filhos.

Para o casal, a bênção do papa foi uma emoção muito grande, mas de acordo com Lucena, o encontro teve o objetivo de pedir a interferência do pontífice para que a presidenta Dilma Rousseff vete a lei aprovada no Congresso, que permite o aborto para crianças com má-formação ou sem cérebro. “Essa criança está com um ano e cinco meses e os dois são gêmeos da mesma placenta. Pela interseção do beato João Paulo II é que essa criança está aqui. Nossa finalidade de ter saído do Rio Grande do Norte até aqui é só para pedir à presidenta que não assine a lei. Mais nada nos interessa”, comentou.

A família foi para Aparecida, em São Paulo, na tentativa de ter um contato com o papa na quarta-feira, 24. Segundo a mãe das crianças, os quatro só chegaram quando a missa na basílica da padroeira do Brasil já tinha acabado. “Fomos até Aparecida só que quando chegamos lá a missa tinha terminado e não deu tempo de chegar até ele. Ficamos tristes, mas o padre Pedro nos ajudou e trouxe a gente para cá.”

O diretor dos Eventos Pró-vida e Pró-Família Nacional, da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro Lago Azul, de Novo Gama, em Goiás, padre Pedro Stepien, foi quem ajudou o casal a chegar até o papa. Ele informou que manteve contatos com representantes da Igreja no Rio para conseguir o encontro. O padre disse que, como voluntário, acompanha o processo legislativo no Congresso Nacional sobre leis que tratam do tema. De acordo com o religioso polonês, a luta é contra a lei, que segundo ele, considera o aborto profilaxia da gravidez. “Isso é abominável. A Constituição garante a inviolabilidade da vida humana”, esclareceu.

Depois do encontro com o papa a família foi cercada por vários religiosos. A madre Maria Teresa do Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição da Ajuda, de Vila Isabel, zona norte do Rio, pegou a menina no colo e a abençoou. “É o milagre da vida”, disse.

fonte: Agência Brasil 

O Ano da Fé e o papa Francisco


Primeiro balanço do evento convocado por Bento XVI e dos efeitos da chegada do novo pontífice
Dom Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, fez ontem, na Sala de Imprensa do Vaticano, um primeiro balanço do Ano da Fé. Fisichella também respondeu às perguntas dos jornalistas depois de apresentar a Jornada dos Seminaristas, Noviços, Noviças e Pessoas em Caminho Vocacional, agendada para começar nesta quinta-feira, 4, e durar até o próximo domingo, 7 de julho, como parte do Ano da Fé.

“O balanço parcial, depois de passados três quartos do Ano da Fé, nos deixa muito felizes e muito gratificados. O trabalho foi grande e ainda vamos ter mais frutos. Podemos ver uma profunda experiência de fé que se completa nas dioceses”.

E avaliou: “Em primeiro lugar, estamos registrando [nas dioceses] um aumento constante de iniciativas nas paróquias e [temos] também o fato de que em muitas dioceses está sendo retomado o estudo dos documentos do concílio Vaticano II”.

Continua Fisichella: “Os bispos enviaram cartas com documentação e nos contam como foi vivida, por exemplo, a adoração eucarística nas dioceses. Um dos pontos mais importantes do Ano da Fé foi que o mistério da eucaristia esteve no centro em todo o mundo, uma manifestação silenciosa e de intensa oração, uma expressão profunda de unidade em torno da eucaristia”.

“Os dados estatísticos disponíveis indicam que as peregrinações a Roma estão aumentando. Desde 11 de outubro de 2012 até a semana passada, foram 4,5 milhões de peregrinos registrados, que vêm em grupos. E há mais alguns milhões não registrados, porque vêm por conta própria”.

O presidente do dicastério da Nova Evangelização reconheceu, porém, que “o central não é o número de fiéis, mas a experiência de fé e de nova evangelização, porque o Ano da Fé foi concebido como uma experiência de nova evangelização”.

Qual foi o efeito da eleição do papa Francisco para o Ano da Fé, perguntou ZENIT a dom Rino Fisichella.

“O efeito pode ser avaliado em diversos aspectos, como o grande número de pessoas que vêm para ver e escutar o papa Francisco. Este é um resultado imediato, mas o número não é o mais importante, e sim o empenho dos cristãos que decidem viver a sua fé”.

“O papa Francisco, tanto com as suas palavras quanto com a sua simplicidade, consegue chegar a todos, com a simplicidade das suas imagens e com seu estilo de vida sóbrio e essencial, e com seu desejo de encontrar a todos. Francisco se tornou um modelo que convida cada um de nós a viver a fé de maneira comprometida”.

Fisichella recordou os dados enviados pelos párocos, que apontam crescimento na celebração do sacramento da reconciliação. “Os párocos nos mostram que aumentaram as confissões e que muitas pessoas voltam porque se sentiram tocadas pela pessoa do papa Francisco”.

E convidou: “Agora cabe a nós, na realidade pastoral cotidiana, tocar em frente este compromisso”.



Fonte: zenit.org

Francisco usa cocar indígena em encontro com líderes brasileiros


Após celebrar a Missa na Catedral Metropolitana com membros do clero brasileiro, o Papa Francisco se dirigiu ao Theatro Municipal, onde teve um encontro com representantes da sociedade civil de diversos setores: líderes políticos, intelectuais, diplomatas e artistas.

Um membro da pastoral da juventude, Walmyr Gonçalves da Silva Júnior, de 28 anos, discursou para o Papa, contando um pouco da sua história de vida e expressando suas preocupações com a sociedade e com a juventude brasileira. Walmyr já teve problemas com drogas e hoje é professor de história da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio.

Ao final, 20 pessoas, membros do corpo diplomático e de denominações religiosas cumprimentaram o Papa, representando todos que ali estavam.

Entre eles estava um grupo de índios, vestidos de modo tradicional, que subiram ao palco para receber a benção do Santo Padre, a surpresa veio quando Francisco colocou o cocar em sua cabeça e pousou para fotos.

Em seu discurso o Papa chamou o Estado a respeitar a presença religiosa em âmbito público e destacou a contribuição que as grandes tradições religiosas provocam na democracia.

“Favorável à pacífica convivência entre religiões diversas é a laicidade do Estado que, sem assumir como própria qualquer posição confessional, respeita e valoriza a presença do fator religioso na sociedade, favorecendo as suas expressões concretas”, disse o Pontífice.

E acrescentou: “O outro tem sempre algo para nos dar, desde que saibamos nos aproximar dele com uma atitude aberta e disponível, sem preconceitos. Só assim pode crescer o bom entendimento entre as culturas e as religiões”.

Francisco faz parte da ordem dos Jesuítas, grupo católico que evangelizou os índios durante a colonização



Fonte: acidigital

Papa Francisco pede ao clero brasileiro que tenha paciência de escutar os problemas dos jovens


Papa Francisco presenteia o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, com um cálice.
Papa Francisco celebrou uma missa nesta manhã (27), na Catedral Metropolitana de São Sebastião, com bispos, padres e seminaristas brasileiros. O Santo Padre fez a homilia em espanhol, sob três aspectos: “chamados por Deus; chamados para anunciar o Evangelho; chamados a promover a cultura do encontro”.

Participaram da celebração os Cardeais Tarciso Bertone, Secretário de Estado do Vaticano, e Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida e presidente da Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros (CNBB), seu vice-presidente, Dom José Belisário e o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta.

O Arcebispo do Rio agradeceu ao Papa pela sua “atenção e afeto” com o clero brasileiro, logo no início da celebração. E citou o Documento de Aparecida, elaborado na V Congregação Geral dos Bispos Latino-Americanos, que Francisco ajudou a redigir, quando ainda era Cardeal de Buenos Aires.

“Desse documento ‘brotou um novo entusiasmo nas nossas comunidades’ e com esse mesmo espírito, acrescentou, os bispos e o clero congregados na Catedral se uniam nesta celebração para ouvir ‘como discípulos’ o sucessor de Pedro”, disse o Arcebispo.

Em sua homilia, o Santo Padre falou aos presentes: “Não é a criatividade pastoral, não são as reuniões ou planejamentos que garantem os frutos, mas ser fiel a Jesus”. Essa fidelidade a Cristo, disse o Papa, vem com uma “vida de oração”, com a Eucaristia e com a atenção as “pessoas mais necessitadas”. E os convidou a pedir que “a Virgem seja o modelo desse chamado”.

Em relação aos jovens, pediu que os sacerdotes que ajudem os “jovens a perceber que ser discípulo missionário é uma consequência de ser batizado, é parte do essencial do ser cristão, e que o primeiro lugar onde evangelizar é própria casa, o ambiente de estudo ou de trabalho, a família e os amigos”.

E que eles tenham “a paciência de escutar os problemas dos jovens”, especialmente na confissão, na orientação espiritual e no acompanhamento. “Não poupemos esforço na formação dos jovens”. Essa orientação deve ser feita de tal modo que se sintam missionários, saiam de suas casas e não fiquem “encerrados na paróquia, nas comunidades quando tantas pessoas estão esperando o Evangelho”, alertou.

Sobre o último aspecto, “Promover a cultura do encontro”, ele denunciou a atual “cultura da exclusão e do descartável”, na qual não há tempo para as os outros e as relações humanas parecem regidas por dois dogmas modernos: a eficiência e o pragmatismo.

E pediu para que encontrem “a coragem de ir contra a corrente”, sendo “servidores da comunhão e da cultura do encontro”. E que saiam “ao encontro dos irmãos e de quem estar na periferia”.


Fonte: acidigital

Papa diz ter acompanhado os protestos no mundo e afirma aos jovens “Vocês são o campo da fé”


O cenário do palco da vigília foi construído com a presença de representantes franciscanos e de São Francisco de Assis, assim o Papa Francisco também começa o seu discurso:

“Olhando para vocês presentes aqui hoje, me vem a mente a história de São Francisco de Assis. Diante do Crucifixo, ele escuta a voz de Jesus que lhe diz: «Francisco, vai e repara a minha casa». E o jovem Francisco responde, com prontidão e generosidade, a esta chamada do Senhor: repara a minha casa. Mas qual casa? Aos poucos, ele percebe que não se tratava fazer de pedreiro para reparar um edifício feito de pedras, mas de dar a sua contribuição para a vida da Igreja; tratava-se de colocar-se ao serviço da Igreja, amando-a e trabalhando para que transparecesse nela sempre mais a Face de Cristo. Também hoje o Senhor continua precisando de vocês, jovens, para a sua Igreja. Também hoje ele chama a cada um de vocês para segui-lo na sua Igreja, para serem missionários”, diz aos jovens.

O Papa se referiu a mudança do evento, de Guaratiba à Copacabana, fazendo uma pergunta aos jovens, “será que Deus não quer nos dizer que o Campo da Fé seja em nós mesmos?”. “Como? De que modo? Partindo do nome - Campus Fidei, Campo da Fé - pensei em três imagens que podem nos ajudar a entender melhor o que significa ser um discípulo missionário: a primeira, o campo como lugar onde se semeia; a segunda, o campo como lugar de treinamento; e a terceira, o campo como canteiro de obras.”

“O campo como lugar onde se semeia. Todos conhecemos a parábola de Jesus sobre um semeador que saiu pelo campo lançando sementes; algumas caem à beira do caminho, em meio às pedras, no meio de espinhos e não conseguem se desenvolver; mas outras caem em terra boa e dão muito fruto (cf. Mt13,1-9). Jesus mesmo explica o sentido da parábola: a semente é a Palavra de Deus que é lançada nos nossos corações (cf. Mt 13,18-23). Queridos jovens, isso significa que o verdadeiro Campus Fidei é o coração de cada um de vocês, é a vida de vocês. E é na vida de vocês que Jesus pede para entrar com a sua Palavra, com a sua presença. Por favor, deixem que Cristo e a sua Palavra entrem na vida de vocês, e nela possam germinar e crescer”, explica o Santo Padre.

“Jesus nos diz que as sementes, que caíram à beira do caminho, em meio às pedras e em meio aos espinhos não deram fruto. Qual terreno somos ou queremos ser? Quem sabe se, às vezes, somos como o caminho: escutamos o Senhor, mas na vida não muda nada, pois nos deixamos aturdir por tantos apelos superficiais que escutamos; ou como o terreno pedregoso: acolhemos Jesus com entusiasmo, mas somos inconstantes e diante das dificuldades não temos a coragem de ir contra a corrente; ou somos como o terreno com os espinhos: as coisas, as paixões negativas sufocam em nós as palavras do Senhor (cf. Mt 13, 18-22)”.

Neste momento, o Papa pediu silêncio, para que cada um falasse com Jesus, individualmente, “digam: ‘Sim eu quero receber as sementes’. Digam: ‘Jesus tenho pedra, tenho espinhos sim, mas tenho esse cantinho de boa terra, semeia aqui’. E deixem que Jesus plante a semente.”

Muitos jovens choravam, emocionados, e o Santo Padre continuou: “Mas, hoje, tenho a certeza que a semente está caindo numa terra boa, sei que vocês querem ser um terreno bom, não querem ser cristãos pela metade, nem "engomadinhos", nem cristãos de fachada, mas sim autênticos. Tenho a certeza que vocês não querem viver na ilusão de uma liberdade que se deixe arrastar pelas modas e as conveniências do momento. Sei que vocês apostam em algo grande, em escolhas definitivas que deem pleno sentido para a vida. Jesus é capaz de oferecer-lhes isto. Ele é o «caminho, a verdade e a vida» (Jo 14,6)! Confiemos n’Ele. Deixemo-nos guiar por Ele!”

“O campo como lugar de treinamento. Jesus nos pede que o sigamos por toda a vida, pede que sejamos seus discípulos, que "joguemos no seu time". Acho que a maioria de vocês ama os esportes. E aqui no Brasil, como em outros países, o futebol é uma paixão nacional. Ora bem, o que faz um jogador quando é convocado para jogar em um time? Deve treinar, e muito! Também é assim na nossa vida de discípulos do Senhor. São Paulo nos diz: «Todo atleta se impõe todo tipo de disciplina. Eles assim procedem, para conseguirem uma coroa corruptível. Quanto a nós, buscamos uma coroa incorruptível!» (1Co 9, 25)”.

E mais uma fez, o Papa desafiou os jovens, questionando-os “eu rezo? Eu falo com Jesus? Ou Será que eu tenho medo do silêncio? Pergunte a Jesus: O que quer eu faça da minha vida? Isso é o treinamento”. E pede aos jovens para que mesmo cometendo erros, não temam, continuem dialogando com Deus, através da oração, dos sacramentos e do serviço ao próximo. Francisco interage com os 3 milhões de fiéis pedindo para que repitam quais são os “treinamentos”: oração, sacramentos e serviço ao próximo.

E continua, “Jesus nos oferece algo muito superior que a Copa do Mundo! Oferece-nos a possibilidade de uma vida fecunda e feliz e nos oferece também um futuro com Ele que não terá fim: a vida eterna. Jesus, porém, nos pede que treinemos para estar "em forma", para enfrentar, sem medo, todas as situações da vida, testemunhando a nossa fé. Como? Através do diálogo com Ele: a oração, que é diálogo diário com Deus que sempre nos escuta. através dos sacramentos, que fazem crescer em nós a sua presença e nos conformam com Cristo; através do amor fraterno, do saber escutar, do compreender, do perdoar, do acolher, do ajudar os demais, qualquer pessoa sem excluir nem marginalizar ninguém. Queridos jovens, que vocês sejam verdadeiros ‘atletas de Cristo’!”

“O campo como canteiro de obras. Quando o nosso coração é uma terra boa que acolhe a Palavra de Deus, quando se "sua a camisa" procurando viver como cristãos, nós experimentamos algo maravilhoso: nunca estamos sozinhos, fazemos parte de uma família de irmãos que percorrem o mesmo caminho; somos parte da Igreja, mais ainda, tornamo-nos construtores da Igreja e protagonistas da história. São Pedro nos diz que somos pedras vivas que formam um edifício espiritual (cf. 1Pe 2,5). E, olhando para este palco, vemos que ele tem a forma de uma igreja, construída com pedras, com tijolos. Na Igreja de Jesus, nós somos as pedras vivas, e Jesus nos pede que construamos a sua Igreja; e não como uma capelinha, onde cabe somente um grupinho de pessoas. Jesus nos pede que a sua Igreja viva seja tão grande que possa acolher toda a humanidade, que seja casa para todos! Ele diz a mim, a você, a cada um: «Ide e fazei discípulos entre todas as nações»! Nesta noite, respondamos-lhe: Sim, também eu quero ser uma pedra viva; juntos queremos edificar a Igreja de Jesus! Digamos juntos: Eu quero ir e ser construtor da Igreja de Cristo!”

E assim, o Papa pergunta aos peregrinos, “Vocês querem construir a Igreja? Estão animados para isso?”, o público eufórico responde que sim, e Francisco brinca: “E amanhã, vão esquecer que disseram sim para mim?”

O Pontífice conta que acompanhou atentamente as notícias a respeito dos protestos, protagonizados pelo jovens de várias partes do mundo. “No coração jovem de vocês, existe o desejo de construir um mundo melhor. Acompanhei atentamente as notícias a respeito de muitos jovens que, em tantas partes do mundo, saíram pelas ruas para expressar o desejo de uma civilização mais justa e fraterna. Mas, fica a pergunta: Por onde começar? Quais são os critérios para a construção de uma sociedade mais justa? Quando perguntaram a Madre Teresa de Calcutá o que devia mudar na Igreja, ela respondeu: você e eu!”

O Papa enfatiza que os jovens devem ser os protagonistas da mudança e que não devem deixar ninguém tomar este posto, pois é pela juventude que o futuro entra. Que os jovens continuem superando a apatia, oferecendo uma resposta cristã às inquietações politicas, que nãos sejam covardes e seguindo o exemplo de Jesus, saiam as ruas.

De forma mais clara, o Santo Padre mostra o lugar do jovem dentro da Igreja: “Queridos amigos, não se esqueçam: Vocês são o campo da fé! Vocês são os atletas de Cristo! Vocês são os construtores de uma Igreja mais bela e de um mundo melhor. Elevemos o olhar para Nossa Senhora. Ela nos ajuda a seguir Jesus, nos dá o exemplo com o seu "sim" a Deus: «Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra» (Lc 1,38). Também nós o dizemos a Deus, juntos com Maria: faça-se em mim segundo a Tua palavra. Assim seja!”, finalizou o Papa Francisco, talvez aquele que tenha sido seu discurso mais comovente aqui no Brasil.


Fonte: acidigital

Reflexão para o XVII Domingo do Tempo Comum

Nestes dias em que o Brasil recebe a abençoada visita do Papa Francisco, a liturgia deste domingo nos fala da oração de intercessão. Vemos nisso uma forte ação da Providência que não é acaso, mas ação dela mesma.

O Papa Francisco sempre ao terminar um encontro, seja pessoal ou seja com grupos, pede para rezarem por ele. Já desde o primeiro dia, ou melhor, desde o primeiro momento de sua eleição e de seu encontro com o povo, o Santo Padre pede que rezem por ele. Decididamente o Papa Francisco acredita na oração de intercessão.

Na primeira leitura da liturgia deste domingo, Abraão intercede junto a Deus por seus conterrâneos. Ele dialoga com o Senhor, suplica, apresenta suas razões, escuta, volta a falar, enfim, a imagem proporcionada pelo Livro do Gênesis nos apresenta dois amigos conversando através de um diálogo espontâneo e sincero.

Outra cena de intercessão nos é falada ao coração pelo relato do Evangelho de Lucas. Nele, os discípulos pedem a Jesus que os ensine a rezar. Jesus dá um passo qualitativo em relação ao relacionamento de Abraão com Deus. Começa dizendo aos discípulos que deverão chamar Deus de Pai, será o relacionamento do filho que conversa com o Pai querido.

Jesus diz que deveremos pedir que o seu Reino, ou seja, os seus planos, seus projetos sejam também nossos e sejam realizados. Deveremos nos comprometer com a nova realidade. Deveremos ser seus cúmplices, parceiros.

Ora, se somos parceiros de Deus, somos aqueles que se tornam propagadores de uma sociedade fraterna, por isso Pai Nosso. Assumimos como nossas as necessidades dos demais, por isso intercedemos. E quando se fala em assumir as necessidades dos demais não se fala só quando alguém nos pede para rezarmos por um problema de saúde, falta de emprego, mas pedimos a Deus pelas necessidades do mundo inteiro, para que todos tenham alimento, moradia, saúde, educação, emprego, enfim. quando se fala ao Pai, se pede por todos os irmãos.

Mas nossa filiação divina e nossa fraternidade ganham voo quando intercedemos ao Pai pelos pecadores, quando pedimos que “perdoe as nossas ofensas do mesmo modo como perdoamos aos que nos ofenderam”. “Filho de peixe, peixinho é”, diz um ditado! Filho de um misericordioso, também é misericordioso! Filho de um Deus perdão, também perdoa!

Por fim o ensinamento de Jesus termina com a sua orientação: “Pedi e recebereis!”
É preciso confiar em Deus, reconhecê-lo como Pai, e Pai querido!

fonte: radio vaticano

Milhares na Vigília com Papa Francisco: "o verdadeiro Campus Fidei é o coração de vocês"

E na noite deste sábado o grande momento da XXVIII Jornada Mundial da Juventude: a Vigília dos Jovens. A transferência obrigatória de Guaratiba, devido ao tempo, acabou por transformar a Praia de Copacabana no Campus Fidei, acolhendo um público estimado em cerca 2,5 milhões de pessoas.

Durante o percurso ao longo da Av. Atlântica, o Papa Francisco, com o mesmo carinho com que acenou, mandou beijos e abençoou, também recebeu da multidão beijos, acenos, lágrimas, gritos, bilhetes, faixas, bandeiras, expectativas, esperanças. À medida que o Papamóvel seguia o seu percurso, a multidão ficava mais eufórica e emocionada.

O Papa Francisco subiu ao palco às 18h30min, saudando os Cardeais e Bispos presentes no palco. Logo após, encenações sobre a vida de Francisco de Assis, testemunhos e apresentações musicais, deram prosseguimento à festa da fé.

Passado das 20h30min, o Santo Padre dirigiu-se aos jovens, citando São Francisco de Assis: “Acabamos de recordar a história de São Francisco de Assis. Diante do Crucifixo, ele escuta a voz de Jesus que lhe diz: «Francisco, vai e repara a minha casa». E o jovem Francisco responde, com prontidão e generosidade, a esta chamada do Senhor: repara a minha casa. Mas qual casa? Aos poucos, ele percebe que não se tratava fazer de pedreiro para reparar um edifício feito de pedras, mas de dar a sua contribuição para a vida da Igreja; tratava-se de colocar-se ao serviço da Igreja, amando-a e trabalhando para que transparecesse nela sempre mais a Face de Cristo”.

E prossegue afirmando que também hoje “o Senhor continua precisando de vocês, jovens, para a sua Igreja, também hoje ele chama a cada um de vocês para segui-lo na sua Igreja, para serem missionários”. Então o Papa pergunta: como? Para responder, ele usa três imagens que ajudam a entender o significado de ser discípulo missionário: a primeira, o campo como lugar onde se semeia; a segunda, o campo como lugar de treinamento; e a terceira, o campo como canteiro de obras.

Para meditar sobre o ‘campo como lugar onde se semeia’, o Santo Padre faz uso da Parábola do Semeador e lembrando a necessidade de mudar o local da Vigília em função do mau-tempo, disse:

“Queridos jovens, isso significa que o verdadeiro Campus Fidei é o coração de cada um de vocês, é a vida de vocês. E é na vida de vocês que Jesus pede para entrar com a sua Palavra, com a sua presença. Por favor, deixem que Cristo e a sua Palavra entrem na vida de vocês, e nela possam germinar e crescer”.

Ao perguntar que tipo de terreno ‘somos ou queremos ser’, o Papa cita as diferentes situações na vida onde caem as sementes e não dão fruto, mas acrescenta:

“Mas, hoje, tenho a certeza que a semente está caindo numa terra boa, sei que vocês querem ser um terreno bom, não querem ser cristãos pela metade, nem “engomadinhos”, nem cristãos de fachada, mas sim autênticos. Tenho a certeza que vocês não querem viver na ilusão de uma liberdade que se deixe arrastar pelas modas e as conveniências do momento. Sei que vocês apostam em algo grande, em escolhas definitivas que deem pleno sentido para a vida. Jesus é capaz de oferecer-lhes isto. Ele é o «caminho, a verdade e a vida» (Jo 14,6)! Confiemos n’Ele. Deixemo-nos guiar por Ele!”

Após, ao meditar sobre ‘o campo como lugar de treinamento’, diz que Jesus oferece algo muito superior que a Copa do Mundo:

“Oferece-nos a possibilidade de uma vida fecunda e feliz e nos oferece também um futuro com Ele que não terá fim: a vida eterna. Jesus, porém, nos pede que treinemos para estar “em forma”, para enfrentar, sem medo, todas as situações da vida, testemunhando a nossa fé. Como? Através do diálogo com Ele: a oração, que é diálogo diário com Deus que sempre nos escuta. através dos sacramentos, que fazem crescer em nós a sua presença e nos conformam com Cristo; através do amor fraterno, do saber escutar, do compreender, do perdoar, do acolher, do ajudar os demais, qualquer pessoa sem excluir nem marginalizar ninguém. Queridos jovens, que vocês sejam verdadeiros “atletas de Cristo””

O Papa prosseguiu então, meditando sobre ‘o campo como canteiro de obras’, dizendo que “quando o nosso coração é uma terra boa que acolhe a Palavra de Deus, quando se “sua a camisa” procurando viver como cristãos, nós experimentamos algo maravilhoso: nunca estamos sozinhos, fazemos parte de uma família de irmãos que percorrem o mesmo caminho; somos parte da Igreja, mais ainda, tornamo-nos construtores da Igreja e protagonistas da história” e acrescenta:

“Na Igreja de Jesus, nós somos as pedras vivas, e Jesus nos pede que construamos a sua Igreja; e não como uma capelinha, onde cabe somente um grupinho de pessoas. Jesus nos pede que a sua Igreja viva seja tão grande que possa acolher toda a humanidade, que seja casa para todos! Ele diz a mim, a você, a cada um: «Ide e fazei discípulos entre todas as nações»! Nesta noite, respondamos-lhe: Sim, também eu quero ser uma pedra viva; juntos queremos edificar a Igreja de Jesus! Digamos juntos: Eu quero ir e ser construtor da Igreja de Cristo!”.

Neste ponto, o Para refere-se às manifestações de jovens que ocorrem em diversas partes do mundo, dizendo:

“No coração jovem de vocês, existe o desejo de construir um mundo melhor. Acompanhei atentamente as notícias a respeito de muitos jovens que, em tantas partes do mundo, saíram pelas ruas para expressar o desejo de uma civilização mais justa e fraterna. Mas, fica a pergunta: Por onde começar? Quais são os critérios para a construção de uma sociedade mais justa? Quando perguntaram a Madre Teresa de Calcutá o que devia mudar na Igreja, ela respondeu: você e eu!”.

Queridos amigos, não se esqueçam: Vocês são o campo da fé! Vocês são os atletas de Cristo! Vocês são os construtores de uma Igreja mais bela e de um mundo melhor. Elevemos o olhar para Nossa Senhora. Ela nos ajuda a seguir Jesus, nos dá o exemplo com o seu “sim” a Deus: «Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra» (Lc 1,38). Também nós o dizemos a Deus, juntos com Maria: faça-se em mim segundo a Tua palavra. Assim seja!" (JE)


Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2013/07/28/milhares_na_vig%C3%ADlia_com_papa_francisco:_o_verdadeiro_campus_fidei_%C3%A9/bra-714583
do site da Rádio Vaticano 

Adoração ao Santíssimo Sacramento emociona jovens na Vigília Neste sábado, 27 de julho


Papa Francisco conduziu momento de adoração ao Santíssimo Sacramento na Vigília de oração deste sábado, 27, na Praia de Copacabana

Dando continuidade à Vigília de Oração neste sábado, 27, na Praia de Copacabana (RJ), após o discurso do Papa Francisco, os jovens se uniram em um momento de adoração ao Santíssimo Sacramento com o Santo Padre.
adoraçãosantissimo

Logo no início, o Papa fez uma oração diante de Jesus Eucarístico, pedindo ao Senhor que fizesse de cada jovem um discípulo-missionário, “sal na terra e luz do mundo”, para irradiar pelos quatro cantos da terra um “inebriante perfume de santidade”.

Músicas de adoração e louvor conduziram o momento de oração dos jovens, que se colocaram de joelhos, ao longo da praia, em atitude de profundo silêncio e contemplação. Alguns até expressavam-se com lágrimas.

Em um momento de silêncio, os três milhões de pessoas presentes na Praia de Copacabana calaram-se diante do Santíssimo, só o barulho do mar e de alguns helicópteros eram ouvidos. Minutos de grande intimidade com o Senhor.

A adoração a Jesus Eucarístico foi intercalada com orações de jovens em vários idiomas, músicas e silêncio.

Após uma adoração de cerca de 40 minutos de adoração, o Papa Francisco concedeu a todos a Benção do Santíssimo Sacramento.

Ao término da adoração, o ostensório foi levado de volta à Capela ao som do hino da Jornada Mundial de Sidney, em um clima de muita devoção.

Em seguida, o Santo Padre se aproximou da imagem de Nossa Senhora Aparecida para rezar o Salve Regina (Salve Rainha) e retornou à Residência do Sumaré para descansar e preparar-se para a Missa deste domingo, 28, às 10h, também na Praia de Copacabana.





27 de julho de 2013

Papa Francisco em festa de acolhida: "Bote fé, bote esperança, bote amor!”


A festa de acolhida da JMJ Rio 2013 reuniu mais de um milhão de pessoas na praia de Copacabana, com a presença do Papa Francisco. Jovens de várias delegações participaram da cerimônia e entregaram presentes ao Santo Padre.

O Papa, em seu discurso, pede aos jovens que tenham fé, “queridos jovens: se queremos que ela tenha realmente sentido e plenitude, como vocês mesmos desejam e merecem, digo a cada um e a cada uma de vocês: «bote fé» e a vida terá um sabor novo, terá uma bússola que indica a direção; «bote esperança» e todos os seus dias serão iluminados e o seu horizonte já não será escuro, mas luminoso; «bote amor» e a sua existência será como uma casa construída sobre a rocha, o seu caminho será alegre, porque encontrará muitos amigos que caminham com você. «Bote fé», «bote esperança», «bote amor»!”, enfatizou.

E desafia a todos, “hoje, queria que nos perguntássemos com sinceridade: em quem depositamos a nossa confiança? Em nós mesmos, nas coisas, ou em Jesus?”. Apesar da chuva e do tempo ruim, os fiéis estavam firmes e muito animados.

Leia na íntegra:

«É bom estarmos aqui!»: exclamou Pedro, depois de ter visto o Senhor Jesus transfigurado, revestido de glória.
Queremos também nós repetir estas palavras? Penso que sim, porque para todos nós, hoje, é bom estar aqui juntos unidos em torno de Jesus! É Ele que nos acolhe e se faz presente em meio a nós, aqui no Rio. Mas, no Evangelho, escutamos também as palavras de Deus Pai: «Este é o meu Filho, o Eleito. Escutai-O!» (Lc 9, 35). Então, se por um lado é Jesus quem nos acolhe, por outro também nós devemos acolhê-lo, ficar à escuta da sua palavra, pois é justamente acolhendo a Jesus Cristo, Palavra encarnada, que o Espírito Santo nos transforma, ilumina o caminho do futuro e faz crescer em nós as asas da esperança para caminharmos com alegria (cf. Carta enc. Lumen fidei, 7).

Mas o que podemos fazer? «Bote fé». A cruz da Jornada Mundial da Juventude peregrinou através do Brasil inteiro com este apelo. «Bote fé»: o que significa? Quando se prepara um bom prato e vê que falta o sal, você então "bota" o sal; falta o azeite, então «bota» o azeite... «Botar», ou seja, colocar, derramar. É assim também na nossa vida, queridos jovens: se queremos que ela tenha realmente sentido e plenitude, como vocês mesmos desejam e merecem, digo a cada um e a cada uma de vocês: «bote fé» e a vida terá um sabor novo, terá uma bússola que indica a direção; «bote esperança» e todos os seus dias serão iluminados e o seu horizonte já não será escuro, mas luminoso; «bote amor» e a sua existência será como uma casa construída sobre a rocha, o seu caminho será alegre, porque encontrará muitos amigos que caminham com você. «Bote fé», «bote esperança», «bote amor»!

Mas quem pode nos dar tudo isso? No Evangelho, escutamos a resposta: Cristo. «Este é o meu Filho, o Eleito. Escutai-O»! Jesus é Aquele que nos traz a Deus e que nos leva a Deus; com Ele toda a nossa vida se transforma, se renova e nós podemos olhar a realidade com novos olhos, «a partir da perspectiva de Jesus e com os seus olhos» (Carta enc. Lumen fidei, 18). Por isso, hoje, lhes digo com força: «Bote Cristo» na sua vida, e você encontrará um amigo em quem sempre confiar; «bote Cristo», e você verá crescer as asas da esperança para percorrer com alegria o caminho do futuro; «bote Cristo» e a sua vida ficará cheia do seu amor, será uma vida fecunda.

Hoje, queria que nos perguntássemos com sinceridade: em quem depositamos a nossa confiança? Em nós mesmos, nas coisas, ou em Jesus? Sentimo-nos tentados a colocar a nós mesmos no centro, a crer que somos somente nós que construímos a nossa vida, ou que ela se encha de felicidade com o possuir, com o dinheiro, com o poder. Mas não é assim! É verdade, o ter, o dinheiro, o poder podem gerar um momento de embriaguez, a ilusão de ser feliz, mas, no fim de contas, são eles que nos possuem e nos levam a querer ter sempre mais, a nunca estar saciados. «Bote Cristo» na sua vida, deposite n’Ele a sua confiança e você nunca se decepcionará! Vejam, queridos amigos, a fé realiza na nossa vida uma revolução que podíamos chamar copernicana, porque nos tira do centro e o restitui a Deus; a fé nos imerge no seu amor que nos dá segurança, força, esperança. Aparentemente não muda nada, mas, no mais íntimo de nós mesmos, tudo muda. No nosso coração, habita a paz, a mansidão, a ternura, a coragem, a serenidade e a alegria, que são os frutos do Espírito Santo (cf. Gl 5, 22) e a nossa existência se transforma, o nosso modo de pensar e agir se renova, torna-se o modo de pensar e de agir de Jesus, de Deus. No Ano da Fé, esta Jornada Mundial da Juventude é justamente um dom que nos é oferecido para ficarmos ainda mais perto de Jesus, para ser seus discípulos e seus missionários, para deixar que Ele renove a nossa vida.

Querido jovem: «bote Cristo» na sua vida. Nestes dias, Ele lhe espera na Palavra; escute-O com atenção e o seu coração será inflamado pela sua presença; «Bote Cristo: Ele lhe acolhe no Sacramento do perdão, para curar, com a sua misericórdia, as feridas do pecado. Não tenham medo de pedir perdão a Deus. Ele nunca se cansa de nos perdoar, como um pai que nos ama. Deus é pura misericórdia! «Bote Cristo: Ele lhe espera no encontro com a sua Carne na Eucaristia, Sacramento da sua presença, do seu sacrifício de amor, e na humanidade de tantos jovens que vão lhe enriquecer com a sua amizade, lhe encorajar com o seu testemunho de fé, lhe ensinar a linguagem da caridade, da bondade, do serviço. Você também, querido jovem, pode ser uma testemunha jubilosa do seu amor, uma testemunha corajosa do seu Evangelho para levar a este nosso mundo um pouco de luz.

 « É bom estarmos aqui », botando Cristo na nossa vida, botando a fé, a esperança, o amor que Ele nos dá. Queridos amigos, nesta celebração acolhemos a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Com Maria, queremos ser discípulos e missionários. Como Ela, queremos dizer «sim» a Deus. Peçamos ao seu coração de mãe que interceda por nós, para que os nossos corações estejam disponíveis para amar a Jesus e fazê-lo amar. Ele está esperando por nós e conta conosco! Amém.



Fonte: acidigital

26 de julho de 2013

Presidente Dilma pode aprovar lei abortista assim que a JMJ e visita do Papa Francisco acabar


Enquanto a Jornada Mundial da Juventude Rio 2013 com a presença do Papa Francisco acontece no Rio de Janeiro, está em andamento o projeto de lei PLC 3/2013, que permitirá a distribuição de uma droga abortiva em todo o sistema de saúde do país, para entrar em vigor, a lei só precisa da sansão da presidente Dilma Rousseff.

Fontes comunicaram ao Grupo ACI, que a presidente Dilma pode assinar a lei já na próxima semana, em 2 de agosto, data em que se celebra o dia da luta pelo fim da violência contra as mulheres. Caso a lei seja aprovava, a droga abortiva poderá ser entregue a qualquer mulher grávida e funciona provocando contrações que acarretam no assassinato do feto.

As fontes disseram que o projeto foi aprovado no Congresso em 4 de julho, sob uma linguagem muito sútil, que enganou os deputados brasileiros, inclusive os que são defensores da vida.

Antes desta decisão, mais de 20 associações de defesa da vida, na América Latina, enviaram um pronunciamento pedido a todo o povo brasileiro que “não se deixem enganar e façam todo o possível para que a PL 03-2013 não seja aprovada”.

Neste pronunciamento, as associações disseram que “temos estudado o projeto de lei e reconhecemos a mesma estratégia que querem aplicar em todos os países para o uso generalizado e sem a prescrição de uma droga abortiva. O primeiro passo para que esta estratégia funcione, é que a mulher pode declarar que sofreu violência sexual e só com sua palavra, ser autorizada a solicitar um aborto”.

Entre os adeptos a este pronunciamento se encontra HazteOir.org, uma plataforma com mais de 400 mil membros ativos, membros da Red Família, grupo pró-vida do México, que é integrada por mais de 800 organizações e outros reconhecidos líderes nacionais, de mais de uma dezena de países.

Carlos Polo, diretor do Escritório para a América Latina do Population Research Institute e porta-voz do grupo, explicou que “esta é lei com a qual todo abortista latino-americano sonha, porque ela permitirá que qualquer mulher obtenha um aborto com pílulas, apenas dizendo que sua gravidez é resultado de uma violação. As organizações a favor do aborto têm trabalhado durante anos e atualmente, promovem abortos com esta droga de maneira clandestina, através de aconselhamento via internet ou celulares”.

Polo esclareceu que os grupos abortistas acharam conveniente esperar a ocasião em que os católicos estariam com o Santo Padre e os deputados estariam de férias, até 5 de agosto.
“Estamos nos mobilizando nas redes sociais, pedindo aos jovens pró-vida da JMJ que usem uma gravata amarela para expressar que o Brasil defende a vida. A mesma mão que vai apertar a mão do Papa Francisco não deve assinar um projeto de lei que acabaria com a vida de muitas crianças não nascidas”, concluiu.



Fonte: acidigital

Papa Francisco ressalta o significado da Cruz na vida dos católicos


As 14 estações da Via-Sacra da JMJ Rio2013,fizeram uma alusão às questões do mundo de hoje, revelando o sofrimento de Jesus em meio “às dores” presentes na sociedade atual. 
Em seu discurso, o Papa Francisco, falou sobre o sentido da Cruz de Cristo e da Cruz peregrina, símbolo da Jornada Mundial da Juventude, que passou por todos os estados do país.
E pediu que rezem pelas vítimas do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que mantou 242 jovens, em janeiro desde ano.

Confira na íntegra as palavras do Papa Francisco:

Queridos jovens,

Viemos hoje acompanhar Jesus no seu caminho de dor e de amor, o caminho da Cruz, que é um dos momentos fortes da Jornada Mundial da Juventude. No final do Ano Santo da Redenção, o Bem-aventurado João Paulo II quis confiá-la a vocês, jovens, dizendo-lhes: «Levai-a pelo mundo, como sinal do amor de Jesus pela humanidade e anunciai a todos que só em Cristo morto e ressuscitado há salvação e redenção» (Palavras aos jovens [22 de abril de 1984]: Insegnamenti VII,1 (1984), 1105). A partir de então a Cruz percorreu todos os continentes e atravessou os mais variados mundos da existência humana, ficando quase que impregnada com as situações de vida de tantos jovens que a viram e carregaram. Ninguém pode tocar a Cruz de Jesus sem deixar algo de si mesmo nela e sem trazer algo da Cruz de Jesus para sua própria vida. Nesta tarde, acompanhando o Senhor, queria que ressoassem três perguntas nos seus corações: O que vocês terão deixado na Cruz, queridos jovens brasileiros, nestes dois anos em que ela atravessou seu imenso País? E o que terá deixado a Cruz de Jesus em cada um de vocês? E, finalmente, o que esta Cruz ensina para a nossa vida?

Uma antiga tradição da Igreja de Roma conta que o Apóstolo Pedro, saindo da cidade para fugir da perseguição do Imperador Nero, viu que Jesus caminhava na direção oposta e, admirado, lhe perguntou: «Para onde vais, Senhor?». E a resposta de Jesus foi: «Vou a Roma para ser crucificado outra vez». Naquele momento, Pedro entendeu que devia seguir o Senhor com coragem até o fim, mas entendeu sobretudo que nunca estava sozinho no caminho; com ele, sempre estava aquele Jesus que o amara até o ponto de morrer na Cruz.

Pois bem, Jesus com a sua cruz atravessa os nossos caminhos para carregar os nossos medos, os nossos problemas, os nossos sofrimentos, mesmo os mais profundos. Com a Cruz, Jesus se une ao silêncio das vítimas da violência, que já não podem clamar, sobretudo os inocentes e indefesos; nela Jesus se une às famílias que passam por dificuldades, que choram a perda de seus filhos, ou que sofrem vendo-os presas de paraísos artificiais como a droga; nela Jesus se une a todas as pessoas que passam fome, num mundo que todos os dias joga fora toneladas de comida; nela Jesus se une a quem é perseguido pela religião, pelas ideias, ou simplesmente pela cor da pele; nela Jesus se une a tantos jovens que perderam a confiança nas instituições políticas, por verem egoísmo e corrupção, ou que perderam a fé na Igreja, e até mesmo em Deus, pela incoerência de cristãos e de ministros do Evangelho. Na Cruz de Cristo, está o sofrimento, o pecado do homem, o nosso também, e Ele acolhe tudo com seus braços abertos, carrega nas suas costas as nossas cruzes e nos diz: Coragem! Você não está sozinho a levá-la! Eu a levo com você. Eu venci a morte e vim para lhe dar esperança, dar-lhe vida (cf. Jo 3,16).
E assim podemos responder à segunda pregunta: o que foi que a Cruz deixou naqueles que a viram, naqueles que a tocaram? O que deixa em cada um de nós? Deixa um bem que ninguém mais pode nos dar: a certeza do amor inabalável de Deus por nós. Um amor tão grande que entra no nosso pecado e o perdoa, entra no nosso sofrimento e nos dá a força para poder levá-lo, entra também na morte para derrotá-la e nos salvar.

Na Cruz de Cristo, está todo o amor de Deus, a sua imensa misericórdia. E este é um amor em que podemos confiar, em que podemos crer. Queridos jovens, confiemos em Jesus, abandonemo-nos totalmente a Ele (cf. Carta enc. Lumen fidei, 16)! Só em Cristo morto e ressuscitado encontramos salvação e redenção. Com Ele, o mal, o sofrimento e a morte não têm a última palavra, porque Ele nos dá a esperança e a vida: transformou a Cruz, de instrumento de ódio, de derrota, de morte, em sinal de amor, de vitória e de vida.

O primeiro nome dado ao Brasil foi justamente o de «Terra de Santa Cruz». A Cruz de Cristo foi plantada não só na praia, há mais de cinco séculos, mas também na história, no coração e na vida do povo brasileiro e não só: o Cristo sofredor, sentimo-lo próximo, como um de nós que compartilha o nosso caminho até o final. Não há cruz, pequena ou grande, da nossa vida que o Senhor não venha compartilhar conosco.

Mas a Cruz de Cristo também nos convida a deixar-nos contagiar por este amor; ensina-nos, pois, a olhar sempre para o outro com misericórdia e amor, sobretudo quem sofre, quem tem necessidade de ajuda, quem espera uma palavra, um gesto; ensina-nos a sair de nós mesmos para ir ao encontro destas pessoas e lhes estender a mão. Tantos rostos acompanharam Jesus no seu caminho até a Cruz: Pilatos, o Cireneu, Maria, as mulheres... Também nós diante dos demais podemos ser como Pilatos que não teve a coragem de ir contra a corrente para salvar a vida de Jesus, lavando-se as mãos. Queridos amigos, a Cruz de Cristo nos ensina a ser como o Cireneu, que ajuda Jesus levar aquele madeiro pesado, como Maria e as outras mulheres, que não tiveram medo de acompanhar Jesus até o final, com amor, com ternura. E você como é? Como Pilatos, como o Cireneu, como Maria?

Queridos jovens, levamos as nossas alegrias, os nossos sofrimentos, os nossos fracassos para a Cruz de Cristo; encontraremos um Coração aberto que nos compreende, perdoa, ama e pede para levar este mesmo amor para a nossa vida, para amar cada irmão e irmã com este mesmo amor. Assim seja!



Fonte: acidigital

Papa no encontro com jovens detentos: Violência nunca mais, só amor

"Logo após as confissões na Quinta da Boa Vista, o Papa Francisco encontrou-se no Palácio São Joaquim, Arcebispado do Rio de Janeiro, com oito jovens detentos, seis homens e duas mulheres, acompanhados por alguns assistentes", disse o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, numa coletiva aos jornalistas.

Segundo o porta-voz vaticano, os jovens vestiam a camiseta da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e se sentaram em círculo em torno ao Papa. Estava também presente um juiz de menores que manifestou sua gratidão pelo compromisso da Igreja na Pastoral Carcerária e depois disse que na próxima semana haverá uma boa notícia para esses jovens, "talvez um ato de clemência", explicou Pe. Lombardi.

Os jovens pediram ao Papa para abençoar alguns objetos e fizeram um foto com ele. Uma jovem cantou uma música composta especialmente para o Papa e em seguida, leu uma carta escrita em nome de suas companheiras de prisão. Ela doou ao pontífice um grande terço com uma cruz na qual estava escrito "Candelária nunca mais", recordando a batida policial no Rio de Janeiro que em julho de 1993 matou 11 meninos de rua que dormiam em frente à Igreja da Candelária.

O Papa rezou diante do terço e disse com veemência: "Violência nunca mais, só amor"! O Santo Padre convidou os jovens a rezar pelas vítimas da violência, os encorajou a olhar para o futuro e pediu-lhes para rezar por ele.

"Foi um encontro comovente", disse Pe. Lombardi, que mostrou como para o Papa Francisco a JMJ não deve se esquecer dos encarcerados.

O porta-voz vaticano recordou que o Santo Padre está muito próximo do mundo das prisões e continua telefonando a cada duas semanas a um grupo de detentos na Argentina. (MJ)


Fonte: radio vaticano

Agora é a vez da "Praia Fidei"


Após a festa no início da noite de ontem na Praia de Copacabana, com a cerimônia de acolhida da Jornada Mundial da Juventude, o entusiasmo de mais de um milhão de jovens e a emoção do Papa, nesta sexta-feira, dia de penitência, Francisco iniciou o seu dia com a celebração da Santa Missa no Sumaré, que contou com a participação de sacerdotes jesuítas. Deixando a residência do Sumaré, o Santo Padre se transferiu para a Quinta da Boa Vista, um magnífico jardim inicialmente propriedade da Companhia de Jesus, entre os séculos XVI e XVII. Após a expulsão dos jesuítas do Brasil, a área foi dividida e entregue a proprietários privados. Foi residência oficial da família imperial entre 1822 e 1889. Hoje é um parque municipal e abriga o Bioparque de Rio.

Para os milhares de peregrinos que se encontram no Rio para a JMJ, encontrar novos amigos, rezar com eles, rezar com o Papa não é suficiente. Eles precisam de um bom espaço para abrir o coração, para confessar os pecados e receber a penitência. Nos últimos dias, apesar a chuva a média de confissões na Quinta da Boa Vista, foi de 10 a 15 mil jovens por dia.

Desde terça-feira última, 23, até esta sexta, 26, a Quinta da Boa Vista é o cenário do Sacramento da Penitência. Também o Francisco foi até o local onde confessou 5 jovens de língua portuguesa, italiana e espanhola.

Os confessionários fabricados especialmente para a ocasião são de madeira, na cor branca, em um formato que lembra o Corcovado.

Depois das confissões novo encontro com os jovens e fiéis cariocas pelas ruas do Rio e os slogans “Esta é a juventude do Papa”. Francisco foi até o Palácio São Joaquim onde se encontrou, primeiramente com 8 jovens detentos, 6 rapazes e duas moças, depois a recitação da oração mariana do Angelus feita do balcão do Arcebispado do Rio, o Santo Padre fez uma homenagem aos avós de todo o Brasil e do mundo. O Papa encontrou ainda o Comitê Organizador da JMJ e alguns benfeitores. No salão redondo almoçou com 12 jovens de várias nacionalidades representando os continentes mais um casal de jovens brasileiros. No final do dia Via Sacra na orla de Copacabana.

Sobre o encontro do Papa com os detentos eis o que nos disse ontem Padre Jefferson Gonçalves da Pastoral Carcerária.

Todavia, a mudança radical do lugar da Vigília, neste sábado, e da Missa de envio, no domingo, do Campus Fidei para a Praia de Copacabana, já denominada pelos jovens, Praia Fidei, por causa da chuva, está fazendo com que a Organização da JMJ trabalhe ainda mais para responde às novas exigências apresentadas. O Vice-presidente do COL, e Bispo auxiliar do Rio, Dom Paulo Cezar, falando com a imprensa admitiu que a mudança na programação deixou o Papa triste. “É uma dor grande transferir o evento depois de todo o trabalho que ali foi feito”. Mas ao saber dos problemas, “o Papa apoiou a mudança”. Dom Paulo disse que ainda não foram contabilizados os gastos para preparar o Campus Fidei.

Já parte da estrutura instalada em Guaratiba, como postos médicos e banheiros químicos, já começou a ser transferida para Copacabana.

Para os jovens peregrinos que concluíram nesta manhã as catequeses em mais de 200 lugares do Rio, o olhar se concentra agora na Via Sacra, no final do dia, na Praia de Copacabana.

A Via Dolorosa de Jerusalém, como é conhecido o percurso feito por Jesus após ser condenado à morte na cruz, serviu de inspiração para os organizadores da Jornada Mundial da Juventude na realização da Via Sacra de hoje. Réplicas das 14 estações que recordam o sofrimento de Cristo servirão de cenário para a Via-Sacra na Avenida Atlântica, em Copacabana. O evento será um dos pontos altos da visita do Papa Francisco à cidade.

A ideia de reproduzir um pedaço da cidade velha de Jerusalém no Rio partiu do diretor artístico da JMJ, Ulysses Cruz. Ele disse que, como existem várias versões da via-sacra, optou pelo percurso usado nas procissões desde o século XIV. Ainda de acordo com Ulysses, o evento será inovador: não sendo igual a nenhum outro realizado em edições anteriores da jornada.

Do Rio de Janeiro, para a Rádio Vaticano, Silvonei José


Fonte: radio vaticano

Via Crucis - JMJ Rio 2013


Papa Francisco fala dos jovens que perderam a fé na Igreja pela incoerência de seus filhos e recorda das vítimas do incêndio em Santa Maria

Na noite desta sexta-feira, o Papa Francisco participou, com os mais de um milhão de jovens reunidos na Praia de Copacabana, da Via Sacra, sempre um dos momentos mais intensos das Jornadas Mundiais da Juventude. 280 artistas e voluntários do Brasil, Porto Rico, México, Argentina, Alemanha e Estados Unidos representaram as treze das estações distribuídas ao longo de 900 metros da Av. Atlântica, sendo que a última foi representada no palco central, onde encontrava-se o Santo Padre.

O Papa Francisco foi de helicóptero até o Forte de Copacabana onde embarcou no Papamóvel, sendo uma vez mais, saudado por milhares de pessoas ao longo de todo o trajeto na Av. Atlântica. O Santo Padre, como de costume, fez algumas paradas ao longo do percurso. Numa delas, desceu do Papamóvel e abençoou uma imagem de Nossa Senhora de Luján, nas mãos de um sacerdote, e uma imagem de São Francisco. Uma senhora tinha uma pomba de gesso nas mãos que também foi abençoada por Francisco. Também beijou diversas crianças, saudou e abençoou populares e doentes.

O Papa Francisco subiu ao palco às 17hs56min, saudando os Cardeais e Bispos presentes e os 35 ‘trabalhadores excluídos’ ou ‘cartoneros’ (catadores de papel) que pediu que fossem buscados na Argentina e colocados no palco principal, próximo a ele. Por volta das 18 horas, Francisco fez a Oração de Abertura da Via Sacra. A cruz percorreu as Estações, passando pela Pedra do Arpoador e a Escadaria Selarón, na Lapa, além de outras ruas da cidade carioca, envolvendo 280 voluntários, durante mais de uma hora, ao som de uma orquestra, um coral, tudo aliado a um espetáculo de luzes e coreografias.

Os textos das meditações das 14 estações foram escritos pelos padres Zezinho e Joãozinho, sacerdotes dehonianos, e evocaram o sofrimento de Jesus, expresso nos problemas dos jovens de hoje. Assim, missionaridade, conversão, comunidade, jovens mães, seminaristas, a religião em defesa da vida, casais, mulheres sofridas, estudantes, redes sociais, jovens detentos e a pastoral carcerária, doenças terminais, morte dos jovens e a juventude de todo o mundo foram temas lembrados nas Estações.


Após a Via Sacra, o Papa Francisco dirigiu sua mensagem aos jovens, recordando que João Paulo II havia confiado a eles a cruz, dizendo: «Levai-a pelo mundo, como sinal do amor de Jesus pela humanidade e anunciai a todos que só em Cristo morto e ressuscitado há salvação e redenção»”. E observou que “a Cruz percorreu todos os continentes e atravessou os mais variados mundos da existência humana, ficando quase que impregnada com as situações de vida de tantos jovens que a viram e carregaram”. E acrescentou:

“Ninguém pode tocar a Cruz de Jesus sem deixar algo de si mesmo nela e sem trazer algo da Cruz de Jesus para sua própria vida. Nesta tarde, acompanhando o Senhor, queria que ressoassem três perguntas nos seus corações: O que vocês terão deixado na Cruz, queridos jovens brasileiros, nestes dois anos em que ela atravessou seu imenso País? E o que terá deixado a Cruz de Jesus em cada um de vocês? E, finalmente, o que esta Cruz ensina para a nossa vida?

Após, o Papa falou sobre uma antiga tradição da Igreja de Roma que relata uma situação vivida por Pedro com Jesus, que o fez entender, que “ele devia seguir o Senhor com coragem até o fim, e que aquele Jesus - que o amara até o ponto de morrer na Cruz - estava sempre com ele”. E acrescentou que “Jesus com a sua cruz atravessa os nossos caminhos para carregar os nossos medos, os nossos problemas, os nossos sofrimentos, mesmo os mais profundos”:

“Com a Cruz, Jesus se une ao silêncio das vítimas da violência, que já não podem clamar, sobretudo os inocentes e indefesos; com a Cruz Jesus se une às famílias que passam por dificuldades pela trágica perda de seus filhos, como no caso dos 242 jovens vítimas do incêndio em Santa Maria no início do ano. Rezemos por eles! com a Cruz, Jesus se une a todas as pessoas que passam fome, num mundo que, por outro lado, se dá ao luxo de todos os dias jogar fora toneladas de comida; pela cruz Jesus se une aos pais que vêem seus filhos presos nos paraísos artificiais da droga; nela Jesus se une a quem é perseguido pela religião, pelas ideias, ou simplesmente pela cor da pele; nela Jesus se une a tantos jovens que perderam a confiança nas instituições políticas, por verem egoísmo e corrupção, ou que perderam a fé na Igreja, e até mesmo em Deus, pela incoerência de cristãos e de ministros do Evangelho. Na Cruz de Cristo, está o sofrimento, o pecado do homem, o nosso também, e Ele acolhe tudo com seus braços abertos, carrega nas suas costas as nossas cruzes e nos diz: Coragem! Você não está sozinho a levá-la! Eu a levo com você. Eu venci a morte e vim para lhe dar esperança, dar-lhe vida”.

“E assim – diz o Papa - podemos responder à segunda pergunta: o que foi que a Cruz deixou naqueles que a viram, naqueles que a tocaram? O que deixa em cada um de nós?”.

Fome de pão, de justiça e dignidade

Durante a visita à favela da Varginha o Papa denuncia as intoleráveis desigualdades econômicas e sociais. Aos jovens reunidos para a festa do acolhimento, papa pede que ponham Cristo no centro da vida

Duas imagens comovedoras, uma infinidade de gestos, tantas indicações concretas para restituir ao mundo a esperança perdida.

Foi intenso a jornada vivida pelo Papa Francisco, na quinta-feira 25 de Julho, onde nestes dias pulsa o coração jovem da Igreja, o Rio de Janeiro.
       
 As imagens são as da ternura com a qual o Papa, na «casa» de Manoel José e Maria Luisa da Penha, na favela da Varginha, pega ao colo o último nascido e a que revela a comoção do Pontífice quando reza na capela da favela.
     
Os gestos consistem em abraços trocados continuamente com os habitantes da Varginha, na partilha com um jovem de alguns goles de uma bebida que lhe foi oferecida ao longo do percurso, na busca constante do contacto direto com a multidão, sem nada temer, na intensidade da oração diante da pequena estátua da Virgem Aparecida meio escondida numa banca nas estradas do bairro.

As indicações destinam-se antes de tudo aos poderosos da terra, para que assumam a responsabilidade de construir finalmente um mundo fundado na justiça social, no qual ninguém se sinta descartado. Depois aos jovens, convidados a nunca desanimarem face ao mal mas antes a responderem com o bem.
«É agradável estar aqui» confessou precisamente a eles – reunidos em grande número na praia de Copacabana para a festa do acolhimento – recordando a felicidade de Pedro diante da transfiguração do Senhor. Ao contrário, a outros jovens, seus concidadãos, recordou que «a fé se assume no seu todo e não aos bocados.
Assume-se Jesus inteiro e não uma parte». E recomendou-lhes que nunca abandonem a fé em Jesus Cristo e que «as bem-aventuranças são um programa de acção». Mas convidou-os  sobretudo a terem coragem de fazer ouvir a sua voz. «Eu quero – disse – que vos façais ouvir nas dioceses, quero que vocês vão, que a Igreja saia pelas estradas, que nos defendamos de tudo o que é mundanidade, imobilismo, do que é comodo, do que é clericalismo».
E não deixou de dar indicações concretas também àqueles homens e mulheres de Igreja, aos bispos, aos sacerdotes, a todos os consagrados, para que não se esqueçam – afirmou celebrando a missa na residência – que são «vasos de argila» que conservam «o tesouro imenso que Deus nos deu».

Papa no Angelus: Os avós são importantes na vida da família, comunicam o patrimônio de humanidade e fé

O Papa Francisco iniciou esta sexta-feira, celebrando a missa na capela da residência arquiepiscopal de Sumaré, no Rio de Janeiro.

A seguir, o pontífice se dirigiu para a Quinta da Boa Vista onde confessou alguns jovens da Jornada Mundial da Juventude. "É o verdadeiro Santo Padre do povo", comentou Renan Souza, de 22 anos, um dos jovens confessados pelo Papa.

Da Quinta da Boa Vista, o Santo Padre se dirigiu para o Palácio São Joaquim, Arcebispado do Rio de Janeiro, onde se encontrou com cinco jovens detentos. 

Depois, o Santo Padre assomou à sacada central do Palácio São Joaquim e rezou a oração do Angelus, neste dia em que a Igreja celebra Sant’Ana e São Joaquim. 

Eis a alocução do Papa Francisco na íntegra. 

Caríssimos irmãos e amigos!

Bom dia!

Dou graças à divina Providência por ter guiado meus passos até aqui, na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Agradeço de coração sincero a Dom Orani e também a vocês pelo acolhimento caloroso, com que manifestam seu carinho pelo Sucessor de Pedro. Desejaria que a minha passagem por esta cidade do Rio renovasse em todos o amor a Cristo e à Igreja, a alegria de estar unidos a Ele e de pertencer a Igreja e o compromisso de viver e testemunhar a fé.

Uma belíssima expressão da fé do povo é a “Hora da Ave Maria”. É uma oração simples que se reza nos três momentos característicos da jornada que marcam o ritmo da nossa atividade quotidiana: de manhã, ao meio-dia e ao anoitecer. É, porém, uma oração importante; convido a todos a rezá-la com a Ave Maria. Lembra-nos de um acontecimento luminoso que transformou a história: a Encarnação, o Filho de Deus se fez homem em Jesus de Nazaré. 

Hoje a Igreja celebra os pais da Virgem Maria, os avós de Jesus: São Joaquim e Sant’Ana. Na casa deles, veio ao mundo Maria, trazendo consigo aquele mistério extraordinário da Imaculada Conceição; na casa deles, cresceu, acompanhada pelo seu amor e pela sua fé; na casa deles, aprendeu a escutar o Senhor e seguir a sua vontade. São Joaquim e Sant’Ana fazem parte de uma longa corrente que transmitiu a fé o amor a Deus, no calor da família, até Maria, que acolheu em seu seio o Filho de Deus e o ofereceu ao mundo, ofereceu-o a nós. Vemos aqui o valor precioso da família como lugar privilegiado para transmitir a fé! Olhando para o ambiente familiar, queria destacar uma coisa: hoje, na festa de São Joaquim e Sant’Ana, no Brasil como em outros países, se celebra a festa dos avós. Como os avós são importantes na vida da família, para comunicar o patrimônio de humanidade e de fé que é essencial para qualquer sociedade! E como é importante o encontro e o diálogo entre as gerações, principalmente dentro da família. O Documento de Aparecida nos recorda: 

“Crianças e anciãos constroem o futuro dos povos; as crianças porque levarão por adiante a história, os anciãos porque transmitem a experiência e a sabedoria de suas vidas” (DAp 447). Esta relação, este diálogo entre as gerações é um tesouro que deve ser conservado e alimentado! Nesta Jornada Mundial da Juventude, os jovens querem saudar os avós. Eles saúdam os seus avós com muito carinho, aos avós, saudamos aos avós, eles os jovens agradecem os avós com muito carinho e lhes agradecem pelo testemunho de sabedoria que nos oferecem continuamente. 

E agora, nesta praça, nas ruas adjacentes, nas casas que acompanham conosco este momento de oração, sintamo-nos como uma única grande família e nos dirijamos a Maria para que guarde as nossas famílias, faça delas lares de fé e de amor, onde se sinta a presença do seu Filho Jesus. (MJ)


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