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23 de junho de 2013

A celebração da benção

Estrutura típica

A celebração típica da bênção consta de duas partes: a primeira é a proclamação da palavra de Deus, a segunda é o louvor da bondade divina e a petição do auxílio celeste.

Normalmente a celebração começa e conclui com alguns ritos breves.
A primeira parte tem o objectivo de fazer com que a celebração seja verdadeiramente um sinal sagrado, que toma o seu pleno sentido e efi cácia da proclamação da palavra de Deus
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Portanto, o centro desta primeira parte é a proclamação da palavra de Deus, à qual se referem tanto a admonição introdutória co mo a breve explicação ou exortação ou homilia que, conforme as cir cunstâncias, se podem acrescentar.

Para estimular a fé dos participantes, pode intercalar-se um salmo ou um cântico ou um tempo de silêncio sagrado, sobretudo se se fazem várias leituras.

A segunda parte tem por objectivo, mediante ritos e preces, louvar a Deus e obter o seu auxílio por Cristo no Espírito Santo. O centro desta parte é constituído pela fórmula de bênção, ou oração da Igreja, acompanhada geralmente de um sinal ou gesto pe culiar.
Para fomentar a oração dos presentes, pode acrescentar-se a oração comum, que normalmente precede a oração de bênção, mas por vezes diz-se depois dela.

Nas celebrações propostas, os elementos principais, isto é, a proclamação da palavra de Deus e a oração da Igreja, que nunca podem ser omitidos, mesmo nas celebrações mais breves, devem distinguir-se cuidadosamente dos outros elementos, ao or denar a celebração.

Além disso, ao ordenar a celebração, deve ter-se em conta sobretudo o seguinte:

a) geralmente deve preferir-se a forma comunitária, de tal modo que exerçam nela as suas funções próprias o diácono, o leitor, o salmista e o coro;
b) atenda-se à norma fundamental sobre a consciente, ativa e apropriada participação dos fiéis;
c) tenham-se em conta oportunamente as circunstâncias do momento e das pessoas presentes, observando os princípios que inspiram a reforma destes ritos e as normas dadas pela autoridade competente.

Os sinais a utilizar

Os sinais visíveis que frequentemente acompanham as orações têm a finalidade principal de evocar as acções salvífi cas do Senhor, mostrar uma certa relação com os principais sacramen tos da Igreja e, deste modo, alimentar a fé das pessoas presentes e despertar a sua atenção para que participem na celebração
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Os sinais que mais frequentemente se utilizam são os seguintes: braços abertos, braços erguidos, mãos juntas, imposição das mãos, o sinal da cruz, a aspersão com água benta e a incensação.

a) Dado que a fórmula de bênção é antes de mais «oração», o ministro, conforme se indica em cada uma das celebrações, re cita-a de braços abertos, ou erguidos, ou estendidos sobre as pessoas, ou de mãos juntas
b) Entre os sinais de bênção tem lugar destacado a impo sição das mãos, como costumava fazer o próprio Cristo, que, re ferindo-Se aos discípulos, disse:
«Imporão as mãos sobre os doentes e serão curados» (Mc 16, 18). Este sinal continua a realizar-se na Igreja e pela Igreja.
c) Com frequência, segundo a antiga tradição da Igreja, propõe-se o sinal
da cruz.
d) Em algumas celebrações da bênção propõe-se a aspersão com água benta. Nesse caso, os ministros devem exortar os fiéis para que recordem o Mistério Pascal e renovem a fé do seu Baptismo.
e) Em algumas celebrações da bênção utiliza-se a incensa ção, que é um sinal de veneração e honra e simboliza por vezes a oração da Igreja.

Embora os sinais utilizados nas bênçãos, sobretudo o si nal da cruz, exprimam uma certa evangelização e comunica ção da fé, para tornar mais activa a participação e evitar o pe rigo de superstição, normalmente não é permitido abençoar coisas e lugares só com um sinal externo, sem nenhum recurso à palavra de Deus ou a alguma prece.

Modo de articular a celebração da bênção com outras celebrações ou com outras bênçãos

Algumas bênçãos têm uma relação especial com os sacramentos e, por isso, podem por vezes unir-se à celebração da Missa.
 No Ritual das Bênçãos indica-se quais são estas bênçãos e com que parte ou rito devem unir-se; e para cada caso dão-se normas rituais que não é licito negligenciar. Outras bênçãos, porém, de nenhum modo podem unir-se à celebração da Missa.

Algumas bênçãos podem unir-se a outras celebrações, como se indica em
cada rito correspondente.

Por vezes pode ser oportuno efectuar várias bênçãos numa única celebração. Ao ordenar a celebração, tenha-se em conta o seguinte: utiliza-se o rito que se refere à bênção principal, acrescentando na admonição e nas preces as palavras e si nais que manifestam a intenção de realizar também as outras bênçãos.

Função do ministro na preparação e ordenamento da celebração

O ministro deve lembrar-se que as bênçãos se dirigem primariamente aos fiéis, mas podem também celebrar-se para os catecúmenos e, tendo em conta as normas do cânone 1170, também para os não católicos, a não ser que obste alguma proibição da Igreja.Nas bênçãos a celebrar comunitariamente com os irmãos se parados, devem observar-se em cada caso as normas dadas pelo Ordinário do lugar.

O celebrante ou ministro, ponderando todas as circunstâncias e tendo escutado também as sugestões dos fiéis, usará as faculdades concedidas nos diversos ritos de bênção, observando contudo a sua estrutura e sem alterar de modo algum a ordem das suas partes principais.

Na celebração comunitária, procure-se que todos, ministros e fiéis, ao exercerem as funções próprias de cada um, rea lizem com decoro, ordem e piedade tudo o que lhes corresponde.

Atenda-se também à indole peculiar do tempo litúrgico, de modo que as admonições e as preces dos fiéis exprimam a relação com o ciclo anual do mistério de Cristo.

As vestes litúrgicas

O Bispo, quando preside às celebrações mais importantes, usa as vestes
que são indicadas no Cerimonial dos Bispos.

O presbítero e o diácono, quando presidem às bênçãos de for ma comunitária, sobretudo se são celebradas na igreja ou com alguma solenidade externa, usam alva e estola. A alva pode ser substituída pela sobrepeliz, quando se usa hábito talar. Nas celebrações mais solenes, pode usar-se o pluvial.

Os paramentos são branco ou da cor que estiver mais em consonância com o tempo ou festa litúrgica.

Os ministros devidamente instituídos, quando presidem às celebrações da comunidade, usam as vestes prescritas pela Conferência Episcopal ou pelo Ordinário do lugar para as celebrações litúrgicas.

ADAPTAÇÕES QUE COMPETEM ÀS CONFERÊNCIAS EPISCOPAIS

Compete às Conferências Episcopais, em virtude da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, elaborar o Ritual particular correspondente a este título do Ritual Romano, adaptando-o contudo às necessidades de cada região, de tal modo que, quando os textos estiverem aprovados pela Sé Apostólica, possam entrar em uso nas regiões a que se referem.Nesta matéria, compete à Conferência Episcopal:

a) Determinar as adaptações, segundo os princípios estabelecidos neste livro, conservando porém a estrutura própria dos ritos ou formulários.
b) Considerar com prudência e cuidado o que pode ser oportunamente admitido das tradições e índole de cada povo e, consequentemente, propôr outras adaptações que pareçam úteis ou necessárias.
c) Conservar as bênçãos próprias porventura já existentes nos Rituais particulares ou as do antigo Ritual Romano, se ainda está em uso, contanto que sigam a mentalidade da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, com os princípios expostos no presente título e com as necessidades do tempo atual; ou adaptá -las.
d) Nos vários ritos de bênção, sobretudo quando se apresentam várias fórmulas à escolha, acrescentar outras do mesmo gênero, além daquelas que se encontram no Ritual Romano.
e) Traduzir integralmente os preliminares que estão contidos neste livro, tanto os gerais como os particulares de cada rito de bênção, mas também, se o caso o exigir, completá -los, de modo que os ministros compreendam mais plenamente o significado das celebrações e a participação dos fiéis se torne mais consciente e ativa.
f) Completar o que faz falta em algumas partes deste livro, p. ex., apresentar outras leituras que possam ser úteis; in dicar os cânticos mais apropriados.
g) Preparar as traduções dos textos, de maneira que se acomodem à índole das diversas línguas e das diversas culturas.
h) Nas edições do livro, ordenar o material do modo que parecer mais apto para o uso pastoral; editar separadamente as diversas partes do livro, fazendo-as preceder sempre das principais introduções.

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