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19 de junho de 2013

A benção na história da salvação

A fonte e origem de toda a bênção 1 é Deus bendito sobre todas as coisas 2 que, como único e sumo bem, tudo fez bem feito, para encher de bênçãos as suas criaturas 3 e, mesmo depois da queda do homem, continua a derramar essas bênçãos, como sinal da sua misericórdia.

Mas quando chegou a plenitude dos tempos, o Pai enviou o seu Filho e por Ele - ao assumir a condição humana - de novo abençoou os homens com
todas as bênçãos espirituais 4. E assim se converteu em bênção a antiga maldição, quando «nasceu o Sol de justiça,5 Cristo nosso Deus, que destruiu a maldição e nos trouxe a bênção».3. Cristo, a maior bênção do Pai, apareceu no Evangelho abençoando os irmãos, principalmente os mais humildes 6 , e ele vando ao Pai uma oração de bênção 7.

Finalmente, tendo sido glorificado pelo Pai e subido ao Céu, derramou sobre os irmãos, remidos com o seu Sangue, o dom do Espírito, para que, movidos pelo seu poder, pudessem louvar e glorificar em todas as coisas a Deus Pai, adorá--lo e dar-Lhe graças, e, praticando obras de caridade, merecessem ser contados entre os benditos do seu reino.

É pelo Espírito Santo que a bênção de Abraão 9  se realiza cada vez mais plenamente em Cristo, na medida em que vai passando aos fi lhos que são chamados a uma vida nova «na plenitude da bênção»10, para que, convertidos em membros de Cristo, difundam por toda a parte os frutos do mesmo Espírito para salvar o mundo pela bênção divina.

O Pai, tendo em sua mente divina a Cristo Salvador, tinha já confirmado a primeira aliança do seu amor para com os homens pela efusão de múltiplas bênçãos. Deste modo, reparava o povo eleito para receber o Redentor e tornava--o cada vez mais digno da aliança. E o povo, seguindo os caminhos da justiça, pôde honrar a Deus com os lábios e o coração, tornando-se sinal e sacramento da bênção divina no mundo.

Deus, de quem desce toda a bênção, concedeu já naquele tempo aos homens, principalmente aos patriarcas, aos reis, aos sacerdotes, aos levitas, aos pais 11 , que, louvando e bendizendo o seu nome, em seu nome abençoassem os outros homens e as coisas criadas com bênçãos divinas.
 Quando é Deus que abençoa, por Si mesmo ou por outros, promete -se sempre o auxílio do Senhor, anuncia-se a sua graça, proclama-se a sua fidelidade à aliança. Quando são os homens que abençoam, louvam a Deus, proclamando a sua bondade e misericórdia.
 Na verdade, Deus dá a sua bênção comunicando ou anunciando a sua bondade. Os homens bendizem a Deus proclamando os seus louvores, dando--Lhe graças, prestando-Lhe culto de piedade e adoração, e quando abençoam os outros homens, invocam o auxílio de Deus sobre cada um deles ou sobre as assembleias reunidas.

Como consta na Sagrada Escritura, todas as coisas que Deus criou e sustenta no mundo com a sua graça providente dão testemunho da bênção de Deus e nos convidam a bendizê-lo 12. Isto alcançou o maior sentido quando o Verbo Encarnado começou a santificar todas as coisas do mundo, graças ao mistério da encarnação.
As bênçãos referem-se primária e principalmente a Deus, cuja grandeza e bondade exaltam; mas, na medida em que comunicam os benefícios de Deus, referem-se também aos homens, que Deus governa e protege com a sua providência; mas também se dirigem às coisas criadas, por cuja abundância e variedade Deus abençoa o homem 13
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