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31 de março de 2013

O Papa e a Páscoa

Quando Bento XVI, às vésperas da quaresma, anunciou sua renúncia, tudo o que a Igreja desejava, era ter um novo Papa para a Páscoa. E deu certo. Olhados agora os acontecimentos, “a posteriori”, pareceria que tivessem sido agendados de propósito, num calendário com os dias todos disponíveis.


Deu não só para ter o novo Papa na Páscoa, mas foi possível celebrar o início do seu pontificado na festa de São José, padroeiro da Igreja, e assim liberar a Semana Santa para as celebrações tradicionais que a ocupam por inteiro.


O pontificado do Papa Francisco encaixou bem na dinâmica litúrgica. A esperança é que encaixe bem no processo histórico vivido hoje pela Igreja.

As grandes celebrações litúrgicas da Semana Santa se constituem em referência exemplar para todas as liturgias ao longo do ano. A celebração da Páscoa, de certa maneira, “formata” todas as outras celebrações do Ano Litúrgico.

O início do pontificado do Papa Francisco teve a feliz coincidência de acontecer na reta final da quaresma, onde as celebrações litúrgicas propiciam um simbolismo fecundo, apontando valores muito importantes, que servem de referência para todo um programa de governo eclesial.

De certa maneira, dá para dizer que o Papa Francisco, nesses seus primeiros dias de Bispo de Roma, escolheu as referências que traçam a linha do seu pontificado. Usou gestos e palavras, que servem de parâmetro, para “formatar” esta linha.

Ele emitiu sua mensagem cifrada. Tentemos decifrá-la, para entender bem seu recado.  Sua jogada estratégica começou pela escolha do nome. Foi sua primeira decisão, depois de ter aceito sua eleição. Isto mostra que desde o seu primeiro momento como novo Bispo de Roma, foi logo traçando um rumo para a missão que acabava de abraçar.


Tendo São Francisco como referência, e como escudo para neutralizar possíveis resistências, foi colecionando gestos e palavras que foram cimentando as primeiras impressões positivas, a respeito de sua pessoa e de suas intenções.

Para sinalizar sua vontade de encontrar grandes consensos com a humanidade de hoje, elegeu a ecologia, como terreno fácil e evidente de coincidências entre as causas da Igreja e as causas da sociedade. Insinuando assim que está disposto a buscar outras convergências, que reaproximem a Igreja das grandes questões que afligem hoje a humanidade, mergulhada em crise profunda, nestes tempos de tantas mudanças.

Para sair da defensiva, diante de acusações que lhe sacam, a Igreja precisa, decididamente, colocar-se a serviço da vida. Com esta postura radical conseguirá sair do sufoco a que foi submetida por problemas internos, que serão superados na medida em que abraçar as grandes causas da humanidade.

Nesta perspectiva, tomam sentido os gestos de simplicidade, de despojamentos, e de bondade, que o Papa Francisco veio fazendo nestes dias, numa evidente intenção de seguir o roteiro vivido pelo Papa João XXIII.

Nesta semelhança com o “papa da bondade”, se entende, por exemplo, sua decisão de celebrar a missa do “lava-pés”, no Instituto Penal para menores Casal Del Marmo. Entre as atitudes que mais popularizaram João XXIII, foi exatamente sua visita aos detentos no presídio de Roma.

Mas João XXIII teve a grande oportunidade de convocar um Concílio, para o qual canalizou as simpatias pessoais que ele tinha angariado, convocando a todos para o grande mutirão em que se constituiu o Concílio.

Qual será o novo mutirão que o Papa Francisco vai desencadear, para justificar as grandes esperanças que ele despertou com sua insistente convocação nestes dias de Semana Santa?

Depois da Páscoa, a Igreja leva sua fé para o cotidiano da vida. Depois dos gestos e das palavras animadoras, o Papa Francisco precisa tomar suas primeiras iniciativas práticas.

Como pediu nossas orações, não lhe faltará nosso apoio para implementar suas decisões.

Fonte: Fonte: Dom Demétrio Valentini
Bispo emérito de Jales/SP

O Ovo e a Ressurreição

A que vamos propor, na solenidade central do ano litúrgico, pode parecer uma extravagância e, de certa forma, é isso mesmo. Contudo, indo além das aparências, reencontramos mais uma vez aquelas raízes cristãs que a sociedade atual parece esconder cada vez mais sob a indiferença.


Para as nossas Páscoas estão disponíveis apenas paisagens de Primavera ou, no máximo, um ovo do qual sai um bonito bebê. Em tempos tão «corretos» e «leigos» o ovo é, paradoxalmente, o último simbolismo com iridescências( permite refletir as cores do arco-íris), pascais que nos podemos permitir, embora se saiba que a gênese deste símbolo se baseia nos mitos cosmogónicos mais remotos não só egípcios, mas também indianos: a casca seria o ar, a clara representa a água e a gema a terra. Existe uma aplicação cristã deste sinal que, aliás, parece estilizado inclusive nas «amêndoas» ovais que circundam Cristo e os santos na iconografia tradicional.

Santo Agostinho no seu Sermão 105 declarava: «A esperança, na minha opinião, é comparável com o ovo: com efeito, ela ainda não alcançou o objectivo e, do mesmo modo, o ovo já é algo mas ainda não é o pintainho». Talvez seja desta forma que, progressivamente, o ovo se vai transformando em sinal pascal quer para Cristo quer par o cristão: o sepulcro é comparável com o invólucro que faz sair o ressuscitado vivo. Portanto, na Idade Média penduravam-se os ovos de avestruz em numerosas igrejas europeias durante a Semana Santa e preparavam-se os relicários com dois ovos para simbolizar o nascimento e a ressurreição de Cristo. Um crucifixo macabro da catedral de Burgos na Espanha representa um Cristo revestido com pele humana, aos pés do qual são colocados quatro ovos.

Por conseguinte, tinha-se chegado a um simbolismo pascal com declinações diversas: por exemplo, a bênção dos ovos, dos quartos e da cama no período da Páscoa era no passado uma espécie de catequese visual sobre a ressurreição, mas o era também sobre a vida propagada com o matrimónio. Os antigos pintores de ícones usavam a clara no lugar do azeite nas suas obras para poder assim evocar a vida do Ressuscitado.

Portanto, as iridescências metafóricas que se desenvolvem à volta do ovo são multíplices, embora seja dominante  certamente a da vida-ressurreição. E talvez este seja o último sinal pascal que pode entrar na praça da existência social nestes tempos tão imémores das suas raízes históricas, culturais e religiosas. Mas quantos sabem, ao quebrar o ovo pascal de chocolate, ir além da surpresa e intuir em filigrana uma evocação daquele sepulcro com a pedra afastada, sinal da ressurreição de Cristo?

Fonte: Dom Gianfranco Ravasi

27 de março de 2013

O RELÓGIO DA PAIXÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.



> 18:00 hs: A PREPARAÇÃO DA PÁSCOA

> 19:00 hs: JESUS LAVA OS PÉS DE SEUS DISCÍPULOS.

> 20:00 hs: JESUS INSTITUI A EUCARISTIA.

> 21:00 hs: JESUS REZA NO HORTO DAS OLIVEIRAS.

> 22:00 hs. JESUS ENTRA EM AGONIA E SUA SANGUE.

> 23:00 hs. JESUS RECEBE O BEIJO DE JUDAS.

> 24:00 hs. JESUS É PRESO.

> 01:00 hs. JESUS É CONDUZIDO A ANÁS.

> 02:00 hs. JESUS É ENTREGUE A CAIFÁS.

> 03:00 hs. JESUS É NEGADO POR PEDRO.

> 04:00 hs. O SINÉDRIO CONDENA JESUS A MORTE.

> 05:00 hs. JESUS É CONDUZIDO A PILATOS.

> 06:00 hs. JESUS É DESPREZADO POR HERODES.

> 07:00 hs. HERODES DEVOLVE JESUS A PILATOS.

> 08:00 hs. JESUS É FLAGELADO.

> 09:00 hs. JESUS É COROADO DE ESPINHOS.

> 10:00 hs. JESUS, POSPOSTO A BARRABÁS, É CONDENADO A MORTE.

> 11:00 hs. JESUS RECEBE A CRUZ E A CARREGA RUMO AO CALVÁRIO.

> 12:00 hs. JESUS É DESPOJADO DE SUAS VESTES E CRUCIFICADO.

> 13:00 hs. JESUS NOS DEIXA MARIA COMO NOSSA MÃE.

> 14:00 hs. JESUS MORRE NA CRUZ.

> 15:00 hs. JESUS É TRANSPASSADO PELA LANÇA.

> 16:00 hs. JESUS É DESCIDO DA CRUZ.

> 17:00 hs. JESUS É SEPULTADO.

26 de março de 2013

O Sentido da Cruz e da Morte em Cristo


Este é para nós um tempo de oração, de contemplação e silêncio. Vislumbramos um cenário de dor, de sofrimento e de morte. Contudo, olhando para o Cristo crucificado e morto, podemos contemplar e compreender melhor a realidade da nossa humanidade, do cotidiano da nossa vida que também é marcada pela dor, pelo sofrimento e pela morte. A Paixão do Senhor nos faz compreender esta realidade por outro ponto de vista, pois, com sua morte na Cruz, Jesus deu um novo significado à morte e à cruz. Assim, portanto, podemos ver a dor e o sofrimento com os olhos da fé, com os olhos de Deus.

Devemos considerar a cruz e a morte, antes e depois de Cristo.

Com origem no oriente, a cruz era um instrumento de castigo, suplício, tortura e de morte. Entre os romanos, era uma punição cruel e temida. Só podia ser aplicada a escravos e pessoas de pior qualidade, como assassinos, ladrões, conspiradores e perturbadores da ordem pública. Tanto que um cidadão romano, ainda que criminoso, por causa da sua dignidade, jamais poderia ser suspenso na cruz, mas, quando condenado, era então decapitado, como aconteceu com São Paulo. Os condenados a crucificação passavam por muitas humilhações e eram obrigados a carregar o madeiro para fora da cidade. Pregados nus no madeiro, os condenados permaneciam lá até morrerem de fome, sede ou, sobretudo, pela asfixia. Depois de mortos, seus corpos ainda permaneciam na cruz até apodrecer. Este era o terrível suplício da cruz.

A morte, realidade enraizada em nossa limitação humana, mas que é cercada de grande mistério. Normalmente é vista como perda, dor, separação, desgraça, tragédia, infelicidade, castigo, como o fim de tudo. A morte marca o final da existência, o cessar das atividades, o término dos sonhos e projetos. É como a luz de um dia que se acabou e não voltará a nascer.

Essas duas realidades foram experimentadas por Cristo em sua humanidade. E nossa grande alegria é que, Àquele que tem o poder criar do nada aquilo que existe, tem também o poder de transformar o significado da própria realidade, inclusive da cruz e da morte. Desta forma, a Cruz, antes considerada como um instrumento de castigo, suplício, tortura e de morte, se torna em Cristo expressão máxima do Amor, não um amor qualquer, mas de um Amor extremo que é fiel até o fim; um amor caracterizado pela compaixão e pela misericórdia que abraçou a miséria da humanidade; A cruz se tornou sinal de um Amor apaixonado, pois “ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15,13). Assim, o cristianismo que em sua essência é a religião do amor e da caridade, tem como principal sinal a Cruz de Cristo.

Na Cruz, com sua morte, Cristo destruiu e venceu a morte, e ao ressuscitar Ele renovou a vida. Assim a morte, vista como perda, castigo, separação, recebe novo sentido e nova dignidade, porque o Filho de Deus também morreu e, ao olhar para sua morte, podemos compreendê-la como etapa natural e necessária da vida humana, como um caminho que nos conduz a vida em plenitude, a vida eterna, como cantou São Francisco: “é morrendo que se vive para a vida eterna”. A Igreja ensina que a obediência de Jesus transformou a maldição da morte em benção, pois, é pela morte que Deus chama o homem a si (cf. CIC 1010-1011).

Assim, gostaria de fazer-lhes dois fortes apelos. Primeiramente, por favor, não abandonem a Cruz de Cristo, não deixem esmorecer a vossa fé, não desistam nem fraquejem no caminho, mesmo diante da realidade da dor, do sofrimento e da morte. Hoje, vivendo em um mundo que supervaloriza o prazer egoísta, em uma sociedade moderna que tenta nos privar de tudo que custa esforço e dedicação, o ser humano, perdendo a dimensão do valor do sacrifício, está se afastando a cada dia do Cristo crucificado em busca de uma vida cômoda.

Lembremo-nos do nosso amado Beato Joao Paulo II que em sua última Semana Santa, quando aconselhado por alguns Cardeais de não celebrar devido á fragilidade de sua saúde, disse: “Cristo não desceu da cruz, eu também não vou descer”.

Que também nós possamos viver a realidade da dor e do sofrimento, unindo nosso sacrifício ao santo sacrifício de Cristo, completando em nossa carne o que faltou em Sua paixão (cf. Cl 1,24), a fim de que seu amor se transfigure sobre a terra gerando vida àqueles que permanecem na morte.

25 de março de 2013

CELEBRAÇÃO DO DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR HOMILIA DO SANTO PADRE FRANCISCO Praça de São Pedro XXVIII Jornada Mundial da Juventude Domingo, 24 de março de 2013


 1. Jesus entra em Jerusalém.

A multidão dos discípulos acompanha-O em festa, os mantos são estendidos diante d'Ele, fala-se dos prodígios que realizou, ergue-se um grito de louvor: «Bendito seja o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!» (Lc 19, 38).

Multidão, festa, louvor, bênção, paz: respira-se um clima de alegria. Jesus despertou tantas esperanças no coração, especialmente das pessoas humildes, simples, pobres, abandonadas, pessoas que não contam aos olhos do mundo. Soube compreender as misérias humanas, mostrou o rosto misericordioso de Deus e inclinou-Se para curar o corpo e a alma.

Assim é Jesus. Assim é o seu coração, que nos vê a todos, que vê as nossas enfermidades, os nossos pecados. Grande é o amor de Jesus! E entra em Jerusalém assim com este amor que nos vê a todos. É um espetáculo lindo: cheio de luz – a luz do amor de Jesus, do amor do seu coração –, de alegria, de festa.

No início da Missa, também nós o reproduzimos. Agitamos os nossos ramos de palmeira. Também nós acolhemos Jesus; também nós manifestamos a alegria de O acompanhar, de O sentir perto de nós, presente em nós e no nosso meio, como um amigo, como um irmão, mas também como rei, isto é, como farol luminoso da nossa vida. Jesus é Deus, mas desceu a caminhar connosco como nosso amigo, como nosso irmão; e aqui nos ilumina ao longo do caminho. E assim hoje O acolhemos. E aqui temos a primeira palavra que vos queria dizer: alegria! Nunca sejais homens e mulheres tristes: um cristão não o pode ser jamais! Nunca vos deixeis invadir pelo desânimo! A nossa alegria não nasce do facto de possuirmos muitas coisas, mas de termos encontrado uma Pessoa: Jesus, que está no meio de nós; nasce do facto de sabermos que, com Ele, nunca estamos sozinhos, mesmo nos momentos difíceis, mesmo quando o caminho da vida é confrontado com problemas e obstáculos que parecem insuperáveis… e há tantos! E nestes momentos vem o inimigo, vem o diabo, muitas vezes disfarçado de anjo, e insidiosamente nos diz a sua palavra. Não o escuteis! Sigamos Jesus! Nós acompanhamos, seguimos Jesus, mas sobretudo sabemos que Ele nos acompanha e nos carrega aos seus ombros: aqui está a nossa alegria, a esperança que devemos levar a este nosso mundo. E, por favor, não deixeis que vos roubem a esperança! Não deixeis roubar a esperança… aquela que nos dá Jesus!

2. Segunda palavra. Para que entra Jesus em Jerusalém? Ou talvez melhor: Como entra Jesus em Jerusalém? A multidão aclama-O como Rei. E Ele não Se opõe, não a manda calar (cf. Lc 19, 39-40). Mas, que tipo de Rei seria Jesus? Vejamo-Lo… Monta um jumentinho, não tem uma corte como séquito, nem está rodeado de um exército como símbolo de força. Quem O acolhe são pessoas humildes, simples, que possuem um sentido para ver em Jesus algo mais; têm o sentido da fé que diz: Este é o Salvador. Jesus não entra na Cidade Santa, para receber as honras reservadas aos reis terrenos, a quem tem poder, a quem domina; entra para ser flagelado, insultado e ultrajado, como preanuncia Isaías na Primeira Leitura (cf. Is 50, 6); entra para receber uma coroa de espinhos, uma cana, um manto de púrpura (a sua realeza será objecto de ludíbrio); entra para subir ao Calvário carregado com um madeiro. E aqui temos a segunda palavra: Cruz. Jesus entra em Jerusalém para morrer na Cruz. E é precisamente aqui que refulge o seu ser Rei segundo Deus: o seu trono real é o madeiro da Cruz! Vem-me à mente aquilo que Bento XVI dizia aos Cardeais: Vós sois príncipes, mas de um Rei crucificado. Tal é o trono de Jesus. Jesus toma-o sobre Si… Porquê a Cruz? Porque Jesus toma sobre Si o mal, a sujeira, o pecado do mundo, incluindo o nosso pecado, o pecado de todos nós, e lava-o; lava-o com o seu sangue, com a misericórdia, com o amor de Deus. Olhemos ao nosso redor… Tantas feridas infligidas pelo mal à humanidade: guerras, violências, conflitos económicos que atingem quem é mais fraco, sede de dinheiro, que depois ninguém pode levar consigo, terá de o deixar. A minha avó dizia-nos (éramos nós meninos): a mortalha não tem bolsos. Amor ao dinheiro, poder, corrupção, divisões, crimes contra a vida humana e contra a criação! E também – como bem o sabe e conhece cada um de nós - os nossos pecados pessoais: as faltas de amor e respeito para com Deus, com o próximo e com a criação inteira. E na cruz, Jesus sente todo o peso do mal e, com a força do amor de Deus, vence-o, derrota-o na sua ressurreição. Este é o bem que Jesus realiza por todos nós sobre o trono da Cruz. Abraçada com amor, a cruz de Cristo nunca leva à tristeza, mas à alegria, à alegria de sermos salvos e de realizarmos um bocadinho daquilo que Ele fez no dia da sua morte.

3. Hoje, nesta Praça, há tantos jovens. Desde há 28 anos que o Domingo de Ramos é a Jornada da Juventude! E aqui aparece a terceira palavra: jovens! Queridos jovens, vi-vos quando entráveis em procissão; imagino-vos fazendo festa ao redor de Jesus, agitando os ramos de oliveira; imagino-vos gritando o seu nome e expressando a vossa alegria por estardes com Ele! Vós tendes um parte importante na festa da fé! Vós trazeis-nos a alegria da fé e dizeis-nos que devemos viver a fé com um coração jovem, sempre: um coração jovem, mesmo aos setenta, oitenta anos! Coração jovem! Com Cristo, o coração nunca envelhece. Entretanto todos sabemos – e bem o sabeis vós – que o Rei que seguimos e nos acompanha, é muito especial: é um Rei que ama até à cruz e nos ensina a servir, a amar. E vós não tendes vergonha da sua Cruz; antes, abraçai-la, porque compreendestes que é no dom de si, no dom de si, no sair de si mesmo, que se alcança a verdadeira alegria e que com o amor de Deus Ele venceu o mal. Vós levais a Cruz peregrina por todos os continentes, pelas estradas do mundo. Levai-la, correspondendo ao convite de Jesus: «Ide e fazei discípulos entre as nações» (cf. Mt 28, 19), que é o tema da Jornada da Juventude deste ano. Levai-la para dizer a todos que, na cruz, Jesus abateu o muro da inimizade, que separa os homens e os povos, e trouxe a reconciliação e a paz. Queridos amigos, na esteira do Beato João Paulo II e de Bento XVI, também eu, desde hoje, me ponho a caminho convosco. Já estamos perto da próxima etapa desta grande peregrinação da Cruz. Olho com alegria para o próximo mês de Julho, no Rio de Janeiro. Vinde! Encontramo-nos naquela grande cidade do Brasil! Preparai-vos bem, sobretudo espiritualmente, nas vossas comunidades, para que o referido Encontro seja um sinal de fé para o mundo inteiro. Os jovens devem dizer ao mundo: é bom seguir Jesus; é bom andar com Jesus; é boa a mensagem de Jesus; é bom sair de nós mesmos para levar Jesus às periferias do mundo e da existência. Três palavras: alegria, cruz, jovens.

Peçamos a intercessão da Virgem Maria. Que Ela nos ensine a alegria do encontro com Cristo, o amor com que O devemos contemplar ao pé da cruz, o entusiasmo do coração jovem com que O devemos seguir nesta Semana Santa e por toda a nossa vida. Assim seja.

23 de março de 2013

O Domingo de Ramos - A entrada de Jesus em Jerusalém

A Semana Santa começa no domingo chamado de Ramos porque celebra a entrada de Jesus em Jerusalém montado em um jumentinho – o símbolo da humildade – e aclamado pelo povo simples que o aplaudia como “Aquele que vem em nome do Senhor”.

Esse povo tinha visto Jesus ressuscitar Lázaro de Betânia há poucos dias e estava maravilhado. Ele tinha a certeza de que este era o Messias anunciado pelos Profetas; mas esse povo tinha se enganado no tipo de Messias que ele era. Pensavam que fosse um Messias político, libertador social que fosse arrancar Israel das garras de Roma e devolver-lhe o apogeu dos tempos de Salomão.

Para deixar claro a este povo que ele não era um Messias temporal e político, um libertador efêmero, mas o grande libertador do pecado, a raiz de todos os males, então, Ele entra na grande cidade, a Jerusalém dos patriarcas e dos reis sagrados, montado em um jumentinho; expressão da pequenez terrena. Ele não é um Rei deste mundo!

Dessa forma o Domingo de Ramos é o início da Semana que mistura os gritos de hosanas com os clamores da Paixão de Cristo. O povo acolheu Jesus abanando seus ramos de oliveiras e palmeiras. Os ramos significam a vitória: "Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas".

Os Ramos santos nos fazem lembrar que somos batizados, filhos de Deus, membros de Cristo, participantes da Igreja, defensores da fé católica, especialmente nestes tempos difíceis em que ela é desvalorizada e espezinhada.

Os Ramos sagrados que levamos para nossas casas após a Missa, lembram-nos que estamos unidos a Cristo na mesma luta pela salvação do mundo, a luta árdua contra o pecado, um caminho em direção ao Calvário, mas que chegará à Ressurreição.


O sentido da Procissão de Ramos é mostrar essa peregrinação sobre a terra que cada cristão realiza a caminho da vida eterna com Deus. Ela nos recorda que somos apenas peregrinos neste mundo tão passageiro, tão transitório, que se gasta tão rápido. Ela nos mostra que a nossa pátria não é neste mundo mas na eternidade, que aqui nós vivemos apenas em um rápido exílio em demanda da casa do Pai.

A Missa do domingo de Ramos traz a narrativa de São Lucas sobre a paixão de Jesus: sua angústia mortal no Horto das Oliveiras, o sangue vertido com o suor, o beijo traiçoeiro de Judas, a prisão, os mau tratos nas mãos do soldados na casa de Anãs, Caifás; seu julgamento iníquo diante de Pilatos, depois, diante de Herodes, sua condenação, o povo a vociferar “crucifica-o, crucifica-o”; as bofetadas, as humilhações, o caminho percorrido até o Calvário, a ajuda do Cirineu, o consolo das santas mulheres, o terrível madeiro da cruz, seu diálogo com o bom ladrão, sua morte e sepultura.

A entrada "solene" de Jesus em Jerusalém foi um prelúdio de suas dores e humilhações. Aquela mesma multidão que o homenageou motivada por seus milagres, agora lhe vira as costas e muitos pedem a sua morte. Jesus que conhecia o coração dos homens não estava iludido. Quanta falsidade nas atitudes de certas pessoas!

Quantas lições nos deixam esse domingo de Ramos!

O Mestre nos ensina com fatos e exemplos que o seu Reino de fato não é deste mundo. Que ele não veio para derrubar César e Pilatos, mas veio para derrubar um inimigo muito pior e invisível, o pecado. E para isso é preciso se imolar; aceitar a Paixão, passar pela morte para destruir a morte; perder a vida para ganhá-la.

A muitos ele decepcionou; pensavam que ele fosse escorraçar Pilatos e reimplantar o reinado de Davi e Salomão em Israel; mas ele vem montado em um jumentinho frágil e pobre. Que Messias é este? Que libertador é este? É um farsante! É um enganador, merece a cruz por nos ter iludido. Talvez Judas tenha sido o grande decepcionado.

O domingo de Ramos ensina-nos que a luta de Cristo e da Igreja, e consequentemente a nossa também, é a luta contra o pecado, a desobediência à Lei sagrada de Deus que hoje é calcada aos pés até mesmo por muitos cristãos que preferem viver um cristianismo "light", adaptado aos seus gostos e interesses e segundo as suas conveniências. Impera como disse Bento XVI, a ditadura do relativismo.

O domingo de Ramos nos ensina que seguir o Cristo é renunciar a nós mesmos, morrer na terra como o grão de trigo para poder dar fruto, enfrentar os dissabores e ofensas por causa do Evangelho do Senhor. Ele nos arranca das comodidades, das facilidades, para nos colocar diante Daquele que veio ao mundo para salvar este mundo.

21 de março de 2013

ABORTO - ATO DIABÓLICO


A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ver reconhecidos os seus direitos de pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à vida.

Antes mesmo de te formares no ventre materno, eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei (Jr 1,5). Meus ossos não te foram escondidos quando eu era feito, em segredo, tecido na terra mais profunda (Sl 139,15).

Desde o século I, a Igreja afirmou a maldade moral de todo aborto provocado. Este ensinamento não mudou. Continua invariável. O aborto direto, quer dizer, querido como um fim ou como um meio, é gravemente contrário à lei moral:

Não matarás o embrião por aborto e não farás perecer o recém-nascido.

Deus, senhor da vida, confiou aos homens o nobre encargo d preservar a vida, para ser exercido de maneira condigna ao homem. Por isso a vida deve ser protegida com o máximo cuidado desde a concepção. O aborto e o infanticídio são crimes nefandos.


O diagnóstico pré-natal é moralmente licito "se respeitar a vida e a integridade do embrião e do feto humano, e se está orientado para sua salvaguarda ou sua cura individual... Está gravemente em oposição com a lei moral quando prevê, em função dos resultados, a eventualidade de provocar um aborto. Um diagnóstico não deve ser o equivalente de uma sentença de morte".


"Devem ser consideradas lícitas as intervenções sobre o embrião humano quando respeitam a vida e a integridade do embrião e não acar­retam para ele riscos desproporcionados, mas visam à sua cura, à melhora de suas condições de saúde ou à sua sobrevivência individual."

"É imoral produzir embriões humanos destinados a serem ex­plorados como material biológico disponível."

A cooperação formal para um aborto constitui uma falta grave. A Igreja sanciona com uma pena canônica de excomunhão este delito contra a vida humana.
"Quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae" "pelo próprio fato de cometer o delito" e nas condições previstas pelo Direito. Com isso, a Igreja não quer restringir o campo da misericórdia. Manifesta, sim, a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao 'inocente morto, a seus pais e a toda a sociedade.


O inalienável direito à vida de todo indivíduo humano inocente é um elemento constitutivo da sociedade civil e de sua legislação:


"Os direitos inalienáveis da pessoa devem ser reconhecidos e respeitados pela sociedade civil e pela autoridade política. Os direitos do homem não dependem nem dos indivíduos, nem dos pais, e também não representam uma concessão da sociedade e do Estado pertencem à natureza humana e são inerentes à pessoa em razão do ato criador do qual esta se origina.
Entre estes direitos fundamentais é preciso citar o direito à vida e à integridade física de todo se humano, desde a concepção até a morte."



O Dom da Vida é dado por Deus, somente Deus pode tirá-la, Deus é o criador de tudo o que existe, tudo o que Deus faz é Bom, Deus é a Expressão mais Pura e Cristalina do Amor!



Esse Anjo enviado por Deus é a Vitória, ela viveu por dois anos e meio, com Graça  de Deus.
E se seus pais tivessem decidido pelo aborto? já pensou....teriam tirado o direito desse anjo viver por dois anos e meio....Deus Abençoe seus pais, Anjinho Vitória, porque sabemos que você está    junto da mãezinha do céu!! 


Vitória de Cristo foi o presente mais maravilhoso e precioso que recebemos nesta vida. Ela foi uma criança imensamente amada e especial, que nos iluminou e alegrou durante os 916 dias em que viveu desde o seu nascimento, com 38 semanas de vida gestacional. Foram 2 anos e meio de um lindo milagre! 


Durante sua gestação ela recebeu o diagnóstico de acrania e foi considerada incompatível com a vida extrauterina. Ao nascer, no dia 13/01/2010, recebeu o diagnóstico de anencefalia, diagnóstico que passou a ser questionado ao longo de seu crescimento devido a sua sobrevivência, a todas as suas reações e expressões. Porém a medicina nunca conseguiu definir claramente sua condição, por não estar preparada e aberta a pesquisar as variações e incógnitas dessas malformações. 

" Por mais difícil que pareça, Deus sempre estará junto de ti, para te fortalecer."


Rezemos à Deus e a Virgem Maria, para que essa Lei Nunca seja Aprovada!




" Somente quem serve ao Diabo.... aprova tamanho Ato de Crueldade, de Covardia, 
de Falta de Amor....Somente quem serve ao Diabo....Comete Atos Diabólicos "

SUICÍDIO, DEUS PERDOA?

Cada qual é responsável perante Deus pela vida que Ele lhe deu, Deus é o senhor soberano da vida; devemos recebê-la com reconhecimento e preservá-la para sua honra e salvação das nossas almas.
Nós somos administradores e não proprietários da vida que Deus nos confiou; não podemos dispor dela.

O suicídio contraria a inclinação natural do ser humano para conservar e perpetuar a sua vida. É gravemente contrário ao justo amor de si mesmo. Ofende igualmente o amor do próximo, porque quebra injustamente os laços de solidariedade com as sociedades familiar, nacional e humana, em relação às quais temos obrigações a cumprir.
O suicídio é contrário ao amor do Deus vivo.

Se for cometido com a intenção de servir de exemplo, sobretudo para os jovens, o suicídio assume ainda a gravidade do escândalo.
A cooperação voluntária no suicídio é contrária à lei moral.

Perturbações psíquicas graves, a angústia ou o temor grave de uma provação, de um sofrimento, da tortura, são circunstâncias que podem diminuir a responsabilidade do suicida.

Não se deve desesperar da salvação eterna das pessoas que se suicidaram.
Deus pode, por caminhos que só Ele conhece, oferecer-lhes a ocasião de um arrependimento salutar. A Igreja ora pelas pessoas que atentaram contra a própria vida.


O RESPEITO PELA ALMA DO PRÓXIMO: O ESCÂNDALO


O escândalo é a atitude ou comportamento que leva outrem a fazer o mal. O escandaloso transforma-se em tentador do seu próximo; atenta contra a virtude e a rectidão, podendo arrastar o irmão para a morte espiritual. O escândalo constitui uma falta grave se, por acção ou omissão, levar deliberadamente outra pessoa a cometer uma falta grave.

O escândalo reveste-se duma gravidade particular conforme a autoridade dos que o causam ou a fraqueza dos que dele são vítimas. Ele inspirou esta maldição a nosso Senhor: «Mas se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem em Mim, seria preferível que lhe suspendessem do pescoço a mó de um moinho e o lançassem nas profundezas do mar» (Mt 18, 6) (59). O escândalo é grave quando é causado por aqueles que, por natureza ou em virtude da função que exercem, tem a obrigação de ensinar e de educar os outros. Jesus censura-o nos escribas e fariseus, comparando-os a lobos disfarçados de cordeiros (60).

O escândalo pode ser provocado pela lei ou pelas instituições, pela moda ou pela opinião.

É assim que se tornam culpados de escândalo os que estabelecem leis ou estruturas sociais conducentes à degradação dos costumes e à corrupção da vida religiosa, ou a «condições sociais que, voluntária ou involuntariamente, tornam difícil e praticamente impossível uma conduta cristã conforme aos mandamentos» (61). O mesmo se diga dos chefes de empresa que tomam medidas incitando à fraude, dos professores que «exasperam» os seus alunos (62), ou daqueles que, manipulando a opinião pública, a desviam dos valores morais.

Aquele que usa dos poderes de que dispõe, em condições que induzem a agir mal, torna-se culpado de escândalo e responsável pelo mal que, directa ou indirectamente, favorece. «É inevitável que haja escândalos, mas ai daquele que os causa» (Lc 17, 1).

Comunhão com os falecidos


A comunhão com os falecidos. "Reconhecendo cabalmente esta comunhão de todo o corpo místico de Jesus Cristo, a Igreja terrestre, desde os tempos primevos da religião cristã, venerou com grande piedade a memória dos defuntos (...) e, `já que é um pensamento santo e salutar rezar pelos defuntos para que sejam perdoados de seus pecados' (2Mc 12,46), também ofereceu sufrágios em favor deles." Nossa oração por eles pode não somente ajudá-los, mas também tornar eficaz sua intercessão por nos.

Eucaristia e oração de sufrágio pelos falecidos

Este ensinamento apoia-se também na prática da oração pelos defuntos, da qual já a Sagrada Escritura fala: "Eis por que ele [Judas Macabeu) mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de seu pecado" (2Mc 12,46). Desde os primeiros tempos a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos:

Levemo-lhes socorro e celebremos sua memória. Se os filhos de Jó foram purificados pelo sacrifício de seu pai que deveríamos duvidar de que nossas oferendas em favor dos mortos lhes levem alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer nossas orações por eles.

Seguindo o exemplo de Cristo, a Igreja adverte os fiéis acerca da "triste e lamentável realidade da morte eterna, denominada também de "inferno".

O Sacrifício Eucarístico é também oferecido pelos fiéis defuntos "que morreram em Cristo e não estão ainda plenamente purificados", para que possam entrar na luz e na paz de Cristo:

Enterrai este corpo onde quer que seja! Não tenhais nenhuma preocupação por ele! Tudo o que vos peço é que vos lembreis de mim no altar do Senhor onde quer que estejais.

Em seguida, oramos [na anáfora] pelos santos padres e Bispos que faleceram, e em geral por todos os que adormeceram antes de nós acreditando que haverá muito grande benefício para as almas, em favor das quais a súplica é oferecida, enquanto se encontra presente a santa e tão temível vítima. (...)
Ao apresentarmos a Deus nossas súplicas pelos que adormeceram, ainda que fossem pecadores, nós (...) apresentamos o Cristo imolado por nossos pecados, tomando propício, para eles e para nós, o Deus amigo dos homens.

Enquanto sacrifício, a Eucaristia é também oferecida em reparação dos pecados dos vivos e dos defuntos, e para obter de Deus benefícios espirituais ou temporais.

Respeito aos corpos dos defuntos

Aos doentes deve dispensar-se toda a atenção e cuidado, para os ajudar a viver os últimos momentos com dignidade e paz. Devem ser ajudados pela oração dos que lhes são mais próximos.
Estes velarão para que os doentes recebam, em tempo oportuno, os sacramentos que os preparam para o encontro com o Deus vivo.

Os corpos dos defuntos devem ser tratados com respeito e caridade, na fé e na esperança da ressurreição. O enterro dos mortos é uma obra de misericórdia corporal que honra os filhos de Deus, templos do Espírito Santo.
A Igreja permite a cremação a não ser que esta ponha em causa a fé na ressurreição dos corpos.
A autópsia dos cadáveres pode ser moralmente admitida por motivos de investigação legal ou pesquisa científica.
A doação gratuito de órgãos depois da morte é legítimo e até pode ser meritório.

19 de março de 2013

Doutrina das Indulgencias


Uma pessoa rouba ou desvia dinheiro público para benefício próprio. A fraude é descoberta, ele passa por um processo criminal e é preso. Na prisão, porém, reflete sobre tudo o que fez de errado e se arrepende. Pede perdão a Deus, confessa-se com um sacerdote e cumpre sua pena.Numa outra situação, alguém tira a vida de uma outra pessoa durante um assalto. Esse assassino é preso e condenado. Na cadeia ele recebe a visita de seus familiares, de um religioso, da pastoral carcerária ou de um sacerdote; pessoas que lhe ajudam a refletir sobre o mal que cometeu. Ele se arrepende, confessa-se, recebe o perdão de Deus através do sacerdote e cumpre sua pena.Em outro exemplo, ainda, alguém começa a falar mal de uma outra pessoa.
A quem ouviu o caso, independentemente de ser verdade ou não, conta para outra pessoa, que conta para outra, que conta para outra… Rapidamente muitas pessoas ficam sabendo do acontecimento e fazem o seu julgamento sem conhecer a verdade, sem conhecer a versão real dos fatos, sem ouvir a pessoa que está envolvida, sendo acusada, mal falada, difamada, tendo sua imagem denegrida. Pronto! A sujeira está feita.

A fofoca prejudicou, denegriu, feriu a imagem de alguém. Talvez, nesse caso, quem começou a fofoca tem uma culpa maior porque essa pessoa poderia ter ficado quieta. Mas, os outros que levaram a fofoca adiante também são culpadas. Elas deveriam ter “cortado o mal pela raiz”.
Não importa se o que ouvimos a respeito de outra pessoa seja verdadeiro ou falso. Falar mal de alguém é pecado, imoral e desumano. Mas, digamos que uma dessas pessoas ou todas elas tenham se arrependido sinceramente. Pediram desculpas para a pessoa agredida, confessaram-se e receberam o perdão de Deus.

Nos três exemplos, as pessoas que tiveram um arrependimento sincero e se confessaram, receberam o perdão de Deus e não carregam mais o peso do pecado que cometeram. Deus realmente as perdoou e nem se lembra mais de seus pecados. Deus é infinitamente misericordioso.Porém, as conseqüências dos pecados dessas pessoas ficam.

No primeiro caso, quem desviou dinheiro publico prejudicou milhares de pessoas.
O dinheiro que era para ser usado na saúde, na educação, no transporte e na moradia foi roubado. Muitas pessoas ficaram sem remédio, sem escola, sem uma casa decente para morar… Isso é praticamente irreparável. Como recuperar o dinheiro roubado? Como dar boas condições para as famílias viverem? Melhorar a vida dessas pessoas vai levar muito tempo e pode até não acontecer. Porém, o arrependimento sincero da pessoa que roubou é válido, o perdão é completo, mas não resolve a situação das pessoas prejudicadas.

No segundo caso, a pessoa que foi assassinada poderia ser um pai de família. Ele tinha uma esposa e filhos para cuidar, mas já não pode mais fazer isso. Como essa família vai sobreviver? A viúva vai ter que sustentar a casa e, talvez, não tenha com quem deixar os filhos para poder trabalhar. Poderíamos usar milhares de exemplos nesse caso. Nesse exemplo o arrependimento da pessoa que matou também é válido, o perdão é completo, mas não devolve à vida o ente querido assassinado e não resolve a situação da família.

No último caso, o arrependimento das pessoas, o perdão recebido e o pedido de desculpas, apesar de válidos, podem, também, não resolver os problemas que a pessoa acusada está vivendo por ter sua imagem manchada, denegrida pela fofoca e pela mentira. A vítima está “suja” diante da sociedade, mesmo sendo inocente. Também aqui o arrependimento dos acusadores e o perdão recebido não podem resolver a situação da pessoa agredida.

Nos três casos a pena devida por causa dos pecados cometidos permanece. As pessoas precisam “pagar” pelos erroscometidos. Elas se arrependeram e foram sinceramente perdoadas por Deus, ainda que não tenham sido perdoadas pelas pessoas que sofreram as agressões. Porém, elas não têm como apagar as conseqüências dos pecados cometidos. Elas são as responsáveis e culpadas pelo mal que cometeram.
O pecado é apagado de suas almas pelo perdão de Deus, através do sacerdote, mas permanece a culpa, entendida como pena temporal a ser paga.

O criminoso deve pagar pelo seu crime como manda a lei. E, na vida espiritual não é diferente. A pena devida pelo pecado já perdoado deve ser remida, “compensada, aliviada, quitada” para restaurarmos nossa comunhão total com Deus. Ninguém poderá ver a Deus se tiver “um cisco” que seja, em sua alma, na hora da morte. Porém, Deus nos deixou, através da Igreja, ações e atitudes que limpam definitivamente nossa alma de qualquer mancha de pecado ou pena devida. Trata-se das Indulgências, parcial ou plenária (total).

A indulgência é a remissão (diminuição, alívio), diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa (Catecismo 1471). A indulgência se obtém de Deus, mediante a Igreja que, em virtude do poder de ligar e desligar que Cristo Jesus lhe concedeu (Mateus 16, 19), intervém em favor do Cristão (Catecismo 1478). Jesus Cristo deu á sua Igreja o poder de tirar de nossa alma qualquer impedimento que dificulte nossa entrada no céu.

Podemos obter indulgências através da Confissão, da Eucaristia, com a participação da Santa Missa, das obras de caridade, rezando pelo Papa, meditando na Palavra de Deus, participando das atividades e festividades sagradas da Igreja como, por exemplo, confessando e comungando.

A indulgência será parcial se apagar parte da pena devida. Será plenária se apagar todas as penas, livrando-nos do Purgatório.Entretanto, o Purgatório é a última das misericórdias de Deus. Alguns podem achar essa palavra feia e tentam até evitá-la. Mas, a palavra purgatório vem do latim, “Purgatoriu”, e significa “purgar, purificar, tornar puro, limpar”. Deus é perfeito, puro e nossa alma precisa estar totalmente limpa, sem nenhuma mancha de pecado ou pena a ser cumprida para estarmos definitivamente com Ele. Daí a existência do Purgatório que é um estado de vida após a morte.

É importante sabermos que a alma que está no Purgatório já está salva, mas precisa ser totalmente limpa para se encontrar com o seu Criador. Só Deus sabe o “tempo” que vai levar essa purificação, mas nós podemos e devemos rezar pelas almas do Purgatório pedindo que Deus abrevie esse tempo. Isso faz parte da “Comunhão dos Santos”.


RESPOSTA CATÓLICA AOS PROTESTANTES QUE DIZEM, QUE O PAPA USA SÍMBOLOS SATÂNICOS

 Se você encontrar pessoas mal informadas dizendo que o valoroso Papa Bento XVI, usa símbolos satânicos porque viram num site na internet ou que ainda algum pastor evangélico lhes falou que isto é verdade, diga para que leiam a história de nossa amada Igreja Católica, e que estás pessoas desinformadas e de outras religiões, percebam que na realidade se pesquisarem a história de suas igrejas e seitas, verão que todas foram fundadas por homens que se rebelaram contra a verdadeira Igreja de Cristo, que é a Católica, portanto que voltem para o caminho de Deus, pois Jesus na Sagrada Escritura nos diz:

“Tu És Pedro, e sobre esta Pedra Edificarei a Minha Igreja (e continua..)
E a Potência da Morte não terá força contra Ela…
Dar-te-ei as Chaves do Reino dos Céus…
Tudo o que Ligares na Terra será Ligado nos Céus…
E tudo que desligares na Terra será desligado nos Céus”. (Mateus 16, 16-19)

E nosso Pedro atual é o Papa Bento XVI, e não um pastor ou bispo de qualquer outra religião, pois Jesus não disse: “Vocês são Pedros e sobre estas Pedras Edificarei as Minhas Igrejas”.Sendo assim, se os homens resolveram ser rebeldes e criar para si mesmos novas doutrinas e religiões, fizeram isto desafiando a Palavra de Deus contida na Sagrada Escritura.

A Cruz invertida no trono do Papa.Mas a Cruzde cabeça para baixo no trono, não é um símbolo satânico como muitos evangélicos alegam, inclusive eu também já vi artigos em sites evangélicos a respeito.
Está Cruz invertida é para a Glória de Deus, e para muitos que não estão a par deste assunto entenderem a razão disto, o Padre Léo Persch escreveu um pequeno texto explicando está Cruzde cabeça para baixo, ao qual muitos evangélicos desinformados da história de nossa abençoada Igreja Católica Apostólica Romana, estão a semear mentiras e heresias dizendo tratar-se de um símbolo satânico.

Vamos ao texto do Padre Léo Persch:São PedroTransmissão do Primado e Profecia sobre a sua morte.

A- João 21, 15-17: Junto ao lago da Galiléia, pouco ao sul de Cafarnaum – onde Jesus apareceu aos apóstolos, após a ressurreição, Ele conferiu Pedro o Primado sobre a Sua Igreja com estas palavras: “… Apascenta as minhas ovelhas … apascenta os meus cordeiros.”

B- João 21, 18-23: Em seguida profetizou de que maneira Pedro haveria de morrer, como Jesus, para glorificar a Deus. Isto é, crucificado. É a profecia da morte de Pedro.

C- Cumprimento da Profecia: Durante uns 10 anos Pedro governou a Igreja em Jerusalém, na Judéia, Samaria, no litoral e em Antioquia. Em 42 d.c. fundou a Igreja em Roma. 
No tempo de Nero, em 67 d.c. , foi preso e crucificado no Vaticano, além do rio Tibre. Na hora da crucificação pediu aos algozes que fosse crucificado de cabeça para baixo, dizendo “Não sou digno de morrer como meu mestre Jesus”, que morreu em posição normal. Os algozes atenderam ao pedido.


Séculos mais tarde, no lugar da morte, em Roma, foi construída a basílica de São Pedro (330 d.c), reconstruída no século 16 d.c.No lago da Galiléia, no mesmo lugar do Primado e da profecia da morte, foi construído um modesto Santuário (até hoje), onde, em honra de São Pedro, está a cruzde cabeça para baixo, para significar “de que modo Pedro morreu, para a glória de Deus.” (João, 21, 19).
                                               
       1 - Vamos analisar a foto abaixo:

                                                         
Obelisco no meio da praça de são Pedro, diz ele que a Igreja católica colocou no meio da praça para homenagear Baal, pois obelisco é o símbolo do pênis de Baal (deus pagão) que simboliza a fecundidade.

Agora vamos a refutação e prova bíblica:

O obelisco (estela, ou ainda pilar sagrado), tem seu primeiro uso atestado na bíblia em Gn 28,17-18, sendo usada por Jacó:

“17. E, cheio de pavor, ajuntou: ‘Quão terrível é este lugar! É nada menos que a casa de Deus; é aqui, a porta do céu. ’ 18 Levantando-se de madrugada, tomou a pedra que lhe servira de travesseiro, ergueu-a como uma estela e derramou óleo sobre seu topo.”

Essa pedra localiza a presença divina. Ela se torna uma bêt El, uma “casa de Deus”, o que explica o nome “Betel”, e recebe unção de óleo, como ato cultual. Aqui mesmo, à idéia de morada divina sobre a terra se justapõe a noção mais espiritual: Betel é a “porta do céu”, onde Deus reside (Cf.  Rs 8, 27)

Segundo alguns ela é de origem Cananéia, era uma pedra colocada de pé por chefes em recordação de façanhas. Embora de origem profana, podia ser colocada em santuários e acabava assumindo a finalidade religiosa, como vimos anteriormente, de localizar a presença divina. Mais tarde, para combater os costumes pagãos, o seu uso foi condenado pela lei e pelos profetas (Ex 23,24; Lv 26,1; Dt 7,5; 16,22; cf. 2Cr 14,2). Pois obelisco era um monumento de homenagem geralmente a deuses(2 Cr 34:4). Proibido na Bíblia nesta intenção, mas aceito se for ao Senhor. (Gn 28,17-18)

Jacó colocou no Tumulo de sua esposa:

Genesis 35, 20. Jacó erigiu uma estela sobre seu túmulo; é a estela do túmulo de Raquel, que ainda hoje existe.

Moisés faz 12 obeliscos:

Exodo 24, 4. E Moisés escreveu todas as palavras do Senhor. No dia seguinte, de manhã, edificou um altar ao pé da montanha e levantou doze estelas para as doze tribos de Israel.

Acaso Moises e Jacó estavam homenageando deuses pagãos?

Origem do Obelisco do vaticano:

O Obelisco do Vaticano é do século I. Foi trazido a Roma no reinado de Calígula. Em 1585, o Papa Xisto V mandou colocar no local atual para marcar o local que era o circo de Nero, onde São Pedro foi morto por amor a Jesus. Desde esse ano o obelisco possui no topo pedaços originais da cruz de Cristo e uma cruz foi modelada no tempo de João Paulo II, ajuntada o topo, cumprindo a profecia de que no Egito (terra pagã, antiga Roma), o Senhor iria prevalecer:

“Naquele tempo, haverá um altar erguido ao Senhor, em pleno Egito, e, em suas fronteiras, um obelisco dedicado ao Senhor.” Isaías 19,19

2 - Vejam a foto:


Cruz vergada (que os Papas usam) dizem que é um símbolo satanista do século VI, apresenta um Cristo fraco e desnutrido.

Refutação:

Não mostram prova alguma de que a cruz vergada fosse de fato símbolo satânico. No entanto, isso é o de menos, porque na bruxaria também se usa a cruz sem cristo, normal, como muitos cristãos usam. Só que para eles tem outro significado outra intenção.

A cruz está vergada porque ninguém sabe como de fato era a cruz de Cristo. Muitas eram feitas de troncos sem tratamento algum de modelação. O que dava às cruzes o formato vergado, torto.

A cruz foi feita por um escultor comunista, Manzu, e adotada por Paulo VI.

O máximo que se pode dizer dela é que é de mau gosto, pois mostra Cristo um pouco fraco, mas que de nenhuma forma tira a autenticidade da Morte e Ressurreição de nosso Senhor!

               3 - Olhem a Foto:


A Mitra dos Bispos e Papas dizem que é uma homenagem a Dagom, um deus peixe, pois de lado pareci a boca de um peixe aberta como, segundo eles os sacerdotes de Dagom também usavam !

Refutação, com provas bíblicas e históricas:

A mitra usada pelo bispo simboliza um capacete de defesa que deve tornar o prelado terrível aos adversários da verdade. Por isso, apenas aos bispos, salvo por especial delegação, cabe a imposição do Espírito Santo no sacramento do Crisma ou Confirmação.

Na figura que exibem dos sacerdotes de Dagom, aparecem também a água benta aspergida, e sacrifícios de animais. Além de um castiçal.  A aspersão de água e sacrifícios de animais também haviam no ritual judaico segundo a ordem de Deus, e uso de castiçais (Nm 8:7; Gn 46:1). Muitos símbolos, rituais e objetos do AT e NT eram parecidos aos do paganismo. O que vale é a intenção o contexto.

Sobre as vestes sacerdotais, até a meia bíblia de João Ferreira, que os protestantes usam, diz o seguinte: “Estas, pois, são as vestes que farão: um peitoral, e um éfode, e um manto, e uma túnica bordada, e uma mitra e um cinto; farão, pois, vestes santas a Arão, teu irmão, e a seus filhos, para me administrarem o ofício sacerdotal. “(Ex 28,4) … para que não levem iniqüidade e morram; isto será estatuto perpétuo para ele e para a sua semente depois dele.” (Ex 28,43).

Notem que o éfode falado ai, também era tido com uma divindade ou uma estátua de um ídolo (cf. Jz 8,27; 17,5) e nem por isso os sacerdotes Judeus eram considerados hereges ou satanistas, o que importa é a intenção para que isto é usado.

Mesmo que a aparência da Mitra do Papa e bispos pareça propositalmente com um peixe (o que tudo indica ter começado no Clero da Ilha de Creta), está se referindo ao fato de que no século I e II o peixe era símbolo de Cristo, símbolo dos cristãos. Verdadeiro Deus e Sacerdote, simbolizado também por um peixe nos primeiros séculos de Cristianismo!

Qualquer “caboco” que tenha feito um seminário e estudado teologia e o mínimo de grego, sabe que o peixe era usado pelos primeiros cristãos simbolizando Cristo, pois peixe em grego significava uma sigla para denominar quem era Cristo veja:

IXTUS = PEIXE

I = Iesous (Jesus)

X= Xristos (Cristo)

T= Theou (Deus)

U= Uiós (filho)

S= Soter (Salvador)

Iesous Xristos, Theou Uiós, Soter = Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador.
E também Mitra sempre vem um símbolo cristão… Cordeiro, cruz e etc.


Agora só uma coisa para refrescar  a mente dos protestantes que saem por ai propagando essas mentiras, vocês esquecem que as igrejas protestantes também usam o peixinho, especialmente a Igreja Batista? Vejam a foto :


                           
Já viram isso em algum carro ou em alguma revista ou capa de bíblia evangélica?

Mais do que provado que a mitra não tem nada haver com paganismo!

 4 - Voltem e olhem a primeira foto do obelisco e notem uma circunferência em volta dele:

O circulo no meio da praça do vaticano com o obelisco no meio é dividido em 8 pedaços, dizem que são as 8 etapas da iluminação de seitas satanistas!

Refutação e prova histórica:

O círculo lembra o famoso e antigo circo de Nero, onde os cristãos também eram martirizados. O Obelisco lembra e simboliza que dentro deste circo (círculo), São Pedro foi morto por Nero. Na época que o império romano perseguia os cristãos eles eram mortos nos circos e amarrados a obeliscos onde as feras os devoravam.

Vejam como era o circo de Nero:


Precisa dizer mais alguma coisa?

Como vimos aqui essas e outras muitas  são as práticas Cristãs que se assemelham ao paganismo, mas que de modo nenhum se referem a ele, o importante é o que temos em nossos corações o sentimento que estamos adorando o verdadeiro Deus. Não é nenhum delírio protestante ou seja lá de quem for, que vai mudar a realidade já criada a mais de 2000 anos, e que o próprio Deus instituiu.

Essas pessoas têm a mania de serem “desvendadoras” da “verdade”, só que por sua loucura egoísta acabam por criar mentiras que confundem mais a mente das pessoas do que mostram a “verdade”.

Por isso Estudemos para não sermos enganados por essas bizarrices heréticas propagadas por ai, por esses protestantes malucos e Iletrados!!







O Pecado Original

 A causa do mal no mundo é o pecado. O Diabo e os demônios foram criados por Deus, mas eles mesmo se tornaram maus porque cometeram o grande pecado de rejeitar a deus. Imediatamente foram lançados ao inferno, condenados para sempre.


Por seu pecado têm ódio a Deus e inveja aos homens. Por isso tentaram a Adão e a Eva, nossos primeiros pais, dizendo-lhe que se desobedecessem a Deus, seriam como deuses e conheceriam o bem e o mal.

Adão e Eva, deixaram-se enganar pelo demônio e desobedeceram a Deus. Este foi o primeiro pecado na terra: o pecado original, e por isso todos os descendentes de Adão e Eva, exceto a Santíssima Virgem Maria, viemos ao mundo com o pecado original na alma, e com as conseqüências daquele primeiro pecado, que nos é transmitido pela geração.

Por que existe o mal e a morte?

O mal e a morte existem pela inveja do Diabo, que é mal e mentiroso e pelo pecado de nossos primeiros pais.

Quem são o Diabo e os outros demônios?

O Diabo e os outros demônios são seres espirituais, com inteligência e vontade, criados por Deus como anjos bons, mas que rejeitaram a Deus e se tornaram maus para sempre.

Quem foram nossos primeiros pais?

Nossos primeiros pais foram Adão e Eva, e deles descendemos todos os homens.

Em que condições Deus criou a Adão e Eva?

Deus criou a Adão e Eva muito bons e felizes, com a graça santificante e muitas qualidades e com os dons da imortalidade, a impassibilidade e a integridade.

Nossos primeiros pais conservaram os dons com que foram criados?

Nossos primeiros pais não conservaram os dons com os quais foram criados, porque se deixaram enganar pelo demônio e desobedeceram a Deus, cometendo assim o primeiro pecado.

Quem foram os prejudicados com o pecado de nossos primeiros pais?

O pecado de nossos primeiros pais prejudicou a eles e também a todos os seus descendentes, que somos todos os homens e mulheres do mundo.

O que é o pecado original?

O pecado original com o qual todos nascemos é a privação da santidade e justiça originais. O pecado introduz no mundo uma quádrupla ruptura: a ruptura do homem com Deus, consigo mesmo, com os demais seres humanos e com toda a criação.

Que conseqüências tem o pecado original para nós?

Produto destas rupturas, as conseqüências que tem o pecado original para nós são: a debilitação da natureza humana, que ficou submetida à ignorância, ao sofrimento, à morte e à inclinação ao pecado.


O pecado é  causador das misérias humanas


A Revelação de Deus por meio da Bíblia e da Tradição da Igreja, nos ensina que por causa do pecado da desobediência ao Criador, nossos primeiros pais perderam a “graça santificante” que lhes dava uma comunhão íntima com Deus, e perderam também o estado de “justiça original” que garantia a harmonia do homem com Deus, com a mulher, consigo mesmo e com a natureza. Se se mantivesse fiel a Deus e ao modo de vida proposto por Deus (simbolizado pela proibição da fruta da árvore da ciência do bem e do mal, cf. Gn 2,16s) ele não perderia esses dons.
Mas, o homem não quis obedecer a Deus e, por autossuficiência  recusou o seu modelo de vida. Pecaram por soberba e desobediência, disseram NÃO a Deus, e sim ao Tentador. Por isso, perdeu o controle de si mesmo e ficou sujeito às suas paixões desordenadas; e o mundo que, por dom de Deus, estava harmoniosamente sujeito ao homem, já não era mais; rompeu-se a serventia das criaturas irracionais ao homem; agora estas o maltratam e esmagam, negam-lhe os frutos da terra e, às vezes até as condições de sobrevivência.A terra passou, então, a produzir espinhos e abrolhos e agora o homem terá de tirar dela, com o seu suor, o seu sustento. A mulher, por sua vez, dará a luz em dores de parto. O sofrimento entrou no mundo com o pecado.
“Multiplicarei os sofrimentos de teu parto; darás à luz com dores, teus desejos te impelirão para o teu marido e tu estarás sob o seu domínio.”
“Porque ouviste a voz de tua mulher e comeste do fruto da árvore que eu te havia proibido comer, maldita seja a terra por tua causa. Tirarás dela com trabalhos penosos o teu sustento todos os dias de tua vida. Ela te produzirá espinhos e abrolhos, e tu comerás a erva da terra. Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado; porque és pó, e pó te hás de tornar…
O Senhor Deus expulsou-o do jardim do Éden, para que ele cultivasse a terra donde tinha sido tirado…” (Gn 3,17-23).
Nas origens da história humana há um Pecado que é responsável pela miséria física e moral que o homem sofre através dos séculos. Como ensina São Paulo:
“Por isso, como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano…” (Rm 5,12).
O Papa João Paulo II afirma sem hesitação que:
“Não se pode renunciar ao critério segundo o qual, na base dos sofrimentos humanos, existem implicações múltiplas com o pecado”.
“O mal, de fato, permanece ligado ao pecado e à morte. E, ainda que se deva ter muita cautela em considerar o sofrimento do homem como consequência de pecados concretos (como mostra precisamente o exemplo do justo Jó), ele não pode, contudo, ser separado do pecado das origens, daquilo que em São João é chamado “o pecado do mundo” (Jo 1,29)” (SD, nº 15)..

Como o Papa João Paulo II e o desafio das seitas



Não existiu nenhum outro Pontífice que tenha falado, com tanta valentia sobre um tema que, por sua raiz complexa e urticante, não poucos preferem calar.

Em razão da impossibilidade de incluir todas as manifestações, selecionamos os textos e parágrafos mais relevantes, razão pela qual sugerimos uma segunda leitura dos documentos por completo.

Especial importância tem a mensagem dirigido ao terceiro grupo de bispos norte americanos, em sua visita "ad limina" em 18 de maio de 1993, onde João Paulo II alude a um tema de grave consideração, como é o da penetração de idéias e conceitos da New Age ou Nova era "na pregação, na catequese, nos congressos e retiros" , chegando a "influenciar inclusive os católicos praticantes".

Também é digno de ressaltar pela riqueza do conteúdo e orientações, a mensagem que o Papa por motivo da Jornada Mundial do Emigrante, deu em 25 de julho de 1990. No mesmo, o Pontífice se refere exclusivamente ao fenômeno das seitas e NMR, e menciona as diversas realidade pelas que atravessam os emigrantes, realidades estas, que muitas vezes facilitam a adesão a não poucos movimentos de características sectárias.

O nosso país é um onde os emigrantes estão à ordem do dia: pessoas que emigram a nossas terras, provenientes de variados países; pessoas que emigram do interior às grandes cidades; e pessoas nativas das grandes cidades que não emigram, mas pelas características alienantes das megalópolis, como tais em suas próprias cidades.

A continuação conseguimos uma recopilação de mensagens do Papa João Paulo II, onde se refere ao fenômeno das seitas e NMR.

- Discurso de S. João Paulo II, aos bispos da Bolívia em sua mensagem pastoral
L'Osservatore Romano, 21 (1988), p.10.

"... Alegra-me profundamente poder comprovar pessoalmente a religiosidade do povo boliviano, que espera e necessita de nossa guia doutrinal, para poder purificar e consolidar na verdade suas sinceras e profundas crenças religiosas, assim mesmo necessita de nossas orientações para saber como atuar e defender-se frente à atividade proselitista das seitas, que em recentemente, estão se multiplicando na Bolívia; tais seitas de corte fundamentalista estão semeando confusão no povo, e por desgraça podem logo diluir a coerência e a unidade da mensagem evangélica".

- Discurso de S. João Paulo II, aos bispos do Peru em sua visita ad limina
Vaticano, junho de 1988 - L'Osservatore Romano, 23 (1988), p. 21 e 32.

"Vejo que nos diversos países da América Latina o problema número um é, cada vez mais, o problema das seitas, alguns Bispos manifestaram uma opinião muito pessimista frente ao futuro, eu não posso permanecer indiferente ante estas opiniões pessimistas (...)".

"Isto deve constituir um motivo a mais de preocupação pastoral, que nos leva a propor e planejar uma ação evangelizadora, para a qual precisa-se de agentes de pastoral convenientemente formados e imbuídos de grande espírito apostólico".

- Discurso de S. João Paulo II, aos bispos do Zaire em sua visita ad limina
L'Osservatore Romano, 48 (1988), pp. 21 e 32.

" Aludis à proliferação das seitas e sua ação corrosiva. As razões são sem dúvida múltiplas. O fato constitui para a Igreja uma séria interpelação, convidando a desenvolver a formação catequética dos fiéis e de comunidades eclesiais ricas, posto que os que são tentados pelas seitas, buscam provavelmente uma resposta simples ou sincretista a suas interrogações e uma sustentação calorosa, que pertence à ordem da caridade".

Discurso de S. João Paulo II, aos bispos da Conferência Episcopal Mexicana
Lago Guadalupe, México, 12 de maio de 1990 - L'Osservatore Romano, 34 (1990), p.1.

"Tampouco deve-se descuidar da grave problemática dos 'novos grupos religiosos', que semeiam confusão entre os fiéis, especialmente nos ambientes meios e marginais ou pobres. Seus métodos, seus recursos econômicos e a insistência de seu trabalho proselitista causam impacto, principalmente, entre aqueles que emigram do campo para a cidade".

- Mensagem de S. S. João Paulo II, na Jornada mundial do Emigrante
Vaticano, 25 de julho de 1990 - L'Osservatore Romano, 34 (1990), p. 1 e 2.

"Quisera refletir convosco por ocasião da Jornada mundial do Emigrante sobre um problema que está se tornando cada vez mais preocupante: o perigo a que estão expostos muitos emigrantes, de perder sua própria fé cristã por causa de seitas e de novos movimentos religiosos que proliferam sem cessar. Alguns destes grupos se reclamam cristãos; outros se inspiram em religiões orientais; e outros fazem referência às ideologias, freqüentemente revolucionárias, de nosso tempo.

"Ainda que seja difícil descobrir uma linha de conteúdos comuns em todos eles, é possível traçar sua tendência geral. Nestes movimentos a salvação costuma ser considerada, no geral, como algo exclusivo de um grupo minoritário, guiado por personalidades superiores, que crêem ter uma relação privilegiada com Deus cujos segredos pretendem somente eles conhecer. Também a busca do sagrado apresenta contornos ambíguos. Para alguns trata-se de um valor superior, para o qual o homem tende sem poder jamais alcançá-lo; para outros, ao contrário, está situado no mundo da magia, e buscam atraí-lo a sua própria esfera para manipulá-lo e reduzi-lo a seu próprio serviço.

"As seitas e os novos movimentos religiosos propõem hoje à Igreja um grande desafio pastoral tanto pelo mal-estar espiritual e social em que fundam suas raízes, como pelas instâncias religiosas das quais são instrumentos. Essas instâncias, tiradas do contexto da doutrina e da tradição católica, freqüentemente são levadas a conclusões muito distantes das originárias. O difundido milenarismo, por exemplo, evoca as temáticas da escatologia cristã e os problemas relativos ao destino do homem; querer dar respostas de caráter religioso a questões políticas ou econômicas revela a tendência a manipular o verdadeiro sentido de Deus , chegando de fato a excluir Deus da vida dos homens; o zelo quase agressivo com que alguns buscam novos adeptos indo de cada em casa ou detendo aos transeuntes nas esquinas das ruas, é uma falsificação sectária do zelo apostólico e missionário; a atenção que se presta ao indivíduo e a importância que se atribui a sua abordagem à causa e ao desenvolvimento do grupo religioso, além de responder ao desejo de valorizar a própria vida sentindo-se úteis à comunidade a que pertencem, constitui uma expressão desviada do papel ativo próprio dos fiéis, membros vivos do Corpo de Cristo, chamados a trabalhar pela difusão do reino de Deus.

" De fato, a expansão das seitas e dos novos movimentos religiosos concentra seus esforços em alguns setores estratégicos: entre estes estão as migrações. Pela situação de desarraigo social e cultural, e pela instabilidade em que se encontram, costumam ser presas fáceis de métodos insistentes e agressivos. Excluídos da vida social do país de origem, estranhos à sociedade em que se inserem, obrigados com freqüência a movimentar-se fora de uma ordem objetiva que defenda seus direitos, os emigrantes pagam a necessidade de ajuda e o desejo de sair da marginalização, em que estão confinados de fato, com o abandono de sua fé. É um preço que nenhum homem respeitoso dos direitos humanos deveria pedir ou aceitar. Ao emigrante não somente é ferido em sua dignidade humana, mas também em sua positiva e respeitosa colocação no ambiente social que o acolhe. E, deste então, não dão mostra de honradez e sensibilidade aqueles que, ainda tendo o dever de aliviar no emigrante o trauma e a desorientação causados pelo impacto com um mundo estranho à própria cultura, se aproximam a ele em um momento de profundo mal-estar para enganá-lo e instrumentalizá-lo.

"Os pontos fracos em que se apoiam os novos movimentos religiosos são a instabilidade e a incerteza. Neles baseiam sua estratégia de aproximação. Trata-se de um conjunto de atenções e de serviços prestados para fazer que o emigrante abandone sua fé se adira a uma nova proposta religiosa. Apresentando-se como os únicos possuidores da verdade, afirmam a falsidade da religião que o emigrante professa e lhe pede que dê uma mudança bruta e imediata de rota. Trata-se, evidentemente, de uma verdadeira agressão moral, da qual não é fácil escapar com boas maneiras, pois seu ardor e insistência são sufocantes.

"Os ensinamentos das seitas e novos movimentos religiosos, opõem-se à doutrina da Igreja Católica; por isso, a adesão a eles significa renegar a fé em que foram batizados e educados. O evangelho, ao mesmo tempo em que nos exorta a ser simples como as pombas, nos convida também a ser prudentes e astutos como as serpentes. A mesma vigilância que pondes quando estão em jogo vossos assuntos materiais, com o fim de não ser vítimas dos enganos de quem quer se aproveitar de vós, deve guiar-vos para não cair na rede das armadilhas de quem tenta contra vossa fé. " Olhai a que ninguém vos engane -nos adverte o Senhor- Virão muitos usurpando meu nome e dizendo "eu sou", e enganarão a muitos...Se alguém vos disser: "Olhai o Cristo aqui". "Olhai-o ali" , não credes. Pois surgirão falsos profetas"(Mc 13, 6. 21-22). E também nos diz: "Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes"(Mt 7, 15-16).

"outros motivos que podem levar a acolher as proposições desses novos movimentos religiosos são a pouca coerência com que alguns batizados vivem seu compromisso cristão, e também o desejo de uma vida religiosa mais fervorosa, que se espera experimentar em uma determinada seita, quando a comunidade que se freqüenta está pouco comprometida.

"Mas trata-se de um engano. Do mal-estar interior antes mencionado é combatido, de fato, mediante uma verdadeira conversão, segundo o evangelho, e não afligindo-se irrefletidamente a essa classe de grupos, adotando ritos religiosos que ocultam com o ruído das palavras a apatia do coração. Por isso faz falta uma séria renovação espiritual e uma coerente adesão à vontade de Deus, ao seguimento de Cristo; é um desvio o limitar-se a cumprir algum mandamento isolado e extravagante, do que faz depender o próprio destino da vida ou da morte".

"(...) Os aspectos de instabilidade, nos quais se apoiam as seitas e os movimentos religiosos para tender armadilhas à fé do emigrante, devem constituir para a Igreja motivos para dar prioridade à atenção e à assistência ao emigrante. Os serviços, que freqüentemente costumam pagar com a renúncia à sua fé, devem ser prestados pela Igreja com solicitude gratuita, alegre de poder prestar um serviço ao próprio Cristo. Assim como Jesus é a imagem transparente do amor do Pai, igualmente deveria ser imagem da ternura do Redentor; por isso, deveria ser evidente que a comunidade, à que chega o emigrante, é comunidade capaz de acolher e amar. A comunidade dos que crêem em Cristo não deve mostrar nunca o rosto triste de quem sente estorvado em seus compromissos e projetos diários, mas que deve manifestar o rosto alegre de quem descobriu a Cristo, esperado e reconhecido no estrangeiro (...)".

"Queridos emigrantes: Mantenhais-vos firmes na fé, sede homens, sede fortes" (1Cor 16,13). A exortação do Apóstolo Paulo é um eco das palavras do Senhor que nos convida a construir nossa própria existência sobre a rocha sólida que é o próprio Jesus, Filho de Deus, nos assegura a salvação. Só quem está firmemente enraizado nele pode dar frutos que resistam ao desgaste de todas as modas, inclusive as das seitas religiosas. A gratidão para com o dom de Deus, manifestada mediante a resposta de uma vida cristã coerente, atrai sobre vós outros dons de comunhão com ele e de perseverança em vosso fiel compromisso cristão. 'Quem me ama, será amado por meu Pai; Eu o amarei e me manifestarei a ele' (Jo 14,21) e ' a todo aquele que tem será dado e terá em abundância' (Mt 25,29). Quanto mais vos adentreis no caminho da vida cristã, tanto mais estareis ao abrigo das armadilhas que atentam contra vossa fé".

- Discurso de S.S. João Paulo II, aos bispos argentinos em sua visita ad limina
Vaticano, 18 de janeiro de 1991 - Aica Doc 230, Aica Nº 1779 (1991), pp. 2/6.

" ... Com paciência, com pedagogia paternal, mediante um itinerário catequético permanente, através de missões populares e outros meios de apostolado, ajudai a esses fiéis a amadurecer em sua consciência de pertencer à Igreja e a descobri-la como sua família, sua casa, o lugar privilegiado de seu encontro com Deus.

" São precisamente essas multidões que conservam a fé de seu batismo, mas provavelmente debilitada pelo desconhecimento das verdades religiosas e por uma certa 'marginalidade' eclesial, as mais vulneráveis frente o combate do secularismo e do proselitismo das seitas (...).

A presença das seitas, que atuam especialmente sobre estes batizados insuficientemente evangelizados ou afastados da prática sacramental, mas que conservam inquietudes religiosas, deve constituir para nós um desafio pastoral ao que será necessário responder com um renovado dinamismo missionário".

- Mensagem de S. S. João Paulo II, em sua Segunda viagem apostólica ao Brasil, outubro de 1991 - Citado por URREA, JUAN C. " Os NMR na América Latina", Ed. Paulinas, Chile 1992, p. 62.

" Se bem a promoção destas seitas e grupos conta com fortes recursos econômicos e que sua pregação seduz ao povo com falsos espelhismos, engana com simplificações distorcidas e semeia confusão, principalmente nos mais simples que receberam escassa instrução religiosa.

"É importante pois, que vossa pastoral, saiba ocupar os espaços nos quais estas seitas atuam, despertando no povo a alegria e o santo orgulho de pertencer à única Igreja de Cristo, que subsiste em nossa santa Igreja Católica".

- Discurso de S. S João Paulo II, ao terceiro grupo de bispos dos EUA em sua visita ad limina. Vaticano, 18 de maio de 1993 - Reprodução em 'Palavra', 343/4, Madri, agosto de 1993, p. 129.

"Enquanto a secularização continua avançando sob muitos aspectos da vida, há uma nova demanda de espiritualidade, como mostra a aparição de muitos movimentos religiosos e terapêuticos, que pretendem dar uma resposta à crise dos valores da sociedade ocidental.

Esta inquietude do homo religious produz alguns resultados positivos e construtivos, como a busca de um novo significado da vida, uma nova sensibilidade ecológica e o desejo de ir além de uma religiosidade fria e racionalista. Por outro lado, este despertar religioso traz consigo alguns elementos muito ambíguos, incompatíveis com a fé cristã.

"Muitos de vós escreveram cartas pastorais sobre os problemas que representam as seitas e movimentos pseudo-religiosos, incluído o chamado New Age. As idéias da New Age às vezes abrem caminho na pregação, a catequese, nos congressos e nos retiros, e assim chegam a influenciar inclusive aos católicos praticantes, que talvez não são conscientes da incompatibilidade dessas idéias com a fé da Igreja.

"Em sua perspectiva sincretista e imanente, estes movimentos pára-religiosos prestam pouca atenção na Revelação, e bem, tentam chegar a Deus através do conhecimento e da experiência, baseados em elementos que pegam emprestados da espiritualidade oriental e de técnicas psicológicas. Tendem a relativisar a doutrina religiosa em favor de uma vaga visão do mundo, que se expressa mediante um sistema de mitos e símbolos revestidos de uma linguagem religiosa. Além disso propõem freqüentemente uma concepção panteísta de Deus, incompatível com a Sagrada Escritura e a tradição cristã. Substituindo a responsabilidade pessoal de nossa ações frente a Deus com um sentido de dever frente ao cosmos, tergiversando assim o verdadeiro conceito de pecado e a necessidade da redenção por meio de Cristo".

- Discurso de S. S. João Paulo II, ao primeiro grupo de bispos argentinos em sua visita ad limina. Vaticano, 7 de fevereiro de 1995 -Aica Doc 328, Aica Nº 199O (1995), pp. 67/71.

" (...) A ignorância religiosa e a deficiente assimilação vital da fé, que deriva de uma catequese insuficiente ou imperfeita, deixariam aos batizados inermes frente aos perigos reais do secularismo ou do proselitismo das seitas fundamentalistas, com o conseguinte risco de que estes substituem as valiosas e sugestivas expressões cristãs da piedade popular (...).

"Outro fenômeno de nossa cultura contemporânea é que, enquanto a secularização continua avançando sob muitos aspectos da vida, percebe-se também uma nova demanda de espiritualidade, expressão da condição religiosa do homem e sinal de sua busca de respostas à crise de valores da sociedade ocidental (...).

" Deve-se ter presente, entretanto, que não faltam desvios que deram origem a seitas e movimentos gnósticos ou pseudo-religiosos, configurando uma moda cultural de vastos alcances que, às vezes, encontra eco em amplos setores da sociedade e chega inclusive a ter influência em ambientes católicos.

"Por isso, alguns deles, em uma perspectiva sincretista, amalgamam elementos bíblicos e cristãos com outros extraídos de filosofia e religiões orientais, da magia e de técnicas psicológicas.

"Esta expansão das seitas e de novos grupos religiosos que atraem a muitos fiéis e semeia confusão e incerteza entre os católicos é motivo de inquietude pastoral".

Texto integral da homilia de Papa Francisco na Missa na Praça de São Pedro


Queridos irmãos e irmãs!

Agradeço ao Senhor por poder celebrar esta Santa Missa de início do ministério petrino na solenidade de São José, esposo da Virgem Maria e patrono da Igreja universal: é uma coincidência densa de significado e é também o onomástico do meu venerado Predecessor: acompanhamo-lo com a oração, cheia de estima e gratidão.

Saúdo, com afecto, os Irmãos Cardeais e Bispos, os sacerdotes, os diáconos, os religiosos e as religiosas e todos os fiéis leigos. Agradeço, pela sua presença, aos Representantes das outras Igrejas e Comunidades eclesiais, bem como aos representantes da comunidade judaica e de outras comunidades religiosas. Dirijo a minha cordial saudação aos Chefes de Estado e de Governo, às Delegações oficiais de tantos países do mundo e ao Corpo Diplomático.

Ouvimos ler, no Evangelho, que «José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor e recebeu sua esposa» (Mt 1, 24).
Nestas palavras, encerra-se já a missão que Deus confia a José: ser custos, guardião. Guardião de quem? De Maria e de Jesus, mas é uma guarda que depois se alarga à Igreja, como sublinhou o Beato João Paulo II: «São José, assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho jubiloso à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu Corpo místico, a Igreja, da qual a Virgem Santíssima é figura e modelo» (Exort. ap. Redemptoris Custos,

1).Como realiza José esta guarda?

Com discrição, com humildade, no silêncio, mas com uma presença constante e uma fidelidade total, mesmo quando não consegue entender. Desde o casamento com Maria até ao episódio de Jesus, aos doze anos, no templo de Jerusalém, acompanha com solicitude e amor cada momento. Permanece ao lado de Maria, sua esposa, tanto nos momentos serenos como nos momentos difíceis da vida, na ida a Belém para o recenseamento e nas horas ansiosas e felizes do parto; no momento dramático da fuga para o Egipto e na busca preocupada do filho no templo; e depois na vida quotidiana da casa de Nazaré, na carpintaria onde ensinou o ofício a Jesus.

Como vive José a sua vocação de guardião de Maria, de Jesus, da Igreja?

Numa constante atenção a Deus, aberto aos seus sinais, disponível mais ao projecto d’Ele que ao seu.
E isto mesmo é o que Deus pede a David, como ouvimos na primeira Leitura: Deus não deseja uma casa construída pelo homem, mas quer a fidelidade à sua Palavra, ao seu desígnio; e é o próprio Deus que constrói a casa, mas de pedras vivas marcadas pelo seu Espírito.
E José é «guardião», porque sabe ouvir a Deus, deixa-se guiar pela sua vontade e, por isso mesmo, se mostra ainda mais sensível com as pessoas que lhe estão confiadas, sabe ler com realismo os acontecimentos, está atento àquilo que o rodeia, e toma as decisões mais sensatas. Nele, queridos amigos, vemos como se responde à vocação de Deus: com disponibilidade e prontidão; mas vemos também qual é o centro da vocação cristã: Cristo. Guardemos Cristo na nossa vida, para guardar os outros, para guardar a criação!

Entretanto a vocação de guardião não diz respeito apenas a nós, cristãos, mas tem uma dimensão antecedente, que é simplesmente humana e diz respeito a todos: é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação, como se diz no livro de Génesis e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente de todas elas e cada uma, especialmente das crianças, dos idosos, daqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração.
É cuidar uns dos outros na família: os esposos guardam-se reciprocamente, depois, como pais, cuidam dos filhos, e, com o passar do tempo, os próprios filhos tornam-se guardiões dos pais.
É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem. Fundamentalmente tudo está confiado à guarda do homem, e é uma responsabilidade que nos diz respeito a todos. Sede guardiões dos dons de Deus!

E quando o homem falha nesta responsabilidade, quando não cuidamos da criação e dos irmãos, então encontra lugar a destruição e o coração fica ressequido. Infelizmente, em cada época da história, existem «Herodes» que tramam desígnios de morte, destroem e deturpam o rosto do homem e da mulher.
Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito económico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos «guardiões» da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo! Mas, para «guardar», devemos também cuidar de nós mesmos. Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida; então guardar quer dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem.
Não devemos ter medo de bondade, ou mesmo de ternura.A propósito, deixai-me acrescentar mais uma observação: cuidar, guardar requer bondade, requer ser praticado com ternura. Nos Evangelhos, São José aparece como um homem forte, corajoso, trabalhador, mas, no seu íntimo, sobressai uma grande ternura, que não é a virtude dos fracos, antes pelo contrário denota fortaleza de ânimo e capacidade de solicitude, de compaixão, de verdadeira abertura ao outro, de amor. Não devemos ter medo da bondade, da ternura!
Hoje, juntamente com a festa de São José, celebramos o início do ministério do novo Bispo de Roma, Sucessor de Pedro, que inclui também um poder.

É certo que Jesus Cristo deu um poder a Pedro, mas de que poder se trata?
À tríplice pergunta de Jesus a Pedro sobre o amor, segue-se o tríplice convite: apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas. Não esqueçamos jamais que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para exercer o poder, deve entrar sempre mais naquele serviço que tem o seu vértice luminoso na Cruz; deve olhar para o serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele, abrir os braços para guardar todo o Povo de Deus e acolher, com afecto e ternura, a humanidade inteira, especialmente os mais pobres, os mais fracos, os mais pequeninos, aqueles que Mateus descreve no Juízo final sobre a caridade: quem tem fome, sede, é estrangeiro, está nu, doente, na prisão (cf. Mt 25, 31-46). Apenas aqueles que servem com amor capaz de proteger.

Na segunda Leitura, São Paulo fala de Abraão, que acreditou «com uma esperança, para além do que se podia esperar» (Rm 4, 18). Com uma esperança, para além do que se podia esperar! Também hoje, perante tantos pedaços de céu cinzento, há necessidade de ver a luz da esperança e de darmos nós mesmos esperança.

Guardar a criação, cada homem e cada mulher, com um olhar de ternura e amor, é abrir o horizonte da esperança, é abrir um rasgo de luz no meio de tantas nuvens, é levar o calor da esperança! E, para o crente, para nós cristãos, como Abraão, como São José, a esperança que levamos tem o horizonte de Deus que nos foi aberto em Cristo, está fundada sobre a rocha que é Deus.

Guardar Jesus com Maria, guardar a criação inteira, guardar toda a pessoa, especialmente a mais pobre, guardarmo-nos a nós mesmos: eis um serviço que o Bispo de Roma está chamado a cumprir, mas para o qual todos nós estamos chamados, fazendo resplandecer a estrela da esperança: Guardemos com amor aquilo que Deus nos deu!Peço a intercessão da Virgem Maria, de São José, de São Pedro e São Paulo, de São Francisco, para que o Espírito Santo acompanhe o meu ministério, e, a todos vós, digo: rezai por mim! Amen.






















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