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28 de abril de 2012

Por que os Padres católicos não se casam?


Assim haveria mais vocação e menos escândalos.

A própria Bíblia o recomenda em I Tim 3,2:

“É necessário que o bispo seja irrepreensível ; que tenha casado com uma só mulher...”
 RESPOSTA: S. Paulo não era casado. ( veja I Cor 7,8 ). Numa das suas cartas ele recomenda : Sejam meus imitadores, como eu sou de Cristo”.

Escrevendo, pois, a Timótio, que também era bispo celibatário, não lhe podia aconselhar casamento.
Porém, por falta de candidatos celibatários para a função episcopal ( naquela época ! ), ele lhe recomenda escolher também homens casados - virtuosos.

Daí na sua carta ( I Tim 3,2 ) ele não coloca acento nas palavras : “ que seja casado ”..., mas nas palavras :... “com uma só mulher”... - e não com duas ou três, mesmo que sucessivamente, - o que seria de moleza e muita paixão, deixando pouco zelo e dedicação para Deus e as almas.

 Em I Cor 7,32-33 S. Paulo apresenta os argumentos em favor do celibato :

“O que está sem mulher, está cuidadoso das coisas que são do Senhor, como há de agradar a Deus.
Mas o que está casado, está cuidadoso das coisas que são do mundo, como há de dar gosto à sua mulher.

A Igreja Católica reconhece que a exigência do celibato dos padres não é lei divina, mas de lei eclesial, que em circunstâncias especiais poderia ser abolida, mas opta pela maior perfeição, já que por este motivo os Apóstolos de Jesus deixavam a convivência matrimonial e familiar, para se dedicar inteiramente à propagação do Reino de Deus,

- como consta de Lc 18,28-30:

“Disse depois Pedro: “Eis que nós deixamos tudo o que nos pertence para te seguir”.

Ele respondeu-lhes:

“Em verdade vos digo, não há ninguém que tenha deixado casa, mulher, irmãos ou filhos, por causa do reino de Deus, que não receba o múltiplo no tempo presente, e no século que há de vir, a vida eterna”.
 Assumindo livremente o celibato, o sacerdote imita a maneira de viver de Jesus - celibatário, - inteiramente dedicado às coisa do Pai e de seu Reino.


Fonte: Padre Crystian Shankar

Nossa Senhora da Visitação


Após a anunciação do anjo, Maria sai apressadamente, diz São Lucas, para visitar sua prima Isabel.
Vai prestar-lhe serviços, ajuntando-se provavelmente a alguma caravana de peregrinos que vão à Jerusalém, passa a Samaria e atinge Ain-Karem, na Judéia, onde mora a família de Zacarias.

É fácil imaginar os sentimentos que povoam sua alma na meditação do mistério anunciado pelo anjo.
São sentimentos de humilde gratidão para com a grandeza e a bondade de Deus tão bem expressos na presença da prima com o cântico do "Magnificat".

A presença do Verbo encarnado em Maria é causa de graça para Isabel que, inspirada, percebe os grandes mistérios que se operam na jovem prima, a sua dignidade de Mãe de Deus, a sua fé na palavra divina e a santificação do precursor, que exulta de alegria no ventre da mãe.
Maria ficou com Isabel até o nascimento de João Batista, aguardando provavelmente outros oito dias para o rito da imposição do nome.
Aceitando esta contagem do período passado junto com a prima Isabel, a festa da Visitação, de origem franciscana (os Frades Menores já a celebravam em 1863), era celebrada a 2 de julho, isto é, ao término da visita de Maria. Teria sido mais lógico colocar a memória depois do dia 25 de março, festa da Anunciação, mas procurou-se evitar que caísse no período quaresmal.
A festa foi depois estendida a toda a Igreja Latina pelo papa Urbano VI para propiciar com a intercessão de Maria a paz e a unidade dos cristãos divididos pelo grande cisma do Ocidente.
O sínodo de Basiléia, na sessão do dia 1o. de julho de 1441, confirmou a festividade da Visitação, não aceita, no início pelos Estados que defendiam o antipapa.
O atual calendário litúrgico, não levando em conta a cronologia sugerida pelo episódio evangélico, abandonou a data tradicional de 2 de julho para fixar-lhe a memória no último dia de maio, como coroação do mês que a devoção popular consagra ao culto particular da Virgem.
 Comenta São Francisco de Sales:
 "Na Encarnação Maria se humilha confessando-se a serva do Senhor... Porém, Maria não fica só na humilhação diante de Deus, pois sabe que a caridade e a humildade não são perfeitas se não passam de Deus ao próximo. Não é possível amar Deus que não vemos, se não amamos os homens que vemos.
Esta parte realiza-se na Visitação".
Em Portugal, por ordem do rei D. Manuel, o Venturoso, as festividades do dia da Visitação eram celebradas com grande pompa, por ter sido esta invocação escolhida como protetora da Casa de Misericórdia de Lisboa, assim como de todas as Misericórdias do reino, instituição beneficente fundada pela rainha D. Leonor, sob a inspiração de Frei Miguel de Contreiras.
Deste modo os irmãos da Misericórdia solenizavam o dia que a Virgem Nossa Senhora, depois de conceber o Cristo Redentor, foi visitar Santa Isabel, usando para com ela e São João Batista, que estava em suas entranhas, de "particular misericórdia".
A Santa Casa do Rio de Janeiro, seguindo as ordenações da metrópole, fazia todos os anos a procissão de Santa Isabel, que era constituída de dois cortejos, um que saía da catedral e outro do hospital.
No primeiro, conduzida pelo ilustríssimo Cabido, ia a imagem da Virgem, enquanto no segundo a Irmandade da Misericórdia, precedida de sua bandeira, ia ao encontro da outra procissão levando a efígie de Santa Isabel. A cerimônia finalizava com a colocação das duas imagens no altar-mor da catedral, seguida de missa solene cantada pelo capelão da Santa Casa de Misericórdia.
Esta festa, celebrada na cidade de São Sebastião durante mais de três séculos, além de seu cunho religioso, possuía uma característica eminentemente patriótica, pois comemorava também o início das grandes descobertas marítimas. Feita às expensas da Câmara, ela era assistida pelos governadores, pelos vice-reis e, após a vinda da família real para o Brasil, D. João VI e toda a corte.
Depois da independência esta tradição religiosa foi conservada e os dois imperadores sempre tomaram parte na famosa procissão de Santa Isabel.
Após o término das cerimônias litúrgicas, a população ia ao Hospital da Misericórdia visitar os enfermos, a fim de confortá-los e levar uma esmola.
Repetindo o gesto de Maria Santíssima, o povo carioca cumpria o preceito da caridade cristã e ao mesmo tempo perpetuava a comovente tradição iniciada por Nossa Senhora ao visitar e ajudar sua santa prima Isabel, no momento em que mais precisava do auxílio e da amizade daquela que seria a Mãe de Deus. Nossa Senhora da Visitação, Rogai por nós que recorremos a vós!

Maria - o caminho mais simples e mais próximo para se chegar a Jesus.

Maria aquela que enche de amor nosso coração de sacerdotes e nos possibilita uma pedagogia profundamente humana e divina de conquistar pessoas e conduzi-las a Jesus. 
Hoje, num contexto religioso adverso, em que os valores de nossa fé católica são colocados em cheque, criticados, desprezados, cabe-nos devolver ao coração dos homens e mulheres de boa vontade a verdadeira devoção, a verdadeira hierarquia do sagrado.
Colocar Maria no lugar que lhe cabe.
E não permitir, de forma alguma, que nossa mãe não seja amada como Mãe, e não ocupe o lugar que merece no coração da humanidade.
Nossa Senhora ocupa um lugar especial no devocionário popular.
O Terço, o Ofício de Nossa Senhora são formas seculares do cultivo da fé, em nossas comunidades eclesiais. Ignora-las ou não lhes dar a devida importância seria um desrespeito àquilo que nosso povo tem de mais caro e de mais autêntico.
Mas carece de inseri-las no contexto de uma espiritualidade litúrgica renovada, adaptada aos novos tempos. Mas não basta cultivar formalmente a devoção Mariana.
É necessário que ela esteja gravada em nosso coração e que seja também a nossa maneira de rezar.
Nosso testemunho de amor a Maria fala muito mais alto que tudo o que promovemos para incentivar o seu culto. Meus queridos irmãos sacerdotes, rezemos diariamente o terço de Nossa Senhora. Façamos do terço o nosso descanso do espírito.
Ao repetir as Ave-Marias coloquemos nossas preocupações pastorais, nossos desejos e intenções. Que o nome de Maria e seu coração materno sejam o depositário de nossas intenções mais íntimas de pastores preocupados com o rebanho.
Coloquemos junto ao regaço da mãe tudo aquilo que constituí o exercício de nosso ministério pastoral. E com muito carinho e ternura façamos de Maria, a Mãe, nossa intercessora junto ao Pai, ao Filho e seu esposo, o Divino Espírito Santo.

Fonte: Dom Frei Luiz Flávio Cappio, OFM

A estrutura do Código de Direito Canônico

O Código de Direito Canônico em vigor se divide em sete livros, cujo conteúdo básico está discriminado a seguir:
Livro I - Das Normas Gerais Trata das Leis e Costumes eclesiásticos, dos Decretos Gerais e Instruções, dos Estatutos e Regimentos, dos Ofícios Eclesiásticos.
Livro II - Do Povo de Deus Trata das obrigações e direitos de todos os fiéis (clérigos e leigos), das Associações de fiéis, da estrutura hierárquica da Igreja, da organização interna das igrejas particulares, dos Institutos e Sociedades religiosas e seculares.
Livro III - Do Múnus de Ensinar da Igreja Trata do Ministério da Palavra, da Ação Missionária, da Educação escolar, dos Meios de Comunicação Social e dos Livros.
Livro IV - Do Múnus de Santificar da Igreja Trata dos Sacramentos, do Culto Divino, do Culto dos Santos e das Imagens Sagradas, dos lugares e tempos sagrados.
Livro V - Dos Bens Temporais da Igreja Trata da aquisição, administração, alienação dos bens eclesiásticos em geral.
Livro VI - Das Sanções na Igreja Trata dos delitos e das penas em geral, do processo penal, da aplicação e cessação das penas, dos diversos tipos de delitos.
Livro VII - Dos Processos Trata dos diversos foros e tribunais, das partes no processo, das ações e exceções, do julgamento das causas e dos recursos, dos processos para as declarações de nulidade do matrimônio e das ordenações.
Trata ainda dos processos administrativos e dos recursos nestes processos.

18 de abril de 2012

Saiba o que deve e o que não deve ser feito na celebração da Missa


 A instrução Redemptionis Sacramentum, descreve detalhadamente como se deve celebrar a Eucaristia e o que pode ser considerado "abuso grave" durante a cerimônia.
Aqui lhes oferecemos um resumo das normas que o documento recorda a toda a Igreja.
No Capítulo I sobre a “ordenação da Sagrada Liturgia” afirma que:
Compete à Sé Apostólica ordenar a sagrada Liturgia da Igreja universal, editar os livros litúrgicos, revisar suas traduções a línguas vernáculas e vigiar para que as normas litúrgicas sejam fielmente cumpridas.
Os fiéis têm direito a que a autoridade eclesiástica regule a sagrada Liturgia de forma plena e eficaz, para que nunca seja considerada a liturgia como propriedade privada de alguém.
O Bispo diocesano é o moderador, promotor e custódio de toda a vida litúrgica.
A ele corresponde dar normas obrigatórias para todos sobre matéria litúrgica, regular, dirigir, estimular e algumas vezes também repreender.
Compete ao Bispo diocesano o direito e o dever de visitar e vigiar a liturgia nas igrejas e oratórios situados em seu território, também aqueles que sejam fundados ou dirigidos pelos citados institutos religiosos, se os fiéis recorrem a eles de forma habitual.
Todas as normas referentes à liturgia, que a Conferência de Bispos determine para seu território, conforme as normas do direito, devem se submeter a recognitio da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, sem a qual, carecem de valor legal.
No Capítulo II sobre a “participação dos fiéis leigos na celebração da Eucaristia”, estabelece que:
A participação dos fiéis leigos na celebração da Eucaristia, e nos outros ritos da Igreja, não pode ser equivalente a uma mera presença, mais ou menos passiva, mas deve ser valorizada como um verdadeiro exercício da fé e da dignidade batismal.
A força da ação litúrgica não está na mudança freqüente dos ritos, mas, verdadeiramente, em aprofundar na palavra de Deus e no mistério que se celebra.
Entretanto, não se diz necessariamente que todos devam realizar outras coisas, em sentido material, além dos gestos e posturas corporais, como se cada um tivesse que assumir, necessariamente, uma tarefa litúrgica específica; embora convenha que se distribuam e realizem entre várias pessoas as tarefas ou diversas partes de uma mesma tarefa.
Alenta a participação de leitores e acólitos que estejam devidamente preparados e sejam recomendáveis por sua vida cristã, fé, costumes e fidelidade ao Magistério da Igreja.
Recomenda a presença de crianças ou jovens coroinhas que realizem algum serviço junto ao altar, como acólitos, e recebam uma catequese conveniente, adaptada a sua capacidade, sobre esta tarefa.
A esta classe de serviço ao altar podem ser admitidas meninas ou mulheres, segundo o parecer do Bispo diocesano e observando as normas estabelecidas.
No Capítulo 3, sobre a “celebração correta da Santa Missa” especifica sobre:
A matéria da Santíssima Eucaristia, O pão a ser consagrado deve ser ázimo, apenas de trigo e feito recentemente.
Não podem ser usadas cereais, substâncias diferentes do trigo. É um abuso grave introduzir em sua fabricação frutas, açúcar ou mel.
 As hóstias devem ser preparadas por pessoas honestas, especialistas na elaboração e que disponham dos instrumentos adequados.
As frações do pão eucarístico devem ser repartidas entre os fiéis, mas quando o número deste excede as frações deve-se usar hóstia pequenas.
O vinho do Sacrifício deve ser natural, do fruto da videira, puro e sem corromper, sem mistura de sustâncias estanhas.
Na celebração deve ser misturado com um pouco de água. Não deve ser admitida, sob nenhum pretexto, outra bebida de qualquer gênero.
A Oração Eucarística, Só podem ser utilizadas as Orações Eucarísticas do Missal Romano ou as aprovadas pela Sé Apostólica.
Os sacerdotes não têm o direito de compor orações eucarísticas, mudar o texto aprovado pela Igreja, nem utilizar outros, compostos por pessoas privadas.
É um abuso que algumas partes da Oração Eucarística sejam pronunciadas pelo diácono, por um ministro leigo, bem como por um só ou todos os fiéis juntos.
A Oração Eucarística deve ser pronunciada em sua totalidade, e somente, pelo sacerdote.
O sacerdote não pode partir a hóstia no momento da consagração.
Na Oração Eucarística não se pode omitir a menção do Sumo Pontífice e do Bispo diocesano.
As outras partes da Missa Os fiéis têm o direito de ter uma música sacra adequada e idônea e que o altar, os paramentos e os panos sagrados, segundo as normas, resplandeçam por sua dignidade, nobreza e limpeza.
Os textos da Liturgia não podem ser mudados.
A liturgia da palavra não pode ser separada da liturgia eucarística, nem celebradas em lugares e tempos diferentes.
A escolha das leituras bíblicas deve seguir as normas litúrgicas.
Não está permitido omitir ou substituir, arbitrariamente, as leituras bíblicas prescritas nem mudar as leituras e o salmo responsorial com outros textos não bíblicos.
A leitura evangélica fica reservada ao ministro ordenado.
Um leigo, ainda que seja religioso, não deve proclamar a leitura evangélica na celebração da Missa.
A homilia nunca poderá ser feita por um leigo. Tampouco os seminaristas, estudantes de teologia, assistentes pastorais nem qualquer membro de alguma associação de leigos.
A homilia deve iluminar desde Cristo os acontecimentos da vida, sem esvaziar o sentido autêntico e genuíno da Palavra de Deus, por exemplo, tratando apenas de política ou de temas profanos, ou usando como fonte idéias que provém de movimentos pseudo-religiosos.
Não se pode admitir um “Credo” ou Profissão de fé que não encontre nos livros litúrgicos devidamente aprovados.
As oferendas, além do pão e do vinho, também podem compreender outros dons.
Estes últimos devem ser colocados em um lugar conveniente, fora da mesa eucarística.
A paz deve ser dada antes de distribuir a sagrada Comunhão, lembrando que esta prática não tem um sentido de reconciliação nem de perdão dos pecados. Sugere-se que o gesto da paz seja sóbrio e seja dado apenas aos mais próximos.
O sacerdote pode dar a paz aos ministros, permanecendo no presbitério. Para não alterar a celebração e do mesmo modo se, por uma boa causa, deseja dar a paz a alguns fiéis.
O gesto de paz é estabelecido pela Conferência de Bispos, com o reconhecimento da Sé Apostólica, “segundo a idiossincrasia e os costumes do lugar”.
A fração do pão eucarístico deve ser feita somente pelo sacerdote celebrante, ajudado, se for o caso, pelo diácono ou por um concelebrante, mas nunca por um leigo.
Esta começa depois de dar a paz, enquanto se diz o “Cordeiro de Deus”.
É preferível que as instruções ou testemunhos expostos por um leigo sejam feitas fora da celebração da Missa. Seu sentido não deve ser confundido com a homilia, nem suprimi-la.
União de vários ritos com a celebração da missa Não se permite a união da celebração eucarística com outros ritos quando o que será acrescentado tem um caráter superficial e sem importância.
Não é lícito unir o Sacramento da Penitência com a Missa e fazer uma única ação litúrgica.
Entretanto, os sacerdotes, independentemente dos que celebram a Missa, sim podem escutar confissões, inclusive nos mesmo lugar onde se celebra a Missa. Isto deve ser feito de maneira adequada.
A celebração da Missa não pode ser intercalada como acrescentado a uma ceia comum, nem se unir com qualquer tipo de banquete.
A Missa não deve ser celebrada, salvo por uma grave necessidade, sobre uma mesa de jantar, ou na sala de jantar, ou no lugar que seja utilizado para uma recepção, nem em qualquer sala onde haja alimentos.
Os participantes da Missa não podem sentar-se à mesa durante a celebração.
Não está permitido relacionar a celebração da Missa com acontecimentos políticos ou mundanos, ou com outros elementos que não concordem plenamente com o Magistério.
Não se deve celebrar a Missa pelo simples desejo de ostentação ou celebrá-la segundo o estilo de outras cerimônias, especialmente profanas.
Não devem ser introduzidos ritos tirados de outras religiões na celebração da Missa.
No capítulo 4, sobre a “Sagrada Comunhão”, são apresentadas disposições como:
Estando em consciência de estar em pecado grave, não se deve celebrar nem comungar sem antes recorrer à confissão sacramental, a não ser que seja por um motivo grave e não haja oportunidade de confessar-se. Deve-se vigiar para que não se aproximem à sagrada Comunhão, por ignorância, os não católicos ou, até mesmo, os não cristãos.
A primeira Comunhão das crianças deve ser sempre precedida da confissão e absolvição sacramental.
A primeira Comunhão sempre deve ser administrada por um sacerdote e nunca fora da celebração da Missa.
O sacerdote não deve prosseguir a Missa até que tenha terminado a Comunhão dos fiéis.
Somente onde a necessidade o requer, os ministros extraordinários podem ajudar o sacerdote celebrante.
Pode-se comungar de joelhos ou de pé, segundo estabeleça a Conferência de Bispos, com a confirmação da Sé Apostólica.
Os fiéis têm sempre direito a escolher se desejam receber a Comunhão na boca, mas se o que vai comungar quiser receber o Sacramento na mão, a Comunhão deve ser dada. Se existe perigo de profanação, o sacerdote não deve distribuir aos fiéis a Comunhão na mão.
Os fiéis não devem tomar a hóstia consagrada nem o cálice sagrado por si mesmo, muito menos passá-los entre si de mão em mão.
Os esposos, na Missa matrimonial, não devem administrar-se de modo recíproco a sagrada Comunhão. Não deve ser distribuída de maneira de Comunhão, durante a Missa ou antes dela, hóstias não consagradas, outros comestíveis ou não comestíveis.
Para comungar, o sacerdote celebrante ou os concelebrantes não devem esperar que termine a comunhão do povo.
Se um sacerdote ou diácono entrega aos concelebrantes a hóstia sagrada ou o cálice, não deve dizer nada, quer dizer, não pronuncia as palavras “o Corpo de Cristo” ou “o Sangue de Cristo”.
Para administrar aos leigos a Comunhão sob as duas espécies, devem levar em conta, convenientemente, as circunstâncias, sobre as quais devem julgar em primeiro lugar os Bispos diocesanos.
Deve excluir totalmente a administração da Comunhão sob as duas espécies quando exista perigo, até mesmo pequeno, de profanação.
A comunhão não deve ser administrada com cálice aos leigos onde:
1) seja tão grande a quantidade de vinho para a Eucaristia e exista o perigo de que sobre tanta quantidade de Sangue de Cristo, que deva ser consumida no final da celebração»;
2) o acesso ordenado ao cálice só seja possível com dificuldade;
3) seja necessária tal quantidade de vinho que seja difícil poder conhecer sua qualidade e proveniência;
4) quando não esteja disponível um número suficiente de ministros sagrados nem de ministros extraordinários da sagrada Comunhão que tenham a formação adequada;
5) onde uma parte importante do povo não queira participar do cálice por diversos motivos.
Não se permite que o comungante molhe por si mesmo a hóstia no cálice, nem recebe na mão a hóstia molhada.
A hóstia que a ser molhada deve ser feita de matéria válida e estar consagrada.
Está absolutamente proibido o uso de pão não consagrado ou de outra matéria.
No capítulo 5, sobre “outros aspectos que se referem à Eucaristia”, esclarece que:
A celebração eucarística deve ser feita em lugar sagrado, a não ser que, em algum caso particular, a necessidade exija outra coisa.
Nunca é lícito a um sacerdote celebrar a Eucaristia em um templo ou lugar sagrado de qualquer religião não cristã. Sempre e em qualquer lugar é lícito aos sacerdotes celebrar o santo sacrifício em latim.
É um abuso suspender de forma arbitrária a celebração da Santa Missa em favor do povo, sob o pretexto de promover o “jejum da Eucaristia”.
Reprova-se o uso de copos comuns ou de escasso valor, no que se refere à qualidade, ou carentes de todo valor artístico, ou simples recipientes, ou outros copos de cristal, cerâmica, e outros materiais, que podem quebrar facilmente.
A vestimenta própria do sacerdote celebrante é a casula revestida sobre o alva e a estola.
O sacerdote que se reveste com a casula deve colocar a estola. Reprova-se o não uso das vestimentas sagradas, ou vestir apenas a estola sobre o cíngulo monástico, ou o hábito comum dos religiosos, ou a vestimenta comum.
No capítulo 6, o documento trata sobre “a reserva da Santíssima Eucaristia e seu culto fora da Missa”.
E nos lembra que:
O Santíssimo Sacramento deve ser reservado em um sacrário, na parte mais nobre, insigne e destacada da igreja, e no lugar mais apropriado para a oração.
Está proibido reservar o Santíssimo Sacramento em lugares que não estão sob a segura autoridade do Bispo ou onde exista perigo de profanação. Ninguém pode levar a Sagrada Eucaristia para casa ou a outro lugar.
Não se exclui a oração do terço diante da reserva eucarística ou do santíssimo Sacramento exposto.
O Santíssimo Sacramento nunca deve permanecer exposto sem suficiente vigilância, nem sequer por um período muito curto.
É um direito dos fiéis visitar freqüentemente o Santíssimo Sacramento.
É conveniente não perder a tradição de realizar procissões eucarísticas.
O capítulo 7 versa sobre “os ministérios extraordinários dos fiéis leigos”.
Ali o documento especifica que:
As tarefas pastorais dos leigos não devem assemelhar-se à forma do ministério pastoral dos clérigos.
Os assistentes pastorais não devem assumir o que propriamente pertence ao serviço dos ministros sagrados. Somente por verdadeira necessidade pode-se recorrer ao auxilio de ministros extraordinários na celebração Liturgia. Nunca é lícito aos leigos assumir as funções ou as vestimentas do diácono ou do sacerdote, ou outras vestes semelhantes.
Se habitualmente há um número suficiente de ministros sagrados, não se podem designar ministros extraordinários da sagrada Comunhão.
Em tais circunstâncias, os que foram designados para este ministério, não devem exercê-lo.
Está reprovado o costume de sacerdotes que, apesar de estar presentes na celebração, abstêm-se de distribuir a comunhão, encomendando esta tarefa a leigos.
Ao ministro extraordinário da sagrada Comunhão nunca está permitido delegar a nenhum outro a administrar a Eucaristia.
Os leigos têm direito a que nenhum sacerdote, a menos que exista verdadeira impossibilidade, rejeite celebrar a Missa em favor do povo, ou que esta seja celebrada por outro sacerdote, se de diferente modo não se pode cumprir o preceito de participar da Missa, no domingo e outros dias estabelecidos.
Quando falta o ministro sagrado, o povo cristão tem direito a que o Bispo, na medida do possível, procure que se realize alguma celebração dominical para essa comunidade.
É necessário evitar qualquer confusão entre este tipo de reuniões e a celebração eucarística.
O clérigo que foi afastado do estado clerical está proibido de exercer a potestade da ordem.
Não está permitido celebrar os sacramentos. Os fiéis não podem recorrer a ele para a celebração.

Por uma liturgia mais silenciosa

Temos o imenso prazer de trazer aqui um texto esplêndido do teólogo e escritor dominicano Frei Betto, publicado no Boletim on line ADITAL, que pode (direta ou indiretamente) questionar também nossas ruidosas celebrações litúrgicas. 
Se Liturgia é celebração do Mistério profundo que nos pervade de amor sem medida, não seria o caso de pensar uma maneira mais silenciosa de celebrá-la?
Escreve Frei Betto: “Há demasiados ruídos à nossa volta.
O coração sobressalta, os nervos afloram, a mente atordoa-se.
É o televisor ligado quase o tempo todo, o fluxo incessante de imagens sugando-nos num carrossel de flashes.
O rádio em monólogo inclemente, a música rítmica desprovida de melodia, o som alojado nos orifícios auditivos, o telefone trinando supostas urgências, o celular a invadir todos os espaços, suas musiquetas de chamada destoando em teatros, cinemas, templos, cerimônias e eventos, seus usuários nele dependurados pelas orelhas, publicitando em voz alta conversas privadas.
De todos os lados sobem ruídos: da construção civil vizinha, do latido dos cães, dos carros na rua e das aeronaves que cortam o espaço, das motos estridentes, do anunciante desaforado em seu carro de som, do apito fabril disciplinando horários. Tantos ruídos causam tamanho prejuízo à saúde humana que o Exército americano criou, em sua sanha assassina, um arsenal de "projéteis sonoros", capazes de produzir som de 140 decibéis. Bastam 45 para impedir o sono.
O rumor do tráfego na esquina de uma avenida central atinge 70 decibéis.
Aos 85 produz-se uma lesão auditiva. Elevado para 120, o som provoca dor aguda nos ouvidos. Imagine-se, pois, o que significa essa tecnologia de tortura a 140 decibéis! Nosso silêncio não é quebrado apenas por ruídos auditivos.
Agridem-nos também os visuais. Assim como o silêncio da zona rural ou de uma igreja nos impregna de paz, levei um choque ao visitar, anos atrás, Praga antes da queda do Muro de Berlim. Não havia outdoors.
A cidade não se escondia atrás de anúncios. A poluição visual era zero, permitindo contemplar a beleza barroca da terra de Kafka.
Nas cidades brasileiras, subjugadas pelo império do mercado, somos vorazmente engolidos pela proliferação de propagandas, exceto a capital paulista, agora em fase de despoluição visual por iniciativa da prefeitura. Sem silêncio, ficamos vulneráveis, expostos à voracidade do mercado, a subjetividade esgarçada, a epiderme eriçada em potencial violência. Contra esse estado de coisas, o professor Stuart Sim, da Universidade de Sunderland, na Inglaterra, acaba de lançar Manifesto pelo silêncio, contra a poluição do ruído.
O autor enfatiza que a cacofonia de sons que nos envolve ameaça a saúde, provoca agressividade, hipertensão, estresse, problemas cardíacos. Todos os grandes bens infinitos da humanidade - arte, literatura, música, filosofia, tradições religiosas - exigiram, como matéria-prima, o silêncio. Sem ele perdemos a nossa capacidade de raciocinar, ouvir a voz interior, aprofundar a vida espiritual, amar além do jogo erótico meramente epidérmico. Quando um casal de noivos me procura, interessado em preparar-se para o matrimônio, costumo indagar se os dois são capazes de ficar juntos uma hora, em silêncio, sem que um se sinta incomodado. Caso contrário, duvido que estejam em condições de uma saudável vida a dois, pois o respeito ao silêncio do outro é um dos atributos da confiança amorosa. Assisti ao filme O grande silêncio, do diretor alemão P. Gröning, que nos convida a penetrar a vida de uma comunidade cartuxa nos Alpes franceses. Nenhuma palavra no decorrer de três horas de filme, exceto o canto gregoriano das liturgias monásticas e o bater do sino. Um convite à mais desafiadora viagem: ao mais profundo de si mesmo.
Quem ousa, sabe que lá se desdobra um Outro que, por sua vez, espelha nossa verdadeira identidade. Viagem que tem como veículo privilegiado a meditação.
Na fase inicial, é tão árduo quanto escalar montanha para quem não está acostumado ao alpinismo. Porém, em certo momento, é como se u’a mão invisível nos elevasse, tornando a subida suave e agradável. Só então se descobre que, no imponderável do Mistério, não se sobe, se desce, mergulha-se em si mesmo para vir à tona, do outro lado de nosso ser, naquele Outro silenciosamente presente em nossas vidas e na tecitura do Universo.
Aqui a palavra se cala e o silêncio se faz epifania”. Obrigado, Frei Betto.

 Perguntas para reflexão pessoal e em grupos:

1. Nas celebrações litúrgicas de sua comunidade, até que ponto há espaço para o Mistério falar e se manifestar?
2. Há ruídos (sonoros e visuais) que abafam a “fala” da silenciosa presença do Mistério? Quais são e como são?
3. O que fazer para que nossas celebrações litúrgicas sejam mais “saudáveis” do ponto de vista sonoro e visual?

 Fonte: Frei José Ariovaldo da Silva e Pe. Carlos Gustavo Haas

16 de abril de 2012

Vencendo a Depressão junto com Deus


Depressão: esta é uma palavra que vem se tornando cada vez mais comum no vocabulário do homem moderno; é a realidade dolorosa e angustiante de muitas pessoas que sentem-se como que literalmente imersas num fosso de angústia, tristeza, ansiedade e total desencorajamento interior, Depressão é uma palavra freqüentemente usada para descrever nossos sentimentos.
Uma em cada quatro pessoas sofreu, sofre ou vai sofrer de depressão, em algum momento de sua vida.
Talvez você mesmo esteja vivendo esta realidade. Uma realidade que só compreende quem a vivencia.
A depressão pode ter muitas causas diferentes; tem diversos sintomas quando está presente na vida de uma pessoa -
mas, como Pe. Chrystian disse,somente quem a viveu ou a experimenta, conhece a real dimensão de sua dor.
 Os sintomas da depressão são muito variados:

- Perda de interesse ou energia
- Humor deprimido
- Dificuldade de concentração
- Alterações de apetite e do sono
- Lentificação das atividades físicas e mentais
- Sentimento de pesar ou fracasso, pessimismo
- Dificuldade de tomar decisões, inquietação
- Achar que não vale a pena viver, desejo de morrer
- Chorar à toa - Sensação de que nunca vai melhorar, desesperança
- Dificuldade de terminar as coisas que começou
As pessoas depressivas acham que ninguém à sua volta entende a linguagem de suas dores; elas pensam que estão afundando num poço sem fundo, sem volta e sem solução... O deprimido sente como se nunca mais em sua vida, fosse conseguir voltar a ser quem ele era; voltar a ser alegre, como um dia foi; ter novamente ânimo para viver, coragem para enfrentar os desafios do dia a dia.
Quando se está com depressão, até viver cansa.
Alguns acham que até pensar no assunto já estejam sendo pesado demais para eles.
O deprimido se sente fraco e impotente diante de seus conflitos interiores; totalmente desfalecido diante dos medos quase esmagadores que tomaram de assalto o seu interior.
Ele deseja sumir, desaparecer - e, talvez, até mesmo, morrer.
Só para escapar de alguma forma deste vazio, desta angústia, desta náusea, deste desespero, deste nada interior. Mas a realidade é que existe uma saída, uma volta, um recomeço, um retorno, uma solução para ele.
Por mais que os seus sentidos gritem que não - acredite - há uma saída! Não uma mágica, nem uma fórmula - mas um caminho de Restauração!
Uma pessoa deprimida pode ter sofrido a perda de alguém muito amado, ou, se decepcionou fortemente com alguém em quem depositou seus sonhos.
Quem sabe está estressada e estafada por uma sobrecarga física e emocional, ou, está vivendo debaixo de pressões muito intensas e fortes.
Quem sabe, está há tempos passando por crises em sua família, em seus relacionamentos e em sua vida financeira ou pessoal. Pode ser que esteja lutando contra compulsões que não consegue vencer, ou inclinações que não consegue dominar.
Só ela e Deus sabem. Por isso a pessoa com depressão precisa se permitir dizer algo para dentro de sua dor:
 “VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO! VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHA!
Como alguém que se sente engolido por algo maior que si mesmo pode vencer isto?
Será que, realmente, há respostas práticas e um caminho equilibrado para superar toda esta crise?
Com certeza há! Primeiro, o depressivo precisa aceitar o fato de que é humano, e como ser humano, é um ser complexo - muito complexo. Ele é espírito, alma e corpo.
É assim que a Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus nos apresenta.
Quem tem depressão tem emoções e sentimentos; reage às situações e às circunstâncias de maneira profundamente pessoal, tem um corpo, cheio de suas complexidades.
O depressivo é humano! Tem necessidades, carências, desejos, anseios e características próprias do ser humano. Por isso é importante que aceitem sua condição, aceitar seus sentimentos e principalmente exteriorizá-los, não devem os guardar pois todo ser humano deve ter uma válvula de escape, nunca deve se julgar por ter sentimentos ruins, apenas não deve se deixar ser levado por eles. As pessoas devem ter mais fé e ocuparem seu tempo, para que pensamentos negativos não as rondem. Com Cristo você vai superar, pense no Senhor e recorra ao seu amor porque ele é fiel e justo.
As pessoas que sofrem deste mal devem parar de se maltratarem e culparem os outros.
Você que tem depressão ou convive com alguém que tenha, você compreende este imenso amor de Deus por sua vida?
Que há um Deus lindo, sublime, soberano, todo-poderoso, incomparável e eterno que ama você?
Talvez, você fique pensando que Ele não entende a dimensão e a força do seu sofrimento; mas, a Bíblia diz que Jesus foi "homem de dores, e que sabe o que é padecer". Jesus sabe o que é sentir-se deprimido e decepcionado. Ele sabe o que ficar emocionalmente exausto, ser abandonado, covardemente traído, injustamente acusado, exposto à vergonha, ser violentado emocional e fisicamente.
Ele entende a crueza e a terrível intensidade da sua dor.
A pessoa com depressão não deve se condenar por ter sentimento ruins, mas ao mesmo tempo não deve se entregar a eles. Devem respeitá-los, sabendo que Deus a ama e cuida de dela.
Deve se abrir para Deus, para receber dele o amor, o consolo, o carinho e uma visão renovada dela mesma e de sua vida. Deve deixar Deus a ajudar a ler a história de sua vida com os olhos dele. Com certeza, um dia, o deprimido vai olhar para trás e concluir que Deus atravessou este vale escuro junto com ele, sem abandoná-lo um só momento - e que, juntos, os dois chegaram ao outro lado.
Deprimido, convide Jesus Cristo a ser o Senhor de sua vida, faça-o agora.
É simples; como uma criança dando seus primeiros passos. Jesus disse que precisamos nos tornar como crianças para entrar em seu reino.
Convide Jesus, numa oração simples de fé, a entrar em seu coração, e a assumir o controle de sua vida.
Você está deprimido? Deus te ama profundamente.
Ele está no controle de todas as coisas e de sua vida também.
E ele se importa com cada detalhe do seu ser.
Ainda que você não consiga entender, você ainda assim pode confiar. Este Deus já provou o seu imenso amor por você ao dar seu único Filho, Jesus, para morrer na cruz em seu lugar.

 Fonte: Por Maria José Lopes Paiva

8 de abril de 2012

Páscoa

No dia da Páscoa celebramos não só a ressurreição de Jesus, mas também nossa própria ressurreição. 
A liturgia da noite de Páscoa começa com a escuridão.

Ainda permanecemos conscientemente na escuridão de nosso sepulcro. Sentamos juntos na igreja, com as luzes apagadas.
Mas logo o diácono entra na igreja com o círio pascal - e a luz de uma única vela ilumina a escuridão.

Essa luz é passada adiante a cada um dos fiéis que trouxe sua vela para a celebração da Páscoa. Muitos as terão enfeitados: os ornamentos são símbolos que representam vida e luz para cada uma das pessoas.

E pouco depois, enquanto o diácono entoa o maravilhoso cântico Exsultet, todos os fiéis continuam segurando suas velas já incandescentes em meio à escuridão, para que tudo se torne mais claro em seus corações, para que o sol pascal também possa luzir em cada um deles e espantar toda escuridão.

A luz de Cristo quer irradiar-se por todos os cantos de nosso coração, trazer o calor da vida para a frieza que possa haver dentro de nós, trazer vivacidade aonde haja desalento, confiança aonde haja medo.
O Aleluia! Faz parte da festa da Páscoa.

Depois de quarenta dias de Quaresma o Aleluia! Ressoa pela primeira vez na noite de sábado para domingo. Para nos habituarmos ao som alegre dos cânticos de Páscoa, cantamos o Aleluia! Três vezes, um tom mais alto a cada vez; assim, ele chega cada vez mais fundo ao coração e afasta toda a tristeza de lá.
A ressurreição precisa ser exaltada com cantos. Precisa ganhar expressão.
Não basta apenas crer nela com a cabeça.

O corpo quer ressuscitar. E ele o faz cantando. Por meio do canto cresce em nós o amor por aquilo que exaltamos. No Aleluia! Pascal projetamo-nos com nosso canto para dentro do milagre do amor, do amor que é mais forte que a morte. Mas só poderei sentir de fato a alegria pela ressurreição de Jesus e por minha própria ressurreição quando cantar de coração. Aí, a pessoa inteira tem de se transformar no cântico que entoa. Só assim sentirá o amor que o Ressuscitado pretende despertar em cada um.
Ao cantar, surge diante de nossos olhos uma imagem do que exaltamos com nosso canto.
Com o canto temos a noção de que o Ressuscitado está no meio de nós e nos concede participar da amplitude e liberdade de sua ressurreição.

A Páscoa é a festa da vida. Celebramos a superação da morte pela vida. Cristo derrotou a morte.
A vida é mais forte que a morte. Já não se pode matar a vida. E cabe agora celebrá-la. Essa comemoração da vida acontece na refeição festiva da Eucaristia.
E no momento em que desejamos "Feliz Páscoa" uns aos outros. A nova vida também pede um novo convívio.

Ao longo de 25 anos ministrei cursos sobre a Páscoa para adolescentes e jovens adultos.
Era comum esses jovens se abraçarem na Páscoa para partilhar sua alegria pela ressurreição. Dançavam uns com os outros. Sentiam que a ressurreição também pedia uma expressão por meio do corpo. Quando dançamos caem as correntes que nos mantêm aprisionados.
A dança nos dá uma noção da liberdade e da beleza de nossa vida.
Ao dançarmos, projetamos-nos para dentro da vida que o Ressuscitado nos proporciona.
Celebramos a Páscoa durante cinqüenta dias.

Nosso dia-a-dia é o teste para ver se comemoramos a Páscoa somente com um sentimento de euforia, ou se a ressurreição acontece de fato em meio a nossa vida.
Nós tratamos de nos inserir na vida da ressurreição.

Aprendemos a levantar sempre, mesmo quando alguma coisa dá errado no trabalho, quando surgem conflitos nos relacionamentos, quando fracassamos e nos decepcionamos com nós mesmos.
Ressurreição quer dizer levantar-se sempre de novo, não ficar no chão quando levamos um tombo.
E ressurreição significa que creio estar acompanhado do Ressuscitado enquanto caminho. Cristo ressurge sempre em minha vida, apontando novos caminhos.

Ele vem até mim para mostrar-me que a ressurreição transforma em êxito o que parecia perdido, o que estava morto renasce, e a escuridão torna-se luz.
A fé na ressurreição cura as mágoas de minha vida e ensina-me a erguer-me e prosseguir em direção à verdadeira vida, à vida que Deus concebeu para mim.

A ressurreição quer me ensinar desde já, no aqui e agora, o que a vida é.
Ela me traz a promesa de que esta vida também ultrapassa o limiar da morte, renova em mim a certeza de que não se pode acabar com a vida, porque com a morte e ressurreição de Jesus o amor derrotou a morte, para todo o sempre.

Fonte:  Texto extraído do livro "Viver a Páscoa", de Anselm Grün,

Sábado de Aleluia

 Para muitos, o Sábado de Aleluia é apenas um dia de faxina ou de preparação para a Páscoa.
No entanto, esse dia sem liturgia tem um significado espiritual próprio. Jesus morreu por nós, e permaneceu três dias no sepulcro.
Assim, também deveríamos nos dedicar com plena consciência ao teor espiritual desse dia.
Isso acontece melhor em meio ao silêncio, quando nos posicionarmos quanto à verdade e à situação sepulcral de nós mesmos. Cristo desceu ao reino da morte, ao Hades, o reino das sombras. Posso imaginar como Jesus desce aos cantos tenebrosos de minha própria existência. 
O que excluo da vida?
Quais os lugares para os quais não gosto de olhar?
Onde foi que tratei de recalcar alguma coisa, empurrar algo para as câmaras escuras de minha alma? Para onde me nego a olhar?
 O que pretendo esconder de mim mesmo, dos outros e de Deus?
Jesus propõe-se descer exatamente a esses rincões da morte e da escuridão, para mexer em tudo o que há de escuro e rançoso em mim, tudo o que há de mortiço e entorpecido, e então despertar-me para a vida. Os ícones da Igreja oriental sempre representam a ressurreição de Jesus com Cristo subindo do reino dos mortos, trazendo consigo os mortos pela mão.
No dia de Sábado de Aleluia permito que Cristo desça até o meu reino dos mortos, para que tome todos os mortos pela mão, inclusive o que há de morto em mim mesmo, e nos reconduza à luz, a fim de despertar-nos para a vida. Cristo esteve no sepulcro. Assim, o Sábado de Aleluia convida-me a olhar para minha própria situação sepulcral.
O que me caberia enterrar?
Que feridas em minha história de vida precisam ser enterradas de uma vez por todas?
Quando sepulto todas as ofensas, paro de usá-las como armas para agredir as outras pessoas.
Não as carregarei mais em mim mesmo, como se fossem uma recriminação tácita aos que feriram em algum momento.
Com isso, posso descartar minha mágoa, meus ressentimentos e minha irritação. Não preciso de mais nada disso como pretexto para justificar minha recusa a olhar a vida de frente. Pretendo sepultar também os sentimentos de culpa que consomem e dos quais não consigo me afastar. Preciso ter confiança em que Cristo também desceu ao meu sentimento de culpa e a todo martírio interno que imponho a mim mesmo, com auto-acusações; e desceu até aí para libertar-me.
Quando paro de andar em círculos em torno de minha culpa, aí sim realmente posso despertar para a vida nova.
No Sábado de Aleluia desço até meu próprio sepulcro e imagino de que forma Cristo repousa lá, a fim de trazer tudo o que lá está para uma nova vida.

Cristo desceu ao sepulcro de meu medo, minha resignação, minha autocompaixão e minha morbidez, a fim de salvar-me e transformar-me no mais fundo de minha alma.

 Para ressuscitar na Páscoa como uma pessoa salva e liberta, preciso ter a coragem de meditar acerca de meu sepulcro e de sepultar tudo o que me distancia da vida.

Fonte:  Texto extraído do livro "Viver a Páscoa", de Anselm Grün,

6 de abril de 2012

Sexta-feira Santa: Resplandece o Mistério da Cruz

Hoje resplende sobre toda a Igreja o mistério da cruz. 
A liturgia nos propôs uma certa visão da cruz; não obstante todos os esforços, essa permanece como uma visão dolorosa e, sobretudo, fixa sobre os sentimentos de arrependimento e compaixão.
No momento culminante da liturgia de hoje (adoração da cruz), a cruz nos é apresentada como “o lenho do qual pendeu a salvação do mundo”.
Nos cantos que acompanham o beijo da cruz por parte do fiéis, Jesus se dirige ao homem pecador dizendo:
“Meu povo, em que te contristei, em que foi que te faltei? Responde-me!

A CRUZ PARA A IGREJA PRIMITIVA

 Este é um momento sugestivo da liturgia da Igreja; mas quando repensamos este momento à luz da tradição antiga cristã, acontece um incômodo; não podemos nos firmar na dor, na compaixão.
Para as primeira gerações cristãs, a cruz não era tanto “o lenho do qual pendeu Jesus”, mas “o lenho sobre o qual Cristo reinou”(S.Justino).
Os pagãos não conseguiram, com seu sarcasmo, fazer com que os cristãos se envergonhassem da cruz.
“O próprio nome da cruz, escrevia um pagão famoso (Cícero), deve ser mantido longe dos olhos e dos pensamentos dos cidadãos romanos; descrever uma morte tão humilhante em presença de pessoas de bem, é coisa imoral e inconveniente.
São Paulo escrevia aos primeiros cristãos:
“Quanto a mim, não aconteça gloriar-me senão na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Gl 6,14). De São Paulo, a Igreja recolhe este sentimento da cruz-glória e o traduz de muitos modos na liturgia, na teologia e na arte.
Dizia S.Cirilo de Alexandria:
“Qualquer ação de Cristo é motivo de glória para a Igreja Católica, mas a glória das glórias é a cruz”.
Os crucifixos antigos não exprimem angústia, mas calma, majestade e realeza. Sobre a cruz, como repetiu tantas vezes S.João, Cristo é glorificado = reina. O senhorio de Cristo se revela na ressurreição, mas se apoia sobre a cruz.
A teologia mais perfeita da Sexta-feira Santa é aquela traçada por S.João no Apocalipse:
Digno é o Cordeiro imolado de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória e o louvor”(Ap 5,12). Pela obediência da cruz, Cristo penetra com sua potência do Espírito, na Igreja e no mundo.
De fato, não se trata mais simplesmente do Verbo que, no princípio, era Deus e por meio do qual todas as coisas foram feitas (cf. Jo 1,ss). Trata-se de Jesus Cristo, do Filho do homem que, enquanto homem e novo Adão, agora é Senhor do céu e da terra, e não um simples retorno àquilo que era no princípio. Obs.: A cruz é uma novidade até para Deus. 

ATUALIZAÇÃO DO MISTÉRIO DA CRUZ

Qual deve ser a postura daquele que crê neste dia? Com certeza deve mergulhar na dor de Cristo, deixar-se compenetrar e impressionar-se, mas também, não permanecer somente nesta postura. A dor é somente um sinal; a realidade significada é o seu amor por nós. E, diante da prova suprema do amor de Cristo (não existe maior amor do que dar a vida pela pessoa amada), não se pode dar o primado a compaixão e nem a compunção; o primado deve ser da gratidão e da alegria. “Pois Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que n’ Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16); “entregou-se a si mesmo por mim” Gl 2,20) = estas frases de João e Paulo são frases com um ponto exclamativo, exprimem estupor. Diante da nossa compaixão, Jesus poderia dizer: é tudo o que sabes dar-me em resposta? Quem ama não quer ser compadecido mas reamado, isto é, como não reamar alguém que tanto nos amou? Paulo dia: “Se alguém não ama o Senhor, merece ser excomungado (anatema sit) (cf. 1Cor 16,

 CONCLUSÃO:

 Esta é a verdadeira adoração espiritual da cruz, que é a adoração da sua potência salvadora e também do imenso amor do qual ela é sinal. Portanto, gratidão, amor.
Estupor, mas também esperança. Deus deu seu próprio Filho por nós todos, como não nos dará qualquer outra coisa junto Dom Ele? Quem acusará os eleitos de Deus? Quem nos separará do amor de Cristo?
 Obs.: Ler com muita entonação HINO AO AMOR em Rm 8,31-39.
Verdadeiramente, hoje, em nosso coração, resplende o mistério da cruz!! 

4 de abril de 2012

Católico-Apostólico-romano ou "Caótico-Apostático-Romântico"?

Pelo que fiquei sabendo, muitos católicos que andam perdidos por aí, adotam um cristianismo original.
Em vez de: católico-apostólico-romano, passam a ser: caótico-apostático-romântico... E bote isso tanto no masculino como no feminino! Comecemos pelo "católico-caótico".
A palavra "católico" é um adjetivo da língua grega que significa "universal".
Quer indicar que o cristianismo deve ser universal, abranger todos os povos de toda a terra e de todos os tempos.
Já o cristão "caótico" faz uma misturança de tudo e faz uma religião das suas conveniências, catando aqui e ali meias verdades e... bota tudo no "liquidificador" do seu egoísmo, aperta o botão da sua ignorância, e... dá aquela mistura caótica de católico-umbandista-cientificista-espiritualista-isotérico-protestante e... diabo-a-quatro. E depois se mete a discutir religião sem entender bulhufas!
A fé desse cristão fica na periferia.
O "caótico" cria uma religião liberalóide, à imagem e semelhança de suas idéias e gostos.
Assim é fácil, não?... Outro tipo muito interessante é o cristão que se diz católico-apostólico, mas em vez de "apostólico", ele é "apostático". Meus caros, fica muito fácil verificar qual é a verdadeira Igreja Apostólica: a que vem desde os tempos dos apóstolos, do tempo de Cristo, portanto.
A Igreja verdadeiramente Apostólica é aquela que se reúne em volta do sucessor de São Pedro, na pessoa do Santo Padre, o Papa. Pois bem.
O nosso católico "apostático", em vez de ficar com essa Igreja, ele vai "apostando", como o "caótico", num sincretismo religioso, numa mistura de religiões ou fantasias religiosas, superstições que não podem caber num "mesmo saco", numa mesma vida... São os que mais dizem a conhecida frase dos que não querem se comprometer com nada: "Deus é o mesmo, o que muda é a religião, né?
No fundo é tudo a mesma coisa!" Vai nessa pra você ver onde isso parará! Assim, de manhã o "apostático" aposta na missa.
Ao meio dia, aposta no horóscopo.
À tarde, aposta no protestantismo. E à noite, em que "aposta" o nosso "apostático"?
No terreiro de macumba, saracoteando no terreiro e quejando... Nem cristão, nem católico, nem apostólico, mas: "apostático"...
 E o terceiro tipo?
"Ái Jésúis!" É o chamado cristão-católico "romântico". Dizemos "romântico" em oposição a romano; isto é, sem a adesão incondicional à Igreja de Jesus Cristo, desde o início situada em Roma, onde fica o túmulo do primeiro papa (Pedro). "Romântico" é o católico superficial que age ao sabor do "gósto não-gósto".
É o católico que só participa de Missa quando está em apuros, não perde a procissão do Cristo-morto, vai à Igreja em ocasiões esporádicas: batismo, casamento, primeira comunhão, missa de sétimo dia... (Isso quando vai!) Fora isso, vive como se Deus não existisse ou dizem sempre: "reza pra mim na missa" ou "eu rezo em casa mesmo" ou ainda "eu me confesso direto com Deus"... e assim vai: num romantismo danado! O que disse até aqui, pode parecer engraçado... mas é muito triste! Isso tudo sem falar dos que se denominam: "católicos não praticantes"! Isto existe? Hum... vejamos.
Católico não-praticante é um termo para designar aqueles que, apesar de batizados na Igreja e declarando-se católicos, não praticam a religião em sua plenitude.
Hoje, infelizmente, não é raro encontrar "católicos" que afirmam ser adeptos da religião e freqüentam cerimônias como o "Casamento" casamentos e o "Baptismo" batizados, mas que não tomam parte regularmente de ritos como a Celebração da Santa Missa aos domingos e raramente recebem algum dos o "Sacramento" sacramentos.
Esses "católicos" muitas vezes desconhecem partes importantes da própria religião e quase sempre discordam dos ensinamentos morais da Igreja quando estes não estão adaptados a tendências do mundo contemporâneo como o relativismo cultural e a liberalidade sexual. Triste, não? Na verdade, não há católicos "não praticantes", porquanto uma organização vive dos seus membros e do respeito pelas regras que garantem a sua existência. (...)
Quem, com consciência, perfilha o catolicismo, terá de se submeter às suas diretrizes.
Caso contrário, um católico "não-praticante" assemelha-se a um cidadão "não praticante".
Isto existe?
 Daqui para frente é com você! Você é verdadeiramente católico-apostólico-romano ou "caótico-apostático-romântico"?

A decisão é sua... e as conseqüências também!

 Pense nisso...


 Fonte:Padre Chrystian Shankar

2 de abril de 2012

Tudo que você queria saber sobre Confissão

1. Se Deus sabe tudo e sobre tudo, porque ele quer que confessemos?
Porque ele quer de nós um ato de vontade que demonstre que estamos realmente convencidos do nosso erro e arrependidos.
Quando se comete uma ofensa contra alguém (contra Deus inclusive), é preciso três coisas essenciais para obter o perdão, sem as quais o mesmo não é possível: Reconhecer o erro arrepender-se do erro e pedir perdão por ter cometido o erro. Ou seja: O fato de Deus saber que nós erramos não quer dizer necessariamente que nós reconheçamos isto, nem sequer quer dizer que nos arrependemos.
Agora, se estamos realmente arrependidos, e amamos a Deus, é necessário pedir desculpas a Ele, para que ele possa nos perdoar.
E, é claro, se nós reconhecemos o nosso erro, estamos arrependidos, pedimos desculpas e fomos perdoados, devemos também desejar nunca mais cometer este ato que ofendeu a Deus. Isto significa que a confissão é o caminho mais perfeito para a conversão do coração.
 2. Se Deus é bom, porque somos julgados? Nós somos julgados porque Deus é bom. É bom porque é justo. E se é justo pode julgar.
Veja bem: Se alguém me prejudicou nesta vida, contraiu uma dívida para comigo. Ao final de sua vida terrestre, a sua alma se apresentará diante de Deus que, por amor a mim, cobrará desta pessoa o prejuízo que me causou.
“Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados” (Mt 5,6).
Deus toma como ofensa pessoal quando nós ofendemos aos outros “Porque tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber...todas as vezes que fizestes ao menor dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25, 42.45), e por amor aos ofendidos, ele irá cobrar de nós a justa reparação pelo nosso erro, que pode ser uma das duas: Humilhar-se e reconhecer que se é pecador, e que não tem condições de pagar esta dívida, e suplicar a Deus o perdão, ou endurecer-se e recusar a aceitar da mão de Deus o perdão (por orgulho). Neste último caso, a alma escolhe por pagar a dívida por si mesmo - isto é a condenação, o inferno.
3. Uma pessoa que nunca se confessou porque não quis, quando morrer será perdoado e aceito por Deus? Dificilmente.
Não por falta de vontade da parte de Deus de nos perdoar, mas por falta de vontade por parte da alma de ser perdoada. Compreenda: Se alguém passa a vida inteira com a firme intenção de não reconhecer os seus erros, ao final de sua vida, Deus respeita a sua decisão, e não obriga a alma a se confessar (afinal, uma confissão forçada não é sincera).
Ninguém vai para o céu obrigado. Só vai quem quer, e demonstra que quer, esforçando-se por merecer, por mais indigno que seja. Deus trata com mais benevolência alguém que tenha muitos pecados e se arrependa amargamente do que aquele que tem uns poucos, mas se recusa a reconhecê-los. “Ai de ti, Corozaim, ai de ti, Betsaida! ... Porque se Sodoma tivesse visto os milagres que foram feitos em ti, existiria até hoje... Por isto haverá menor rigor para Sodoma do que para ti” (Mt 11, 21.23-24)
4. Porque devemos nos confessar se Deus nos ama?
Porque Deus nos ama. Não existe vida fora de Deus. O pecado consiste em um ato concreto e consciente de desamor a Deus. Se persistirmos no pecado e nele morremos, significa que concluímos a nossa caminhada nesta terra em estado de separação em relação a Deus - separação causada por nosso ódio a Ele, e assim ficaremos separados dele por toda a eternidade, por escolha própria. Existe uma música popular que canta “… de escolha própria escolheu a solidão…”. E o personagem desta música viveu sempre, a vida toda, uma vida de ódio, e morreu assassinado num duelo onde matou outro homem.
Uma pessoa assim não vai para o céu, pois não é lá que pôs o seu coração! Deus nos ama, e apesar de nosso ódio em relação a ele, ele quer que nos arrependamos e peçamos Dele o seu perdão. E Ele está ansiosamente esperando para nos concedê-lo, e fica como que mortalmente magoado se não o fazemos. Mortalmente magoado, porque Jesus morreu na cruz para que tivéssemos a graça de receber de Deus o perdão dos nossos pecados, já que a dívida que tínhamos com Deus foi paga na cruz - Jesus foi condenado à morte por crimes que você cometeu.
A única maneira de merecer a salvação é desistindo do orgulho e aceitando esta condição de pobres pecadores. Pobres porque não temos em nós condições de pagar esta dívida.
5. Não matei, não roubei, não fiz mal a ninguém.
Porque me confessar?
Existem dez mandamentos, e não apenas três. Devemos examinar as nossas consciências e as nossas memórias para verificar se os atos que cometemos são certos ou errados.
Por exemplo, você não gosta que falem mal de você pelas suas costas, portanto, você considera isso algo errado de se fazer. Se você tem feito isso, significa que faz algo que considera errado, e isto é pecado.
A lei de Deus está gravada no coração de todo homem, fazendo a nossa consciência detestar o pecado, ao menos quando são os outros que pecam contra nós, e amar o bem, ao menos quando são os outros que o fazem a nós. Ora, se eu quero que não me façam o mal e que me façam o bem, é uma maldade muito grande e uma hipocrisia da minha parte querer que, no meu agir para com os outros, esta lei não valha (porque o outro espera exatamente o mesmo de você).
Ou seja: O que causa o pecado é o egoísmo de querer que só os outros façam o bem para você e que não façam o mal, e o orgulho de não respeitá-los nos mesmos limites em que se exige o respeito. Portanto: Se você examinar a sua vida com um pouco de sinceridade, será fácil perceber inúmeras imperfeições, atos diários de desamor que cometemos, pequenos orgulhos que geram pecados. E um amontoado de pequenos pecados pode ser mais grave do que um único pecado grave.
Uma lixa é uma folha de papel com inúmeras pequenas imperfeições, mas faz um estrago muito maior do que uma folha que tenha uma única imperfeição maior bem ao seu centro. Os pecados ditos “pequenos” acostumam e viciam a alma no pecado, levando ao amortecimento da consciência, que leva ao pecado grave.
6. Se a pessoa acha que não tem pecado, precisa confessar?
Se a pessoa acha que não está suja, precisa tomar banho? Se ela estiver realmente suja, claro que sim.
E olha que é chato ter que conviver com uma pessoa que não toma banho (às vezes até cheira mal) e acha que não precisa de banho.
Se eu roubasse de você todo o seu salário e achasse que isso não é pecado, precisaria devolver, ou poderia ficar comigo?
Quando são os outros que pecam contra nós, somos os primeiros a reclamar “injustiça!”.
Quando somos nós que pecamos contra os outros, somos os últimos a declarar “culpado!”. Quem “acha” se nós temos pecado ou não, é Deus e não nós mesmos.
É ele que nos diz o que é certo e o que é errado. Se aos homens fosse dado o direito de decidir o que é certo e o que é errado, isto justificaria qualquer ato: Eu poderia matar a você por ter feito esta pergunta, e se achasse que isto não é pecado, Deus não me condenaria. Ora, isto também significa que qualquer um teria o direito de matar, roubar, estuprar, enganar no troco e não precisaria pagar por isto, desde que achasse que não tem pecado. O mundo seria uma loucura (um inferno, para bem dizer).
“Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Mas se confessamos os nossos pecados, Deus aí está, fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda maldade” (I Jo 1,8-9).
Se examinarmos constantemente a nossa memória, e compararmos os nossos atos com a Lei de Deus, logo saberemos se temos pecado ou não. Agora, se amortecemos a nossa consciência e buscamos nos esquecer das maldades que cometemos, fazemos isto na esperança de que Deus também “esqueça” e acabe deixando a gente entrar no céu por engano. Pois engano maior é achar que Deus pode ser trapaceado. Deus quer que você vá para o céu, mas as ofensas que foram cometidas por você devem ser remediadas, pela confissão e pelo perdão que ele quer dar, ou pela sua condenação eterna.
7. Porque devemos nos confessar com o padre e não com uma pessoa qualquer? Porque devemos nos confessar com o padre e não diretamente com Deus?
“Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados [por Deus], aqueles a quem não perdoardes os pecados, não serão perdoados [por Deus]” (Jo 20,22-23).
A própria pergunta já responde: “… com o padre e não com uma pessoa qualquer?”
Se você mesmo reconhece que o padre não é uma pessoa qualquer, então é por isso mesmo que devemos nos confessar com ele e não com uma pessoa qualquer. Nós não podemos também nos confessar direto com Deus, porque ele ordenou aos apóstolos que ministrassem o perdão.
Se Deus permitisse que nós, miseráveis pecadores nos aproximássemos dele, cheios de orgulho como somos, para exigir que nos perdoasse, ele olharia os nossos maus atos e nos rejeitaria.
Foi por isso que ele instituiu a Igreja, que é o corpo de Cristo. Se nós pedimos o perdão a Deus através da Igreja, Deus olhará não para nós, mas para a Igreja, pois é ela que pede a Deus em nosso nome.
E Deus, olhando para a Igreja, verá nela o sacrifício de Cristo, que nos salva, e sentindo-se consolado por este sacrifício, concederá à Igreja o perdão destinado a nós, e ela, por conseguinte nos entrega este perdão que recebeu de Deus para nós. É por isso que nós rezamos “… não olheis para os nossos pecados, mas para a fé que anima a vossa Igreja”. Se Deus olhasse para os nossos pecados, nos rejeitaria sempre.
Se olha para a fé da Sua Igreja, nos perdoa sempre. Não podemos nos confessar direto com Deus pois, se fizéssemos isto, estaríamos desprezando a Igreja a quem ele deu a capacidade de perdoar. Desprezando a Igreja, estamos desprezando o Corpo de Cristo sacrificado por nós. Desprezando o sacrifício que nos salva, não seremos salvos, e Deus, portanto não nos concede o perdão nestas condições.
8. A confissão é a única maneira de nos livrarmos de nossos pecados? Sim. Somente Jesus pode perdoar os nossos pecados, pois somente ele, por ser infinitamente bom e justo, tem a capacidade de julgar-nos e dizer se temos pecados, para então perdoá-los.
E Jesus, quando apareceu pela primeira vez aos apóstolos após a sua ressurreição, disse-lhes de maneira clara e inequívoca: “A paz esteja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu vos envio!” (Jo 20,21). Isto significa: Assim com o Pai enviou Jesus ao mundo para perdoar os homens, do mesmo modo Jesus enviou os apóstolos, com o mesmo poder de perdoar os pecados.
Ou seja:
Esta capacidade (de perdoar os pecados) é própria de Deus e foi dada somente aos apóstolos. E para deixar ainda mais claro, Jesus continuou:
“Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados [por Deus], aqueles a quem não perdoardes os pecados, não serão perdoados [por Deus]” (Jo 20,22-23).
Preste muita atenção: Aqueles a quem os apóstolos não perdoarem os pecados, estes não serão perdoados! Portanto, não adianta confessar-se a Deus somente, ou a outro homem que não tenha recebido este poder diretamente das mãos de Jesus enquanto este ainda não havia subido ao Pai. Mas os apóstolos já estão mortos há muito tempo! Quer dizer que não é mais possível obter o perdão dos pecados? Claro que é! Ainda é possível obter o perdão dos pecados, porque os apóstolos confiaram o seu ministério e o seu poder aos seus discípulos, através do Sacramento da Ordem - estes discípulos foram os primeiros Presbíteros (Padres) e Epíscopos (Bispos), conforme nos atesta a Bíblia (At 20, 28; 2Tim 1,6; Tito 1,5-9). Isto significa que aquele poder único de Cristo de perdoar os pecados foi dado aos apóstolos e, através deles, aos padres e bispos que se mantiveram fiéis à tradição apostólica: A Igreja Católica Apostólica, que por causa disto é a única que oferece aos seus fiéis a possibilidade de obter de Deus o perdão através deste poder que lhe foi confiado.
9. A partir do momento em que me confesso estou livre dos pecados cometidos e confessados?
SIM! Que maravilha! Lembre-se do que Jesus disse à mulher que foi apanhada em adultério
“Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou? Ela respondeu: Ninguém, Senhor. Nem tampouco eu te condeno. Vai e não tornes a pecar.” (Jo 8,10-11).
Deus esquece os nossos pecados, pois nos perdoou. Perdoar significa que ele não vai nos cobrar esta dívida nunca mais. Agora as conseqüências deste pecado permanecem:
Se eu destruísse o seu carro, e depois me arrependesse e confessasse, eu seria perdoado, mas o seu carro continuará quebrado, exceto nas poucas vezes em que Deus, na sua bondade (para aumentar a nossa fé Nele), faz um milagre.
Então, se não contarmos com a hipótese do milagre como a nossa única segurança, ainda será preciso que eu faça uma satisfação, ou compensação deste dano causado a você. Se eu me recusar a reparar o dano que causei, quer dizer que na verdade não me arrependi.
Por exemplo, se eu destruí o seu carro, tenho a obrigação de comprar um carro novo para você, para que a justiça se cumpra.
Ou seja: Os seus pecados foram perdoados, e você está livre deles, mas não está livre das conseqüências do pecado, e deve desejar saná-las ao limite máximo possível para satisfazer a Justiça de Deus. E olhe que estamos falando da justiça dos homens a respeito da perda de um carro! A justiça pela perda de um carro se paga com um carro.
E qual será a compensação que a Justiça de Deus irá pedir pela perda de uma alma?
É por isto que se faz penitência, para compensar a Justiça Divina pelos nossos pecados. Por isso o verdadeiro perdão consiste em poder dizer:
“Pai, no dia do juízo deste pobre coitado que me ofendeu, não quero que tu cobres dele as maldades que me fez, pois não quero ser eu o responsável pela condenação dele, pobrezinho!
Se ele depender do perdão das faltas que ele cometeu contra mim para ir para o céu, por mim, pode ir!”
10. A penitência é obrigatória para ser perdoado?
Se os meus pecados já foram perdoados, porque fazer penitência?
Caso morramos sem ter expiado todos os nossos pecados perdoados, teremos ainda que sofrer a justa satisfação por eles, antes de ir para o céu.
“Ajusta-te com o teu adversário enquanto ainda caminhas com ele, para não acontecer que ele te entregue ao juiz, e o juiz ao carrasco, que te porá na prisão.
Na verdade eu te digo: Não sairás de lá até ter pago o último centavo” (Mt 5, 25-26).
Ou seja: A salvação já está garantida (você já foi perdoado), mas é preciso compensar o dano causado. Esta satisfação é o impedimento por algum tempo da alma ser aceita na glória do Céu:
Ficamos na “sala de espera”, até que tenhamos expiado os nossos pecados. Esta espera dói terrivelmente, pois a alma, já perdoada, anseia desesperadamente por Deus, mas é impedida pelos males que causou. Este sofrimento é para “pagar os pecados”, como o povo diz.
Mas do preço do pecado, que é a morte, Jesus já nos dispensou na Ressurreição.
Agora ainda assim devemos satisfazer a Justiça Divina pelos pecados que cometemos, pois aqueles que nós ofendemos esperam de Deus, e com razão, que sejamos punidos pelas maldades que lhes cometemos.
A este sofrimento chamamos “Purgatório”. Nós podemos sofrer cá na terra em lugar das que sofrem lá, ou pelo sofrimento aqui (doenças, jejuns, penitências) livrar-nos do sofrimento lá, pois Deus irá nos considerar já suficientemente punidos pelas nossas maldades.
Agora se essa punição é voluntária e auto-imposta, então ela tem muito mais valor, e assim um pequeno sofrimento auto-imposto nos livra de grandes sofrimentos que seriam nos impostos de cima e dos quais não poderíamos nos queixar, pois procedem de Deus Justo. Podemos também oferecer a nossa penitência pelos pecadores, sofrendo na nossa carne o que eles deveriam sofrer para pagar os seus pecados. Isto é muito bom diante dos olhos de Deus, pois é um dos maiores atos de misericórdia: Sofrer pela salvação dos outros.
A Igreja tem o poder de nos liberar do peso desta obrigação de satisfazer à Justiça Divina: “Tudo o que desligardes na terra, será desligado no céu” (Mt 16,19), através das Indulgências. Uma maneira ótima de fazer penitência é oferecer esmolas (na forma de dinheiro ou comida), ou cometer qualquer bondade de maneira deliberada, buscando com essa bondade consolar a Deus pelas ofensas anteriormente cometidas. 11. Deve-se ter uma ação após a penitência para uma boa confissão (além da oração)?
Sim. É preciso fazer o firme propósito de nunca mais pecar, ou ao menos de nunca mais recair neste erro em especial que foi perdoado. Os atos de misericórdia (dar esmolas, visitar os doentes e presos, consolar os aflitos, dar de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede, abrigar os sem-teto, etc...).
São atos que agradam à Justiça Divina, “descontando” o preço das nossas faltas.
A Igreja, pelo poder que recebeu de “ligar e desligar”, tem o poder de nos livrar destas penas. Para isto, exige um esforço da parte do fiel. Esta liberação da necessidade de satisfação das culpas perdoadas é chamada de Indulgência (que quer dizer: “indulto, livrar-se de uma pena, da prisão”).
Estas indulgências podem parciais ou plenárias. A indulgência plenária é a indulgência sobre toda e qualquer pena dos pecados perdoados.
A Igreja utiliza o seu poder de conceder Indulgências para incentivar a prática de certas virtudes.
Por exemplo: A leitura da Bíblia, especialmente os Evangelhos é com certeza a maneira mais correta de buscar conhecimento sobre o amor de Deus por nós. Por isto a Igreja concede uma Indulgência plenária por ano às pessoas que lerem ao menos um trecho do Evangelho todos os dias, rezando antes uma oração pedindo o dom do entendimento e depois uma agradecendo e beijando com devoção o Livro Sagrado. Também são concedidas indulgências para várias orações, em especial a do Terço, se recitadas diariamente e com as devidas disposições (estar livre de pecado mortal e comungar com freqüência).
A via-sacra é a maneira mais eficaz e correta de buscar uma indulgência plenária, pois medita os Evangelhos, oferece a Deus o sacrifício de Cristo e extingue em nós o desejo pelo pecado.
A “Oração a Jesus Crucificado” que está no fim deste artigo, se rezada após a comunhão também tem uma indulgência associada se for rezada com devoção contemplando o crucifixo. Para ganhar qualquer indulgência é necessário comungar no mesmo dia e rezar ao menos um pai-nosso pelo Santo Padre.
12. É correto “colecionar indulgências”?
 Depende do que você quer dizer com “colecionar”. A busca das Indulgências é válida e correta se feita com a reta intenção de satisfazer a Deus pelos nossos pecados.
Não é uma coisa mágica ou mecânica, do tipo “pá-pum”. Por isto, mesmo que estejamos livres de pecados mortais, e tenhamos feito a penitência necessária, devemos sempre buscar desagravar a Deus pelas maldades, senão nossas, ao menos dos nossos irmãos.
E para isto a Eucaristia e a missa é de longe o mais perfeito, sublime e admirável meio de satisfazer a Deus, pois Nela o próprio Jesus oferece ao Pai o seu sacrifício na cruz pelas nossas intenções e pela expiação dos nossos pecados.
13. E se eu me confessar e cometer o mesmo pecado?
O importante é ter o firme propósito de que foi a última vez! Confesse de novo. Isto pode ser ainda mais duro e difícil que da primeira vez e dá muita vergonha.
Mas, “se você tem vergonha de contar, devia ter vergonha de fazer”.
Nós, por sermos pecadores, temos hábitos que nos conduzem a situações onde é muito difícil não pecar. Para não pecar mais, devemos muitas vezes desistir de coisas que não são pecados em si, mas que nos conduzem ao pecado. Por exemplo, São João Bosco (Dom Bosco) era muito bom músico e pessoa muito divertida e alegre.
Por isto se ia à uma festa, facilmente caía no pecado do orgulho, devido às suas habilidades naturais.
Não há nada de pecado em ir às festas, mas Dom Bosco desistiu de ir a muitas delas por medo de pecar pelo orgulho e assim ofender a Deus.
Por exemplo: Se um rapaz, no caminho da escola, passa sempre por uma quitanda e se sente tentado a roubar uma fruta toda a vez que passa por lá, e não consegue controlar este impulso, deveria trocar de caminho, para que não aconteça de você ceder à tentação. “Somos homens, não anjos”: Isto significa que para nós é mais fácil pecar do que não pecar.
14. Quando pecamos e nos arrependemos e tentamos cada vez mais estar perto de Deus temos chance de ir para o céu?
Sim! Nós vamos para o céu não porque nós somos bons, mas porque Deus é bom. A condição para irmos para o céu é buscar nunca mais ofender a Deus. E se essa intenção é sincera no nosso coração, isto significa que devemos nos arrepender e confessar os pecados que ainda não confessamos, e fazer um esforço de nunca mais pecar.
Deus nos concedeu o exemplo de muitos homens que de uma vida de pecado (e às vezes de grande pecado!) se converteram em homens Santos: São Paulo (que perseguia os cristãos e os entregava à morte: Atos dos Apóstolos, capítulo 9), Santo Agostinho (que era herege e adúltero), Santo Inácio (que era um orgulhoso oficial do exército e só se converteu porque quebrou uma perna e não pode mais servir), a prostituta que Jesus perdoou (Lc 7,36-50), e muitos outros que vivem na nossa época e que às vezes nem ficamos sabendo.
O exemplo destes homens e mulheres que abandonaram a vida passada de pecado, e se tornaram santos, nos convida a fazermos o mesmo, mas sem nos esquecermos de que, mesmo que nos tornemos santos nos nossos atos (deixemos de pecar), continuamos a ser de natureza pecadora, ou seja: Para nós é mais fácil fazer o mal do que o bem (mesmo para o santo).
Por isto, quando uma pessoa faz um esforço sincero de evitar todo pecado, Deus confirma este esforço através da Graça Santificante que é um dom de Deus para que a pessoa possa não pecar.
Ou seja: O santo não peca, por graça de Deus, principalmente, e pelo esforço de não pecar. Se isto lhe serve de exemplo e consolo, saiba que o pobre autor destas linhas também era muito pecador, e que era quase ateu. Por este fiapo de fé, Deus lhe puxou, como se fisga a um peixe, e o resgatou de volta para a sua Igreja, que hoje ele defende. E se fez isto comigo, que sou um pobre pecador, é porque quis mostrar a você que ele está disposto a nos converter e está disposto a converter você também.
E se ele fez isso comigo que sou tão pouca coisa, o que então não fará por você que sou mais que eu?
15. Qual a melhor preparação para uma boa confissão?
Quais são as orações a serem feitas na confissão? É obrigatório rezá-las? É a Oração suplicante, pedindo a graça de se arrepender, a oração do arrependimento, rejeitando o pecado, e o exame de consciência. Existem roteiros prontos para se preparar para a confissão. Estes “roteiros” geralmente são inventados por alguém que os usa com freqüência (porque se confessa com freqüência) e que afinal ensina para que os outros possam tirar dele o mesmo proveito. Neste roteiro não pode faltar o ato de contrição: “Meu Deus, porque sois Bom e Digno de ser amado, me dói de todo o coração de vos ter ofendido, me proponho a nunca mais pecar e peço que me ajudes a mudar de vida e viver para só te agradar”.
A oração da via-sacra e do terço (em especial os mistérios dolorosos) são excelentes para esta preparação. Também os salmos penitenciais (Sl 31, Sl 37, Sl 41, Sl 50, Sl 129) são belíssimos poemas de amor e de arrependimento, onde a alma que ama a Deus se transborda em uma súplica pelo perdão. Estes salmos são especialmente belos para aqueles que estão com o espírito quebrantado, se sentindo sujos, imperfeitos, pecadores, fracos. Assim, é possível compreender o amor de Deus, confiar nele e amá-lo a ponto de ir ao encontro Dele e pedir o seu perdão. Você também pode pedir ao Sacerdote que o oriente para melhor confessar, ou pedir que lhe ajude a fazer o seu exame de consciência. Se você quer fazer uma boa confissão, ao menos recite ou leia os dez mandamentos, faça um exame de consciência baseado neles e reze o ato de contrição. Isso basta. Entretanto, se você está há muito tempo sem se confessar, ou se confessou poucas vezes na vida, pegue uma folha de papel e escreva tudo de ruim que pode lembrar de si mesmo. Se tiver vergonha de falar, entregue a folha direto para o sacerdote, ele irá aceitá-la. Depois da confissão, queime, ou rasgue em mil pedacinhos a folha, e tenha a certeza de que Deus aceitou o seu sacrifício e te perdoou.
16. Quando a gente não se concentra bem na confissão, a gente faz certo?
Claro que não. Se um motorista não se concentra na direção, pode matar a si mesmo e a muita gente. Do mesmo modo, você deveria se confessar pelo menos com tanta atenção quanto um motorista utiliza para dirigir o seu veículo. Isto se considerasse apenas o respeito humano. Entretanto, na Confissão, estamos em diálogo com Deus, e fazê-lo de maneira relaxada não seria respeitoso, ainda mais que você deseja obter Dele um favor que você não merece. Quando alguém está falando com você, você gosta que esta pessoa esteja concentrada no que faz e que olhe nos seus olhos. Por isto, aceite um bom conselho: Quando for se confessar, lembre-se de que você está falando com Deus e olhe “nos olhos” de Deus. Você pode “olhar nos olhos de Deus” olhando nos olhos o seu confessor, ou mesmo de olhos fechados. Olhar nos olhos de Deus é não desviar-se dele, não perde-Lo de vista, não se esquecer Dele enquanto se confessa. Tem gente que vai à missa, e dentro da própria missa se esquece até que Deus existe. Olhe para o Seu rosto. E o rosto de Deus é o Ser, a Beleza, a Bondade, e a Verdade, e o Amor. E lembre-se: Ele te ama.
 17. Para confessar é preciso fazer algo ou é só chegar e falar os pecados?
A confissão é um sacramento, e para recebê-lo existe um rito próprio, e uma necessária preparação. Portanto é preciso ter feito anteriormente um exame de consciência e uma oração de arrependimento que deve ser sincero.
Ao chegar ao confessionário saúde o sacerdote: “Louvado seja o nosso Senhor Jesus Cristo!”, e faça o sinal da cruz ao chegar e ao sair. É bom começar dizendo há quanto tempo você confessou pela última vez, e como anda a sua freqüência na missa. Depois, é só “falar os pecados”, mas lembre-se: Jesus te ama! E é a própria pessoa de Jesus Cristo quem te ouve, e Ele te ama! E é por causa deste amor que Ele irá perdoá-lo, quando o sacerdote lhe der a absolvição. Também é preciso fazer a penitência necessária à reparação do erro que cometemos. O local correto para a confissão é o confessionário, mas em outras situações a confissão pode assumir a forma de uma conversa bem franca — mas nunca virar “bate-papo” e nem seção de psicanálise! A confissão é um sacramento, uma coisa sagrada e deve ser acolhido em um clima de respeito à santidade de Cristo que desce dos Céus até a nossa miséria só para te perdoar.
18. O padre é obrigado a ouvir a confissão e a dar a absolvição para todo mundo?
Não, muito pelo contrário.
O sacramento é uma coisa santa, e deve ser ministrado com muita prudência. Quando alguém sempre repete o mesmo pecado grave, (como o adultério), ou vive em estado de pecado permanente (as pessoas que vivem "ajuntadas", sem serem casadas na igreja), só são admitidas no sacramento da reconciliação se "dessa vez for pra valer".
Ou seja: Se a pessoa está decidia a mudar de vida. O sacerdote pode também suspender a absolvição conforme a gravidade do erro, ou pedir uma justa reparação antes de lhe dar a absolvição (devolver objetos roubados, desmentir uma calúnia, etc.). Entretanto, a Igreja ordena aos Sacerdotes que ministrem o Sacramento da Reconciliação cada vez que os fiéis o pedirem de forma conveniente - isto não significa que o padre é "obrigado" a ouvir a sua confissão. Procure informar-se sobre o horário próprio em que o seu pároco ouve confissões. Em casos urgentes, é claro, não tenha medo de apelar ao Sacerdote, mesmo fora de hora, mas sempre com a devida humildade. 
19. Porque não se pode confessar antes da 1ª comunhão?
Porque a confissão é um sacramento, assim como a comunhão e é preciso fazer uma preparação para recebê-lo. Antigamente só se aceitava adultos à confissão e à comunhão, mas conforme os séculos foram passando, a humanidade foi ficando mais dura de coração, e se deixar hoje em dia uma pessoa sem confissão e sem comunhão até a idade adulta, quando ela chegar lá já está perdida.
20. Porque devemos nos confessar para receber a 1ª comunhão e a crisma?
Porque os sacramentos são santos e Deus, que concede o sacramento é Santo. Por isto os sacramentos devem ser recebidos em "estado de graça" (sem pecados). Se eu não estiver em estado de graça, não posso receber a graça. Os sacramentos não são uma coisa "automática", que Deus é "obrigado" a conceder mesmo a contragosto, porque você cumpriu o rito bonitinho. Pela nossa fé, nós sabemos que Deus confirma no céu o sacramento que é dado na terra, pois foi assim que ele garantiu à igreja (e somente à igreja): "Tudo o que ligardes na terra, será ligado no céu" (Mt 16,19). Mas, para isto é preciso haver as condições necessárias. Qualquer sacramento - A Eucaristia, o Crisma, o Matrimônio - só são válidos para Deus se a pessoa que recebe o sacramento o fez com "reta intenção" - ou seja: Sem falsidade no coração.
21. Porque devemos nos confessar para receber a hóstia?
Porque a hóstia é Santa, é o próprio corpo de Cristo que recebemos, e devemos "tomar um bom banho" por dentro antes de Jesus entrar em nós. É como nós dizemos na missa: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada". Jesus já faz um ato de humildade infinita descendo dos Céus para entrar em comunhão conosco, seria humilhá-Lo de uma maneira muito grave se não nos preparássemos para recebê-Lo. Entrar em comunhão com Jesus na hóstia é participar totalmente de Cristo - "eu em Ti e Tu em mim", e que comunhão há entre Deus e o pecado? Nenhuma! Por isto, para que possamos comungar, é preciso que estejamos sem pecado. E isto só é possível pela graça de Deus, pela confissão.
22. Se nos confessamos e mentimos para o padre e ele nos absolver, o que acontece conosco?
Vamos para o inferno.
Se você vai mentir para o padre, para que se confessar?
É óbvio que Deus não vai perdoar "por engano" o pecado "X" se você diz que fez "Y", portanto você sabe muito bem que não vai ser perdoado. Se não é para ser perdoado, para que confessar?
Para ofender a Deus. Agora essa ofensa pode ser perdoada se você confessar que mentiu na confissão. Existem, é claro, situações vergonhosas, ou embaraçosas, ou você pode esconder detalhes mais precisos para tentar diminuir a sua culpa, mas para que, se afinal Deus estava lá e viu tudo mesmo? Jesus te ama! Nele você pode confiar! Dê essa chance a Ele! Confia no amor de Jesus, e não tenha medo de lhe esconder nada! Ele te ama e quer que você vá para o Céu. Agora não vá pensar que tem gente que entrou no céu porque mentiu na confissão...
23. Porque é necessária a confissão?
A confissão é necessária porque é o único meio deixado por Jesus Cristo para o perdão dos pecados. Antes de Jesus subir aos Céus, concedeu aos apóstolos a mesma missão Dele:"A paz esteja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu vos envio!" (Jo 20,21).
Ora, como poderiam os apóstolos cumprir a mesma missão de Jesus, sem o Poder que havia em Jesus para cumprir esta missão?
E o Poder que havia em Jesus é o Espírito Santo, e este Espírito Santo, Jesus concedeu aos apóstolos de uma maneira diferente do que concedeu aos outros discípulos: "Recebei o Espírito Santo.
Aqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados [por Deus], aqueles a quem não perdoardes os pecados, não serão perdoados [por Deus]" (Jo 20,22-23).
Preste muita atenção: Aqueles a quem os apóstolos não perdoarem os pecados, estes não serão perdoados! Portanto, não adianta confessar-se a Deus somente, ou a outro homem que não seja um apóstolo de Cristo. Mas os apóstolos já morreram! E agora?
Antes de morrer, eles também concederam adiante esta graça do Espírito Santo - assim surgiram os Bispos e Sacerdotes. Portanto, a confissão é o meio que Jesus deixou para que os nossos pecados fossem perdoados aqui na terra! E se Deus quisesse dar chance para nos perdoar depois da nossa morte, por que motivo iria querer nos perdoar também "aqui embaixo"?
24. Quando devemos nos confessar?
De quanto em quanto tempo devemos nos confessar?
Quando temos pecado grave, a confissão é obrigatória e urgente. Pessoas com pecado grave (aborto, adultério, estupro, assassinato, ódio mortal) não vão para o céu mesmo.
Mas não podemos julgar os outros (Só Deus sabe se o fulano foi pro céu ou não).
Uma coisa é certa: Deus quer que cada homem se salve.
Quando os nossos pecados não são "graves" (o pecado em si é uma coisa já bastante grave), o que a gente chama de "pecado leve", devemos confessar conforme a consciência nos acusa.
O correto é ter sempre a consciência limpa (e, é claro, ter o desejo de nunca mais pecar).
A confissão é obrigatória uma vez por ano, e é recomendável antes de receber os sacramentos.
A confissão mensal é um costume muito santo, e que produz muitos frutos. Muitos movimentos da igreja, e algumas novenas pedem a confissão mensal.
Se você está interessado em encontrar uma conversão mais profunda, talvez possa buscar um destes movimentos ou oferecer uma novena Eucarística, com confissão e missa (como a das 9 primeiras sextas-feiras em honra ao Sagrado Coração de Jesus).
Agora, muita atenção: Confissão é Sacramento, é sagrado! Não pode virar uma coisa mecânica, tipo "puxa-que-chato-amanhã-é-dia-de-confessar", pois assim perderia a sinceridade.
Entretanto, pode-se dizer com certeza, que quanto mais santa é uma pessoa, com mais freqüência ela se confessa e que ninguém, que se confessa pouco, possa sonhar em ser santo um dia, a menos que passe a se confessar com mais freqüência. E quanto mais santos nos tornamos, mais nos sentimos pecadores.
25. Porque muitas pessoas ao se divorciar se desligam da religião e não procuram se confessar?
Para ser sincero, eu não sei. Muitas pessoas não crêem mais na misericórdia de Deus, muitas pessoas pensam que Deus é uma coisa abstrata. Muitas pessoas não acreditam que a Igreja é santa e que foi fundada por Deus.
Algumas pessoas não sabiam que podiam se confessar, ou tinham muita vergonha.
Eu, por mim, prefiro morrer de vergonha a ir para o inferno, onde a vergonha é eterna.
A confissão muda o rumo que toma a nossa vida e a maneira mais certa de ganhar o céu é confessar-se e comungar sempre. Se um dia o divórcio parecer uma saída para você, ou para alguém próximo de você, procure o sacerdote, para reencontrar a Cristo na confissão.
A vida a dois sem perdão é uma tortura cruel, com o perdão é um paraíso de delícias!
O casal recém casado se dá bem porque nunca se ofenderam gravemente.
E o casal que se confessa com freqüência, vive sempre como se fosse recém casado, pois depois da confissão bem feita, é como se nunca tivessem se ofendido em toda a sua vida.
26. E se a pessoa for muito idosa [ou muito doente] e não puder ir se confessar?
No caso das pessoas que não podem sair de casa, família pode (e deve) pedir ao sacerdote que venha fazer uma visita. No caso de doença, especialmente se é grave, é uma obrigação da família pedir o sacramento da cura, que é a unção dos enfermos. Muita gente pensa que a unção dos enfermos é só pra quem vai morrer, ou que apressa ou provoca a morte.
A verdade é exatamente o contrário: ". alguém entre vós está enfermo?
Chame os sacerdotes, e estes orem por ele e ungindo-o com óleo.
A oração da fé salvará o doente, e será curado. Se tiver pecados, serão perdoados.
Confessai os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros para serem curados" (Tg 5,14-15). Se a pessoa não puder mais falar, mas ainda estiver consciente, a confissão por questionário é válida.
O sacerdote pergunta "tens esse tipo de pecado? E aquele? Etc." e a pessoa responder que sim ou que não com a cabeça ou qualquer outro sinal. Em casos gravíssimos ou urgentíssimos, o sacerdote pode apenas perguntar: lembra-te dos teus pecados.
Te arrependes de todos eles? (Sim). Renegas aos teus pecados? (Sim). Renegas a Satanás? (Sim).
Renegas a suas tentações e suas pompas? (Sim). Etc. Havendo sinceridade, a absolvição é válida.
27. A confissão comunitária tem a mesma validade que a confissão individual?
"A confissão individual e integral seguida da absolvição continua sendo único o modo ordinário pelo qual os fiéis se reconciliam com Deus e com a Igreja, salvo se um impossibilidade física ou moral dispensar desta confissão" (Catecismo, §1484).
"Em casos de necessidade grave, pode-se recorrer à celebração comunitária da reconciliação com confissão e absolvição gerais. Esta necessidade grave pode apresentar-se quando há um perigo iminente de morte sem que os sacerdotes tenham tempo suficiente para ouvir a confissão de cada penitente. também quando, tendo-se em vista o número de penitentes, não há confessores suficientes para ouvir devidamente as confissões individuais num tempo razoável.
Neste caso os fiéis devem ter, para a validade da absolvição, o propósito de confessar individualmente os seus pecados no devido tempo. Um grande concurso de fiéis por ocasião de grandes festas ou peregrinações*, não constitui caso de tal necessidade grave" (Catecismo, §1483). * como no caso da Semana Santa (a nota é nossa).
28. O que é pecado grave?
O que é pecado mortal? O que é pecado contra o Espírito Santo?
"Morrer em pecado mortal sem ter se arrependido dele e sem acolher o amor misericordioso de Deus significa ficar separado do Todo-Poderoso para sempre, pela nossa própria opção livre.
E é este estado de auto-exclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados que se designa com a palavra inferno." (Catecismo, §1033) O pecado em si já é uma coisa grave, na sua condição de ofensa ao bom Deus.
O pecado grave é a mesma coisa que pecado mortal (aquele que conduz à morte).
O pecado mortal é um pecado cometido com plena consciência (a pessoa sabe que é errado), pleno consentimento (sabendo que é errado, quer fazer assim mesmo), e que envolva matéria grave.
O que é "matéria grave"? São as ofensas que contrariam de maneira direta os mandamentos.
Por exemplo: Vamos tomar o maior de todos: "Amarás a Deus acima de todas as coisas".
Ir a centro espírita, umbanda, macumba, cartomante, etc., oferecer flor para Iemanjá, ofende diretamente este mandamento, ou seja: Envolve matéria grave.
Estes pecados se tornam mais graves à medida que a pessoa sabe que isso é errado e faz assim mesmo, ou seja: É um ato de maldade deliberada.
O aborto é o pecado de assassinato em sua forma mais grave, pois é um assassinato premeditado, contra uma vítima indefesa, inocente e que é o próprio filho, e provoca a excomunhão imediata decorrente do próprio ato.
O sexo sem o matrimônio ou fora do matrimônio são pecados graves.
O ódio mortal e o assassinato são pecados mortais, e a Bíblia diz que "quem odeia o seu irmão é assassino" (1Jo 3,15).
Os pecados contra o Espírito Santo não têm perdão (pois é o Espírito Santo que opera o perdão), e se a pessoa morre com estes pecados, com certeza vai para o inferno.
Eles são: Desesperação da salvação ("eu não vou pro céu, Deus não me quer lá."), presunção de se salvar sem merecimento ("Eu já estou salvo!."), negar a verdade conhecida como tal, ter inveja dos dons que Deus concede a outros, obstinação do pecado e impenitência final.
29. A partir de quando a comunidade católica começou a se confessar (desde os primeiros tempos, ou com a tradição)?
Desde a fundação da Igreja. João Batista foi o sinal que anunciou como seriam os novos tempos:
As pessoas, espontaneamente, vinham a ele e pediam o perdão pelos seus pecados e João os batizava como sinal desta conversão do coração.
Na tarde do domingo da Ressurreição, Jesus deu aos apóstolos, e só a eles, o poder de perdoar.
E quem não fosse perdoado pelos apóstolos, não seria perdoado:
"Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados [por Deus], aqueles a quem não perdoardes os pecados, não serão perdoados [por Deus]" (Jo 20,22-23) e "Tudo o que ligardes na terra, será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra, será desligado no céu" (Mt 16,19).
Antes de receber o batismo, a pessoa devia se confessar comumente em voz alta.
Depois da confissão, passavam um tempo em penitências, e só então que recebiam o perdão dos pecados no sacramento do batismo.
Voltar a pecar depois de batizado era considerada uma coisa grave, gravíssima! Um batizado, pecando! Que escândalo! Se um batizado cometesse pecados graves e se confessasse e pecasse de novo, era afastado da Igreja (excomungado), até que se arrependesse de verdade, e fosse reintegrado.
Assim, nós sabemos que as primeiras comunidades cristãs pediam aos apóstolos o perdão dos pecados. Mas como seria possível ao apóstolo conceder o perdão sem saber se a pessoa está arrependida?
Então, era preciso ao apóstolo saber o que foi que a pessoa fez, e verificar se ela estava arrependida.
A maneira que se usava de saber se a pessoa estava arrependida era de pedir à pessoa que, voluntariamente, se fizesse passar por uma humilhação pública, como os "castigos" que se dá nos jogos infantis.
Se o apóstolo, percebendo a humilhação auto-imposta da pessoa, via que o seu arrependimento era sincero, concedia a absolvição.
Depois que os apóstolos morreram, seus sucessores legitimamente ordenados continuaram este serviço. Entretanto a forma de ministrar o perdão foi amenizando com o passar dos tempos.
A confissão, de pública, passou a ser secreta, e a penitência, que durava meses ou anos e era humilhante, passou a ser feita na forma de esmolas aos pobres ou orações.
30. O que é excomunhão?
"Não vos enganeis: Nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os assaltantes hão de possuir o reino de Deus!" (1Cor 6,9s).
Quando a pessoa comete um pecado muito grave, a própria natureza deste ato demonstra que ela é uma pessoa "excomungada", isto é - sem comunhão nenhuma com Deus.
O aborto, a heresia, o abandono consciente da fé, o abandono da Igreja para fundar novas seitas, provoca a excomunhão decorrente do próprio ato, ou seja:
A própria pessoa, por vontade própria, através de um ato radical contra Deus, se separa dele.
A Igreja pune com a excomunhão estas pessoas para conscientizá-las da gravidade do ato que cometeram, e possam assim se arrepender.
A excomunhão não é uma "maldade" que a Igreja faz contra a pessoa, pois pessoas que cometeram atos de maldade dessa gravidade não podem comungar, pois a Hóstia é Santa! Permitir que essas pessoas comunguem com Jesus é cometer um sacrilégio, é colocar uma hóstia pura e santa num lugar sujo e pecador. Por isso, as pessoas com esses pecados gravíssimos, como matar um bebê na barriga da mãe, ou que vivem em estado de pecado permanente, como os hereges, ou os casais "ajuntados", e pessoas com pecados que a Igreja aponta serem graves o suficiente para merecer a excomunhão, devem se dirigir ao Sacerdote para isto autorizado, ou ao Bispo, para se confessar e serem reintegrados na Igreja, desde que reneguem e abandonem o estado em que se encontravam.
31. Mas e se o padre revelar o segredo da confissão?
O próprio fato de se perguntar isso revela o respeito que as pessoas têm pela confissão, até mesmo entre os que se dizem ateus. Pois, se a confissão fosse desimportante, essa questão do segredo não teria razão de ser. Mas, se a confissão é legítima, então o segredo passa a ser uma obrigação!
A confissão é uma questão de fé.
Só se confessa, ou só deveria se confessar, quem tem fé em Deus e na Igreja.
Ter fé na Igreja significa crer que a Igreja é a depositária legítima da Revelação que Deus dirigiu ao mundo.
Quem crê que a Igreja recebeu de Deus a Revelação, a autoridade de Jesus e que é ela que realiza a salvação, confia nessa Igreja.
Ninguém se preocupa se um médico que trata de doenças sexualmente transmissíveis poderia talvez revelar os nomes das pessoas que vêm se consultar com ele, pois confiam nesse médico.
Ninguém se preocupa se o advogado poderia revelar os segredos do cliente para o adversário no tribunal, pois confia no advogado.
E não se ouve falar de nenhum caso de médico ou advogado que tenha revelado os segredos de seus clientes. Jesus veio ao mundo como médico e advogado, para nos curar dos nossos pecados e nos defender no julgamento final.
Ele nos cura e nos defende justamente pelo Sacramento da Reconciliação.
"Salvação" significa "Perdão dos pecados"!
A Igreja ministra a salvação ao mundo através do Sacramento da Reconciliação!
Quem não participa desse sacramento também não tem parte na Salvação que Jesus Cristo operou.
Por isso, não tenha medo!
Quando você vai se confessar, quem está ali ouvindo você na pessoa do Sacerdote é o próprio Jesus! Quem te dá o perdão é o próprio Jesus!
É justamente por isso que esse perdão tem valor

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