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13 de setembro de 2012

Manual de Apologética - parte I


" A Apologética  é o ramo da teologia católica que trata de contestar a toda e qualquer crítica que se opõe a revelação de Deus e a Bíblia. 
Por conseguinte, pode incluir estudos como manuscritos da Bíblia, filosofia, biologia, matemática, evolução e lógica. Mas também pode consistir em dar uma simples resposta a uma pergunta sobre Jesus ou uma passagem da Bíblia para pessoas de outro credo."


OS MÉTODOS DA APOLOGÉTICA

1º ) Definição

Método apologético é o conjunto de processos que os apologistas empregam para demonstrar a verdade da religião cristã.

2º ) Espécies

Como o método da apologética deve variar necessariamente segundo a natureza do assunto, devemos distinguir:

O método filosófico ou racional na parte filosófica, onde se trata de comprovar pela razão a existência e a natureza de Deus e da alma humana, e estabelecer as suas relações;

O método histórico na segunda parte, onde é mister provar historicamente o fato da revelação. O método histórico tem ainda diversos nomes, segundo o processo que o apologista seguir.


Segundo o ponto de partida que se adotar, há o método ascendente e o descendente.

No método descendente, segue-se o caminho que indicamos no n.o 8: vai da causa ao efeito, de Deus à sua obra. Remontando às origens do mundo, aduz sucessivamente as provas da tríplice revelação divina: primitiva, mosaica e cristã.

No método ascendente, segue-se a ordem inversa exposta no n.o 9: vai de efeito à causa, da obra ao autor. Partindo do fato atual da Igreja, estabelece os títulos que lhe dão direito à nossa crença. Depois disso, falta apenas ouvir o seu testemunho acerca da revelação.


Segundo a natureza dos argumentos e a importância que o apologista lhe atribui na demonstração, temos: o método extrínseco e o intrínseco.

O método extrínseco toma este nome, porque o seu ponto de partida é extrínseco, isto é, tomado fora do homem, e porque se serve quase exclusivamente de critérios extrínsecos.

O método intrínseco, pelo contrário, parte do homem para se elevar até Deus e liga mais importância aos critérios extrínsecos. Considerando o homem sob o ponto de vista individual e social, este método mostra que a religião sobrenatural satisfaz os desejos da alma.

Nota: O método da imanência

Com o método intrínseco está relacionado o método da imanência. Os seus defensores tomam como ponto de partida o pensamento e a ação do homem. O homem, dizem eles, sente um desejo insaciável de felicidade: tem fome e sede do ideal, do infinito, do divino.
Em certas horas de melancolia e tristeza, sente, como diz Santo Agostinho, uma inquietação que não o deixa sossegar. Estes estados da alma, que são obra da graça, devem dispor o homem de boa vontade a aceitar a revelação cristã, pois só ela é capaz de saciar o coração.
Desta forma, as aspirações internas e imanentes (do latim in manere, immanens, que reside dentro), isto é, - conforme a etimologia da palavra - que estão no fundo do nosso ser, provam que a natureza do homem precisa dum complemento, e que postula (postular = pedir, trazer como conseqüência, ter necessidade de.), por assim dizer, o sobrenatural, o transcendente, o divino, que a revelação cristã nos oferece.

Valor dos diferentes métodos

Não vamos discutir aqui o valor dos métodos ascendente e descendente. Basta observar que o método ascendente apresenta a vantagem de ser menos extenso, mas que por isso mesmo tem o inconveniente de não ser tão completo.

Que pensar a respeito dos métodos extrínseco, intrínseco e de imanência? É claro que a sua eficácia, e portanto o seu valor, varia com as épocas e com os estados de espírito daqueles a quem se dirigem. A apologética, sobretudo quanto ao seu método, pode considerar-se como uma arte. Como o seu objetivo é convencer o espírito e mover o coração, é natural que empregue os meios mais adaptáveis às condições de tempo e de pessoas. Portanto, a apologética, ainda que imutável quanto à substância, é contudo muito variável quanto à forma: os modos de apresentar os motivos de credibilidade, a escolha dos argumentos e a importância que convém dar a cada um, deixam-se ao talento do apologista. Nenhum desses métodos, porém, é isento de perigos, se não se conservar nos seus justos limites.

O método extrínseco, levado ao extremo, cai no intelectualismo. Pois, pode facilmente exagerar o valor da razão, e então parece destruir a liberdade da fé e arrisca-se a não conseguir o seu fim. Porquanto, ainda que demonstre, a modo de teorema, a existência da revelação divina e que a Igreja Católica é a sua depositária, nunca acreditaremos nela se não corresponder às nossas aspirações.

Do mesmo modo, se o método intrínseco diminui muito o valor da razão e dá largas à vontade e ao sentimento da gênese do ato de fé, cai no subjetivismo e fideísmo e também não consegue o seu fim. Com efeito, não basta mostrar que a revelação cristã se harmoniza com as aspirações do coração humano; porque, se se omitem as provas históricas que atestam a sua origem divina, sempre poderão os adversários que a religião católica vale tanto como as outras.

O que dissemos do método intrínseco, aplica-se igualmente ao de imanência. Será talvez excelente preparação da alma, mas só deixará de ser digno de censura, quando não for exclusivo.

Apologética integral

Por conseguinte, a apologética integral deve reunir os três métodos: extrínseco, intrínseco e de imanência.

Para chegar com mais segurança ao ato de fé, é conveniente preparar a alma pelo método intrínseco, ou pelo de imanência. “Só no coração livre", diz Blondel, "só nas almas de boa vontade e amigas do silêncio, se faz ouvir com utilidade a revelação exterior. O sentido das palavras e o brilho dos sinais da nada serviriam, se interiormente não houvesse o desejo de aceitar a luz divina”.

Concluído este trabalho preliminar, ao método intrínseco e de imanência deve seguir-se o método extrínseco, para começar a inquirição histórica e provar o fato da revelação.

V - HISTÓRIA DA APOLOGÉTICA


É natural que os métodos da apologética tenham variado com os tempos e se tenham adaptado às necessidades do meio. Mas entre as diversas tendências, podem distinguir-se três tendências principais, e portanto, três espécies de apologética: a tradicional, a moderna e a modernista.



1º) Apologética tradicional

É aquela que sempre esteve e ainda está em uso na Igreja e que forma deste modo como uma tradição continuada. É caracterizada pela importância que atribui aos critérios externos. Tem em vista sobretudo a inteligência, mas não se desinteressa das disposições morais.

Basta um rápido exame dos principais apologistas para nos convencermos que souberam harmoniosamente combinar o método intrínseco como método extrínseco.

O próprio Jesus Cristo liga grande importância à preparação moral (Parábola do semeador, Marc. 4, 1-20; dos convidados às núpcias, Mat. 22, Luc. 14). Geralmente não concede sinais da sua missão divina senão aos que têm fé, confiança e humildade.

Os Apóstolos seguem as pegadas de seu Mestre.

Mais tarde, na época das perseguições, a apologética é sobretudo defensiva. Acusam os cristãos de acusarem contra a segurança do Estado, de ateísmo e de imoralidade. Para os defender dessas calúnias, fazem os apologistas um paralelo entre o paganismo e o Cristianismo. Salientam a transcendência deste (critérios internos), e invocam depois os milagres de ordem moral: a conversão do mundo, a santidade de vida dos cristãos, a sua constância heróica nos suplícios e o aumento constante (S. Justino, Tertuliano).

S. Tomás de Aquino, o grande apologista da Idade Média, depois de expor os preâmbulos da fé e refutar as objeções dos adversários (Suma contra os gentios) mostra na Suma Teológica a harmonia e a coerência entre as verdades cristãs e as aspirações da alma (critérios intrínsecos).

É verdade que no século XVII, Bussuet usa exclusivamente critérios externos, mas em compensação Pascal emprega sobretudo os critérios internos, a ponto de poder ser considerado como iniciador do método de imanência, da que já falamos (n.o 12). Começa pelos critérios internos de ordem subjetiva e considera a natureza humana na sua grandeza e na sua miséria. Quer assim levar o homem a admitir que precisa da religião para explicar a sua indigência e dar-lhe remédio. Com efeito, só ela nos faz compreender a nossa miséria, mostrando-nos que a causa é o pecado original; só ela nos indica o remédio, que é a Redenção de Jesus Cristo. Deste modo Pascal prepara o coração antes de provar a verdade do Cristianismo pelos critérios externos.



2º)  Apologética moderna

Distingue-se pela importância que dá aos critérios internos. Sob pretexto de que as provas históricas e os critérios externos - milagres e profecias - carecem de valor para convencer os espíritos imbuídos de idéias modernas no campo da filosofia e das ciências, os apologistas atendem sobretudo à preparação moral. Apresentam as maravilhas do Cristianismo, a perfeita harmonia que existe entre o culto católico e a estética (Chateaubriand), o seu valor e virtude intrínseca (Ollé Laprune, Yves lê Querdec), a transcendência (P. de Broglie), as belezas íntimas e os efeitos admiráveis, como é levar a consolação aos que sofrem (método íntimo de Mons. Bougaud). Ou então consideram a religião e a autoridade da Igreja, como o fundamento da ordem moral e social (Lacordaire, Balfour, Brunetière, etc.). Esse método, de si excelente, ficaria, como já dissemos, incompletos, se omitisse totalmente os critérios externos: milagres e profecias (n.o 13).

3º) Apologética modernista

Foi condenada pelo decreto Lamentábili (3 de julho de 1907) de pela encíclica Pascendi (8 de setembro de 1907). Tem como representantes mais notáveis na França, Loisy (L´Évangile et l´Église, Autour d´un petit livre), Le Roy (Dogme et Critique); na Inglaterra, Tyrrel (De Sila a Caribdes); na Itália, Fogazzaro (Il Santo). As idéias principais são:


Na parte filosófica. Pode considerar-se sob dois aspectos: positivo e negativo.

Sob o aspecto negativo é agnóstica. O modernismo, baseado nos sistemas modernos, são como o subjetivismo de Kant, o positivismo de A. Comte e o intuicionismo de H. Bérgson, defende que a razão pura é impotente para sair do círculo de experiências e dos fenômenos, e, portanto, incapaz de demonstrar a existência de Deus, ainda que seja pelas criaturas.

Sob o aspecto positivo, é constituída pela doutrina da imanência vital ou religiosa (imanentismo). Segundo essa doutrina. Nada se manifesta ao homem, que nele não esteja já previamente contido. “Deus não é um fenômeno que se possa observar fora de si, nem uma verdade demonstrável por um racionalismo lógico. Quem o não sente no coração, jamais o encontrará fora. O objeto do conhecimento religioso só se revela pelo próprio conhecimento religioso” (Sabatier). Deste modo não é a razão que demonstra a existência de Deus, mas a intuição (do latim intueri, contemplar, ver. É o conhecimento direto dos objetos, sem intermédio e sem raciocínio.) que o descobre no fundo da alma, ou, como eles dizem, nos abismos da subconsciência onde o encontramos vivo e ativo.


Na parte histórica. O historiador modernista, por mais que o negue, deixa-se sempre influenciar pelos seus princípios filosóficos. Como agnóstico, prende-se que o único objeto da história são os fenômenos. Pelo fato de Deus estar acima dos fenômenos, não pode ser objeto da história, mas da fé. Daí provém a grande diferença que estabelecem entre o Cristo da história e o Cristo da fé; o primeiro é real, e o segundo, transformado e desfigurado pela fé. Outros dois princípios - o da imanência vital e o da lei da evolução - explicam o resto: a origem da religião nascida de sentimento religioso de Cristo e dos primeiros cristãos, e a sua transformação sucessiva, que se nota no desenvolvimento do dogma. Além disso, os Livros Sagrados e, especialmente os Evangelhos, não têm valor algum histórico.

Resumindo, o apologista modernista rejeita todas as provas tradicionais. Na parte filosófica, partindo da teoria kantista, segundo a qual a razão teórica não prova a existência de Deus, substitui as provas racionais pela do sentimento. Na parte histórica, negando que Deus possa ser objeto da história, suprime os critérios extrínsecos - milagres e profecias - os grandes sinais da Revelação Divina. Quanto ao demais, julga supérfluo pedir à história o que o testemunho da consciência lhe descobre. Para que havemos de procurar a Deus fora de nós, se o sentimos no coração? O dever do apologista limita-se, pois, a penetrar nos recônditos da alma, e provocar ali mesmo a experiência religiosa. O sentimento religioso, isto é, a consciência individual, que nos dá a conhecer que o Cristianismo vive em nós e satisfaz as profundas exigências da natureza, é a única razão da fé, a única revelação, a fonte de toda a religião.

Basta esta exposição sumária para nos persuadirmos que o modernismo destrói toda a idéia da verdadeira religião e opõe-se a apologética católica.


O PROBLEMA DA CERTEZA

Logo no começo da apologética, surge um grave problema. Poderá a inteligência humana conhecer a realidade das coisas e alcançar a certeza objetiva? E, sendo a razão o principal instrumento do apologista, qual é o seu valor para chegar à verdade? Podemos confiar nela? Poder-nos-á conduzir à certeza? Tal é o primeiro problema que se impõe ao apologista e a que vamos responder sumariamente, porque está fora do nosso plano demonstrar “ex professo” o valor da razão e a objetividade do conhecimento. Além de ser assunto muito complexo e de sair dos limites de nosso simples trabalho, pertence ao domínio da filosofia; se os leitores quiserem estudar mais a fundo esta questão, indicamos os livros citados na Bibliografia. O único fim que nos propomos é, pois, dar uma idéia geral do problema e dos sistemas, que em diversos sentidos o resolvem, pondo-nos deste modo em contato com os adversários, que brevemente encontraremos no caminho.

Este capítulo terá quatro artigos:

1º ) Noção, espécies e critério da certeza;
2º ) Falsas soluções do problema da certeza;
3º ) Verdadeira solução;
4º ) Que se deve entender por certeza religiosa.


ART. I - A CERTEZA. NOÇÃO. ESPÉCIES. CRITÉRIO

1. Noção

Certeza é o estado da mente em que está intimamente persuadida de possuir a verdade. Estar certo é, portanto, formular um juízo, que exclui totalmente a dúvida e o temor de errar.

2. Espécies

A certeza não admite graus; ou é, ou não é. Por mais pequeno que seja o temor de errar, se existe, desvanecesse a certeza e dá lugar á opinião, ou à dúvida. Contudo, conforme os aspectos sob que se considere, é possível distinguir diversas espécies de certeza.
Segundo a natureza das verdades que atinge, temos:

A certeza metafísica, que se funda na relação necessária entre os termos do juízo. Quando digo que “o todo é maior que a parte”, o atributo convém de tal modo ao sujeito que é impossível conceber o contrário. Ao formularmos um juízo desses, o nosso espírito não só não admite a possibilidade de dúvida, mas afirma que a contraditória é absurda e não se pode conceber;

A certeza física, que se baseia na constância das leis do universo. Só a experiência nos pode dar esta certeza. Assim, quando dizemos que “os corpos tendem a cair para o centro da terra”, julgamos que a proposição contrária é falsa, por contradizer os fatos observados, mas não absurda, pois as leis poderiam ser de outro modo;

A certeza moral, que se funda no testemunho dos homens, quando este se apresenta com todas as garantias de verdade. As verdades históricas e, portanto, as religiosas são objeto da certeza moral.
Segundo o modo do conhecimento, a certeza é:
Imediata, direta ou intuitiva, quando se apresenta à inteligência sem o intermédio de outra verdade; ex.: o todo é maior que a parte;
Mediata, indireta ou discursiva, quando a conhecemos indiretamente por meio do raciocínio; ex.: a soma dos ângulos internos de um triângulo é igual a dois retos.
Com relação à evidência, a certeza pode ser:
Intrínseca, se a evidência é, direta ou indiretamente, apreendida do próprio objeto;
Extrínseca, se provém da autoridade daquele que a afirma. No primeiro caso, há ciência propriamente dita: no segundo, crença ou fé moral, como acontece nas verdades históricas.

3. Critério

Em geral chama-se critério o sinal distintivo com que se reconhece uma coisa e que nos impede de a confundir com outra. O critério da verdade é, portanto, o sinal pelo qual podemos reconhecer que uma coisa é verdadeira e dela estar certos. Por conseguinte, o problema da verdade reduz-se a saber qual é sinal por onde podemos conhecer que estamos em posse da verdade.

Foram propostos vários critérios: a revelação divina (Huet, de Bonald), o consenso universal (Lamennais), o senso comum (Reid, Hamilton), o sentimento (Jacobi). Nenhum deles é admissível, porque todos são insuficientes e provém duma injustificada desconfiança da razão humana em geral, ou da razão individual em particular. O critério ou sinal infalível e universal da verdade é a evidência. Mas, que é a evidência? O termo evidente, como a etimologia o indica, significa que a verdade está revestida duma claridade que a faz brilhar aos nossos olhos. Desse modo a evidência exerce no espírito uma espécie de violência, coloca-o na impossibilidade de não ver. Estou certo porque vejo que a coisa é assim, e não pode ser de outro modo; e vejo que é assim, ou por intuição direta, ou por meio da demonstração, ou finalmente por um testemunho irrefragável que não me permite julgar o contrário.


3. Critério

Em geral chama-se critério o sinal distintivo com que se reconhece uma coisa e que nos impede de a confundir com outra. O critério da verdade é, portanto, o sinal pelo qual podemos reconhecer que uma coisa é verdadeira e dela estar certos. Por conseguinte, o problema da verdade reduz-se a saber qual é sinal por onde podemos conhecer que estamos em posse da verdade.

Foram propostos vários critérios: a revelação divina (Huet, de Bonald), o consenso universal (Lamennais), o senso comum (Reid, Hamilton), o sentimento (Jacobi). Nenhum deles é admissível, porque todos são insuficientes e provém duma injustificada desconfiança da razão humana em geral, ou da razão individual em particular.
O critério ou sinal infalível e universal da verdade é a evidência. Mas, que é a evidência? O termo evidente, como a etimologia o indica, significa que a verdade está revestida duma claridade que a faz brilhar aos nossos olhos.
Desse modo a evidência exerce no espírito uma espécie de violência, coloca-o na impossibilidade de não ver. Estou certo porque vejo que a coisa é assim, e não pode ser de outro modo; e vejo que é assim, ou por intuição direta, ou por meio da demonstração, ou finalmente por um testemunho irrefragável que não me permite julgar o contrário.


Fonte: Fonte: Bibliografia: Tratados de filosofia; em particular o Manual de Filosofia de C. Lahr (Porto, Apostolado da Imprensa), e os de Fonsegrive, Jolivet e G. Sortais. - S. Tomás, Summa Teológica, De veritate. - Kleutgen, La philosophie scholastique (Gaume). - De Pascal, Le Christianisme, I. Part. La verité da la Religion (Lethielleux). - P. Julien Werquin, L´Évidence et la Science

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