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29 de setembro de 2010

CATEQUESE EUCARÍSTICA - Comunidades Catequéticas


1. Os (as) catequistas, em todas as paróquias, sejam reunidos na Comunidade Catequética, constituída por todos que estarão a serviço da Palavra de Deus, da Evangelização e Catequese das crianças. A responsabilidade pela Comunidade Catequética é do pároco, em primeiro lugar, do vigário paroquial, do diácono ou do(a) coordenador(a) da Catequese.


2. Os(as) catequistas tenham vida cristã, familiar e profissional exemplar, sendo devidamente capacitados para o seu serviço de Igreja. Jamais sobreponham a "sua" verdade à Verdade de Jesus Cristo e ao Magistério da Igreja.


3. A Comunidade Catequética reúna-se ao menos mensalmente, com o objetivo de os(as) catequistas crescerem na fé, habilitarem-se melhor para o seu ministério, trocarem experiências, resolverem os problemas que houver, avaliarem o trabalho feito e confraternizarem-se entre si.


4. É dever de todos os(as) catequistas, participarem do Encontro Diocesano Anual de Catequistas como, também, dos encontros em suas Regiões Pastorais e comunidades paroquiais.


5. A paróquia coloque à disposição dos(as) catequistas os textos, recursos audiovisuais e outros, necessários para o seu aprimoramento.


- Pré-Catequese


6. Haja nas paróquias e comunidades uma séria preocupação com a Pré-Catequese de crianças de quatro a oito anos.


7. O ideal é que seus pais assumam a sua primeira evangelização e catequese. Não o fazendo, é responsabilidade dos párocos e coordenadores(as) da Catequese Paroquial organizarem grupos de crianças para a pré-catequese.


8. Seja a pré-catequese adaptada à capacidade e psicologia das crianças e o mais motivadora possível, usando-se com freqüência vídeos bíblico-catequéticos, dramatizações, cartazes etc.


- Preparação para Primeira Comunhão Eucarística


9. Levando-se em conta a importância e a centralidade da Eucaristia na vida da Igreja, da comunidade paroquial e de todos os cristãos, a preparação para a Primeira Comunhão deve ser um momento forte de catequese eucarística para as crianças e, se for o caso, também para adolescentes, jovens e adultos que ainda não a tenham feito.


10. Insistam os catequistas no dever da comunhão pascal e da comunhão freqüente, incentivando as crianças à Celebração Eucarística de preceito e à piedade eucarística.


11. A comunhão eucarística somente poderá ser administrada para crianças que tenham o pleno uso da razão ou, se deficientes mentais, tiverem o mínimo de consciência e de preparação adequada às suas limitações.


12. A preparação para a Primeira Comunhão Eucarística poderá ser iniciada aos oito anos de idade, normalmente na segunda série do Ensino Fundamental.


13. Excepcionalmente, o pároco e o(a) coordenador(a) da Catequese de Primeira Comunhão Eucarística poderão autorizar que uma criança, devidamente preparada por seus pais, possa fazer a sua Primeira Comunhão antes dos dez anos de idade. Tais crianças sejam examinadas pela paróquia a fim de comprovar sua preparação.


14. O tempo mínimo de preparação deverá ser de dois anos letivos. Os encontros semanais tenham o mínimo de uma hora de duração.


15. As inscrições para a Catequese de Primeira Comunhão Eucarística sejam feitas pela mãe, pai ou responsável. Haja ao menos uma reunião com os pais para dar orientações a respeito da catequese de seus filhos e eliminar eventuais dúvidas.


16. Na inscrição dos catequizandos, verifique-se se foram validamente batizados e, em caso de dúvidas, sejam batizados sob condição.


- Conteúdo Básico e Metodologia da Catequese da Primeira Comunhão Eucarística


17. A Bíblia e o Catecismo da Igreja Católica são textos básicos obrigatórios para as(os) catequistas em toda a Diocese de Jundiaí. Neles está o que a Igreja crê, vive, celebra e ora. Nenhum(a) catequista afaste-se do Magistério oficial da Igreja no exercício de seu ministério.


18. A catequese nas paróquias observe com fidelidade as orientações dos documentos da Santa Sé, da CNBB e da Diocese, a respeito do tema.


19. O texto adotado para as crianças contenha, ao menos, as principais verdades da fé: Santíssima Trindade, pessoa de Jesus Cristo, Maria Santíssima, Sacramentos, Igreja, os mandamentos do Decálogo, as principais orações e orientações sobre a História da Salvação.


20. Durante a preparação para a Primeira Comunhão Eucarística valorize-se, especialmente, a doutrina sobre os Sacramentos da Penitência e da Eucaristia.


21. No período de preparação, as crianças sejam incentivadas vivamente à integração na vida da comunidade paroquial, sobretudo, à freqüência da missa dominical.


22. Utilizem-se na Catequese de Primeira Comunhão Eucarística, com freqüência, os recursos audiovisuais, slides, vídeos bíblico-catequéticos, CD-Room, cânticos, dramatizações, quadros etc.


- Os Pais na Catequese de Primeira Comunhão Eucarística


23. Todo o processo de preparação para a Primeira Comunhão Eucarística envolva os pais ou tutores dos catequizandos inscritos.


24. É vivamente recomendada a catequese familiar, segundo experiências válidas feitas em várias comunidades paroquiais da Diocese.


25. A família seja sempre integrada na ação catequética paroquial. Haja reuniões periódicas com pais e responsáveis.


- Catequese Preparação para Primeira Comunhão Eucarística em Escolas


26. Ouvido o pároco e o(a) coordenador(a) da Catequese, o Bispo Diocesano poderá autorizar a formação de grupos de crianças que se preparem para a Primeira Comunhão Eucarística em escolas católicas ou em outras escolas que o solicitem.


27. As condições para a formação de tais grupos são: início da preparação a partir dos oito anos, na segunda série do Ensino Fundamental, dois anos de duração, texto adotado pela Paróquia em que a Escola esteja situada e participação dos pais nas reuniões programadas em comunhão com a Paróquia, contato permanente com o pároco. É recomendável, nestes casos, haver na escola a pré-catequese para as crianças que ainda não estão cursando a segunda série.


28. Em casos normais, a Primeira Comunhão Eucarística seja feita na Igreja Matriz ou em Capela Pública da comunidade.


29. As crianças inscritas nos grupos de preparação de suas escolas sejam orientadas para as Missas paroquiais de crianças.


30. Os(as) catequistas, que preparam crianças para Primeira Comunhão Eucarística em escolas públicas ou particulares, devem ser aprovados pelo pároco.


-Momentos a reparação para a Primeira Comunhão Eucarística




31. Decorrido o primeiro ano da preparação, as crianças deverão fazer a sua primeira confissão, devidamente motivadas para a mesma. Seja essa confissão precedida ou realizada em um rito penitencial comunitário. Antes do dia da Primeira Comunhão Eucarística, propiciem-se, a todas as crianças já preparadas, sacerdotes para as confissões auriculares.


32. No decorrer da preparação, sejam as crianças orientadas e incentivadas para as celebrações eucarísticas dominicais. Promovam-se celebrações, em preparação para o Natal, Páscoa e outras celebrações do calendário litúrgico da Igreja e ainda para as comemorações do dia das mães, dia dos pais, dia do Padre e outras que acharem convenientes.


33. A renovação dos compromissos do Batismo seja feita, na medida do possível, com destaque, na mesma semana da Primeira Comunhão Eucarística, em Celebração Eucarística ou outra celebração bem preparada, na presença dos seus pais ou tutores.


34. Dê-se à Missa de Primeira Comunhão Eucarística toda a solenidade possível, delas participando os seus pais, responsáveis e parentes. Permite-se que haja uma Celebração da Eucaristia em horário especial e sempre em dia festivo para a Primeira Comunhão.


35. Evite-se o luxo, tanto na ornamentação do local quanto nas vestes das crianças, recomendando-se a superação das diferenças e classes sociais em seus trajes.


36. Os pais sejam instantemente incentivados a se confessarem na ocasião e comungarem no dia da Primeira Comunhão Eucarística dos seus filhos.


Catequese e Primeira Comunhão ou Eucarístia Portadores de Deficiência


37. Em todas as paróquias da Diocese haja uma especial preocupação com a Catequese de crianças portadoras de deficiências físicas ou mentais.


38. Organizem-se para elas grupos especiais de preparação para a Primeira Comunhão Eucarística e Crisma.


39. Portadores de deficiência física - surdos, mudos, cegos, paralíticos - sejam preparados levando-se em consideração as suas limitações.


40. Deficientes mentais merecem uma atenção toda especial. Na medida em que tiverem um mínimo de entendimento e de consciência, podem, devem e têm o direito de ser preparados para a Primeira Comunhão Eucarística, com as limitações de cada caso.


41. Recomenda-se a formação de grupos de portadores de deficiência que se preparem para a Primeira Comunhão Eucarística nas próprias APAES ou, em outras entidades congêneres abertas a isso.


42. Para um deficiente receber a comunhão Eucarística é necessário que saiba, ao menos, distinguir o pão-eucarístico do pão comum.
Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística

 Para auxiliar na distribuição da Sagrada Comunhão, sejam escolhidos homens e mulheres para o serviço de ministros(as) extraordinários(as) da Comunhão Eucarística que devem ser devidamente preparados pelo pároco e seus auxiliares.

 É necessária a devida aprovação do Bispo Diocesano aos nomes indicados pelo pároco em lista apresentada com a devida antecedência, com os nomes, a idade e o estado civil. Uma vez aprovados e investidos, a Cúria fornecerá ao ministro uma carteira de identificação.

 Sejam escolhidos para esse ministério pessoas de comprovada idoneidade, isentos de qualquer situação desabonadora, de vida comunitária exemplar, fervorosos de espírito. Os casados sejam de famílias bem constituídas. Pessoas de vida matrimonial irregular não podem ser escolhidos para tal ministério.

 No caso de solteiros, além dos requisitos mencionados acima, exige-se a idade mínima de trinta anos.

 Dada a sua especial importância, o ministério extraordinário da comunhão eucarística exige, pelo menos, a preparação de quatro meses, com encontros semanais.

 O serviço do altar deve ser feito pelos pequenos(as) acólitos(as). Na falta destes, os ministros podem exercer este serviço.

 Os ministros estejam sempre, no exercício de suas funções, revestidos de veste litúrgica (túnica ou jaleco).

 Após a preparação do ministro e da sua devida aprovação pelo Bispo Diocesano, os párocos cuidem de organizar o rito de investidura perante a comunidade. De tal rito deve constar a profissão de fé e o compromisso de fidelidade dos novos ministros. Pode-se entregar, neste rito, a veste litúrgica ou ainda algum símbolo próprio desse ministério extraordinário.

 O tempo de duração do exercício do ministério de comunhão Eucarística é de cinco anos, podendo haver a renovação, para a mesma pessoa, apenas para mais um período seqüente. Tendo observado um intervalo de três anos sem exercer o ministério, tal pessoa pode ser reapresentada pelo pároco, caso seja necessário. Casos especiais dependem da autorização do Bispo Diocesano.

 Por motivos graves de conduta pessoal, o pároco deve comunicar ao ministro a suspensão imediata de seu ministério.

 É função também do ministro levar a comunhão eucarística para os enfermos. Para isto é necessário que haja uma integração dos trabalhos com a equipe da pastoral da saúde.

 Cuidem os ministros de verificar se os doentes estão devidamente preparados para a comunhão eucarística e motivá-los para a confissão sacramental.

 A comunhão aos enfermos deve ser ministrada dentro de uma pequena celebração da qual não falte a proclamação da Palavra. Os familiares são convidados a participar, sendo permitido ministrar a comunhão também a estes, caso desejem e estejam preparados.

 Não se permite aos ministros a conservação das espécies eucarísticas em suas residências. As partículas não consumidas deverão ser recolocadas no sacrário imediatamente.

 Os seminaristas só podem exercer este ministério se foram devidamente investidos.

Acólitos

 Seguindo antiqüíssima tradição da Igreja, sejam admitidos para o serviço do altar, acólitos. Entre estes se destacam hoje os pequenos(as) acólitos(as) já costumeiros(as) em nossa diocese. Tal costume é vivamente recomendável, seja em seguimento à formação da vivência da piedade eucarística, seja como instrumento de animação vocacional. Além das crianças, podem também ser formados jovens e adultos para este ministério.

 Os acólitos e os(as) pequenos(as) acólitos(as) servirão ao altar, com dignidade, respeito e a devida preparação.

 Formem-se em todas as comunidades paroquiais, nas igrejas matrizes e capelas maiores, grupos de pequenos(as) acólitos(as), como recomendou recentemente a Sé Apostólica Romana.

 Sejam os grupos de pequenos acólitos constituídos de crianças de sete até doze anos de idade e o de acólitos a partir desta idade. Os pais estimulem seus filhos(as) a ingressarem em tais grupos dos pequenos acólitos e os jovens nos grupos de acólitos.

 O pároco, pessoalmente, ou o vigário paroquial, se interessem por esses grupos, confiando o seu acompanhamento direto a uma catequista ou a um casal com boa formação religiosa e litúrgica.

 A responsabilidade primeira e maior pela formação religiosa e moral, litúrgica e eucarística dos acólitos e pequenos(as) acólitos(as) é do pároco, de seu vigário paroquial ou diácono permanente por ele designado, auxiliados por leigos que colaborem nesta função.

 Promovam-se encontros formativos, de espiritualidade e de lazer para acólitos(as) e pequenos(as) acólitos(as).

 Nas Celebrações Eucarísticas e outras, cuide-se de que sejam respeitadas as funções próprias dos acólitos(as) e dos pequenos(as) acólitos(as).

 Os acólitos(as) e pequenos(as) acólitos(as) estejam sempre revestidos com vestes litúrgicas, dignas, limpas e bem passadas e nunca sejam admitidos ao serviço do altar com trajes inconvenientes ou impróprios.

Bens Culturais da Igreja

 Foi constituída na Diocese, como recomenda a Santa Sé, a Comissão de Bens Culturais da Igreja. Sua função é cuidar da boa orientação a respeito da construção e da preservação dos templos, dos espaços litúrgicos, dos altares, de forma especial de tudo o que se relaciona com a Eucaristia, ápice da celebração cristã, como: a mesa da Eucaristia, a mesa da Palavra, a cadeira presidencial etc., bem como a preservação de todos os bens artísticos e documentais que constituem o patrimônio cultural e histórico da Igreja.




84. Os projetos arquitetônicos de construção e de reformas das igrejas e capelas, sobretudo os prédios de valor histórico e artístico, devem ser aprovados pelo Bispo, que consultará a Comissão de Bens Culturais. Associe-se a isto a necessária catalogação e inventário dos bens artísticos e culturais da Igreja na paróquia, incluindo objetos litúrgicos, imagens, móveis, etc. Atenção especial se dê ao arquivo e à biblioteca paroquiais. Cabe aos párocos tomar as devidas providências para tal catalogação e inventário, revendo-os e renovando-os freqüentemente.

28 de setembro de 2010

  O Carisma Estigmatino - São Gaspar Bertoni


Para compreender o carisma Estigmatino é necessário nos reportarmos à experiência de vida de São Gaspar Bertoni, fundador da Congregação. Vamos passar aqui uma vista sobre ela, recomendando, para maior aprofundamento, a bibliografia abaixo relacionada.


Pe. Gaspar Bertoni foi um homem que realizou em sua vida uma experiência singular de Deus. Essa experiência mística de Bertoni efetiva-se numa maneira prática específica de viver o Evangelho de Jesus Cristo. E é aí, na sua vida, que temos espelhado o carisma Bertoniano (Estigmatino).


A experiência mística de Pe. Gaspar foi fazer em tudo a vontade de Deus. Para tanto é necessário ABANDONAR-SE NELE (e confiar como a criança nos braços da mãe). SER TODO DE DEUS.


Toda mística verdadeiramente divina resulta em uma ação concreta em favor de outros. Por isso Pe. Gaspar, percebendo a vontade divina para as necessidades da época, dedicou-se a cuidar dos feridos de guerra, que lotavam os hospitais; da juventude, que crescia desamparada e entregue aos desmandos e à libertinagem causados pela guerra; da pregação da Palavra de Deus, nas missões populares e para o clero, que também fora afetado por aquele ambiente nada salutar. Foi também notável conselheiro e incentivador de outros fundadores de congregações religiosas.


Passemos agora uma vista sobre os pontos mais fortemente enraizados no carisma Bertoniano, que ele transmitiu aos seus filhos Estigmatinos: a FORMAÇÃO DA JUVENTUDE, a PREGAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS e as MISSÕES POPULARES
Viver o tempo presente - São Gaspar Bertoni

"O passado já foi. O futuro está por vir. Só o presente existe e está em nosso poder. Viver dia a dia, de manhã ao meio dia, do meio dia à noite, realizando tudo com o maior empenho. Talvez não nos será dado outro tempo para glorificar a Deus."

Atender ao chamado de Deus

"Na escalada da perfeição, onde há verdadeira vocação divina, é preciso agarrar o convite no momento certo. "Eles, deixando imediatamente as redes, o seguiram." (Mt 4,20)"

Pedir a ajuda de Deus

"Deus não manda coisas impossíveis, mas, quando manda, aconselha que se faça o que se pode e se peça a Ele ajuda para fazer o que não se consegue com as próprias forças."

Nas dificuldades, procurar somente a Deus

"Nas dificuldades, devemos procurar somente a Deus e nada mais, nem consolações, nem condescendência'."

Seguir a Deus sem antecipar-se a Ele

"Jamais te antecipes ao Senhor; pelo contrário, deves segui-Lo, pois ele te ilumina e te sugerirá, mediante tua súplica, os meios para progredires e corresponderes a Ele."

Agir conforme o Evangelho

"Deus não nos julgará segundo as máximas do mundo, nem segundo a opinião de alguns teólogos mais benignos, mas segundo o Evangelho."

Não faltar com a confiança em Deus

"Meus filhos, tomai muito cuidado com o que fazeis quando faltais com a confiança em Deus; porque muito mais o ofendeis com a desconfiança do que com o pecado."

Não colocar obstáculos aos desígnios de Deus

"Pouquíssimos são os que compreendem o quanto Deus neles realizaria se Ele não encontrasse obstáculos aos seus desígnios."

Não revelar as faltas alheias
"Se as nossas faltas pessoais fossem reveladas nos bairros e nas cidades, como revelamos as dos outros, veríamos o quanto as nossas são bem mais graves, principalmente depois de tantas graças e tantas luzes. Se estas graças fossem dadas aos outros, eles seriam santos."

- CUIDADOS:
Cuidado com os "pequenos" pecados
"Os pequenos pecados são como os "pivetes" que entram pelas janelas para abrir as portas aos ladrões profissionais."
Cuidado com os prazeres do mundo

"Ai de vós, se começais a saborear os gostos do mundo, as riquezas, as honras, os prazeres. Seria sinal de que as delícias do céu vos desagradam. Quando os hebreus começaram a saborear os frutos da terra, o maná desapareceu."
Cuidado com as veleidades
"Tudo se resume em servir a Deus, custe o que custar. É necessário, pois, precaver-se das veleidades. A veleidade diferencia-se da vontade no seu efeito; a primeira começa a ceder diante das dificuldades, e faz a gente desencorajar; a segunda insiste, firma-se e se fortalece."

Cuidado com o vício do orgulho

"Meus filhos, tomai muito cuidado com o orgulho, pois, enquanto os outros vícios se alimentam dos próprios vícios, o orgulho se nutre das principais virtudes, sobretudo as mais altas."
Cuidado com os propósitos ineficazes

"Um propósito ineficaz é semelhante a um soldado ou a um caçador estampados numa pintura: nunca ferem ou matam, embora estejam sempre ameaçando."
Cuidar para não faltarmos a Deus

"Devemos cuidar para não faltarmos nós a Nosso Senhor, que da Sua parte Ele não faltará conosco. Isto posto, se, de fato estivermos com Deus, o que poderá prejudicar ou impedir nossos trabalhos?"

- RECOMENDAÇÕES:
Para fazer o exame de consciência

"Para fazer o exame de consciência é necessário escolher um Santo da mesma vocação como exemplo. Tudo o que estiver faltando para imitar a perfeição dele é defeito."

Para a nossa salvação

"Para salvar-se é preciso fazer o que se faz nas tempestades:

Descarregar a consciência;

Rezar, trabalhar, obedecer.
Para o recolhimento interior
"Quem almeja um recolhimento interior deve buscá-lo na modéstia interna, não distraindo-se com olhares, nem movimentando-se inconvenientemente."

- Reflexões:
Sobre a oração

"Um homem de oração nada mais faz do que acatar os acontecimentos, conforme Deus os encaminha, de acordo com a sua Providência. Não previne, nem precede; tudo nele está em ordem, tudo tranqüilo. Não é precipitado, nem apressado. Espera o tempo, as circunstâncias. Em tudo segue as pistas de Deus."

Sobre a humildade
"Todos os bons princípios das grandes coisas devem começar pela humildade, porquanto só se formos humildes Deus se servirá de nós para fazer grandes coisas para a sua glória".

Sobre a Sagrada Escritura

"A palavra de Deus na Bíblia deve ser a regra do nosso pensamento, da nossa ação, se quisermos conhecer a verdade, chegar à salvação; não as filosofias estranhas, que sempre variam e que se encontram esparsas nos perniciosos livros do nosso século".

Sobre o sofrimento
"O sofrimento é um invejável quinhão que Deus reserva aos seus queridos. Não é petisco para todos."

Sobre as tentações

"As tentações costumam voltar quando já caímos uma vez; isto porque Deus quer nos dar a oportunidade de conseguir o mérito que perdemos na primeira vez."
Os Pensamentos de São Gaspar Bertoni 
                                                                               

São Gaspar Bertoni foi notável conselheiro, atendia os doentes, cuidava dos meninos pobres sem escola, dos seminaristas e até do próprio Clero... Dedicou a sua vida a realizar, em tudo, a vontade de Deus. Por isso, a Igreja o tem como Santo, e consequentemente ele é para nós, além de um modelo de vida, um intercessor no céu.


Mesmo preso ao leito, sofrendo com terríveis enfermidades, Pe. Gaspar atendia a todos para um aconselhamento. Por sua humildade, nunca dizia que aquela inspiração havia partido dele, mas que tinha lido em algum livro, ou ouvido de alguém.



Nós, na nossa vida, também precisamos de aconselhamento, precisamos ser atendidos quando estamos doentes, precisamos encontrar um ponto de apoio em um momento difícil. Precisamos, enfim, de ajuda, para vivermos na graça e na paz de Deus, e podermos também servir aos nossos irmãos.



Podemos aprender mais sobre o exemplo de vida de Pe. Gaspar, bem como sobre seus ensinamentos, nos livros existentes sobre ele, dentre os quais alguns se encontram disponíveis em nossa Biblioteca Eletrônica. Com base nesses livros, reunimos aqui alguns pensamentos.

- Atitudes:


Fazer a vontade de Deus


"Devemos desacostumar-nos de fazer a nossa própria vontade e tudo realizar como que movidos pela vontade de Deus, a fim de agradar-lhe e honrá-lo."


Desapegar-se das coisas terrenas


"Nossa alma será pura quando estiver desapegada dos afetos às coisas terrenas. Tornar-se-á mais pura ainda à medida em que se aproximar das coisas celestes, isto é, quanto mais unir-se a Deus."


Ensinar sem nada atribuir a si mesmo


"Os Ministros de Deus devem ensinar não só pela ciência, mas também pela experiência, e nada atribuir a si mesmos."


Viver o tempo presente


"O passado já foi. O futuro está por vir. Só o presente existe e está em nosso poder. Viver dia a dia, de manhã ao meio dia, do meio dia à noite, realizando tudo com o maior empenho. Talvez não nos será dado outro tempo para glorificar a Deus."


Atender ao chamado de Deus


"Na escalada da perfeição, onde há verdadeira vocação divina, é preciso agarrar o convite no momento certo. "Eles, deixando imediatamente as redes, o seguiram." (Mt 4,20)"


Pedir a ajuda de Deus


"Deus não manda coisas impossíveis, mas, quando manda, aconselha que se faça o que se pode e se peça a Ele ajuda para fazer o que não se consegue com as próprias forças."


Nas dificuldades, procurar somente a Deus


"Nas dificuldades, devemos procurar somente a Deus e nada mais, nem consolações, nem condescendência'."


Seguir a Deus sem antecipar-se a Ele


"Jamais te antecipes ao Senhor; pelo contrário, deves segui-Lo, pois ele te ilumina e te sugerirá, mediante tua súplica, os meios para progredires e corresponderes a Ele."


Agir conforme o Evangelho


"Deus não nos julgará segundo as máximas do mundo, nem segundo a opinião de alguns teólogos mais benignos, mas segundo o Evangelho."


Não faltar com a confiança em Deus


"Meus filhos, tomai muito cuidado com o que fazeis quando faltais com a confiança em Deus; porque muito mais o ofendeis com a desconfiança do que com o pecado."


Não colocar obstáculos aos desígnios de Deus


"Pouquíssimos são os que compreendem o quanto Deus neles realizaria se Ele não encontrasse obstáculos aos seus desígnios."


Não revelar as faltas alheias


"Se as nossas faltas pessoais fossem reveladas nos bairros e nas cidades, como revelamos as dos outros, veríamos o quanto as nossas são bem mais graves, principalmente depois de tantas graças e tantas luzes. Se estas graças fossem dadas aos outros, eles seriam santos."



- CUIDADOS:


Cuidado com os "pequenos" pecados


"Os pequenos pecados são como os "pivetes" que entram pelas janelas para abrir as portas aos ladrões profissionais."


Cuidado com os prazeres do mundo


"Ai de vós, se começais a saborear os gostos do mundo, as riquezas, as honras, os prazeres. Seria sinal de que as delícias do céu vos desagradam. Quando os hebreus começaram a saborear os frutos da terra, o maná desapareceu."


Cuidado com as veleidades


"Tudo se resume em servir a Deus, custe o que custar. É necessário, pois, precaver-se das veleidades. A veleidade diferencia-se da vontade no seu efeito; a primeira começa a ceder diante das dificuldades, e faz a gente desencorajar; a segunda insiste, firma-se e se fortalece."


Cuidado com o vício do orgulho


"Meus filhos, tomai muito cuidado com o orgulho, pois, enquanto os outros vícios se alimentam dos próprios vícios, o orgulho se nutre das principais virtudes, sobretudo as mais altas."


Cuidado com os propósitos ineficazes


"Um propósito ineficaz é semelhante a um soldado ou a um caçador estampados numa pintura: nunca ferem ou matam, embora estejam sempre ameaçando."


Cuidar para não faltarmos a Deus


"Devemos cuidar para não faltarmos nós a Nosso Senhor, que da Sua parte Ele não faltará conosco. Isto posto, se, de fato estivermos com Deus, o que poderá prejudicar ou impedir nossos trabalhos?"

- RECOMENDAÇÕES:


Para fazer o exame de consciência


"Para fazer o exame de consciência é necessário escolher um Santo da mesma vocação como exemplo. Tudo o que estiver faltando para imitar a perfeição dele é defeito."


Para a nossa salvação


"Para salvar-se é preciso fazer o que se faz nas tempestades:


Descarregar a consciência;


Rezar, trabalhar, obedecer.


Para o recolhimento interior


"Quem almeja um recolhimento interior deve buscá-lo na modéstia interna, não distraindo-se com olhares, nem movimentando-se inconvenientemente."


- Reflexões:


Sobre a oração


"Um homem de oração nada mais faz do que acatar os acontecimentos, conforme Deus os encaminha, de acordo com a sua Providência. Não previne, nem precede; tudo nele está em ordem, tudo tranqüilo. Não é precipitado, nem apressado. Espera o tempo, as circunstâncias. Em tudo segue as pistas de Deus."


Sobre a humildade


"Todos os bons princípios das grandes coisas devem começar pela humildade, porquanto só se formos humildes Deus se servirá de nós para fazer grandes coisas para a sua glória".


Sobre a Sagrada Escritura


"A palavra de Deus na Bíblia deve ser a regra do nosso pensamento, da nossa ação, se quisermos conhecer a verdade, chegar à salvação; não as filosofias estranhas, que sempre variam e que se encontram esparsas nos perniciosos livros do nosso século".


Sobre o sofrimento


"O sofrimento é um invejável quinhão que Deus reserva aos seus queridos. Não é petisco para todos."


Sobre as tentações


"As tentações costumam voltar quando já caímos uma vez; isto porque Deus quer nos dar a oportunidade de conseguir o mérito que perdemos na primeira vez."
Congregação dos Sagrados Estigmas

de nosso Senhor Jesus Cristo

São Gaspar Bertoni

Fundador da Congregação dos Sagrados Estigmas

Nascido em Verona, cidade do norte da Itália, em 9 de outubro de 1777, viveu em uma época em que a cidade era palco de constantes conflitos entre os franceses e austríacos, que disputavam a sua posse.

Como conseqüência, a cidade curtia as amarguras da fome e dos desmandos da libertinagem; os feridos lotavam os hospitais, as crianças pobres não tinham escola, a juventude estava desorientada e esquecida, e até o próprio clero sofria as influências daquele ambiente nada salutar.

Nesse contexto o jovem Gaspar cresceu, enfrentando ainda alguns dramas familiares, como a morte de sua única irmã, mais nova, a incapacidade do pai de administrar os bens da família, e por fim a separação dos pais, decidida de comum acordo entre eles.

Por sugestão de seu pároco, da Paróquia de San Paolo, entrou para o Seminário e, em 20 de setembro de 1800, quando estava com quase 23 anos de idade, era ordenado sacerdote, ao som de tiros de canhão.

Ainda como seminarista ele já se dedicava aos doentes, e cedo também começou o seu trabalho com a juventude, resgatando-a daquele ambiente hostil da cidade. Esse trabalho foi tão frutuoso que ele chegou a ser reconhecido como "Apóstolo dos Jovens".

Convocado por seu bispo para resgatar a dignidade do clero, aí também realizou um excelente trabalho, a ponto de o Seminário passar a ser notado como exemplo de ordem e disciplina, e os padres e seminaristas como modelos de dedicação e serviço.

Pe. Gaspar revelou-se, também, notável conselheiro. Pessoas dos lugares mais distantes, governantes e até seu próprio bispo procuravam-no para um aconselhamento.

Chamado a colaborar nas missões populares na Paróquia de San Fermo, ele também foi excelente pregador, tanto que chegou a receber da Santa Sé o título de "Missionário Apostólico".

Mas havia ainda uma grande obra para a qual Deus iria chamá-lo a realizar, e que, aos poucos, foi se delineando para ele: a fundação de uma congregação religiosa.

Naquela época, as ordens religiosas eram perseguidas e até suprimidas. Eram proibidas reuniões ou quaisquer agrupamentos, tidos como possíveis indícios de rebeldia e oposição aos "patrões" da cidade, que se revezavam entre franceses e austríacos.

Mas Pe. Gaspar, inspirado por uma visão diante do altar de Santo Inácio de Loyola, fundador dos jesuítas, ordem cuja supressão vigorava naquela época, passou a perceber, aos poucos, a vontade de Deus para a realização deste corajoso projeto.

Em 4 de novembro de 1.816 ele entrou com alguns companheiros em um prédio que lhe fora destinado inicialmente a servir de escola. Esse prédio era anexo à Igreja dos Estigmas, que tinha esse nome por ser dedicada às chagas, ou estigmas, de São Francisco de Assis.

Assim, além da escola, naquele ambiente de pobreza e penitência nascia, também, uma ordem religiosa que, após a morte de São Gaspar, recebeu o nome de "Congregação dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo", popularmente conhecida como "Estigmatinos".

Inspirado no título com que fora agraciado pela Santa Sé e no reconhecimento que tinha para com a autoridade dos bispos, que são os sucessores dos apóstolos, a quem Jesus deu a missão: "Ide e ensinai" (Cf. Mt 28,19), ele assim definiu a finalidade de sua congregação: "Missionários Apostólicos em auxílio aos Bispos".

Pe. Gaspar dedicou toda a sua vida a fazer sempre a vontade de Deus. Apoiado na oração, ele sempre conseguia perceber e tudo realizar segundo a vontade de Deus.

Desde os seus 35 anos de idade enfrentou sérios problemas de saúde, que antes o levaram à beira da morte, e depois o mantiveram preso ao leito durante grande parte de sua vida, suportando terríveis dores e sofrimentos, mas sem que uma queixa saísse de seus lábios.

Fez de suas enfermidades instrumentos de redenção e louvor a Deus. Chamava-as de “Escola de Deus”: são ocasiões que nos dá a misericórdia de Deus para perdoar muitas faltas que cometemos e não fazemos penitência. Devemos vivê-las na perspectiva da fé, como uma luz religiosa, pois Deus quer a nossa salvação também através da doença e, como conseqüência, do sofrimento.

De seu leito de dor continuou suas atividades como mestre, pregador de exercícios espirituais e sobretudo como conselheiro dos que a ele acorriam. Todos os que o consultaram (bispos, magistrados, sacerdotes e fiéis) admiravam-se pela sua sabedoria, e de comum acordo o consideraram como "Anjo do Conselho".

Muitos doentes que ele abençoou foram curados, e depois de sua morte ainda outros milagres já foram registrados por sua intercessão ou pelo contato com suas relíquias.

Pe. Gaspar morreu santamente no dia 12 de junho de 1.853, aos 76 anos incompletos, e foi canonizado pelo Papa João Paulo II em 1 de novembro de 1.989, no dia da festa de "Todos os Santos". Os milagres para o seu processo de beatificação e canonização foram realizados no Brasil, nas cidades de Rio Claro e Rio de Janeiro.

Sua festa litúrgica é celebrada em 12 de junho.

A Casa onde nasceu Pe. Gaspar


em Verona, Itália



                                            Casa onde nasceu São Gaspar, em Verona



                                   Detalhe da placa da casa, citando que Pe. Gaspar é

                                   "pérola do clero veronês" e fundador dos Estigmatinos


                                                           Andar superior da casa


                                                Capela existente hoje no andar inferior



                                                   Detalhe da parede da Capela



                                                Detalhe da parede do fundo




                                                  Na Capela, um instrumento musical



                     A parede da casa conserva, em vários pontos, mostras da pintura original

27 de setembro de 2010

A Vocação de Maria e a Nossa Vocação


Maria


Uma única palavra resume as relações de Deus com a humanidade: Aliança. No centro do plano divino está a vontade de selar um pacto de amor com as criaturas. O deus absoluto e todo poderoso, o único, o Ser necessário e totalmente transcendente quer comunicar-se, deseja estabelecer um diálogo com o ser humano. Deus nos criou para nos transmitir seus bens. Não permanece longe, mas vem até nós para doar-se. A criação inteira é fruto dessa vontade de amor. Deus cria por amor e para amar. É o único motivo. Por isso cria o homem à sua imagem e semelhança, capaz de dialogar, de responder a seu convite para amar, para doar-se.


Toda a história da Bíblia é a história dessa aliança de amor. E essa história, para ser construída, requer sempre, a iniciativa de Deus e a resposta do homem. A Bíblia nos mostra a liança de Deus com Adão e Eva, com Noé, com Abraão, com Moisés, com todo o povo de Israel. Deus chama o homem com um amor gratuito, mas convoca-o a experimentar este amor e ser instrumento dele para que outros o experimentem também. A história da Salvação é toda tecida desta cooperação constante entre Deus e os homens.


O que assombra o ser humano é o fato de, ao mesmo tempo que experimentam a grandeza infinita de Deus, percebem que o Deus infinito quis necessitar de sua cooperação para a realização de seus planos de amor. Quis ser um com ele, e realizar uma obra de amor com a sua cooperação. Foi assim que Moisés se assombrou. Veja êxodo 3,1-12. E Moisés teve medo. Veja êxodo 4,1-18. Deus quer que o homem capte as suas demonstrações de amor e que assuma um compromisso com Ele. À sua ação deve se seguir uma reação do homem. Ele quer ser ouvido e seguido.


Desde que Deus criou o homem, este é convidado a viver esta aliança de amor, e ser cooperador dele. Se voltarmos ao Gn 1,28 veremos este convite feito ao primeiro homem e à primeira mulher. Mas se formos ao Gn 3,1-19 veremos que desde o princípio a história da humanidade está marcada pela infidelidade à esta aliança de amor. Veremos também que há um ser pervertido e perversor, um anjo decaído, o demônio, que vive a tentar o homem para que este quebre sua aliança com Deus.


Nossa Senhora jamais quebrou esta aliança, ao contrário, foi fiel ao convite de deus desde o princípio. Ontem vimos que a sua resposta ao convite para ser a Mãe do filho de Deus foi: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra"(Lc 1,38). E este sim foi repetido durante toda a sua vida, nos momentos mais difíceis: quando teve de dar à luz num estábulo, quando teve que fugir para o Egito para que o menino não fosse morto pelo rei Herodes, e principalmente quando teve de vê-lo morrer numa Cruz, incompreendido por aqueles a quem amava, e por quem entregara toda a sua vida.


Um grande segredo de amor envolvia esta fidelidade de Maria na sua aliança com Deus, a sua cooperação incondicional com a Graça divina: Humildade e Confiança. Maria se fez sempre pequena serva. Não se arrogou de direitos, não desejou fazer valer uma pretensa justiça humana. Orgulhosos que somos, basta-nos muito pouco para nos julgarmos justos e merecedores de grandes favores de Deus e dos irmãos. Basta-nos um pouco de autoconfiança, muito pouco mesmo, para nos compararmos e considerarmos os que estão ao nosso lado como irresponsáveis, incompetentes e inféis. Basta-nos que Deus nos peça um pouco de sacrifício ou de sofrimento, para tantarmos o mais rápido possível do nosso fardo jogando-os nas costas dos outros. Basta-nos a nossa vida, os nossos problemas, as nossas feridas, para não enxergarmos os problemas nem as feridas dos irmãos, e nos tornarmos terríveis carrascos deles. Maria foi o anti-orgulho. Não se arvorou de muita coisa por que Deus lhe chamou para ser mãe do Seu Filho. Se tivesse sentido orgulho, provavelmente teria chamado Isabel para serví-la, e não teria atravessado o deserto para servir sua prima. Teria se achado o centro, a digna de ser ajudada, e nem teria percebido que neste exato momento era a sua prima que necessitava de sua ajuda. Maria não era centrada em si, mas em Deus e na sua vontade.


Maria não vivia em torno de si mesma, e dos seus pequenos sonhos e planos, mas em torno de Deus e da sua vontade. Maria não tentava misturar o que era sua vontade, com a vontade de Deus, mas abandonava inteiramente sua vontade em prol de fazer a vontade de Deus. Por isto era capaz de captar as necessidades dos irmãos, e ao contrário de colocar fardos nos ombros dos outros, os tirava. Maria não se fez Rainha, por isto Deus a fez Rainha.


Maria confiou em Deus. Não colocou sua confiança em pessoas, em coisas, em títulos, em elogios, em confirmações que viessem dos outros. Maria simplesmente deu o seu ser para que nela se cumprisse a vontade de Deus: " Faça-se em mim", ela disse. Maria buscava veeementemente a vontade de Deus para si, e sabia que esta vontade sempre exigiria dela abandonar seus próprios planos. Ela sabia que Deus tem a última palavra em tudo, e via em tudo a vontade de Deus, e não a dos homens. Tudo vinha de Deus. Nós somos idólatras de nós mesmos e dos nossos irmãos. Não confiamos suficientemente em deus, e por isso sempre esperamos nas criaturas. E nos decepcionamos, porque elas não são deuses. Nós fabricamos ídolos, para que estejam ao redor de nós, a fim de nos servir quando precisamos. E nos decepcionamos. Não vamos para Deus, porque no fundo sabemos que ele não fará a nossa vontade, não nos fará de crianças, mas quer formar pessoas maduras, que escolham unicamente ele e a sua vontade. Quer que estejamos sós diante dele para dizer o nosso sim sem contar que seja outro e não nós a levar o momento sacrificado do nosso sim. Por isso nos tira as pessoas. Por isso muitas vezes nos faltou, nos falta, e nos faltarão a compreensão dos pais, dos amigos, dos irmãos mais queridos. Tudo para que esperemos só em Deus, e nos dirjamos aos irmãos sem interesse próprio algum, mas unicamente para serví-los, para amá-los gratuitamente. Assim fez Maria visitando Isabel.


E foi porque se desprendeu das criaturas, e disse seu sim com total humildade e confiança, que Maria recebeu de Deus a confirmação que lhe veio pelos lábios de Isabel: "Bendita és Tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre"(Lc 1,42). Se escutássemos hoje de Deus estas palavras: "Bendito ou bendita és tu, benditas são os frutos das tuas obras, do teu sim a Deus", seríamos curados num instante de toda auto-imagem negativa. Porém, para escutar estas palavras, é preciso antes escutar e dizer sim à vontade de Deus para nós. Somente no centro da vontade de Deus está a nossa cura, a nossa libertação. Somente clamando antes a Deus a graça de esquecermos de nós mesmos, das exigências e queixas que por tantos anos guardamos em relação aos nossos pais e irmãos, somente se estivermos dispostos a nos despojar da criança mimada e egoísta que há dentro de nós, é que poderemos experimentar a cura da nossa auto-imagem negativa, e enfim poderemos cantar como Maria: "Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu salvador, porque olhou para seu pobre servo, ou sua pobre serva (Maria representa todas as criaturas na sua fragilidade humana). Por isto desde agora me proclamarão bem aventurado ou bem aventurada, todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo. Sua misericórdia se estende, de geração em geração sobre os que o temem"(Lc 1,46-50).


Maria sempre experimentou, em todas as situações, a gratuidade do Seu amor por ela. E ela também era gratuita no seu amor a Deus. Fazera vontade de Deus, ser fiel a Deus nunca foi para ela motivo de exigir que Deus a recompensasse com mimos. Não demos a vida a nós mesmos. Nada temos por nós mesmos. Tudo na nossa vida é um presente de Deus. A nossa vida é um grande presente de Deus. As alegrias, as tristezas, são um presente de Deus, às vezes misteriosos, mas que um dia compreenderemos. não é necessário compreender, mas aceitar com humildade e confiança que tudo é um presente de amor de Deus. Deus está por trás de todos os acontecimentos de nossa vida. Há coisas que nos sucederam que ele não gostaria que fosse assim, mas permitiu. A nossa liberdade, ou a de nossos irmãos foi mal usada, mas Ele é Deus, capaz de transformar todas as coisas porque nos ama. Isto não é desculpa para permanecermos crianças mimadas e insistentes em nossos planos egoístas, porque quando nos afastamos da vontade de Deus, embora ele continue nos amando, não conseguimos perceber isto, e podemos jogar fora a nossa união definitiva com Ele. Isso é muito sério. Podemos optar pelo inferno, e isto Ele não vai impedir. Embora Ele esteja trabalhando sempre pela nossa salvação, esta é uma opção nossa, que Ele não vai impedir.


Precisamos pedir a Deus a cura para nossas feridas, mas precisamos pedir a Deus acima de tudo a Sua Graça, que é o maior presente. Foi pela Graça de Deus que Maria realizou a vontade de Deus para sua vida, e todos nós somos hoje beneficiados. Precisamos louvar a Deus porque Maria o amou antes de si mesma e antes de todas as criaturas. Ela sempre escolheu Deus e a sua vontade. Maria não se sentia uma pessoa nula, péssima, mal amada. Ela não sofria de auto imagem negativa. os olhos dela nunca estiveram nela mesma ou em seus traumas, mas estavam postos na grande bondade de Deus. estava sempre a recordar suas maravilhas, e aquilo que de doloroso lhe sucedia era recebido no silêncio e na humildade, mas especialmente na confiança de que Deus é sempre amor. Peçamos hoje a Maria a Graça de sermos tirados do centro de nós mesmos, e assim curados na nossa auto imagem. peçamos a Maria, que ela "arranque" do coração de Deus a Graça de termos unicamente Deus como centro de nossas vidas. Que todas as dores, as mágoas, as feridas, os sentimentos de incapacidade, de ser desprezado, não amado, tudo isto seja colocado no coração de Maria, que está sempre unido ao coração de Jesus e do Pai. E que hoje, o fogo do espírito santo possa queimar tudo isto e nos dar um auto imagem nova, límpida, resplandescente, e possamos dizer com ela: "Realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo" (Lc 1,49).
ORAÇÃO À SÃO COSME E SÃO DAMIÃO

Festa: 26 de setembro (catolicismo).


- Protetores dos médicos, farmacêuticos e crianças.


Cosme e Damião eram irmãos gêmeos e cristãos. Na verdade, não se sabe exatamente se eles eram gêmeos. Mas nasceram na Arábia e viveram na Ásia Menor, Oriente. Desde muito jovens, ambos manifestaram um enorme talento para a medicina. Estudaram e diplomaram-se na Síria, exercendo a profissão de médico com muita competência e dignidade. Não aceitavam receber um centavo pelo serviço prestado. Os irmãos aproveitavam também para divulgar a fé cristã entre aqueles que se recuperavam das doenças. Inspirados pelo Espírito Santo, usavam a fé aliada aos conhecimentos científicos. Com isso, seus tratamentos e curas a doentes, muitas vezes à beira da morte, eram vistos como verdadeiros milagres. A riqueza que mais os atraía era fazer de sua arte médica também o seu apostolado para a conversão dos pagãos, o que, a cada dia, conseguiam mais e mais.


Isso despertou a ira do imperador Diocleciano, implacável perseguidor do povo cristão. As perseguições do Imperador Diocleciano, porém, não demoraram a frear a ação benéfica destes "médicos do amor". Na Ásia Menor, o governador deu ordens imediatas para que os dois médicos cristãos fossem presos, acusados de feitiçaria e de usarem meios diabólicos em suas curas. Foram forçados a negar sua fé.


Mandou que fossem barbaramente torturados por negarem-se a aceitar os deuses pagãos. Condenados à morte, resistiram milagrosamente a pedradas e flechadas. Em seguida, foram decapitados. O ano não pode ser confirmado, mas com certeza foi no século IV. Os fatos ocorreram em Ciro, cidade vizinha a Antioquia, Síria, onde foram sepultados. Mais tarde, seus corpos foram trasladados para uma igreja dedicada a eles.


Quando o imperador Justiniano, por volta do ano 530, ficou gravemente enfermo, deu ordens para que se construísse, em Constantinopla, uma grandiosa igreja em honra dos seus protetores. Mas a fama dos dois correu rápida no Ocidente também, a partir de Roma, com a basílica dedicada a eles, construída, a pedido do papa Félix IV, entre 526 e 530. Tal solenidade ocorreu num dia 26 de setembro; assim, passaram a ser festejados nesta data. Inúmeros milagres se deram na sepultura deles.


Os nomes de são Cosme e são Damião, entretanto, são pronunciados infinitas vezes, todos os dias, no mundo inteiro, porque, a partir do século VI, eles foram incluídos no cânone da missa, fechando o elenco dos mártires citados. Os santos Cosme e Damião são venerados como padroeiros dos médicos, dos farmacêuticos e das faculdades de medicina. Na festa, é costume distribuir balas e doces para as crianças.

ORAÇÃO - São Cosme e São Damião! Por amor a Deus e ao próximo, consagrastes a vida no cuidado do corpo e alma dos doentes. Abençoai os médicos e farmacêuticos. Alcançai a saúde para o nosso corpo. Fortalecei a nossa vida. Curai o nosso pensamento de toda maldade. A vossa inocência e simplicidade ajudem todas as crianças a terem muita bondade umas com as outras. Fazei que elas conservem sempre a consciência tranqüila. Com a vossa proteção, conservai o meu coração sempre simples e sincero. Fazei que eu lembre com freqüência estas palavras de Jesus: "Deixai vir a mim as criancinhas, porque delas é o Reino de Deus".
São Cosme e São Damião, rogai por nós, por todas as crianças, médicos, farmacêuticos e enfermeiros.

23 de setembro de 2010

Rebeldia x Obediência

O inimigo vem destruindo as estruturas de nossas famílias

O inimigo vem destruindo as estruturas de nossas famílias. Ele está fazendo as pessoas de marionetes, para que não obedeçam mais a Deus. Quando não mais obedecemos a Deus vivemos na desordem, e a nossa sociedade caiu nesse erro! Nossa geração quem sabe seja a que mais gritou a independência de Deus. E daí vem a desordem e todo sofrimento que vivemos.




Muitos homens, com cinqüenta anos de idade, começam a trair sua própria esposa com meninas bem mais novas. E vamos fazendo o que nos dá vontade, seguindo somente as paixões, com o seguinte pensamento: "Encontrei minha felicidade e ninguém, nem Deus pode tirar". Quantas mulheres que também vivem dessa forma, sendo formadas na faculdade das novelas e agora como mãe de família partem para fazer as piores coisas.






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Irmãos, nós estamos indo nesta loucura! Queremos fazer como os artistas fazem, como as novelas fazem... Isso é loucura! Deixe-me ser mais franco: muita gente de Igreja, de comunidade e de grupos de oração estão caindo nisso também. Eu tenho que dizer com franqueza: É loucura, meu irmão, é preciso criar juízo! Cuidado com esse vírus! A nossa sociedade pegou uma virose, o vírus da rebeldia, buscam a independência de Deus. Deixe-me dar um exemplo: é como a gripe; ela é chata, perdemos o paladar, a comida continua com o mesmo gosto, mas para nós ela perdeu o sabor e a deixamos de lado. A gripe derruba a gente, e o que causou tudo isso? Um vírus bem pequeno.




Se o vírus o pegou e a sua mulher ou seu esposo virou o maior chato, e seu casamento não presta mais, não tem mais sabor, desculpe-me a comparação, mas seu casamento não perdeu o sabor, é você quem pegou o “vírus”. O seu casamento não é uma desgraça. Cria juízo na sua cabeça! Será que é preciso você pegar Aids primeiro para entender?




Estou receitando para você um “antibiótico” contra esse “vírus”. E se este o pega rápido é porque seu organismo está fraco; o mesmo vale para o espiritual. A nossa sociedade precisa de pessoas firmes; é com o martírio que se constrói a própria família.




Deus está precisando de mártires, capazes de construir sua família no sofrimento. A nossa sociedade não agüenta o sofrimento e toma remédio para aliviar a dor. Deus quer que você gaste, sem medo, sua vida.




Não continue nessa loucura de uma sociedade que pediu a independência de Deus! Lúcifer e os anjos decaídos querem trazer a divisão e separar o povo de Deus. Meus filhos, nós precisamos romper com esse círculo vicioso. Talvez nossos pais, irmãos, filhos, esposa ou esposo não queiram rompê-lo... Então, rompamos nós com esse círculo vicioso! Repitam: "Eu e minha casa serviremos a Deus"!

Fonte: Pe. Jonas Abib

17 de setembro de 2010

Aborto e a Igreja

Certamente a posição contrária ao aborto manifestada pela Igreja Católica durante a Conferência do Cairo (e também mantida durante toda a sua história) demonstra sua fidelidade à Palavra de Deus que defende a vida. Vejamos por que:


•O aborto é uma afronta direta ao Quinto Mandamento: “Não matarás (Ex 20.13).


•A ciência prova que a vida começa durante a fecundação do óvulo; nesse momento já existe vida, o que faz que aquele ser seja dotado de alma e conhecido de Deus (Jr 1,5).


•Ao contrário do que pregam os defensores do aborto, não é de hoje que a Igreja condena o aborto. Trata-se de preceito bíblico: em Ex 1,8-21, lemos que quando os hebreus começaram a se multiplicar no Egito, o faraó incentivou o aborto, mas as parteiras não seguiram essa recomendação porque “temiam a Deus”.


•O mais antigo catecismo usado pelos cristãos, a Didaqué, escrito no final do século I d.C., expressa claramente: “Não mate a criança no seio de sua mãe, nem depois que ela tenha nascido” (Did 2,2b).


Certamente o maior dom que Deus concedeu aos homens é a Vida. Torna-se inadmissível, portanto, que um cristão seja favorável ao aborto.


Aos que defendem que a mulher tem o direito de dispor de seu corpo, decidindo se deve ou não abortar, perguntamos: Será que o bebê que está naquele ventre faz parte do corpo da mãe? Ora, todos sabem que o embrião ou o feto não é um órgão da mãe, mas sim um outro ser humano.
 Às mulheres que não desejam criar o filho que carregam no ventre, aconselhamos a doá-lo assim que o tiver. Não são poucos os casais que não podem ter filhos. Certamente não faltarão interessados! 
O que ocorre neste caso é que é muito mais fácil matar um ser que ainda não conhece e que, portanto, não lhe foi dedicado amor, do que tê-lo e doá-lo, pois depois de dar à luz, dificilmente a mãe venha a sentir ódio daquele ser tão pequeno e frágil.



Também é comum apelar-se para o aborto quando se sabe, por exames médicos, que o embrião ou feto possui alguma enfermidade que o levará à morte assim que for concebido. Por que não crer na providência de Deus? 

Quantos casos conhecemos de pais que, mesmo sabendo que seus filhos eram portadores de males fatais, resolveram tê-los e as crianças sobreviveram e muitas delas sem seqüelas? E quanto às que morreram? 

É bom saber que muitas crianças no país morrem por falta de transplante de órgãos do tamanho que precisam. Uma criança que morre logo após o parto pode doar seus órgão para crianças até 4 anos! É a morte que não gera outra morte, mas a Vida!



Dessa forma, podemos afirmar que o aborto, antes de ser um assunto religioso, trata-se de um direito humano: O Direito à Vida!



12 de setembro de 2010

O Juízo final


Ao tratarmos de nosso fim, lembremo-nos de nossa origem. No capítulo sobre a criação e a queda do homem, a morte é um castigo (Gn 3, 19).


"Porque Deus criou o homem imortal, e o fez à sua imagem e semelhança. Mas, por inveja do demônio, entrou no mundo a morte" (Sb 2, 23-24). "Assim como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também passou a morte a todos os homens, por aquele em quem todos pecaram". (Rm 5, 12).


Havia, no paraíso, duas árvores: a do Conhecimento do bem e do mal e a Árvore da Vida. Em relação à primeira, o homem pecou, despindo-se da graça, perdendo sua condição privilegiada.


Vestido, então, com a pele de um animal (Símbolo do Cordeiro que derramaria Seu sangue para revesti-lo mais dignamente), foi expulso do Paraíso, para que não estendesse a sua mão também para a Árvore da Vida, imortalizando-se em sua nudez (Gn 3, 22).


Mesmo agora, apesar de restaurados pelo sacrifício de Cristo, não nos convém a imortalidade. Realmente, a morte é castigo – mas castigo de Pai.


Morremos para alcançarmos um destino melhor. Contudo, a morte nos repugna. E é natural. Feitos para a imortalidade, custa-nos aceitá-la. A fé é necessária. Muita fé.


Preparando-se para o Encontro


Embora poucos detenham na morte seu pensamento – atitude, aliás, que não nos livra dela. Mais prudente seria pensar no assunto – porque nossa alma é imortal.


"O pó voltará a ser pó, mas a alma – espiritual – é incorruptível. E cada um será julgado conforme suas obras. "Todos os homens hão de morrer e o juízo há de acompanhar a morte" (Hb 9, 27).


"A árvore para no lugar onde caiu" (Ecl 11, 3). Por isso, é importante morrer em estado de graça, isto é, morrer revestido de Cristo. Todo o mais é secundário. "De que adianta ao homem possuir o mundo e perder a própria alma?"


Como "não sabemos o dia nem a hora", a Sabedoria consiste em sempre estar preparado. Somos todos julgados logo após a morte. É o juízo particular. Penetrando na eternidade, apresentamo-nos diante do Rei – e nossa veste deve ser branca (Mt 22, 1s).


Por isso, devemos viver bem para morrer bem. Assim, a morte não apavora. Em vez de medo, há confiança. E os santos – que podem ser definidos como as pessoas que sabem viver – em vez de tristeza, têm alegria.


É bom que não saibamos o dia de nossa morte. Para estarmos sempre prontos. "Estai preparados porque o Filho do Homem virá na hora que ignorais" (Mt 24, 44).


"A morte é terrível para o pecador, mas não para o justo". "O justo, na morte, é uma árvore que tomba para produzir, na eternidade, frutos ainda mais belos; o pecador é a árvore cortada na raiz para ser jogada ao fogo"


A alma se fixa no estado em que se encontra. Não escolhemos a hora da morte – mas escolhemos o modo de vida (ou de morte) de nossa alma. Todos somos predestinados ao Céu – Deus quer que a salvação de todos. Mas não nos obriga a querer o mesmo.


Após a morte, Deus nos pedirá contas de nossa administração (Lc 16, 22). S. Mateus fala que daremos conta até das palavras inúteis (Mt 12, 36).


"Todos compareceremos ante o tribunal de Cristo" (Rm 14, 10). "Cada um receberá a sua recompensa, conforme o seu trabalho" (1Cor 3, 8) "está estabelecido que os homens morrem uma só vez e, depois disso, venha o juízo" (HB 9, 27).


Céu, Inferno e Purgatório


Logo após a morte, estaremos no Céu. Inferno ou Purgatório. No Céu ou no Inferno, permaneceremos eternamente; no Purgatório, a permanência é temporária


No Céu ficarão os que morrerem com a alma absolutamente sem mancha a que já tiverem pago os seus pecados aqui na terra. No inferno ficarão os que morrerem em pecado mortal. Neste caso a alma já está morta para a eternidade. Porque a Graça de Deus é a vida da alma; o pecado é a sua morte. Por isso, quem morre em pecado (mortal) entra na eternidade já com a morte na alma.


A alma se fixa no estado em que se encontrar – estado livremente escolhido, Não é, pois, Deus, quem conduz ao Inferno – é ela que para lá se encaminha, por ter preferido as trevas à luz.


Pouca gente gosta de falar no Inferno. Mas Jesus falou nele. "A árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo" (Mt 3, 10). Parábolas falam do joio que será lançado ao fogo e dos peixes maus que serão postos fora (Mt 13, 24-30, 47-50).


Igualmente, a das núpcias do filho do rei (Mt 22, 1-14), a das dez virgens (Mt 25, 1-13), a dos talentos (Mt 25, 14-30), a da árvore que não dá frutos (Mt 7, 17-19), a do rico avarento (Lc 16, 19-31) etc, não deixam dúvida quanto à sua existência.


No purgatório ficam os que morrem sem pecado mortal, isto é, com a alma viva, mas tendo, ainda, necessidade de purificação e resgate de pecados cometidos. Do Purgatório passa-se para o Céu. Também, a esse respeito, há referências no Novo Testamento.


S. Mateus (Mt 12, 32) fala também dos pecados contra o Espírito Santo que "não serão perdoados nem neste século, nem no futuro" (pecado contra o Espírito Santo é a consciente e voluntária recusa à conversão – portanto, a consciente e voluntária escolha do Inferno.)


Alem disso, Jesus fala de uma prisão donde "não se sairá antes de Ter pago a última moeda" (Mt 5, 26). Na parábola dos devedores, o servo mau foi entregue à justiça "até que pagasse toda a dívida"- e Jesus esclarece: "Assim também vos tratará meu Pai celestial" (Mt 18, 23-25).


O Céu, Inferno e Purgatório, mais propriamente que lugares, são estados d’alma. "Quando os anjos e os santos visitam aqui na terra, eles não cessam de estar no Céu, porque eles não podem ser privados da visão de Deus". Nossos anjos da guarda, sempre junto de nós, vivem no Céu (Mt 18, 10). Aliás, já aqui na terra, temos uma pequena amostra disso. O santo carrega o Céu dentro de si. Mesmo nos piores sofrimentos, lá na profundidade de sua alma, permanece a Esperança – Esperança que lhe dá Paz, que lhe dá Alegria.


O inverso acontece ao pecador. Mesmo com saúde e riqueza, gozando dos ditos "prazeres deste mundo", se ele pára de se atordoar ou de se entorpecer, sente o vazio de sua vida, a ausência de Deus e, por conseguinte, o tédio, a insatisfação, o desespero.


No meio termo vive a maioria de nós: no Purgatório.


Nosso destino não se consome aqui. Disse Jesus a Pilatos: "Meu Reino não é deste mundo" "Senhor, lembrai-vos de mim quando estiverdes em vosso Reino", disse o bom ladrão. O Céu é nossa verdadeira pátria; aqui, somos estrangeiros. . (Hf 13, 14).


Para o Céu fomos criados. Porque Deus é nosso princípio e nosso fim, só em Deus nos realizamos plenamente. Temos em nós alma imortal, com inteligência e vontade. Respectivamente, essas faculdades têm por objetivo a Verdade e o Bem


Verdade e Bem que, em sua plenitude, se encontram em Deus. A felicidade, no Céu, consiste na contemplação e posse de Deus, isto é, contemplação e posse da Verdade, Beleza e Amor. Por isso, só em Deus seremos plenamente felizes, plenamente realizados. Para que se chegue ao Céu é preciso morrer já levando-o dentro de si – é preciso morrer em estado de graça, em união com Deus.


O Juízo Particular e o Universal


Além do juízo particular, logo após a morte de cada um de nós, haverá o Juízo Universal, coletivo, no fim do mundo. Tanto o Antigo como o Novo testamento fazem referências a este assunto. O capítulo 5 do Livro da Sabedoria é inteiramente dedicado ao juízo final.


Isaías (66, 18) diz : "Eu virei recolher as suas obras e os seus pensamentos e reuni-los com todas as gentes e línguas; e eles comparecerão, todos, e verão a minha glória". Nos Atos dos Apóstolos (1, 11) vê-se que, logo após a Ascensão, foi anunciada, por dois anjos, a volta de Jesus, como juiz. S. Mateus, no capítulo 24, e S. Lucas no capítulo 21, discorrem, longamente sobre o assunto.


No juízo final, o julgamento será definitivo – depois dele haverá, somente, Céu e Inferno. O mundo, com matéria, certamente, acabará. Mas quando e como será o fim do mundo, não o sabemos. "Nem os anjos sabem".


O importante, porém, é vivermos preparados. Preparados para encontrar o Juiz, o verdadeiro Juiz de nossa vida, o Absolutamente Justo, o que penetra em nossos pensamentos, nossas intenções, sabe de nossas fraquezas e misérias.


No último dia, haverá a ressurreição da carne. Marta, irmã de Lázaro, não ignorava isso (Jo 11, 24). Jó também o sabia (19, 25), assim como os irmão Macabeus (2Mc 7, 11), Isaías (26, 19), Daniel (13, 2). E o próprio Jesus o ensinou (Mt 22, 23-33; Jo 11, 25) – e Ele mesmo, como também o predissera, no terceiro dia após a Sua morte, ressuscitou glorioso.


Jesus já está, portanto, no Céu, em corpo e alma. Junto dele, por Ter sido concebida sem o pecado original, também se encontra Maria – de quem a Igreja ensina que adormeceu (podendo Ter morrido) e, pelos anjos, foi transportada ao Céu (é a sua Assunção).


No último dia, os corpos dos justos ressuscitarão gloriosos, semelhantes ao de Jesus ressuscitado. Os justos ressuscitarão para a glória e os réprobos para o seu opróbrio. É uma questão de justiça. O homem inteiro é corpo e alma. O corpo participa de nossa vida pecaminosa ou virtuosa.


Como homens, agimos de corpo e alma. O importante é que o corpo obedeça à alma e esta obedeça a Deus. Como bons filhos, obedecendo a Deus, nada teremos a temer: a morte será o encontro com o melhor dos pais – o Pai do Céu.


Antes do fim do mundo, já julgadas em juízo particular, as almas dos defuntos aguardarão a ressurreição dos corpos. "Não foi sem razão muito harmoniosa que a Sabedoria divina decretou retribuir separadamente às almas e os corpos: já que cada alma se origina por criação direta e particular de Deus, é conveniente que a cada alma toque a sua sorte eterna logo que se torne capaz de ser julgada sobre os seus méritos e deméritos;


Lembra-nos S. Tomás que, os homens, considerados como indivíduos corpóreos, têm uma certa continuidade entre si, pois isto é próprio da corporeidade (At 17, 26). Porém, as almas, Deus as cria uma por uma; donde se seque que a glorificação simultânea das almas não é de tanta conveniência como a glorificação simultânea dos corpos. Além disso a gloria do corpo não é tão essencial quanto a da alma.


A profissão de um duplo juízo (particular e universal), não significa, pois, que Deus duas vezes sentencie o homem, mas é uma única sentença que é feita em ocasiões diferentes.


O Juízo Universal acontecerá para que tudo o que foi oculto seja posto às claras. Para a vergonha do pecador e glória do justo. Tudo o que foi encoberto será conhecido. Toda a verdade será conhecida. Por todos. Será a hora da perfeita reabilitação dos caluniados, difamados, injustiçados. Estes nada perdem por esperar. O tempo passa. O tempo é breve.


A justiça de Deus é absoluta. E irrompe da eternidade.


Porém, o mais importante, para cada um de nós, é o juízo particular. A hora da morte, hora da passagem do tempo para a eternidade, é o momento mais importante de nossa vida.


Por isso, devemos viver de modo que tudo nos sirva de meio para a conquista do Céu.


"Se a tua mão ou o teu pé te escandaliza, corta-o e lança-o fora de ti: melhor te é entrar na vida manco ou aleijado, do que, tendo duas mão ou dois pés, ser lançado no fogo eterno" (Mt 18 , 8).


Normalmente, não precisamos chegar a esses extremos, mas, às vezes, precisamos chegar a outros que podem ser maiores: a renúncia a um amor ilícito, ou a uma posição social brilhante etc.


Estamos aqui de passagem e, por mais que vivamos, o tempo nada é em relação à eternidade. Salvar a alma – eis o que importa. Para isso, viver em união com Deus – Deus que é nosso princípio e nosso fim. Viver com Ele para com Ele morrer – e, então, realmente, conquistar a Vida.


Qualidades dos Corpos Ressuscitados


De acordo com a Sagrada Escritura, os corpos ressuscitados terão as seguintes qualidades:


- Identidade


Cada homem ressuscitará em seu próprio corpo. "Este corpo corruptível se revestirá de incorruptibilidade; este corpo mortal, de imortalidade" (1Cor 15, 53).


"No último dia ressurgirei da terra e serei novamente revestido da minha pele, e na minha própria carne verei o meu Deus" (Jó 19, 25-26).


Aliás, estas citações são válidas, também, como argumento contra a utopia da reencarnação. Para cada corpo Deus cria uma alma que, com ela, viverá na eternidade.


- Impassibilidade ou incorruptibilidade


O corpo "é semeado na corrupção, e há de ressurgir incorruptível" (1Cor 15, 42).


- Integridade


Tanto justos como réprobos possuirão todos os órgãos e membros, todas as faculdades que o corpo humano, por natureza, possui, mesmo que tenham sido mutilados ou disformes, neste mundo. Conservarão, inclusive, a distinção de sexos – que pertence à natureza humana, como Deus a criou. Porém, órgãos que só têm função nas circunstâncias de vida terrestre, em corpos ressuscitados deverão ser como um revestimento para harmonia e integridade.


"Seremos semelhantes aos anjos" (Lc 20, 34s).


Essas três qualidades serão comuns aos corpos tanto dos justos como dos réprobos.


os justos terão ainda:


- Fulgor


"Os justos resplandecerão como o sol" (Mt 13, 43).


- Agilidade


Os corpos gloriosos se locomoverão com presteza, sem cansaço nem obstáculo.


Sutilidade


Como Jesus ressuscitado entrou no cenáculo, com as portas fechadas, os corpos gloriosos poderão fazer o mesmo (Jo 20, 19).


Contudo...


Os réprobos, ao contrário, por terem recusado a restauração trazida por Cristo, terão os seus corpos:


"Passíveis ou sujeitos à dor;


Obscuros ou tenebrosos, como imagens hediondas do mais escuro e deplorável estado de alma;


Pesados ou dificilmente sujeitos à locomoção e crassos ou resistentes aos impulsos da alma;


Em uma palavra, serão a expressão fiel da horrenda situação produzida na alma pelo ódio a Deus".




- Limbo


Inicialmente, deve-se estabelecer a diferença entre Limbo dos pais e Limbo das crianças.


O primeiro eqüivale à "mansão dos mortos", onde os justos do Antigo Testamento aguardavam a Redenção. Após o sacrifício de Cristo, possibilitando o ingresso no Céu, este Limbo deixou de existir. Era, em linguagem Bíblica, o "Seio de Abraão".


Quanto ao limbo das crianças, não há, na Sagrada Escritura, referência a seu respeito. No entanto, apesar de a Igreja nunca ter definido a sua existência, desde os tempos de S. Agostinho (430), admitiu-se o limbo como lugar destinado às crianças mortas sem Batismo.


Seria um "inferno mitigado". Porém, outro ponto destacado é o de que "Deus quer que se salvem todos os homens" (1Tm 2, 4), acrescido da especial preferencia de Jesus pela crianças. "O vosso Pai, que está nos céus, não quer que se perca nem mesmo um destes pequeninos" – (Mt 18, 14).


Assim, admitem aqueles teólogos que "a oração da Igreja por todas as necessidades da humanidade" e "o oferecimento que os pais façam de seus filhos moribundos a Deus" podem suprir os efeitos do batismo, como admitem também que:


"O sofrimento e a morte das criancinhas não batizadas são, em virtude da paixão voluntária de Cristo, um "quase-sacramento" de reconciliação, um certo batismo de penitência, que supre o batismo de água".


Apesar desta concepção, o sacramento do Batismo fica sendo a via normal instituída por Cristo para prover à Salvação dos homens; afastar-se voluntariamente dessa via é temerário, é tentar a Deus. Cumpram, pois, os genitores e pastores de almas as suas partes, proporcionando sem demora o batismo aos pequeninos.


Comentário Final


Encerremos este assunto, ainda com uma referência ao Céu, onde, segundo o próprio Jesus disse, "há várias moradas". Essa "moradas" ou graus de felicidade correspondem ao grau de santidade de cada um. É certo que qualquer pessoa que morre em estado de graça terá o Céu. Mas qualquer pessoa não é S. Francisco ou S. Teresinha. Cabe, aqui na terra, a cada um, alargar a sua visão.


Já houve quem se servisse das imagens de dedal e balde. O primeiro, com um pouco d'água, o segundo, com muita, ambos ficam repletos, saciados. Cabe-nos procurar ter a largueza de um ou outro. No Céu, a felicidade é completa - para cada pessoa. Todos são saciados - de acordo com sua sede.


Cabe a cada um de nós aumentar sua receptividade à vida divina, abrir-se mais ao Bem, à Verdade, à Beleza, procurar ser um "vaso de eleição" com a profundidade de um grande amor

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