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27 de dezembro de 2010

Feliz com Maria



A mãe de Jesus é proclamada mãe de Deus. A base da fé cristã se dá em Jesus, por Ele não ser apenas um homem e sim também Deus. O filho que Maria gerou é pessoa divina. Ela acompanhou seu filho até a ressurreição. Por Ele ter ido ao céu, Maria também o acompanhou em seguida, sendo levada à eternidade na glória do Filho. Celebramos essa realidade da subida de Maria, viva em corpo e alma, para junto de Deus. Nós a proclamamos feliz, porque, de fato, ela cumpriu a missão que lhe foi confiada, apesar de seu sofrimento, vendo a injustiça humana perseguidora de Jesus. Mas, assim como Ele triunfou sobre tudo, sua felicidade foi imensa com essa vitória.
Maria, simples criatura de Deus, foi escolhida como modelo de isenção de pecado e de abertura total à ação do Criador. Ela bem lembra à prima Isabel a grandiosidade de Deus, que olhou para ela, simples serva obediente e humilde. Seu reconhecimento da bondade do Senhor é estímulo para também desenvolvermos nossa docilidade e adesão ao projeto de Deus a nosso respeito. Se todos ouvissem a Deus como Maria, teríamos pessoas mais felizes e convivência humana mais saudável. Jesus reconhece todas as pessoas que realizam o projeto de Deus como sua mãe. “Felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 11, 28).


Já na preparação à vinda do Salvador, o povo hebreu, a caminho da terra prometida, levava a arca da aliança pelo deserto afora. Era o sinal da presença de Deus, o amparo e protetor do povo contra todas as adversidades da caminhada. O povo confiava no seu Senhor para atingir o objetivo de sua luta para fugir da escravidão e conquistar a liberdade. Com Jesus, a libertação se reveste da amplitude existencial. O objetivo da caminhada de seguimento a Ele vai até a eternidade. Mesmo nas adversidades o sacrifício é meritório e redundante em prêmio, tem em vista a cidade permanente. O ser humano quer revestir-se de imortalidade.


A felicidade transitória nada é em comparação com a imorredoura. A meta da realização humana plena só é atingida totalmente com a visão face a face do esplendor de Deus. O filho de Maria veio nos garantir tal finalidade. Maria foi a primeira a assumir essa causa trazida por Jesus.
 Torna-se verdadeira discípula e assume a missão de apresentar o filho para termos a vida unida à dele. 
A felicidade de Maria também pode acontecer em todos os que se tornam verdadeiros discípulos do Divino Mestre. 
Com Ele alcançamos a vitória sobre a morte, conforme diz Paulo. “Graças sejam dadas a Deus, que nos dá a vitória pelo Senhor Nosso, Jesus Cristo” (1 Cor 15, 57).


Para entendermos a missão de Maria e sua glorificação é preciso colocarmos fé no projeto de Deus. Ele visa o bem humano, com a valorização de sua caminhada terrestre, através da implantação da justiça e da convivência fraterna de todos, mas tendo o objetivo da conquista do Reino eterno. 
Não fosse isso, não perceberíamos a ação de Deus em Maria, fazendo dela um exemplo de fidelidade a Deus. Ela fez da sua felicidade a realização do projeto de Deus.
 Nós também somente conquistamos a felicidade autêntica imitando-a na realização desse projeto.

A Sagrada Familia



O que a Escritura nos diz sobre a vida familiar de Jesus, Maria e José? São pequenas pinceladas mas nos dizem muito. José e Maria, sempre juntos ao lado do Menino Jesus. José deve ir a Belém para o recenseamento e leva consigo sua mulher grávida. Não a deixa em Nazaré, mas a leva consigo. Estão unidos sempre. E quando os pastores chegam à gruta de Belém para ver o Menino, Maria e José estão juntos ao lado da manjedoura.


E na hora das dificuldades, continuam unidos e unidos fogem para o Egito, da perseguição de Herodes e Otávio Augusto. Quando o Menino faz doze anos, vão juntos a Jerusalém e procuram juntos pelo Menino, quando Ele se perde. Como todas as famílias, a família de Nazaré teve alegrias e dificuldades, mas, ao contrário das nossas famílias, em nenhum momento questionou a união que o próprio Deus estabeleceu entre eles.


Para a família de hoje, pai, mãe, filhos, o que a Sagrada Família significa? Tudo ou nada? Antigamente, a relação pai, mãe, filho era diferente, totalmente distinta. A criança era sempre querida, acolhida e amada. Na Sagrada Família isto se dá de maneira perfeita. Tudo gira em torno de Jesus, Ele é o pólo de tudo. Assim, Maria era a Mãe, José era o Pai Adotivo e os três existiam em suma unidade, no Temor e no Amor.


Desafios, conflitos, sofrimentos e alegrias são constantes que existem sempre na relação entre a criança e os pais. O Filho nascido nunca mais se divorcia dos pais, ainda que o queiramos eliminá-lo de nossos horizontes. Filho é programa para a vida inteira, é a alegria ou o problema para a vida toda. Uma vez nascido está vinculado aos pais até a morte.


Portanto, só há uma maneira possível de pais se relacionarem com filhos: amá-los; só há uma maneira possível se relacionarem com pais: carregá-los. O amor é o único modo de comunicação familiar para se construir a paz que a Sagrada Família nos traz no Natal. Se a incerteza, a insegurança, os desafios conflitivos internos e externos se nos apresentam como ameaçadores, o foram também para Jesus, Maria e José, em Belém, no Egito, em Nazaré.


O Menino Jesus, foi desde criança o Messias ameaçado, mas é dele que recebemos, desde o início, a graça e a verdade. Se foi difícil, duro, para a Sagrada Família sobreviver, também o será para nós. O paradigma primeiro está aí, a Noite Feliz da Sagrada Família não foi um Danúbio azul como na Valsa, nada romântico, mas sim, a realidade, a verdade das inseguranças e das fugas.


Hoje, quando nossas famílias padecem de tantos sofrimentos, coloquemos nosso olhar Naquela que foi a Família por Excelência e Dela aprendamos a viver no amor pleno, apesar de toda dificuldade, do desamor dos outros, da discriminação e do caminho para a morte cruel, tal como foi o caminho de Jesus.


A História da Sagrada Família foi uma história de amor pleno, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Oxalá a nossa também o seja!

26 de dezembro de 2010

O Perigo da Língua

A boca fala daquilo que o coração está cheio!

Infelizmente todos nós cometemos falta no falar, não colocamos freio na língua e cometemos o pecado da blasfêmia, da difamação, da mentira, da hipocrisia, etc... Fomos criados para domar os répteis e qualquer tipo de animal na terra, mas não conseguimos domar a nossa língua. Da mesma boca sai bênçãos e maldições, amor e ódio, elogios e difamações, não conseguimos lutar contra o mal da língua que constrói, mas também destrói, da nossa língua levantamos louvores ao nosso Deus, mas somos capazes de destruir homens que é a sua imagem e semelhança. Jesus nos convida a nos libertarmos e nos faz uma reflexão muito concreta, como podemos louvar nosso Deus, se da nossa língua existem maldições, blasfêmias e ódio? Acredito que todas as vezes que proferimos algo contra o nosso irmão é porque nosso coração está repleto de coisas ruins, e isso é confirmado nesta passagem de (Mateus 15, 18-19) “Ao contrário, aquilo que sai da boca provém do coração, e é isso o que mancha o homem. Porque é do coração que provêm os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as impurezas, os furtos, os falsos testemunhos, as calúnias”. Infelizmente temos cometido muitas faltas com relação ao que proferimos, deixando que nosso coração seja preenchido de coisas ruins, muitas vezes por dificuldades, decepções, sofrimentos e tribulações a qual somos submetidos por um mundo corrompido. Não podemos nos entregar a mais esta cilada do inimigo, pensamos sempre que falar mal de alguém uma vez na vida, por exemplo, não tem problema. Mas precisamos nos policiar e entender que nossa boca deve ser santa. Ao comungar nossa boca é um Sacrário onde Cristo irá habitar, e nossa língua é aquela almofada aconchegante onde Ele pousará para que seja adorado, é o convite de sermos santos através da nossa língua, proclamar o evangelho através de palavras de amor, de carinho e de sentimentos puros, pois assim teremos a certeza de que nosso coração não estará repleto de más intenções, de ódio e outras coisas que deformam nossa semelhança ao Pai. Vemos quantas pessoas se afastam de Deus por serem difamadas e caluniadas, por não entenderem que Cristo é o centro de nossas vidas elas acabam por se afastar de suas comunidades e principalmente de Deus, por isso a língua tem que ser domada. Nós precisamos tentar, porque o Pai grandioso nos quer assim, domar a língua como dominamos os peixes do mar, as aves do céu e todos os seres vivos da terra (Gênesis 1, 28). Façamos o que diz a (Carta de São Tiago 3, 10) “Da mesma boca sai benção e maldição. Meus irmãos, isso não pode acontecer!”. Isso não pode acontecer! É assim que Jesus quer, não podemos deixar que isso aconteça, não podemos deixar que nossos corações se encham de maldade. Precisamos colocar um freio na nossa língua, para que seja feita a vontade do Pai através do que proclamamos.
Que o Espírito Santo conduza nossos corações para que tenhamos sempre amor e que professamos as maravilhas de Cristo através da nossa boca para a sua honra e glória

A revolução no coração do homem a partir da experiência de Zaqueu


Zaqueu é o exemplo para qualquer rico que deseja alcançar a salvação. A sua conversão começa com o desejo de conhecer Jesus de perto, continua quando se une ao povo para se encontrar com Jesus e acolhê-lo em sua própria casa. A conversão se completa quando Zaqueu se dispõe a partilhar seus bens e devolver com juros o que roubou.


São Lucas é o único evangelista a relatar o episódio de Zaqueu. Jesus procurou a conversão de todos e trouxe a mensagem de libertação cristã para pobres e ricos, embora de modos diferentes.


Aqui encontramos o tema da conversão e suas exigências. Zaqueu se aproxima de Jesus por curiosidade e termina acolhendo-o em sua casa, repartindo entre os pobres, grande parte de seus bens.


Ao restituir o quádruplo a todos os seus devedores e dar metade de seus bens aos pobres, mostra no caminho do Reino, aberto à justiça e à fraternidade. A metade de seus bens é o gesto que se deve esperar de todos os ricos que têm bens de sobra. É a forma de se fazer justiça e de demonstrar gratidão a esse Deus que sempre nos cumula de bens.


Zaqueu se mostra como autêntico cristão apesar de sua profissão, que o excluía de toda relação com os puros e justos. Sua generosidade é o sinal de sua pertença aos excluídos de Israel, que souberam descobrir em Jesus o autêntico enviado de Deus.


A luz fundamental e decisiva, sob a qual um discípulo de Cristo deve colocar-se e permanecer toda a vida, parece ser a que emana dessas grandes palavras de Jesus: “O Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.”

Livro, usar ou não usar?


Todo início de catequese sempre vem a dúvida, que livro vamos utilizar?
Ou não vamos utilizar o livro?
Muitas pessoas não conseguem viver na catequese sem o livro. Outras abominam qualquer tipo de “engessamento” por parte do livro.
E você? Usa ou não?


Bom, aqui vou escrever a minha opinião sobre o uso do livro na catequese, assim poderemos abrir essa discussão nas igrejas e poderemos refletir sobre a preparação da catequista frente à missão da Catequese. Por isso proponho que me mandem suas opiniões, sugestões, críticas, enfim, o que quiser escrever. Me comprometo em colocar no site aquela opinião contrária à minha que for mais convincente e plausível para democratizar a discussão.


Bom, vamos lá! O livro é sem dúvida uma ferramenta pedagógica que ajuda e nos orienta nos encontros da catequese. Mas a meu ver, muitos livros não só engessam o encontro e a catequese como um todo, como também deixa o catequista preguiçoso. Por quê? Porque em muitos livros, o encontro vem pronto, com as passagens bíblicas, com as dinâmicas à serem feitas, com o direcionamento da discussão em grupo, enfim, o catequista não “prepara”o encontro, ele somente ministra o que o livro pede.


Desculpem-me, mas aí é fácil ser catequista. Não precisa de nenhum tipo de formação, não precisa arrumar tempo para pegar os livros, separar as partes importantes, ir à Bíblia e separar as passagens que irá usar no encontro. É fácil, descomplicado e prático. Talvez seja por isso que tantas pessoas na igreja querem ser catequistas, porque acham que é “fácil”.


Caro irmão catequista, se você pensa assim é ora de rever seus conceitos. Porque entregar seu encontro para um livro é matar toda criatividade que pode surgir de você. É matar toda espiritualidade que possa existir na tua relação com a sua turma. Não que não se possa dar um encontro muito bom baseado no livro. Nem tampouco estou falando mal dos autores de livros para catequese.


Eu só acredito na capacidade que o catequista tem de se doar também na preparação do seu encontro. E que o livro poderia ajudar dando pistas, aconselhando, motivando e preparando o catequista, não o encontro em si.


Por isso que eu acredito que os livros devem ser ferramentas para a formação do catequista e não muleta pra dar os encontros.
 Aconselho que você adote um livro, se achar necessário, para os catequizandos como um suporte em casa. Mas não deixe o livro tomar o seu lugar.
O catequista é um missionário enviado por Deus, porque Ele acredita em você. Porque Ele quer que você se deixe guiar pelo Espírito. Você é muito mais que um livro, deixe que ele te ajude, não que tome seu lugar.


Pense Nisso!

Catequista Incondicional


Se há uma coisa que me entristece na nossa Igreja é ver pessoas colocando condições para o serviço à Deus. São coisas como “eu só vou participar se fizer tal coisa”, “eu só fico na catequese se eu ficar com fulano”, “eu só dou catequese se for com tal turma”. Essas coisas me entristecem e me revoltam porque essas pessoas não têm nenhuma noção do amor de Deus para nós. Por isso vai aqui mais do que uma reflexão, vai um desabafo...


Caríssimos, entendamos o seguinte: Deus nunca pediu, não pede e nunca pedirá nada em troca do amor que Ele nos dá. Ele não se preocupa nem se você o ama de verdade, Ele ama incondicionalmente qualquer criatura que ele tenha criado, principalmente o ser humano. Criou tudo na terra para o homem, aí o que o homem faz? O homem nega à Deus, desobedece, peca, cai no pecado e sai de presença de Deus. Aí então vive errante buscando preencher o vazio que ficou em seu coração depois que Deus saiu de sua vida. Deus então resgata o homem se fazendo humano para ensiná-lo a ser divino e nos dá como herança a Igreja por meio do Espírito Santo para ser vivida em comunidade. Nos chama para o serviço, nos mostra que o caminho para o céu passa pelo serviço ao reino e aí o que homem faz de novo? Começa a se perder achando que é a figura central da evangelização, acreditando que é condição “sine qua non” para tudo.


Nós não podemos achar “que sem mim, nada podeis fazer”. Isso é uma blasfêmia das grandes que muitas pessoas cometem. O problema é que é comum, observe que quando as pessoas fazem promessa, parecem estar negociando com Deus algo que Ele precise com algo que você precise e agora é hora de fazer uma troca. Perceba ainda que você está em vantagem na negociação, porque Deus sempre tem que cumprir a parte dele primeiro, pra depois você cumprir a sua. Isso é absurdo, estamos nos colocando numa posição que não é nossa de direito.


Deus não atenderá os nossos pedidos por meio de promessas, Ele não se alegrará conosco quando nos vangloriamos por nós mesmos. Deus nos atenderá a medida que merecemos e que temos maturidade espiritual para receber. Deus se alegra quando nos gloriamos nos Senhor (Cf. 1 Cor 1,31) e só temos a importância que temos porque Deus “QUER” precisar de nós. Quem somos nós para acharmos que Deus precisa de nós para ser deus. Ele é Deus porque é Deus e não depende de nós para isso. É muita presunção, prepotência e egoísmo nosso achar que Deus precise de mim ou de você pra alguma coisa.
É absurdo colocar obstáculos entre nós e Deus por meio de condições, parecendo criança mimada que bate o pé e só faz o que o pai pede depois que ganha um doce. Quem faz isso ainda não entendeu o processo da Graça, não entendeu o Projeto Divino e não sabe imitar Jesus.


Nós estamos aqui para nos pôr em serviço, seja qual for, desde limpar o chão até estar ao lado do sacerdote no altar. E nenhum serviço é mais ou menos importante, todos nós formamos o corpo que se une com a cabeça que é Cristo. Agora, como o próprio São Paulo dizia, se a perna quiser ser braço, porque não acha digno ser perna, ou se o braço quer ser pescoço, para estar mais próximo da cabeça ou coisas parecida, nós nunca seremos um corpo perfeito.


Então caríssimos, se coloque à disposição naquilo que Deus te chama e não coloque condições para esse serviço. Seja incondicional e lembre-se: “Somos servos inúteis, fizemos o que devíamos fazer” (Lc 17,10)

17 de dezembro de 2010

Natal: Liturgia e Tradições



No tema principal desenvolvido pela liturgia de Natal encontramos os elementos básicos da teologia e da pastoral da festa. O Natal não é só uma recordação de algo que sucedeu na história. Constantemente a liturgia enfatiza que o fato do nascimento de Jesus Cristo está ordenado à Redenção, à Páscoa, à Parusia. Segundo a terminologia dos antigos, o Natal é uma mcmoria (mistério), cujo centro é a morte e ressurreição de Jesus Cristo, sempre presente e operante, como alma de toda celebração litúrgica.


Ao redor da liturgia de Natal formou-se, no decurso dos séculos, uma série de costumes folclóricos que contribuíram para criar um ambiente festivo na intimidade das famílias e nas ruas das aldeias e cidades. Já no século V foram compostos cantos populares sobre o mistério da Encarnação, inspirados na teologia e na liturgia de Natal. Quando, no século XIII, São Francisco de Assis e seus discípulos propagam a devota prática de construir presépios nas igrejas e nas casas, se estendem as cantigas de Natal, caracterizados pelo tom simples e ingênuo de suas letras e de suas melodias que se referem preferentemente aos sentimentos da Virgem e dos pastores ante a pobreza que Deus escolheu ao tomar um corpo humano.


Como para expressar visivelmente o significado da "iluminação" obtida pelo nascimento de Jesus Cristo, há muito tempo se introduziu o hábito de acender fogos durante a noite de Natal, substituindo tradições pré-cristãs. A iluminação extraordinária dos lugares públicos durante o tempo de Natal se inspirou nesses usos.


Desde o século XVI, nos países nórdicos, começa o hábito de reunir-se em torno de uma árvore ? a árvore de Natal ?, símbolo da graça alcançada pela Encarnação e pela morte na árvore da cruz de Jesus Cristo, em contraposição ao pecado que se originou na árvore do paraíso.


Também, se destinou para o dia de Natal a prática de trocar presentes e felicitações; prática sugerida pela que existia em Roma no primeiro dia do ano, chamada estréia. No início, simbolizava-se que era o menino Jesus quem oferecia os presentes; e mais adiante, seriam os Reis Magos quem distribuíam os dons, e não tanto pelo Natal como pela Epifania, em que se comemora o fato da entrega de seus obséquios a Jesus Cristo.


Por último, durante a oitava de Natal se celebram as "memórias" dos Santos Estevão, João Evangelista e Inocentes, como as mais antigas, às que o Oriente acrescentava a dos Santos Pedro e Paulo.


Tradições e Costumes


As tradições e costumes são uma maneira de fazer presente o que ocorreu ou o que se costumava fazer nos tempos passados. São os fatos ou obras que se transmitem de uma geração a outra de forma oral ou escrita. A palavra tradição vem do latim "traditio" que vem do verbo "tradere" que significa entregar. Poder-se-ía dizer que tradição é o que nossos antepassados nos entregaram.


No caso da Natal, o mais importante das tradições e costumes não é só o aspecto exterior mas seu significado interior. Deve-se conhecer por quê e para quê se levam a cabo as tradições e costumes para assim poder vivê-las intensamente. Este é um modo de evangelizar.


Existem muitas tradições e costumes tanto do Advento como do Natal, os quais nos ajudam a viver o espírito natalino; contudo, devemos recordar que este espírito encontra-se na meditação do mistério que se celebra.


O calendário


Ao fixar-se esta data, também ficaram fixadas à da Circuncisão e da Apresentação; a da Expectação (Nossa Senhora da Esperança) e, quiçá, a da Anunciação da Santíssima Virgem Maria; também a do Nascimento e Concepção do Batista. Até o século décimo o Natal era considerado, nos documentos pontifícios, o inicio do ano eclesiástico, como continua sendo nas Bulas; Bonifácio VIII (1294-1303) restaurou temporalmente este costume, o qual a Alemanha sustentou durante algum tempo mais.


As três Missas


As três missas assinaladas para esta data no Missal de Gelasio e no Gregoriano, com um martirológio especial e sublime, e com a dispensa, se for necessário, da abstinência, ainda hoje são guardadas. Embora Roma indique somente três Missas para o Natal, Ildefonso, um Bispo espanhol de 845, alude a uma tripla Missa no Natal: Páscoa, Pentecostes, e a Transfiguração. Estas Missas, de meia noite, ao alvorecer, e in die, estão misticamente relacionadas com a distribuição judia e cristã, ou ao triplo "nascimento" de Cristo: na Eternidade, no Tempo, e na Alma. As cores litúrgicas variavam: negro, branco, vermelho; e o Glória era só entoado ao princípio da primeira Missa desse dia.


Os presépios


No ano 1223 São Francisco de Assis deu origem aos presépios que atualmente conhecemos, popularizando entre os leigos um costume que até esse momento era do clero, fazendo-o extra-litúrgico e popular. A presença do boi e do burro deve-se a uma errônea interpretação de Isaías 1, 3 e de Habacuc 3, 2 (versão "Italiana"), apesar de aparecerem no magnífico "Presépio" do século quarto, descoberto nas catacumbas de São Sebastião no ano de 1877.


Os hinos e cantigas de natal


As primeiras cantigas de natal que se conhecem foram compostos pelos evangelizadores no século V com a finalidade de levar a Boa Nova aos aldeãos e camponeses que não sabiam ler. Suas letras falavam em linguagem popular sobre o mistério da encarnação e estavam inspiradas na liturgia da Natal. Chamavam-se "villanus" ao aldeão e com o tempo o nome mudou para vilancicos (do Espanhol "villancicos"). Estas falam em um tom simples e engenhoso dos sentimentos da Virgem Maria e dos pastores ante o Nascimento de Cristo. No século XIII estendem-se por todo o mundo junto com os presépios de São Francisco de Assis.


O famoso "Stabat Mater Speciosa" é atribuído a Jacopone Todi (1230-1306); "Adeste Fideles" data do século decimo sétimo. Mas, estes ares populares, e inclusive palavras, devem ter existido muito tempo antes que fossem postos por escrito.


Os vilancicos, ou cantigas de Natal, favoreciam a participação na liturgia de Advento e de Natal. Cantar cantigas de Natal é um modo de demostrar nossa alegria e gratidão a Jesus e escutá-los durante o Advento ajuda à preparação do coração para o acontecimento do Natal.


Os cartões de Natal


O costume de enviar mensagens natalinas se originou nas escolas inglesas, onde se pedia aos estudantes que escrevessem algo que tivesse a ver com a temporada natalina antes de sair de férias de inverno e o enviassem pelo correio à sua casa, com a finalidade de que enviassem a seus pais uma mensagem de Natal.


Em 1843, W.E. Dobson e Sir Henry Cole fizeram os primeiros cartões de Natal impressos, com a única intenção de por ao alcance do povo inglês as obras de arte que representavam o Nascimento de Jesus.


Em 1860, Thomas Nast, criador da imagem de Papai Noel, organizou a primeira grande venda de cartões de Natal em que aparecia impressa a frase "Feliz Natal".


A Árvore De Natal


Os antigos germânicos criam que o mundo e todos os astros estavam sustentados pendendo dos ramos de uma árvore gigantesca chamada o "divino Idrasil" ou o "deus Odim", a quem rendiam culto a cada ano, no solstício de inverno, quando se supunha que se renovava a vida. A celebração desse dia consistia em adornar um pinheiro com tochas que representavam as estrelas, a lua e o sol. Em torno desta árvore bailavam e cantavam adorando ao seu deus.


Contam que São Bonifácio, evangelizador da Alemanha, derrubou a árvore que representava o deus Odim, e no mesmo lugar plantou outro pinheiro, símbolo do amor perene de Deus e o adornou com maçãs e velas, dando-lhe um simbolismo cristão: as maçãs representavam as tentações, o pecado original e os pecados dos homens; as velas representavam Cristo, a luz do mundo e a graça que recebem os homens que aceitam Jesus como Salvador. Este costume se difundiu por toda a Europa na Idade Média e com as conquistas e migrações chegou à América.


Pouco a pouco, a tradição foi evoluindo: trocaram as maçãs por bolas e as velas por luzes que representam a alegria e a luz que Jesus Cristo trouxe ao mundo.


As bolas atualmente simbolizam as orações que fazemos durante o período de Advento. As bolas azuis são orações de arrependimento, as prateadas de agradecimento, as douradas de louvor e as vermelhas de preces.


Costuma-se colocar uma estrela na ponta do pinheiro, que representa a fé que deve guiar nossas vidas.
Também costuma-se pôr adornos de diversas figuras na árvore de Natal. Estes representam as boas ações e sacrifícios, os "presentes" que daremos a Jesus no Natal.


Para aproveitar a tradição: Adornar a árvore de Natal ao longo de todo o advento, explicando às crianças o simbolismo. As crianças elaborarão suas próprias bolas (24 a 28 dependendo dos dias que tenha o Advento) com uma oração ou um propósito em cada uma, e conforme passem os dias as irão colocando na árvore de Natal até o dia do nascimento de Jesus.


Papai Noel (Santa Claus) ou São Nicolau


A imagem de Papai Noel, velhinho gorducho e sorridente que traz presentes às crianças boas no dia do Natal teve sua origem na historia de São Nicolau.


Existem várias lendas que falam acerca da vida deste santo:


Em certa ocasião, o chefe da guarda romana daquela época, chamado Marco, queria vender como escravo um menino muito pequeno chamado Adrian e Nicolau o impediu. Em outra ocasião, Marco queria apoderar-se de umas jovenzinhas se seu pai não lhe pagasse uma dívida. Nicolau se inteirou do problema e decidiu ajudá-las. Tomou três sacos cheios de ouro e na Noite de Natal, em plena escuridão, chegou até a casa e colocou os sacos pela chaminé, salvando, assim, as meninas.


Marco, que queria acabar com a fé cristã, mandou queimar todas as igrejas e prender todos os cristãos que não quisessem renegar sua fé. Assim foi como Nicolau foi capturado e preso. Quando o imperador Constantino se converteu e mandou liberar todos os cristãos, Nicolau havia envelhecido. Quando saiu do cárcere, tinha a barba crescida e branca e tinha as roupas vermelhas que o distinguiam como bispo; contudo, os longos anos de cárcere não conseguiram tirar sua bondade e seu bom humor.


Os cristãos da Alemanha tomaram a história dos três sacos de ouro deixados pela chaminé no dia de Natal e a imagem de Nicolau ao sair do cárcere, para tecer a história de Papai Noel, velhinho sorridente vestido de vermelho, que entra pela chaminé no dia de Natal para deixar presentes para as crianças boas.
O Nome "Santa Claus" vem da evolução paulatina do nome de São Nicolau: St. Nicklauss, St. Nick, St. Klauss, Santa Claus, Santa Clos.


Não obstante, o exemplo de São Nicolau nos ensina a ser generosos, a dar aos que não têm e a fazê-lo com discrição, com um profundo amor ao próximo. Nos ensina além disso, a estar atentos às necessidades dos demais, a sair de nosso egoísmo, a ser generosos não só com nossas coisas mas também com nossa pessoa e nosso tempo.


Por isso, o Natal é um tempo propício para imitar São Nicolau em suas virtudes

13 de dezembro de 2010

São Nicolau -O Verdadeiro Papai Noel

SÃO NICOLAU (DE MIRA E DE BARI)


Nicolau é também conhecido por São Nicolau de Mira e de Bari. Venerado, amado e muito querido por todos os cristãos do Ocidente e do Oriente. Sem dúvida alguma, é o santo mais popular da Igreja. Ele é padroeiro da Rússia, de Moscou, da Grécia, de Lorena, na França, de Mira, na Turquia, e de Bari, na Itália, das crianças, das moças solteiras, dos marinheiros, dos cativos e dos lojistas. Por tudo isso os dados de sua vida se misturam às tradições seculares do cristianismo.


Filho de nobres, Nicolau nasceu na cidade de Patara, na Ásia Menor, na metade do século III, provavelmente no ano 250. Foi consagrado bispo de Mira, atual Turquia, quando ainda era muito jovem e desenvolveu seu apostolado também na Palestina e no Egito. Mais tarde, durante as perseguições do imperador Diocleciano, foi aprisionado até a época em que foi decretado o Edito de Constantino, sendo finalmente libertado. Segundo alguns historiadores, o bispo Nicolau esteve presente no primeiro Concílio, em Nicéia, no ano 325.


Foi venerado como santo ainda em vida, tal era a fama de taumaturgo que gozava entre o povo cristão da Ásia. Morreu no dia 6 de dezembro de 326, em Mira. Imediatamente, o local da sepultura se tornou meta de intensa peregrinação. O seu culto se difundiu antes na Ásia, e o local do seu túmulo, fora da área central de Mira, se tornou meta de peregrinação.


O documento mais antigo sobre ele foi escrito por Metódio, bispo de Constantinopla, que em 842 relatou todos os milagres atribuídos a são Nicolau de Mira. Depois, mais de sete séculos passados da sua morte, "Nicolau de Mira" se tornou "Nicolau de Bari". Em 1087, a cidade de Bari, em Puglia, na Itália, sofria a subjugação dos normandos. E Mira já estava sob domínio dos turcos muçulmanos. Setenta marinheiros italianos desembarcaram nessa cidade e se apoderaram das suas relíquias mortais, transferindo-as para Bari. O corpo de são Nicolau foi acolhido, triunfalmente, pela população de Bari, que o elegeu seu padroeiro celestial. E ele não decepcionou: por sua intercessão os prodígios e milagres ocorriam com grande freqüência. Seu culto se propagou em toda a Europa. Então, a sua festa, no dia 6 de dezembro, foi confirmada pela Igreja.


A tradição diz que os pais de Nicolau eram nobres, muito ricos e extremamente religiosos. Que era uma criança com inclinação à virtuosidade espiritual, pois nas quartas e nas sextas-feiras rejeitava o leite materno, ou seja, já praticava jejum voluntário. Quando jovem, desprezava os divertimentos e vaidades, preferindo freqüentar a igreja. Costumava fazer doações anônimas em moedas de ouro, roupas e comida às viúvas e aos pobres. Dizem que Nicolau colocava os presentes das crianças em sacos e os jogava dentro das chaminés à noite, para serem encontrados por elas pela manhã. Dessa tradição veio a sua fama de amigo das crianças. Mais tarde, ele foi incluído nos rituais natalinos no dia 25 de dezembro, ligando Nicolau ao nascimento do Menino Jesus.


Mais tarde, quando já era bispo, um pai, não tendo o dinheiro para constituir o dote de suas três filhas e poder bem casá-las, havia decidido mandá-las à prostituição. Nicolau tomou conhecimento dessa intenção, encheu três saquinhos com moedas de ouro, o dote de cada uma das jovens, para salvar-lhes a pureza. Durante três noites seguidas, foi à porta da casa daquele pai, onde deixava o dote para uma delas. Existem muitas tradições e também lendas populares que se criaram em torno deste santo, tão singelo e singular.


A sua figura bondosa e caridosa, símbolo da fraternidade cristã, mantém-se viva e impressa na memória de toda a cristandade.
 Agora, também na da humanidade toda, porque perpetuada através dos comerciantes nas vestes de Papai Noel nos países latinos, de Nikolaus na Alemanha e de Santa Claus nos países anglo-saxões. Mesmo sob falsas vestes, são Nicolau nos exemplifica e recorda o seu grande amor às crianças e aos pobres e a alegria em poder servi-los em nome de Deus.




SÃO NICOLAU DE BARI


Prelado que segundo a tradição nasceu em Patara, na Lícia, atual Turquia, santo padroeiro da Rússia que viveu no tempo dos imperadores romanos Diocleciano, Maximiano e Constantino.


De tendências a vida monástica, na juventude realizou uma peregrinação rumo à Palestina e ao Egito e, logo depois de sua volta, por sua coragem e virtude foi eleito bispo de Mira, na Lícia, Ásia Menor.


Por ter pregado a verdadeira religião foi aprisionado pelos magistrados da cidade durante a perseguição aos cristãos pelo Imperador Diocleciano.


Libertado durante o reinado de Constantino, participou do Concílio de Nicéia (325) e ganhou fama como milagreiro. Suas relíquias ganharam fama de miraculosas, e foram transportadas no final do século XI por um grupo de mercadores italianos para a cidade de Bari, na Itália, onde até hoje são um santuário e, por isso, a designação final do nome.


Além de padroeiro da Rússia, também o é das crianças, dos estudiosos, das virgens, marinheiros e mercadores.


Conta a tradição que certa vez ele teria dado presentes secretamente às três filhas de um homem pobre, que por não poder lhes dar dotes para seus respectivos casamentos, estava para abandoná-las à prostituição.


Daí teria se originado o costume de dar presentes na véspera do dia de Natal e sua personificação como o Bom Velhinho. A festa do santo arcebispo de Mira é comemorada pela Igreja Católica latina no dia 06 de dezembro.




A Vocação e a Missão do Padre

Considerando a onda de clericalismo que ainda afeta boa parte de nossas comunidades católicas, precisamos dizer, logo de início, que a vocação e a missão do padre situam-se numa dinâmica de "um ministério entre os ministérios" (Doc 62, CNBB). Sua vocação não é a de ser a "síntese dos ministérios", mas o "ministério da síntese" (Doc 62, CNBB). Não é uma vocação para o "monopólio do ministério", mas um chamado para animar a multiplicidade de ministérios na comunidade eclesial.


Isso significa que a vocação e a missão do presbítero não podem ser vistas de forma isolada, mas no conjunto de uma Igreja que em si é toda ministerial, ou seja, chamada ao serviço em seu próprio interior e na relação com toda a humanidade.


De uma forma positiva poderíamos dizer que a vocação do presbítero é a de representar "Cristo enquanto chefe e sacerdote, portanto a de ser guia espiritual para a valorização de todos os carismas, e de pastor, para orientar todo o povo de Deus de modo que ele se sinta participante de uma co-responsabilidade missionária.


1. CHAMADO A SER SINAL DE UNIDADE DA COMUNIDADE


a) Chamado a ser sinal de Cristo-cabeça


Ser representação de Cristo chefe, pastor e sacerdote significa ser sinal do Cristo cabeça no meio da comunidade. A Igreja, koinonia de pessoas, não é necessariamente um grupo acéfalo. Cristo, como diz Paulo, é a cabeça da Igreja, ou seja, aquele que faz com que o Corpo, "em sua inteireza, bem ajustado e unido por meio de toda junta e ligadura, com a operação harmoniosa de cada uma das suas partes", realize "o seu crescimento para a sua própria edificação no amor" (Ef 4,16). Cabe afirmar aqui que o presbítero não é nem poderá ser jamais a cabeça.


Somente Cristo é a cabeça. Além disso, sua vocação e sua missão consistem em fazer com que a ekklesía seja, de fato, um corpo, no sentido explicado. "Portanto o padre é chamado a um ministério presidencial, que é representação de Cristo cabeça e sacerdote e que lhe confere uma graça particular para harmonizar os diversos carismas do povo de Deus, de modo que este se realize como povo sacerdotal (cf. 1Pd 2,9-10)".


b) Chamado a promover a pluralidade na unidade do Corpo


É função do presbítero "vigiar" - no sentido bíblico da expressão - para que a comunidade cristã não seja mutilada da riqueza da pluralidade, mas, como todo verdadeiro corpo, seja algo diversificado, cheio da variedade de membros e de serviços. Cabe ao presbítero a responsabilidade de lembrar sempre a todo o povo de Deus que "o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira" (Jo 15,4).


O serviço de junção e de ligadura deve ser de tal forma flexível que permita a mobilidade dos membros, como acontece num corpo. Ligadura não pode ser jamais confundida com imobilização, "placa de gesso" ou "atadura" que impede que os membros realizem com naturalidade seus movimentos.


2. CHAMADO A DESCOBRIR OS CARISMAS PRESENTES NA COMUNIDADE


É tarefa primordial dos presbíteros despertar, discernir, cultivar e acompanhar todas as vocações. Nesse serviço, sua participação é de fundamental importância. No II Congresso Internacional das Vocações, realizado em Roma em 1981, chegou-se a falar desse serviço às vocações como de um ministério fundamental para a vida dos presbíteros.


No documento conclusivo, os congressistas pedem aos presbíteros que não se deixem vencer pelas dificuldades, mas, inspirados pela fé, realizem com alegria e entusiasmo o serviço de animação vocacional. Naquela ocasião, os participantes do congresso lembravam que o trabalho vocacional dos presbíteros se dá em quatro vertentes inseparáveis:


1° anúncio da Palavra que convoca a comunidade;


2° abertura capaz de animar as pessoas, especialmente os jovens, na busca de valores autênticos, capazes de dar sentido à vida;


3° testemunho, com o qual o presbítero move outras pessoas por seu exemplo de vida;


4° capacidade de saber reconhecer os sinais de vocação presentes em determinadas pessoas e de explicitamente convocá-las para o seguimento de Jesus, por meio de uma vocação específica.


3. CHAMADO A PASTOREAR

Sua vocação é pastorear a comunidade, ou seja, conhecer profundamente as pessoas e dar sua vida por elas. A razão de ser do pastor é o rebanho, para o qual ele existe e é destinado. Pastorear é seu ofício.


a) Chamado a conhecer as pessoas


"Eu sou o bom pastor: conheço minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai"(Jo 10,14-15). Conhecer significa, acima de tudo, procurar ter um relacionamento de profunda comunhão, deixar-se modelar, deixar-se arrastar, deixar-se consumir pêlos outros.


b) Chamado a dar a vida pela humanidade

O cardeal Martini afirma que a beleza do grande pastor Jesus "está no amor com o qual entrega a si mesmo à morte por cada uma das suas ovelhas e estabelece com cada uma delas uma relação direta e pessoal de ntensíssimo amor". O próprio Cristo afirma isso com grande clareza: "Eu dou a minha vida pelas minhas ovelhas" (Jo 10,15).


Nessa perspectiva, levemos afirmar que faz parte da vocação e da missão do presbítero sua disponibilidade para estar totalmente a serviço do povo de Deus, de tal forma que, se necessário, ele deve dar a vida por aqueles e aquelas que integram a comunidade pela qual ele é responsável.


A disposição total em querer "dar a vida por suas ovelhas" (Jo 10,11) leve ser um critério fundamental no momento de discernir a vocação daquele que deve agir in persona Chrísti. Esse agir que, segundo alguns, caracteriza o específico da missão do presbítero, não pode ficar reduzido à dimensão sacramental.


4. CHAMADO A FORMAR COMUNIDADES A PARTIR DO ALTAR


As reflexões feitas até agora nos ajudam a entender que a vocação do presbítero é essencialmente ser formador de comunidades. Toca a ele a missão significativa de reunir pela Palavra e pela celebração dos sacramentos, especialmente pela Eucaristia, o povo de Deus.


a) Vocacionado a ser ministro da Palavra de Deus

Como "a fé depende da pregação e a pregação é o anúncio da palavra de Cristo" (Rm 10,17), pode-se deduzir que a vocação e a missão específica do presbítero é fazer essa Palavra chegar a todas as pessoas de boa vontade, provocando a conversão, condição primeira para o seguimento de Jesus (cf. Mc 1,15).


b) Vocacionado a ministrar os sacramentos

O presbítero é vocacionado a ser, por excelência, ministro dos sacramentos. Todavia é no ato de presidir a celebração da Eucaristia que sua vocação e sua missão se tornam mais explícitas. De fato, é por meio da presidência da Eucaristia, e a partir dela, que o presbítero realiza seu múnus de pastor, estimulando, discernindo e valorizando todos os carismas da comunidade, fazendo que tudo venha a convergir no bem comum e na solidariedade.


Pela presidência da Eucaristia, o presbítero se torna sinal visível e efícazao Cristo pastor de sua Igreja. Na presidência da celebração eucarística, temos a imagem visível do específico do ministério presbiteral. Nela fica bem claro que a vocação e a missão do presbítero é harmonizar todos os carismas que o Espírito vai suscitando na porção do povo de Deus que ele coordena.


5. A DIFERENÇA ENTRE O PRESBÍTERO DIOCESANO E O CONSAGRADO PRESBÍTERO

A diferença entre o presbítero diocesano e o consagrado presbítero não é apenas de ordem jurídica ou prática, mas de ordem teológica. O presbítero diocesano, como vimos, possui a vocação e a missão específicas de representar Cristo cabeça e pastor da Igreja diante da comunidade.


O consagrado presbítero, antes de ser representante de Cristo diante da comunidade, é chamado - em razão de sua vocação primeira que é a vida consagrada - a representar a comunidade toda ela carismática diante dos ministros ordenados. Por causa da consagração assumida pêlos votos públicos ou privados, o consagrado presbítero é vocacionado acima de tudo a "um autêntico ministério profético, falando em nome de Deus a todos, também aos pastores da Igreja".


A ele é pedido que ofereça à Igreja e à humanidade "o seu testemunho, com a ousadia do profeta que não tem medo de arriscar a própria vida". Conseqüentemente, o exercício de seu ministério presbiteral deverá estar subordinado ao exercício profético de sua consagração, que é sua vocação principal, originária.


Não se entra na vida consagrada para a realização da vocação presbiteral. Entra-se tão somente para responder ao chamamento divino que convoca um grupo minoritário de pessoas para ser, na comunidade eclesial e na sociedade, sinal profético e escatológico do Reino de Deus. Portanto o consagrado presbítero tem uma vocação própria, uma índole própria que não pode, de forma alguma, ser confundida com a do presbítero diocesano que será tratada no próximo tema.



Nossa Senhora de Guadalupe - 12 dezembro


Nossa Senhora de Guadalupe é padroeira do México, e a história de sua aparição desafia a ciência moderna.

No dia 9 de dezembro de 1531, na cidade do México,
Nossa Senhora apareceu ao nobre índio Quauhtlatoatzin — que havia sido batizado com o nome de Juan Diego — e pediu-lhe que dissesse ao bispo da cidade para construir uma igreja em sua honra.
Juan Diego transmitiu o pedido, e o bispo exigiu alguma prova de que efetivamente a Virgem aparecera.
Recebendo de Juan Diego o pedido, Nossa Senhora fez crescer flores numa colina semi-desértica em pleno inverno, as quais Juan Diego devia levar ao bispo.
 Este o fez no dia 12 de dezembro, acondicionando-as no seu manto.
Ao abri-lo diante do bispo e de várias outras pessoas, verificaram admirados que a imagem de Nossa Senhora estava estampada no manto. Muito resumidamente, esta é a história, que foi registrada em documento escrito. Se ficasse só nisso, facilmente poderiam os céticos dizer que é só história, nada há de científico.


Os problemas para eles começam com o fato de ter-se conservado o manto de Juan Diego, no qual está impressa até hoje a imagem. Esse tipo de manto, conhecido no México como tilma, é feito de tecido grosseiro, e deveria ter-se desfeito há muito tempo. No século XVIII, pessoas piedosas decidiram fazer uma cópia da imagem, a mais fidedigna possível. Teceram uma tilma idêntica, com as mesmas fibras de maguey da original. Apesar de todo o cuidado, a tilma se desfez em quinze anos. O manto de Guadalupe tem hoje 475 anos, portanto nada deveria restar dele.


Uma vez que o manto (ou tilma) existe, é possível estudá-lo a fim de definir, por exemplo, o método usado para se imprimir nele a imagem. Comecemos pela pintura. Em 1936, o bispo da cidade do México pediu ao Dr. Richard Kuhn que analisasse três fibras do manto, para descobrir qual o material utilizado na pintura. Para surpresa de todos, o cientista constatou que as tintas não têm origem vegetal, nem mineral, nem animal, nem de algum dos 111 elementos conhecidos. “Erro do cientista” — poderia objetar algum cético. Difícil, respondemos nós, pois o Dr. Kuhn foi prêmio Nobel de Química em 1938.(2) Além do mais, ele não era católico, mas de origem judia, o que exclui parti-pris religioso.


No dia 7 de maio de 1979 o prof. Phillip Serna Callahan, biofísico da Universidade da Flórida, junto com especialistas da NASA, analisou a imagem. Desejavam verificar se a imagem é uma fotografia. Resultou que não é fotografia, pois não há impressão no tecido. Eles fizeram mais de 40 fotografias infravermelhas para verificar como é a pintura. E constataram que a imagem não está colada ao manto, mas se encontra 3 décimos de milímetro distante da tilma. Para os céticos, outra complicação: verificaram que, ao aproximar os olhos a menos de 10 cm da tilma, não se vê a imagem ou as cores dela, mas só as fibras do manto.


Convém ter em conta que ao longo dos tempos foram pintadas no manto outras figuras. Estas vão se transformando em manchas ou desaparecem. No caso delas, o material e as técnicas utilizadas são fáceis de determinar, o que não acontece com a imagem de Nossa Senhora.


Talvez o que mais intriga os cientistas sobre o manto de Nossa Senhora de Guadalupe são os olhos dela. Com efeito, desde que em 1929 o fotógrafo Alfonso Marcué Gonzalez descobriu uma figura minúscula no olho direito, não cessam de aparecer as surpresas. Devemos primeiro ter em vista que os olhos da imagem são muito pequenos, e as pupilas deles, naturalmente ainda menores. Nessa superfície de apenas 8 milímetros de diâmetro aparecem nada menos de 13 figuras! O cientista José Aste Tonsmann, engenheiro de sistemas da Universidade de Cornell e especialista da IBM no processamento digital de imagens, dá três motivos pelos quais essas imagens não podem ser obra humana:


• Primeiro, porque elas não são visíveis para o olho humano, salvo a figura maior, de um espanhol. Ninguém poderia pintar silhuetas tão pequenas;


• Em segundo lugar, não se consegue averiguar quais materiais foram utilizados para formar as figuras. Toda a imagem da Virgem não está pintada, e ninguém sabe como foi estampada no manto de Juan Diego;


• Em terceiro lugar, as treze figuras se repetem nos dois olhos. E o tamanho de cada uma delas depende da distância do personagem em relação ao olho esquerdo ou direito da Virgem.


Esse engenheiro ficou seriamente comovido ao descobrir que, assim como os olhos da Virgem refletem as pessoas diante dela, os olhos de uma das figuras refletidas, a do bispo Zumárraga, refletem por sua vez a figura do índio Juan Diego abrindo sua tilma e mostrando a imagem da Virgem. Qual o tamanho desta imagem? Um quarto de mícron, ou seja, um milímetro dividido em quatro milhões de vezes. Quem poderia pintar uma figura de tamanho tão microscópico? Mais ainda, no século XVI...


O anarquista espanhol Luciano Perez era um desses, e no dia 14 de novembro de 1921 colocou ao lado da imagem um arranjo de flores, dentro do qual havia dissimulado uma potente bomba. Ao explodir, tudo o que estava perto ficou seriamente danificado. Uma cruz metálica, que ficou dobrada, hoje se conserva no templo como testemunha do poder da bomba. Mas... a imagem da Virgem não sofreu dano algum.

8 de dezembro de 2010

Oração a Nossa Senhora da Conceição


Virgem Santíssima,
que fostes concebida sem o pecado original
e por isto merecestes o título
de Nossa Senhora da Imaculada Conceição
e por terdes evitado todos os outros pecados,
o Anjo Gabriel vos saudou com as belas palavras:
"Ave Maria, cheia de graça";
nós vos pedimos que nos alcanceis
do vosso divino Filho o auxílio necessário
para vencermos as tentações
e evitarmos os pecados e,
já que vós chamamos de Mãe,
atendei-nos com carinho maternal
e ajudai-nos a viver como dignos filhos vossos.
Nossa Senhora da Conceição, rogai por nós.


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NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO - 8 DEZEMBRO

O dia 8 de dezembro é o dia de Nossa Senhora da Conceição, neste dia O dogma da Imaculada Conceição foi definido pelo papa Pio IX em 1854. A instituição da ordem militar de Nossa Senhora da Conceição por D. João VI sintetiza o culto que em Portugal sempre teve essa crença antes de ser dogma.


Em 8 de dezembro de 1904, em Lisboa solenemente lançou-se a primeira pedra para um monumento comemorativo do cinqüentenário da definição do dogma. Ao ato, a que assistiram as pessoas reais, patriarca e autoridades, estiveram também representadas muitas irmandades de Nossa Senhora da Conceição, de Lisboa e do país, sendo a mais antiga a da atual freguesia dos Anjos, que foi instituída em 1589.


No Brasil é tradição montar a árvore de Natal e enfeitar a casa no dia 8 de dezembro, dia de N.Sra. da Conceição.[1]

4 de dezembro de 2010

Pensando no Natal

O que mais falta no Natal é reflexão. Se parássemos para pensar um pouco, perceberíamos melhor o seu significado. E nos daríamos conta de quanto o mistério da encarnação ilumina a humanidade. De tal modo que o nascimento do Menino Jesus, em Belém de Judá, confere sentido a “todo homem que vem a este mundo”.

O Evangelho observa, com perspicácia, que a primeira reação de Maria, diante da proposta do anjo Gabriel, foi pensar. “Maria começou a pensar qual seria o significado daquela saudação” (Lc 1,29).


Começar a pensar é, portanto, a primeira recomendação do Natal.


Também José fez a mesma coisa. Ele também se pôs a pensar. Enquanto mergulhava nos seus pensamentos, pôde compreender a missão que o Senhor lhe confiava. Sem pensar, não teria se colocado em sintonia com a vontade de Deus, que o convidava a assumir uma missão que empenharia por inteiro sua vida, e lhe daria uma dignidade inesperada.


Depois do nascimento de Jesus, Maria continuou a pensar. “Maria guardava todas estas coisas, meditando-as no seu coração.” (Lc 2,19).


A encarnação do Filho de Deus é um fato que transcende as circunstâncias históricas em que ela aconteceu. Seu significado vai além da singularidade das pessoas diretamente envolvidas no cenário histórico do acontecimento de Belém.


Como Maria, também somos convidados a continuar pensando no seu significado. Para dar-nos conta de como o mistério de Deus, que assume a natureza humana, repercute em toda a humanidade. De tal modo que toda criança, em qualquer época, em qualquer lugar, em qualquer povo, em qualquer cultura, de qualquer raça, todo nascimento, todos os seres humanos, são agora assumidos por Deus, e carregam uma dignidade nova, que lhes é conferida pelo fato de Deus ter assumido nossa condição humana, pela encarnação do seu Filho.


As circunstâncias históricas do nascimento de Jesus são contingentes e transitórias. O fato fundamental é o mistério de encarnação, cujo significado permanece, desafiando nossa inteligência.


E´ preciso resgatar o alcance universal do mistério da encarnação. E relativizar as contingências históricas em que ele se deu. Para não aprisioná-lo dentro destas circunstâncias, impedindo que ele possa ser apropriado por todos os povos, em todos os tempos.


O fato do Filho de Deus ter nascido em determinado país e em determinado povo, não o torna propriedade exclusiva de tal povo ou de tal lugar. O próprio Jesus fez questão de se desvencilhar das amarras de Nazaré e de seus familiares, para se sentir à vontade entre aqueles que acolhiam a mensagem transcendente que ele anunciava.


Ele mesmo, quando adulto, não deu importância a Belém, o lugar onde tinha nascido. Ficava tão perto de Jerusalém, bem que podia ter passado por lá, e mostrado aos discípulos onde tinha nascido! A contrário, preferiu atravessar as fronteiras ao norte, sinalizando a destinação universal do seu Evangelho.


Depois de dois mil anos, o Natal de Jesus nos faz procurar sua repercussão nem tanto na extensão geográfica de sua Igreja. Mas na profundidade do compromisso de Deus com a humanidade, simbolizado pela encarnação do seu Filho.


Pensando bem, os fatos de Belém ainda nos convidam à meditação. Para entendermos como a encarnação de Deus, acontecida plenamente em Jesus, repercute em todos os nascidos, não só em Belém, mas em Pequim também. E em toda criatura humana, em qualquer época e em qualquer lugar deste mundo.


Fonte: Dom Luiz Demétrio Valentini

A conversão é fonte de alegria


Salmo 32(31)


Feliz aquele cuja ofensa é absolvida,
cujo pecado é coberto.
Feliz o homem a quem Javé
Não aponta nenhum delito.


Enquanto me calei,
Os meus ossos consumiam-se,
Rugindo durante todo o dia,
Porque dia e noite a tua mão
Pesava sobre mim.


O meu coração
Tornou-se como feixe de palha
Em pleno calor de Verão.



Confessei-Te o meu pecado,
não Te encobri o meu delito.
Eu disse: «Vou ter com Javé
E confessar a minha culpa!»
E Tu absolveste o meu delito,
Perdoaste o meu pecado.


Por isso, que todo o fiel Te suplique
No tempo de angústia:
Se as águas caudalosas transbordarem,
Jamais te atingirão.
Tu és o meu refúgio,
Tu me libertas da angústia
E me envolves com cantos de libertação.


Vou instruir-te e indicar o caminho a seguir.
Com os olhos sobre ti,
Eu serei o teu conselheiro.
Não sejas como o cavalo ou o jumento,
Que não compreende
Nem rédea nem freio:
Deve-se avançar para os domar
Sem que se aproximem de ti.


Os injustos sofrem muitos tormentos,
Mas o amor envolve
Quem confia em Javé.
Alegrai-vos em Javé, ó justos, e exultai.
Gritai de alegria, todos os de coração reto.

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