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22 de julho de 2010

Confissão: Prática mais do que moderna

Quem diria? Confessar-se é psicologicamente atualíssimo. Na práxis católica podemos não só fazer uso do “divã”, para descarregar as nossas culpas e angústias, como oportuniza a psicologia. Muito tempo antes de Freud, o sacramento da penitência sempre já foi uma catarse.


Mas não só isso. Além dos recursos da ciência, e do alívio das angústias, a confissão pode ser uma cura da alma, que a ciência não pode conceder. Pela graça do Divino Espírito Santo a Penitência pode restituir a vida em Cristo. Sabemos muito bem que trazemos os tesouros divinos “em vasos de argila” (2Cor 4,7).


Esta vida nova de filhos de Deus pode ser perdida pelo pecado. Então o médico divino de nossas almas e de nossos corpos, o Cristo Senhor, através da Igreja, realiza sua obra de cura e salvação, em quem quer se converter. Quem se aproxima do sacramento da confissão, obtém da misericórdia divina, o perdão – repito, o perdão e não só o alívio – da ofensa praticada contra Deus. E é reconciliado também com sua comunidade cristã. Trata-se de conversão. “Vou me levantar e encontrar meu pai” (Lc 15, 18).


Todos deveríamos ser “santos e irrepreensíveis” (Ef 5, 27). Mas a realidade é outra. Estamos sujeitos a escorregões, e até a quedas lamentáveis. E isso nos rouba o dom de Deus.


O apóstolo S. João até diz que quem afirma que não tem pecado é um mentiroso. Por isso, essa segunda conversão é necessária, e até diria, ininterrupta. O coração contrito é uma graça do Espírito Santo, que nos leva à purificação. Portanto, não é só uma obra humana. É uma resposta ao amor misericordioso do Pai.


Santo Ambrósio diz que na Igreja “existem a água e as lagrimas: a água do Batismo e as lágrimas da penitência”. O que hoje causa uma grande perplexidade é o abandono, ou o adiamento a perder de vista, dessa riqueza que Cristo nos deixou. Amplia-se cada vez mais o apelo aos recursos humanos da psicologia – o que é um bem – e se esquece cada vez mais a declaração dos pecados ao sacerdote, para obter o perdão divino.


Será que não estamos, mesmo cheios de angústias e de medos, morrendo à míngua ao lado da fonte de paz e da autoestima?

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